Neonazismo ronda a Europa

Ksenia Melnikova

Ânimos neonazistas ganham força na Europa. Em opinião de peritos, a crise econômica de hoje e ações de elites dirigentes são a causa deste fenômeno. A instabilidade do sistema financeiro leva à pauperização da população, radicalizando em resultado os ânimos de muitos europeus.

Personalidades sociais de vários países europeus expressam preocupação com o renascimento da ideologia neonazista no Velho Mundo. Este processo, em suas palavras, é sobretudo ativo na Grécia, Letônia, Áustria e Hungria. Trata-se de não apenas marchas regulares de integrantes de organizações pró-fascistas paramilitares. Representa também ameaça o crescimento da popularidade de partidos e movimentos nacionalistas radicais de direita em todo o continente.

Na Grécia, por exemplo, chegou ao parlamento o partido Aurora Dourada, a favor do qual votaram 440 mil eleitores num país em que habitam 11 milhões de pessoas. Esta associação pode ser considerada como herdeiro direto do partido nacional-socialista da Alemanha. O partido carateriza-se pelo emblema em forma de suástica, saudação hitleriana, citações do “Mein Kampf”, ideologia racista e antissemita, negação do holocausto, violência em relação aos imigrantes e culto de personalidade.

Levando em consideração que partidos e movimentos próximos espiritualmente do Aurora Dourada já são representados em parlamentos da Áustria, Holanda, Finlândia, Dinamarca, Suíça, Itália e de outros países, podemos falar do surgimento de uma internacional neonazista na Europa, opina Alexander Tevdoi-Burmuli, livre docente da Cátedra de Integração Europeia do Instituto de Relações Internacionais de Moscou:

“O neonazismo existe na Europa desde o fim dos anos 40-50 do século passado. Foram organizações marginais de rede que existem ainda hoje e têm contatos com elites”.

A erosão de valores europeus tradicionais e o fracasso da política de multiculturalismo, ou seja a desvontade de imigrantes de se adaptar às tradições culturais e aos costumes europeus, contribuíram também para o crescimento de tais ânimos em países do Velho Mundo. Em resultado, aumentaram a agressividade social e anomalias da psicologia social da sociedade, considera uma politóloga, Elena Ponomareva:

“Esta é apenas uma manifestação de problemas acumulados nos últimos vinte anos pela sociedade. Mas o mais terrível é que a juventude não vê o futuro nem na Alemanha ou França, nem na Inglaterra. São estes jovens que formam estruturas radicais e neonazistas de extrema-direita. Eles esperam ver um novo projeto social e, não vendo-o, participam de ações radicais”.

Movimentos neonazistas ganham força também na Ucrânia. Apesar de fatos geralmente conhecidos e de bom senso, eles pretendem erradicar da história de seu país o papel colossal do povo russo, de sua cultura e de sua importância como Estado, assim como privar o país dos símbolos que fazem lembrar a ligação espiritual entre os russos e os ucranianos. Assim, foi proposto considerar os russos como povo não nativo e privar Kiev do título de “cidade heroica”. Está previsto também aprovar uma lei que autorize publicamente justificar ou negar os crimes do nazismo. Aquilo que foi evidente para o mundo ainda há 70 anos, tem pouca importância para atuais golpistas de Kiev, sustenta o diretor do Instituto de Diásporas Russas no Estrangeiro, Serguei Panteleev:

“Assiste-se a uma plena deturpação da história, à negação da própria natureza da Ucrânia como herdeira da Rússia de Kiev, como Estado ligado à Rússia pela história comum milenária. Risca-se tudo que liga a atual Ucrânia não apenas à Rússia, mas também à Bielorrússia. Se são arrancadas as raízes históricas profundas, seria em vão falar de fatos mais próximas ligados à nossa vitória comum sobre o nazismo. Em Kiev, chegaram ao poder colaboracionistas que consideram como heróis aqueles que haviam combatido do lado de Hitler e como inimigos todos que haviam derrotado o nazismo e salvado a Europa”.

Até que grau estão dispostos políticos europeus a flertar com esse público e quando possam recobrar os sentidos? Tais perguntas ficam sem respostas por enquanto. Inspira esperanças apenas o fato de não todos na UE e fora dos seus limites partilharem as ideias das autoridades ucranianas autoproclamadas. Cada vez mais frequentes são votos em apoio à Rússia e em condenação da política atual ucraniana. Possivelmente, o genocídio praticado por neonazistas na Ucrânia ajudará os europeus a compreender que futuro os espera, se eles não se lembrarem das lições da história.

Leia mais sobre Lições da Segunda Guerra Mundial

Fonte: Voz da Rússia

 

17 Comentários

  1. Leva mal nao senhores editores do PB , me perdoe se eu estiver enganado mas , replicar materias da vozrussa deixa o site PB sem identidade propria , antes publicavam de varias fontes , mas agora 99% vem da vozrussa , polemicas a parte mas , acredito na capacidade dos editores do PB , ja demostraram serem competentes , utilizar fontes ocidentais juntamente com fontes russas ,seria mais apropriado para dar condiçoes a debates mais lucidos e menos tendenciosos !

    • Bem…, o que eu posso te dizer com referencia a esta SUA OPINIÃO …
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      Primeiramente que…, SIM …, VOCÊ ESTÁ “PERFEITAMENTE” ENGANADO.
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      Sua dificuldade de interpretação o impede de ter uma visão clara sobre o blog PlanoBrasil.
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      De fato, parte do conjunto de características que dão singularidade ao PlanoBrasil, está no fato de este replicar matérias dos jornais da Rússia.
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      Ou seja, o que você — tenta induzir ao PlanoBrasil, é justamente que ele perca parte de sua identidade, e ele, o PlanoBrasil, passe a ser mais um dentre os muitos, que apenas e simplesmente repetem sempre a visão dos fatos de um lado da mídia mundial – “Ocidental”.
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      Entendo que, em SUA OPINIÃO, ter identidade, portanto, é falar somente o que a maioria fala e pensar apenas “dentro da caixinha”.
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      Decididamente, você precisa refazer seu conceito sobre ter IDENTIDADE.
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      Atrevo-me a dizer sem medo: — Hoje na Web no seguimento a que se propôs atuar o PlanoBrasil, poucos tem mais PERSONALIDADE/IDENTIDADE, que o PlanoBrasil.
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      Saudações,
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      konner

      • Olá Konner

        Não concordo com os argumentos apresentados pelo terópode, porém creio que alguns temas importantes poderiam ter maior destaque no PB.

        Por exemplo, a eleição para presidente na Colômbia que está sendo influenciada pelos casos de espionagem sobre as negociações de paz com as FARC; a cobertura sobre os eventos recentes na Venezuela, principalmente depois da ação da UNASUR (reconheço que o tema foi bastante apresentado aqui, mas depois do início das reuniões entre oposição e situação o ele praticamente sumiu); o início da corrida presidencial nos EUA que começa a apresentar informações importantes; a abertura para maiores ações do AFRICOM na África após a separação do Sudão; fortalecimento de grupos separatistas na África do Sul; processo eleitoral na Índia; TPP; o caso da Síria, que está envolvendo todo o Oriente Médio em direção a um possível conflito não religioso; etc.

        Os problemas na Ucrânia são de longe o assunto mais importante nesse momento, mas ele está produzindo influências importantes em outras regiões do mundo que deveriam, sob meu ponto de vista, ter algum espaço aqui no PB. Entendo que existem problemas para a equipe editorial em manter um mínimo de qualidade do blog, como já foi explicado por um dos editores a poucos dias, e que trabalho voluntário geralmente implica em algum nível de limitação. Por outro lado, creio que maior variedade de temas somente contribuiria para a qualidade do site, tendo menor importância a fonte pois ao fim das contas o que vale é o contraponto apresentado pelos comentaristas.

        Enfim, são observações que, acredito, contribuiriam para o debate que se pretende aqui.

        Abs

      • Salve RobertoCR,
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        Obrigado…, e obrigado também, por sua contribuição para o PlanoBrasil com seus comentários, – de fato, OBRIGADO A TODOS.
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        O PlanoBrasil aborda com frequência:

        # Defesa
        # Geopolítica
        # Tecnologia
        # Negócios e serviços
        # História
        # Inteligência
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        Isso não é pouco, só a Geopolítica, já traz na palavra a abrangência do tema, simplesmente não tem como mostrar tudo.
        O risco de abrir várias frentes é falar de muito, mas, perder em acompanhamento dos fatos e simplesmente não informar o desfecho dos acontecimentos.
        .
        Há necessidade de informar sobre o que está acontecendo, mas, em minha opinião, a coisa só se torna de valor, quando esta informação se transforma depois em conhecimento geral do que realmente aconteceu e porque, bem como, o que mudou depois do ocorrido.
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        Informar simplesmente que algo está acontecendo, ou que, algo aconteceu, gera aquele tipo de pessoa (que tem avidez por informação), mas que, tem apenas três minutos de conversa sobre qualquer assunto.
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        Muitos que se propõem a mostrar os acontecimentos na Geopolítica se perdem por não saberem identificar e acompanhar o que é mais relevante e implicará em consequências para todo o mundo.
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        Realmente, este é o grande desafio para o editor. Saber com clareza qual é a proposta do espaço/veiculo que se usa e qual a forma mais eficiente e atraente para se chegar lá, é fundamental.
        E ainda tem o fato de que, não se pode manter uma pauta muito rígida, deve haver também espaço para alguma flexibilidade. Tem também a questão do critério pessoal, que se explica simplesmente com a frase: Pra mim é melhor desse jeito, e pronto.
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        Bem, isso tudo é para dizer que, não é fácil, e por mais que tentemos, não conseguimos agradar a todos, mas, a gente vai tentando e fazendo como pode do jeito que dá.
        Uma coisa eu sei: MUITOS ESTÃO GOSTANDO.
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        Saudações,
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        konner

      • eu acho que o site coloca a crise ucraniana mais que as outras noticias pois esse conflito pode originar a terceira guerra mundial !!!!

        mas assuntos latinos americanos são sim uma ponta de lança brasileira pois influencia nosso pais mais rápido do que se tiver um acirramento na ucrania

        e a terceira questão do teropodre ,é apenas tenta fazer como outros pedir ajuda de moderador para ao invés de colocarem matérias esclarecedoras como as colocadas no plano brasil ,ele pede para o plano brasil ser uma imprensa marrom !!!

        ele pede para colocar apenas um lado da moeda !!! e isso não existe !!!

        novamente o teropodre tomou um zape na testa rsrs

      • Entendo seu objetivo. E espero que paciência seja uma de suas virtudes. 🙂

        Boa sorte e obrigado pela resposta.

        Abs

      • Mas estas noticias nao sao publicadas na voz da russia ,talves por isso o senhor klone da voz nao tem acesso a estas materias , ou estou enganado $ Evitando dar tiro no pezinho !

    • por LUCENA
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      Seria interessante que aqueles que adoram criticar o PB em replicar matéria que vai de encontro aos seus dogmas e aos seus paradigmas medievalísticos,pudessem expor textos ( replicar) aqui no PB; de blogs ou jornais que só mostra o lado “bom” daquilo que eles acreditam !!
      .
      O PB dá espaço para mostrara os seus contra pontos;até de maneira criativa e sem fica só na condição de criticar as opiniões dos outros simplesmente !!!
      .
      Que tal mostrar pelo menos uma vezinha aqui que,a vaca-sagrada ultimamente está fazendo alguma coisa reamente decente para a humanidade para ela possa viver em paz e sem guerras !!!

  2. Qual seria a diferença entre o bestial sistema nazista ditatorio e o nao menos bestial sistema ditatorio cumunista $

  3. o titulo do texto o nazismo ronda a europa
    na verdade os nazi faci sempre estiveram lá apenas estavam se reagrupando isso é normal em um continente de conchas de retalhos vários países varias religiões varias guerras extermínios de vários os lados
    mas novamente os nazifaci irão ser exterminados pois servem apenas para as potencias militares usaram como pretextos de todos os lados
    os nazifaci são igualzinho ao taliban !! mesmo naipe !!!

  4. por LUCENA
    .
    .
    A cia regimentou pela ruas e esquinas da Europa todo tipo de criminosos,desqualificado sociais ( escorias ) para fazer volume ( massa de manobra ) nas suas passeatas ” democrática” bem ao estilo com é o da Ucrânia.
    .
    É a nova forma de implantar regimes onde marionetes a serviço do tio Sam se instale e sirva o império da maldade.

  5. Ao admistrador: O texto ficou enorme para este espaço, mas não acredito que poderia ficar menor frente ao que me propus fazer, estabelecendo as diferenças entre Nazismo e Socialismo. 🙂

    A todos que lerem este texto: 1- este não é um texto doutrinário, por mais que alguns possam considerar que o simples “falar” sobre Socialismo/Comunismo seja um processo de doutrinação; 2 – não apresentei “fontes” pois trabalho com estes temas há 20 anos em escolas, universidades, centros de pesquisas e entidades públicas, possuindo amplo domínio sobre o tema; 3 – por óbvio, as afirmações abaixo podem ser contestadas a qualquer momento e por qualquer um.

    Olá terópode

    Primeiro: o termo “ditatorio” não existe. Talvez a palavra que melhor se aproxima do contexto que você sugere seja “ditatorial” (adjetivo relativo a ditadura ou ditador; relativo a poder absoluto, geralmente exercido por apenas um indivíduo).

    Segundo: como a maioria dos brasileiros, você estabelece vínculo direto entre “Nazismo” e “Comunismo”. Esta percepção deriva da concepção de que ambos apenas podem existir sob o manto de uma estrutura política repressora e agressiva a determinada população, de características ditatoriais, o que é totalmente incorreto. Por sua vez, essa “concepção” foi criada no Brasil dentro do próprio sistema educacional a partir das alterações que ocorreram em sua estrutura durante a ditadura militar, e que permanece até hoje.

    Daí deriva também a afirmação de que fomos educados (nós brasileiros) para odiar o Comunismo (Rússia em particular).
    Virou senso comum.

    Melhor então discernirmos sobre as definições de Nazismo e Comunismo.

    O Nazismo
    O primeiro problema com o termo é sua própria definição: a palavra Nazismo vem de Nazi, que é a abreviação de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.
    No início do século XX o Socialismo estava em franco processo de aceitação por parte da população dos principais países industrializados europeus, e começava a se tornar um problema político para as tradicionais estruturas de poder da época. Uma das consequências do aumento da influência das idéias Socialistas foi a criação, como contraponto, da “Social-democracia”, que após a IIGM seria o sistema que criaria as bases do chamado “Estado de bem-estar social” que reergueria a Europa, adotando algumas soluções sugeridas pelo Socialismo mas dentro de uma estrutura econômica Capitalista (basicamente manteve o Estado como figura forte dentro do gerenciamento econômico capitalista, limitando as consequências inerentes do sistema Capitalista sobre o cidadão).
    Na Alemanha da época estas idéias eram particularmente simpáticas a população, muito mais do que no resto do continente. De fato, os promotores do Socialismo/Comunismo acreditavam que a “Revolução do Proletariado” seria levada a cabo na Alemanha pois reunia melhores condições para que isso ocorresse. Mas a História mostra, mais uma vez, que as coisas não ocorrem como os humanos querem.
    Aproveitando-se desta popularidade do Socialismo entre as massas, grupos nacionalistas alemães adotaram o nome em suas organizações, sendo o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães a que obteve maior sucesso. Mas este termo não indicou, em nenhum momento, que estes grupos queriam impor ou adotar um processo socialista no país. De fato eram grupos que foram formados com base em duas noções: 1- a Alemanha havia sido humilhada no Tratado de Versalhes em 1919, e isto foi injusto pois destruiu a economia do país e o modo de vida alemão às custas do pagamento de indenizações enormes a outros países. Com base nisso usaram o Nacionalismo para terem como base de apoio a parte da população que era diretamente afetada, e que compunha a maior parte da população economicamente ativa: os operários; 2 – como na época já se sabia que os bancos internacionais financiaram os dois lados do conflito, a adoção do termo “Socialismo” servia para convencer a população que algo seria feito contra este tipo de instituição econômica (que dentro do conceito de Socialismo deve ser gerido pelo Estado em favor do conjunto da população e não pelo indivíduo), promovendo o bem-estar da população alemã. Junte-se a isso o antigo antissemitismo europeu e a noção de que todas as instituições financeiras eram controladas por Judeus, e está criado o ambiente que justificaria os genocídios que ocorreram entre as décadas de 1930 e 1940.
    O Nazismo nunca nasceu da vontade de impor o Socialismo na Alemanha, mas como estratégia de tomada de poder de um grupo de pessoas com idéias Nacionalistas baseadas no pangermanismo. Como o termo Socialismo era mais simpático a população, agregou-se a expressão ao nome do partido. Em tempos atuais isso é chamado de estratégia de marketing: apropriar-se de um conceito para potencializar o sucesso de um produto sem que tenha qualquer relação com este.
    Mas, para azar do mundo, esta mistura deu certo e contou com um ingrediente que é o terror de qualquer sistema político: o líder carismático (dentro da concepção de Max Weber). Este líder é, na maior parte das vezes, um indivíduo que espelha em si mesmo todas as características inerentes de uma sociedade, criando empatia e tornando-se porta-voz de seus anseios. E foi isso que Hitler personificou para o alemão da época: a melhor representação do que se podia chamar de “povo alemão”, aí incluído o antissemitismo.
    Hitler nunca foi socialista. A Alemanha nazista nunca foi socialista. Foi de fato um país capitalista dirigido por um líder carismático que se sustentou em uma base política nacionalista. Ele nunca privatizou sistemas industriais, nunca podou iniciativas privadas, nunca “socializou” nada. O que ele fez foi apropriar-se de algumas estruturas do sistema econômico que estavam em mãos de empresários judeus e transferi-los para outras pessoas não-judias. Havia estruturas industriais estatais? Sim, como havia na maioria dos países europeus da época que as criavam para potencializar suas economias, ainda como resultado do processo de industrialização europeu do século XIX. Aumentou impostos para isso? Sim. Como toda recém-criada Social-democracia fazia na época, e obteve resultados econômicos e científicos significativos para a Alemanha da época. E o povo gostava do que ele fazia porque coincidia com a sua vontade. E por isso era carismático. O que ele realizava coincidia com a vontade popular. Claro que isso não quer dizer que ele estava coberto de razão.
    Mas como o Nazismo chegou ao poder? Através de eleições durante as décadas de 1920 e 1930, e com um “fast-forward” que foi aquele incêndio criminoso do Reichstag (Parlamento alemão) atribuído aos judeus mas que foi obra dos nazistas. Durante a República de Weimar (República implementada na Alemanha logo após a Primeira Guerra Mundial, tendo como sistema de governo o modelo parlamentarista democrático), o Reichskanzler (Chanceler da Alemanha – Primeiro-ministro) era responsável perante um Reichstag eleito pelo povo e verdadeiramente democrático. A partir de 1930, porém, as prerrogativas da assembléia foram paulatinamente ignoradas por conta dos extensos poderes atribuídos pela constituição ao presidente. Com a eleição de Adolf Hitler como Reichskanzler em 30 de janeiro de 1933, teve início um processo de concentração de poderes nas mãos do chanceler, por meio de atos como o Decreto do Incêndio do Reichstag (Reichstagsbrandverordnung) e a Lei de Plenos Poderes (Ermächtigungsgesetz).
    Pode parecer brincadeira, mas Hitler foi eleito democraticamente pelo povo porque era popular. E depois aplicou um Golpe de Estado, também apoiado pela maioria da população. A designação dele como “ditador” é equivocada (e assim erradamente ensinada em nossas escolas) porque ele perdeu a guerra. O que não o torna menos sanguinário e constituinte de uma das mais terríveis páginas da História da humanidade. Difícil é admitir hoje que o povo alemão na época apoiava suas atitudes.

    O Socialismo
    Simplificadamente, é um sistema político que preconiza a administração e produção de riqueza de um grupo populacional através do Estado.
    Este Estado tem por função básica distribuir de forma igualitária toda a riqueza produzida através de indústria, comércio e serviços entre toda a população. Esta distribuição é gerenciada através da instituição conhecida por nós como “Governo”. E este, por sua vez, deve ser escolhido através de princípios democráticos, ou seja, escolhidos através da consulta popular (eleições), e os governantes devem ser substituídos de tempos em tempos, de acordo com a vontade popular. Então temos no Socialismo a possibilidade de “representantes” serem designados para organizarem o funcionamento da sociedade, desde que se reportem a estes. Não há Governo central independente e separado em esferas de administração; não há o estabelecimento de grupos sociais que elaborariam através de debates extensos os objetivos da população e a forma de distribuição de riqueza (comuna, ou na mais conhecida tradução russa: soviet).
    O conceito começa a ser criado no século XVIII ao mesmo tempo em que ocorre a “Revolução Industrial”, e ainda sob influência das idéias que surgiram com o “Iluminismo” e a “Revolução Francesa”.
    Basicamente considera que toda riqueza produzida não é fruto apenas de um grupo restrito de pessoas, mas é resultado do esforço conjunto da sociedade que colabora, direta ou indiretamente, para que todo o ciclo produtivo tenha sucesso. Determina que, para que exista de fato justiça social, toda esta riqueza produzida deve ser convertida em benefício da totalidade da população (daí o termo Socialismo).

    Socialismo não é Comunismo!
    No Comunismo o conceito de divisão de riquezas permanece, mas não há Governo, pois este é considerado como elemento hostil ao indivíduo, e por consequência a sociedade pois cria uma classe de pessoas elitizada dentro do conjunto populacional e que é considerado uma incoerência pois, se todos são igualmente merecedores e responsáveis pela riqueza produzida, porque eleger alguns poucos para administrá-la? O Comunismo não admite a existência de Governo (daí a impossibilidade da existência de Ditadores). O que preconiza é a administração das riquezas através dos “Conselhos” (comunas, daí a expressão Comunismo) criados localmente, regionalmente, e nacionalmente, para que o resultado de suas decisões sejam fruto direto das decisões dos indivíduos atuando em conjunto.
    A noção de que Socialismo é, obrigatoriamente, uma etapa anterior a instauração do Comunismo é uma interpretação errada das afirmações de Karl Marx. Apesar de admitir o Socialismo como precursor do Comunismo em algumas situações, Marx não atrelou a existência de um ao outro.

    E onde entra o Ditador?
    Entra em qualquer tipo de sistema político/econômico, seja ele Socialista, Comunista, Capitalista, Liberal, Monárquico Absolutista (que é ditatorial por definição), etc.
    O Ditador é aquele indivíduo ou grupo que usurpa o poder político de uma população, tira dela seu poder de decisão sobre seu próprio destino, geralmente através de meio violento e com o objetivo de impor a sua “percepção” do que é certo e errado; do que é válido ou não; do que se pode ou não fazer. Geralmente está associado a grupos economicamente dominantes dentro de uma sociedade, ou ligado a estruturas tradicionalmente conservadoras que repelem qualquer tipo de discussão maior sobre a condução de um país ou população (ironicamente estes grupos são sempre minoritários). E para valer suas regras utiliza-se de violência contra a maior parte das pessoas, e da conivência dos que são beneficiados por suas ações. Não há possibilidade de discussão de qualquer tipo dentro de uma estrutura democrática, por mais que as vezes se crie uma “aura” de liberdade de ação. Não há eleição, não há escolha, não há possibilidade de livre oportunidade para todos.

    O problema teropode, como afirmei no início, é que somos educados para odiarmos qualquer coisa que não seja Capitalista. E odiar a ponto de nem querer saber o que é. Ninguém é obrigado a seguir ou gostar do Socialismo, mas daí a associar automaticamente com ditaduras é um erro grave.
    Nós tivemos ditaduras no Brasil.
    Várias vezes.
    E nenhuma delas foi Socialista, Comunista ou Nazista.

    • Correção

      No ítem “E onde entra o Ditador?” há uma frase errada.

      Onde se lê: “Não há possibilidade de discussão de qualquer tipo dentro de uma estrutura democrática…”

      Leia-se: Não há possibilidade de discussão de qualquer tipo dentro de uma estrutura DITATORIAL…

  6. teropode 7 de maio de 2014 at 21:11
    Qual seria a diferença entre o bestial sistema nazista ditatorio e o nao menos bestial sistema ditatorio cumunista $. ======== Td é ditadura, + no espelho da ideologia são eskerda e direita, + são à mesma coisa…imagem e reflexo, ..Sds.

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