As desgraças de Barack Obama

Ilia Kharlamov

6 de novembro, completa-se um ano desde a reeleição de Barack Obama para o posto de presidente dos EUA.

Para o líder norte-americano, este período não foi de maneira nenhuma fácil. Barack Obama é a encarnação da correção política e do conceito que os estadunidenses de tendências liberais têm do que deve ser um bom líder. Um político de cor, excelente pai de família, pessoa com instrução brilhante e magnífica carreira política… Afirma que é cristão, embora seus antepassados tivessem professado o Islã. E, além de tudo o mais, é laureado com o prêmio Nobel. Em poucas palavras, o “jogo” completo de que um cavalheiro de verdade deve dispor para chefiar com sucesso durante tanto tempo a América, um país tão variado e tão exigente em relação aos seus políticos.

O novo mandato trouxe a Obama novas desgraças. Aparentemente, a conclusão anunciada das operações militares no Iraque e no Afeganistão, muito mal-sucedidas e opostas aos princípios do direito internacional, deveriam proporcionar-lhe mais pontos políticos. Mas nada disso. O aspeto internacional do segundo mandato de Barack Obama foi analisado por Vilen Ivanov, conselheiro da Academia de Ciências Russa.

“Ele não tem de que se orgulhar nesta esfera. Todos os eventos relacionados com a Síria tornaram evidente que ele está imensamente longe das suas promessas pacificadoras, que estimularam outrora o comitê de prêmio Nobel a conferir-lhe o respetivo prêmio. A tentativa fracassada de exercer o ditame a nível internacional comprova que esta política foi, na melhor das hipóteses, míope.”

De acordo com a versão da revista Forbes, o presidente da Rússia Vladimir Putin desalojou há pouco Barack Obama do primeiro lugar no ranking de pessoas mais influentes do mundo. No entanto, o presidente norte-americano deveria manifestar gratidão ao seu colega russo. Na realidade, foi precisamente a iniciativa de Putin sobre a eliminação de armas químicas na Síria que permitiu a Obama vencer a cisão, aparentemente inevitável e definitiva, entre os democratas e os republicanos.

Cumpre recordar também a tragédia que muitas pessoas consideram a vingança pela intromissão dos EUA nos assuntos internos de um Estado soberano. Trata-se do assassinato no outono passado do embaixador dos EUA Christopher Stevens, que representava o seu país em Benghazi, Líbia. Era considerado o especialista principal na “revolução líbia” ou, para ser mais exato, na destruição de um Estado bem-sucedido mas que teve o descuido de desobedecer a Washington. Este fato dramático, assim como o atentado em Boston, revelou a ineficácia na vida real dos serviços secretos norte-americanos, tão amplamente enaltecidos e tão bem financiados.

O líder americano teve que enfrentar surpresas desagradáveis também na política interna. A política orçamentário-financeira mal sucedida, baseada, tal como antes, no crescimento – sem nenhuma garantia – da massa de dólares e o aumento ainda maior da dívida pública, já de si enorme – mais de 17 trilhões de dólares – colocaram o país à beira da falência, provocando o fechamento temporário de dezenas de instituições. Além disso, surgiram sérios receios nos próprios EUA e longe dos seus limites. Este quadro pouco consolador é completado pelo corte de despesas sociais, a incerteza dos americanos quanto ao seu futuro, pelo desemprego e os casos cada vez mais frequentes de suicídio em diversas cidades.

Mas quem pode dar a melhor opinião sobre o seu presidente são os próprios americanos, assevera o diretor do Instituto de Planejamento e Previsão Estratégica, Alexander Gusev:

“De acordo com algumas companhias de ranking que monitoram os mais importantes políticos do mundo, em novembro de 2012 Obama tinha o apoio de 50% do eleitorado mas, já um ano mais tarde, este índice baixou 15 pontos. Este é o ratingmais baixo de Obama desde que foi eleito pela primeira vez. Quais são as causas deste fenômeno? As suas falhas na política interna.”

Contra este pano de fundo negativo estourou surgiu ainda o enorme escândalo em torno do ex-oficial dos serviços secretos Edward Snowden, que tinha desmascarado os seus colegas, empenhados na intercetação ilegal no mundo inteiro das conversas telefônicas de simples cidadãos e, inclusive, de chefes de Estado. Vilen Ivanov reputa isso como um fracasso sem precedentes da política internacional dos EUA:

“Snowden mostrou ao mundo inteiro que os americanos procuram concretizar o seu ditame nas mais diversas formas, recorrendo, inclusive, à recolha de informações sobre todos, incluindo sobre os seus aliados e sobre os líderes que seguem a reboque da política norte-americana. Isto também não contribui para a imagem positiva de Obama.”

Com efeito, a informação publicada por Snowden, resultou no agravamento extremo das relações entre os EUA e os seus principais aliados europeus. E, finalmente, devido a “esforços” de Washington, a chamada “reinicialização” das relações russo-estadunidenses, em que o mundo inteiro depositava grandes esperanças, também fracassou. E isto se deve, em grande parte, a uma série de escândalos de espionagem, provocados pelos EUA, à chamada “lei Magnitsky” e a outros passos hostis em relação a Moscou.

Tudo isso, na opinião dos americanos e dos peritos internacionais, faz afirmar que Barack Obama não é exatamente o presidente que o eleitorado queria. É bem provável que Obama tenha o mesmo destino que Bill Clinton ou George Bush Júnior, que começaram bem mas acabaram mal. E cada um fez isso à sua maneira. Foi por isso que surgiu a expressão sobre “a maldição do segundo mandato”.

 

Fonte: Voz da Rússia

7 Comentários

  1. Eu acho que o analista erra ao afirmar que “… internacionais, faz afirmar que Barack Obama não é exatamente o presidente que o eleitorado queria.”

    Creio que era exatamente o que o eleitor queria, principalmente depois do teleguiado Busch filho. Aliás, acho que o mundo inteiro queria Obama. Mas o cara mijou pra trás. Tinha tudo (e toda a população ao seu lado) pra atropelar o establishment norte-americano. Mas foi incrivelmente pequeno e complacente. Não seguiu seu discurso de campanha nem sua biografia. Deixou-se triturar por uma direita raivosa e por conservadores minoritários que tem suas vozes amplificadas pela mídia nativa, mas não tem apoio entre a população.

    Uma presidência fraca que se pretendia entrar para a história. Uma pena.

    • “Tinha tudo (e toda a população ao seu lado) pra atropelar o establishment norte-americano.”… rsrsrsrsrssrs… só para quem não conhece a política interna americana…

  2. a culpa do que esta acontecendo nos estados unidos é muito mais do buch , do que do Obama ,e mesmo o titulo falando essa palavra que eu nao irei escrever ,o partido do Obama acabou de ganhar em nova York ,e em outras cidades importantes nos estados unidos
    então nao existe apenas um estados unidos ,mais vários pois o povo americano esta votando em quem trate melhor o povo ,pois eles nao aquentam mais os estados unidos sendo governado pela wallstreet sionista.

    • O pata de gazela vive chamando os yankes de tudo qnto é coisa e agora quer falar em nome do “povo americano”… rsrsrsrsrsrs… ele acha mesmo que quem lê sua pérolas é completamente idiota como ele… agora só falta falar que conhece bem os americanos porque esteve em uma excursão para a Disney no ano passado para visitar seu amigo pateta… rsrsrsrrsrsrsrs… quem levar esse sujeito a sério merece uma passagem só de ida para Orlando visitar o castelo da Cinderela… rsrsrsrsrsrs…

      • Exatamente amigo, o cara e pura representação do ‘puliticamente cureto” que esta destruindo a cultura ocidental, e formando uma geração de mariquinhas.

  3. Esse cara sempre foi um engodo que a esquerda fabiana conseguiu vender, não passa de um personagem de sit com enlatado, e um paspalho, esta longe de ser um presidente.
    E os nova yorquinos acabam de comprar outro paspalho da mesma fabrica de paspalhos de onde este veio.

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