Tomada de Qusair muda dinâmica de conflito na Síria

basharal-assadA tomada da cidade síria de Qusair, um dos bastiões dos rebeldes, por forças leais ao presidente Bashar al-Assad nesta quarta-feira revela uma mudança na dinâmica do conflito no país, que já se estende por mais de dois anos.

Na avaliação do correspondente diplomático da BBC, Jonathan Marcus, a vitória dos aliados de Assad na cidade, entre eles, o Hezbollah, terá consequências políticas e diplomáticas para o confronto, que tende cada vez mais a contagiar o Líbano, vizinho da Síria.

Muitos dos principais combates na guerra civil síria vêm ocorrendo em rotas de abastecimento bem como em cidades próximas a essas vias.

O caso de Qusair é exemplar neste sentido. A localização da cidade é crucial para ambas as partes envolvidas no conflito.

Qusair é um entreporto de envio de armas para os rebeldes sírios vindas do Líbano por duas rotas: a primeira através do Vale Bekaa, e a outra mais ao oeste, de Trípoli e de sua costa.

A cidade também fica perto de vias de abastecimento importantes para as forças do governo.

Qusar também constitui um dos acessos até a cidade de Homs e ao nordeste da Síria. A estrada da capital Damasco para Homs é uma das principais artérias do regime sírio.

Homs, por sua vez, é considerada o coração alauíta na costa oeste do país.

Hezbollah

A tomada de Qusair fortalece a percepção de que as forças do governo vêm ganhando terreno nas últimas semanas.

Para os rebeldes, a perda do controle sobre a cidade revela que uma vitória sobre as forças de Assad está cada vez mais distante.

Por ora, o prognóstico para a Síria é pessimista: não se vê o fim do conflito por nenhum dos lados, dizem analistas.

O problema é que, quanto mais o confronto se estender, maior o risco de contágio para outros países do Oriente Médio, acreditam eles.

A batalha de Qusair mostrou ainda a importância dos militantes do movimento xiita libanês Hezbollah, que aderiu ao conflito ao lado do presidente Bashar al-Assad.

Na opinião de Marcus, da BBC, trata-se de uma aposta de alto risco para o grupo, uma vez que reforça sua ligação com o eixo Síria-Irã e alimenta ainda mais a rixa entre xiitas e sunitas no mundo árabe.

No passado, o Hezbollah buscou apresentar-se como um movimento nacional libanês. Agora, está mergulhado no meio de uma guerra civil no mundo árabe.

Por outro lado, a imagem do grupo vem se deteriorando entre os libaneses.

O temor agora é de que a violência na Síria chegue ao Líbano.

Em entrevista à BBC, o comandante militar do Exército Livre da Síria, general Selim Idriss, falou de seu desejo de lutar contra militantes do Hezbollah dentro do Líbano.

Bashar al-Assad / APConflito na Síria opõe presidente Bashar al-Assad (foto) a rebeldes

Por ora, houve combates esporádicos e lançamentos de foguetes em locais próximos a fronteira entre os dois países. Porém, qualquer tentativa de abrir um front de batalha ‘libanês’ pode conflagrar um risco regional que assusta diplomatas ocidentais.

Com a turbulência no Líbano e o enfraquecimento do Hezbollah, Israel também poderia mergulhar no conflito, com o intuito de acertar contas com o movimento xiita.

Opções

Dadas as preocupações do governo israelense sobre o fornecimento de armamentos sofisticados da Síria ao Hezbollah, analistas consideram ser provável um cenário envolvendo ataques aéreos de Israel em comboios de armas, o que pode dar nova roupagem ao conflito.

Temerosos com uma possível escalada do conflito, diplomatas vêm concentrando esforços em organizar uma conferência de paz em Genebra.

Mas a ofensiva em Qusair acabou por sufocar tais tentativas.

Resta agora saber qual será o próximo passo dado pelas potências ocidentais para solucionar o conflito.

Para analistas, as opções vão desde armar os rebeldes a uma ação militar coordenada na Síria.

Fonte: BBC Brasil

7 Comentários

  1. Os rebeldes perderam um grande ponto de sua logística e certamente estão enfraquecidos e de moral baixo.
    Pro tio sam entrar na briga tá faltando pouco.

    Como diz o ditado: ” Quem quer faz ,quem não quer manda.”

  2. Estão loucos para arrumar pretexto para invadir Síria. Eles querem arrumar indício de arma química de qualquer jeito. Porém acho que a Russia não vai deixar isso acontecer. Vem mostrando isso cada dia que está determinado para isso não venha acontecer.

    • O duro é eles entrarem e seus soldados virarem vítimas de armas químicas. Fora o terrorismo internacional, que irá aos píncaros. Além da corrida armamentista que será deflagrada entre os não alinhados.

  3. E leva BORDOADA DE NOVO QUEM DIZIA que a conquista da cidade de Al-Qusair era somente um grande golpe publicitário, uma vitória da propaganda mas do que militar, já que não tinha nenhum, ou pouco, valor estratégico… Aqui está o teu remédio pra acordar pro mundo, pra realidade, pro fim da tua parcialidade… não são as tuas crenças que dizem o que é o mundo, mas ele se diz sozinho o que é.. basta abrir os olhos e tirar as lentes pra entender!!

    Daqui umas noticias a mais, até mesmo em outras áreas do tema de defesa, não terão mais onde enfiar a cara já que serão taxados sempre de “Torcedores”, e terão suas analises ignoradas pelo simples fato da própria parcialidade “Pular aos Olhos” em cada comentário, e ainda virarão até piada por sempre distorcer o que se diz, usando pra isso o “Obvio” que todos sabem e não precisa ficar explicando, pra tentar desviar a atenção das analises reais que outros fazem, sobre a vantagem adquirida, sobre o que acontece e precisa-se realmente em caso de guerra… resistir, eles nos matam e nós resistimos, não nos rendemos, continuamos lutando e morrendo, até a vitória final!!

    São assim as guerras, mesmo civis, não tem nada de “O DEUS” e o “DIABO”… já estão todos no inferno, quem for mais duro vence, quem tiver maior capacidade de resistência vencerá, POUCO IMPORTA O TEMPO EMPREGADO… o tempo é o maior inimigo dos fracos, dos que não podem se dar ao luxo de demorar demais pra vencer senão perderá capacidade de resistência!

    Depois de dois anos o Assad ainda resiste, e os rebeldes e seus financiadores estão ficando nervosos, pra eles sim o tempo é importante, podem perder seguidores e isso minará a capacidade de aceitação de seus povos, e isso abate a capacidade de combater, deverão inventar desculpas pra um intervenção de estados pois a guerrilha está falhando…

    Já que pro Assad e Rússia o tempo que durar essa guerra civil não tem a mesma importância, são povos habituados a longos conflitos, não são garotos adolescentes que querem tudo agora, e se não der se deprimem e vão embora pra casa escutar musica e se esconder debaixo da cama!

    Valeu!!

  4. Há Três câncer a serem exterminados, o do radicalismo fundamentalista, o ideal revolucionário genocida e o da ingerência internacional nos assuntos de uma nação.
    A ONU tornou-se patrocinadora do genocídio mundial e da revolução armada genocida que assola hoje os quatro cantos do mundo.
    Assad não é santo, não é bomzinho e não é democrático, mas espero que ele faça a limpa nestes terroristas e mostre pro mundo que um povo tem direito a lutar e decidir o seu rumo, ninguém precisa da internacionalização dos direitos enfiados goela a baixo pela ONU e muito menos pelos medievais senhores da guerra fundamentalistas.
    tenho dito

Comentários não permitidos.