Editorial
A Organização Mundial do Comércio (OMC) confirmou o que se temia: o Brasil perdeu espaço no comércio global em 2012 e tudo indica que este ano poderá ser pior. Segundo os dados que a instituição acaba de divulgar, o Brasil diminuiu a participação nas exportações globais para 1,3% em comparação com 1,4% em 2011, fatia inferior à da Espanha, país que apesar de estar no centro da crise internacional tem 1,6%, e à do México, dono de 2%. A participação brasileira nas importações globais é também de 1,3%, novamente inferior à da Espanha (1,8%) e à do México (2%).
A perda de relevância do Brasil nas transações globais é consequência da queda das vendas externas e das importações no ano passado. Segundo a OMC, as exportações brasileiras caíram 5% em 2012 para US$ 243 bilhões; e as importações, 2% para US$ 233 bilhões, e o país ficou no 22º lugar no ranking que inclui as transações dentro da zona do euro, liderado pela China, EUA e Alemanha.
O desempenho do Brasil foi o pior entre as grandes economias em 2012. Apesar da valorização nominal do dólar e dos estímulos fiscais, as exportações brasileiras diminuíram com a desaceleração dos preços das commodities e o aprofundamento da crise na Europa. Em 2010 e 2011, as vendas externas brasileiras tinham crescido 32% e 27%, superando inclusive a China (29% e 18%). As importações também vinham em ritmo forte, na dianteira de outros emergentes, com crescimento de 43% e 24% em 2010 e 2011, respectivamente.
A situação do Brasil no comércio global pode ficar pior neste ano tanto por fatores externos quanto internos. Ao apresentar os dados de 2012, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, disse que o risco de um recrudescimento do protecionismo é maior agora do que em qualquer momento desde o começo da crise internacional.
O fraco crescimento das economias avançadas, especialmente da zona do euro, responsável por um terço do comércio global, é um dos principais motivos da redução dos negócios e pode fomentar medidas protecionistas, muitas vezes vistas como necessárias para preservar a produção e os empregos domésticos. Esse clima não é propício ao desenvolvimento do comércio internacional. Sinal disso é que as negociações multilaterais comandadas pela OMC empacaram na Rodada Doha, que teve a última reunião ministerial em 2008. Uma nova conferência está marcada para Bali, em dezembro. Enquanto isso ganham espaço as conversas bilaterais.
Depois do módico crescimento de 2% do comércio mundial em 2012, a pior performance desde 2009, a OMC espera uma expansão maior neste ano, de 3,3%, de toda forma inferior à média de 5,3% registrada nas duas últimas décadas.
Neste cenário pouco propício, a expectativa é que as exportações brasileiras continuarão sofrendo o impacto da menor demanda de matérias-primas da China, que diminuiu por causa da redução das vendas para a Europa. O Brasil tem se ressentido de vendas menores também para a zona do euro e para a Argentina, outro importante mercado externo.
Sinal disso foi o péssimo resultado da balança comercial no primeiro trimestre deste ano, que registrou déficit de US$ 5,15 bilhões. Foi o pior desempenho da série histórica iniciada há 20 anos, resultado da queda de 3,1% das exportações, que somaram US$ 50,8 bilhões, e do avanço de 11,6% das importações, para US$ 56 bilhões.
Os números também foram afetados pela contabilização atrasada de US$ 4,5 bilhões em compras de combustíveis feitas pela Petrobras no ano passado, das quais ainda faltam registrar US$ 1,8 bilhão pelos cálculos do próprio governo, despesa que influenciará os resultados dos próximos meses.
Pelo lado positivo há o fato de os preços de algumas commodities, como minério de ferro, estarem subindo, e o aumento das importações de bens de capital, que sugere expansão dos investimentos. Mas a fraca performance deste início de ano já levou o próprio Banco Central a reduzir a previsão de superávit do ano de US$ 17 bilhões para US$ 15 bilhões. O mercado financeiro trabalha com números inferiores a US$ 10 bilhões, que tornarão ainda mais acanhada a participação do país no comércio global.
O VOO DA GALINHA
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O Brasil apostou tudo que tinha e o que não tinha nas Commodity esquecendo,como sempre,na educação e na tecnologia;coisas que garantiria um desenvolvimento sustentável e vigoroso.
Realmente, só produtos basicos não são suficientes!Tem que se investir no cidadão para que ele se torne uma celula produtiva!Bolsa familia ajuda, mas tem que haver alternativa a ela em algum momento no futuro!E isso seria capacitaçao tecnica ou profisisnal para trabalho mais elaborado! Nesse aspecto as forças de defesa teria uma gde serventia, assim como os serviços do sistema S!Temos a estrutura no colo do proprio governo, só falta a politica adequada para libertar a nação desse ciclo de voo da galinha, como fala o Lucena com razão acima!
O Brasil não apostou tudo na produção de produtos primários. Pelos menos não nos últimos dez anos… Acontece que antes tivemos a década perdida, e logo após o desastre do sociólogo FHC…
O que sobrou?
Manejamos 8 anos para conseguir condições favoráveis para uma queda acentuada nos juros, para os imbecis clamarem pela alta devido aos tomates…
Francamente…
O governo apreciou a moeda americana, realizaou renúncia fiscal em favor da indústria, mas… Os nossos corajosos empresários, com a salutar covardia de sempre, deixam mofar no BNDES as linhas de crédito para maquinário e outros investimentos…
Ah! Mas a culpa é do governo, não?
Façam-me um favor: vão para o inferno!