Argentina 'processará' petrolíferas que atuam nas Malvinas

O governo argentino anunciou nesta quinta-feira que irá “processar” empresas que exploram petróleo nas Ilhas Malvinas (Falklands, para os ingleses).

O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, durante entrevista à imprensa em Buenos Aires.

“Nós vamos iniciar ações nos tribunais federais do país e na Justiça internacional. As petrolíferas possuem licenças ilegítimas, concedidas pela Grã-Bretanha, estão realizando atividades ilegais e estão atuando em área ilegal no Atlântico Sul. O petróleo das Malvinas é dos argentinos”, disse Timerman.

No total, são cinco empresas. Dessas, duas já teriam encontrado petróleo na região do arquipélago, segundo especialistas argentinos.

De acordo com Timerman, o governo adotará medidas também contra bancos que deram financiamento para estas petrolíferas, contra as empresas de logística que prestam apoio às companhias e contra as classificadoras de risco que analisam a situação das empresas. Vai ainda avisar as bolsas de valores, nas quais essas empresas negociam suas ações, a fim de alertar os investidores de que elas atuam em área de litígio entre Argentina e Grã-Bretanha.

“Serão medidas administrativas, civis e legais (dependendo do caso)”, afirmou.

O departamento de Recursos Minerais das ilhas estima que existam cerca de 120 áreas onde pode haver petróleo no arquipélago. Cerca de 3 mil pessoas vivem nas Malvinas, com uma renda per capita de US$ 50 mil – uma das mais altas do mundo, segundo analistas.

De acordo com a imprensa argentina, já foram entregues 34 licenças para exploração de petroleo na região.

Tensão

A decisão do governo de Cristina Kirchner é mais um capítulo na disputa pelas Ilhas, motivo da guerra entre os dois países iniciada pelos argentinos há quase 30 anos, em 2 de abril de 1982.

“Vamos levar adiante esta causa e vamos castigar (os supostos infratores), através de todos os meios, e defender que as leis sejam aplicadas e que a Grã-Bretanha entenda que tenha de dar cumprimento à resolução das Nações Unidas”, disse o ministro argentino.

Timerman lembrou que os governos da Argentina e da Grã-Bretanha assinaram uma declaração de cooperação na região em 1995, mas que os britânicos teriam interrompido o acordo de “forma unilateral”.

Segundo ele, a Argentina protestou, mas não foi ouvida. Em 2007, o então presidente Nestor Kirchner (2003-2007), que morreu em 2010, “deu por finalizada a declaração conjunta”.

Com gráficos, Timerman afirmou que a partir de fevereiro de 2010 chegaram plataformas britânicas no arquipélago.

“O negócio petroleiro é muito intenso no mundo, envolve muitas empresas e não só as que realizam a perfuração. A Argentina compreende que sem a participação de outros setores, essas atividades ilegítimas não poderiam ser levadas adiante. Por isso investigamos para saber que empresas que tem alguma participação (no negócio)”, afirmou.

Segundo ele, todos os envolvidos neste processo estão “levando adiante ações ilícitas”, já que desrespeitariam as normas das Nações Unidas.

O ministro criticou ainda as agências classificadoras de risco, que podem estar levando os investidores a adotarem medidas equivocadas, já que a área em questão está em “litígio”.

“Vamos obrigar estas empresas a informarem que as petrolíferas estão violando as regras das Nações Unidas e as leis da República Argentina”, disse.

“Ao outorgar licenças para estas empresas, a Grã-Bretanha está fazendo com que elas tenham risco. O petróleo que se encontra no Atlântico Sul é do povo argentino”, afirmou.

Fonte: BBC Brasil

21 Comentários

  1. Pow, quem não sabe que a costa do Atlântico que banha a América do Sul não é rica em petróleo e mais a Argentina pelo que sei não é dona das Falklands, sei que infelizmente é de domínio Britânico, eu acho muita choradeira dos Argentinos e pouca atitude efetiva nisso, mas também fazer o que o país não tem como fazer nada, só ficar pedindo ajuda a um e a outro !

  2. Pelo o que eu sei, a argentina também considera que parte da antardida é território seu, agora o atlântico sul é novidade. Ainda bem que o presidente da argentina não é o maradona.

  3. Queria ver se as ilhas estivessem na plataforma brasileira mais ou menos alinhadas com os Rio Grande do Sul sobre influência do Brasil se iamos gostar de ingleses lá,eu não gostaria!…não gosto de argentino más acho que as ilhas são mais deles do que dos colonizadores ingleses.



  4. Vai dar em nada essa choradeira “jurídica” hermana…

    Vão extrair MUITO petróleo que será enviado aos EUA/Inglaterra para refino…

  5. Os argentinos podem levar a cabo as ações que desejarem. Se elas não forem embasadas em um dialogo real de COOPERAÇÃO ( e não uma gritaria inutil por soberania ) com o governo britânico, não passarão de gritos no vácuo…

  6. A Argentina está corretissima de buscar seus interesses agindo de todas as formas para retomar seu território, garroteado num tempo em que os Ingleses estavam a todo o vapor no colonialismo pelo mundo afora, se aproveitando de fragilidades e de momentos em que se consolidava o conceito de cidadania e soberania nestes paises, que se restabeleciam de colonizadores, se fortalecendo economicamente e culturalmente. Não se justifica um país nos dias de hoje manter a posse de um territorio sem qualquer vinculo histórico com suas fronteiras, e completamente fora do que se possa reconhecer no direito internacional como de possivel de dominio.

  7. Se formos nos basear por questões geograficas, então vamos reinvidicar a Guiana Francesa como parte do nosso território, porque, esse país se situa longe da França.

  8. A Guiana Francesa, foi colonizada pelos Franceses, e até onde sei não existe interesse na população de lá em sair da dominancia Francesa. Diferente das Malvinas que sempre foi Argentina, que fazia parte do territorio Argentino reconhecido no mundo e que o Ingleses sorrateiramente foram se infiltrando para se estabelecer e dominar. De uma certa forma, como estão fazendo com a Amazonia legal, infestada de “ONGs” que até propriedade de indigenas estão comprando. Quem sabe daqui a pouco não seremo nós que teremos que reivindicar nossa soberania sobre um território que sempre foi reconhecidamente, até internacionalmente, nosso por causa de brasileiros que podem estar agindo hoje como Argentinos no passado, sem conhecimento e aceitação do verdadeiro proprietario o cidadão.

  9. Gostaria de lembrar que as Malvinas ficam na plataforma continental da América do Sul. É como se os Ingleses estivem explorando nosso pré-sal sem nenhuma contrapartida? Isto é ou não é colonialismo?

  10. Acho surpreendente a força da propaganda dos colonizadores sobre alguns colonizados, conseguem até mesmo suplantar uma esperada natural empatia com iguais. Isso deveria ser estudado, é o que faz ricos dividirem e reinarem cada vez mais ricos sobre os pobres. E aí, funciona até mesmo fora desta situação de estados. Justifica-se a antipatia ao igual sob todos os argumentos, até a defesa de seus interesses. Aqueles países que sentirem-se lesados pelos Hermanos ante o direito internacional deve recorrer aos meios legais. Não apoiar sua justa reivindicação é outra coisa.

  11. Henrique disse:

    16/03/2012 às 16:35

    Gostaria de lembrar que as Malvinas ficam na plataforma continental da América do Sul. É como se os Ingleses estivem explorando nosso pré-sal sem nenhuma contrapartida? Isto é ou não é colonialismo?


    essa questão meu caro compatriota, e que e dificil enfiar na cabeça de colonizados vira-latas !!!

  12. Júlio, a Guiana Francesa já esteve anexada ao Brasil durante 18 anos. (não que eu seja a favor de anexar a Guiana novamente)
    No caso de a população não querer sair do domínio francês, não seria o mesmo caso das Malvinas, onde a população da ilha também não quer sair do domínio inglês? Depois da invasão Argentina de 1982 a Inglaterra investiu muito lá e melhorou muito a vida dos ilhéus. Ninguém ali quer virar argentino. Pra mim as ilhas são inglesas. Só no caso do petróleo, se a exploração foi realmente proibida pela ONU, os ingleses são obrigados a respeitar a decisão. Nesse caso até apoio a Argentina.

  13. As Malvinas poderiam ser um país independente, e a Petrobrás iria explorar o seu petróleo.
    Eles têm que abrir o novo país para a imigração, como está fazendo o Canadá.

  14. Isso minha gente é retórica sem futuro de país que PERDEU UMA GUERRA. Argentina só vai ter direito a algo se ganhar em COMBATE contra a Inglaterra, o resto é resto.

  15. Mais um risível ato da risível ópera da Senhora K em torno das Falklands. De toda forma, o pleito argentino é absolutamente descabido afinal a Grã-Bretanha está nas ilhas desde 1765 ou seja, muito antes da União das províncias do Prata se transformar em Argentina. De toda forma, esse “processo” certamente resultará em mais uma derrota do Cristinismo, que cada vez mais expõe seu país à vergonha internacional. Finalizando, para a Argentina ficam os versos imortais do imortal Renato Russo
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    “Terceiro mundo se for!
    Piada no exterior!”

  16. Vou dar a solução: QUEM PODE MAIS, CHORA MENOS.
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    Argentinos, enquanto vocês ficarem protestando, indo a justiça e outras “coisitas”, os “pernilongos” Ingleses vão chupar todo petróleo de lá. Depois quem sabe vocês podem buscar as pedras.
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    Alguém ja viu um país pagar alguma dívida por condenação…ONU…essas coisas? Pelo que sei só Alemanha aos Judeus-Israel (que por falar nisso esse ano foi a última parcela).
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    Tchau hermanos… Sou a favor de vocês, mas essa novelinha ja sei o final.

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