São Paulo terá centro de pesquisas em biocombustíveis para aviões

Matérias-primas e tecnologias

Representantes da FAPESP, Boeing e Embraer estão ultimando os preparativos para a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis para aviação comercial.

Até agora, as experiências no Brasil para o desenvolvimento de biocombustíveis, incluindo para fins automotivo e para aviação agrícola, por exemplo, foram por meio da adaptação do motor ao combustível.

No caso do biocombustível para aviôes, de acordo com pesquisadores envolvidos no projeto, será preciso inverter essa ordem, adaptando o biocombustível ao motor.

Entretanto, na avaliação de Luís Augusto Barbosa Cortez, da FAPESP, esse desafio ainda é “menor” dos que os ligados à questão agrícola.

“Essa questão técnica de chegar a um ajuste fino de um biocombustível que possa substituir o querosene na aviação comercial não é tão crítico como os da produção e conversão da biomassa,” avaliou.

Segundo ele, diferentes matérias-primas – além da cana-de-açúcar – e diversas rotas tecnológicas serão estudadas durante o projeto para se chegar a um biocombustível que substitua o querosene na aviação comercial.

“Não seremos reféns de apenas uma rota tecnológica. A ideia do projeto é ter várias possibilidades, porque cada região no mundo tem sua própria vocação agrícola, que está atrelada a diferentes processos”, disse.

Cadeia produtiva

O acordo entre as instituições, assinado em outubro de 2011, prevê a construção no Estado de São Paulo de um centro de pesquisa focado no desenvolvimento de biocombustível sustentável para aviação, que será baseado no modelo dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), da FAPESP, voltados para desenvolver pesquisas na fronteira do conhecimento.

De modo a criar o centro, inicialmente será realizado um estudo, com duração prevista entre 9 e 12 meses, para o levantamento das possibilidades e dos principais desafios sociais, econômicos, científicos e tecnológicos de diferentes rotas tecnológicas para o desenvolvimento de um biocombustível para aviação no Brasil e para definir os investimentos que deverão ser realizados pelos participantes do projeto.

O estudo será orientado por uma série de oito workshops públicos a serem realizados ao longo de 2012 para coleta de dados. As informações serão fornecidas por diferentes integrantes da cadeia produtiva de biocombustíveis e por um Conselho Consultivo Estratégico.

O Conselho será composto por empresas aéreas, produtores e fornecedores de combustível, pesquisadores e representantes do governo, entre outros atores, que poderão exercer um importante papel tanto na implantação como na regulação dessa nova indústria. Em uma fase final do estudo, a FAPESP lançará uma chamada especial de propostas para o estabelecimento do Centro.

Fonte: inovacaotecnologica

 

4 Comentários

  1. Tá.. mas não parece lógico primeiro termos empresas nacionais produzindo turbinas a jato invés de modificar as que são importadas?.. Mas enfim.. Rolls-Royce dentro do time também, então está explicado!..

  2. O dia que fabriquemos uma turbina dessa 100% brasileira e que ela equipe nossos caças e avioes comerciais, eu vou começar a achar que realmente estamos entrando na elite mundial.

    De momento ja me contentaria que tivessemos uma montadora propria coisa que a pequena coreia do sul consequiu fazer e a gente não.

  3. GIL, se o Brasil hoje, dia 16/03/2012, decidisse “vamos de qualquer jeito produzir uma turbina 100% aqui no Brasil, custe oque custar” e comecasse a correr atras, teriamos isso daqui a 20 ou 25 ou ate 30 anos, nao e pra qualquer um… nao temos especialistas em areas chaves pra tal empreitada.

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