Jonathan Marcus
Da BBC News
O Irã deixou claro que, se atacado por Israel ou EUA, responderá à altura. Mas como seria uma represália iraniana?
E quais seriam as consequências, na região e no próprio Irã?
Os resultados potenciais de um ataque israelense seriam sérios a ponto de tornar a ação militar a pior opção para interromper o programa nuclear iraniano?
“A capacidade iraniana de atacar diretamente Israel é limitada”, diz Mark Fitzpatrick, diretor do Programa de Desarmamento e Não-Proliferação do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos (International Institute for Strategic Studies ou IISS na sigla em inglês).
“Sua Força Aérea ultrapassada é completamente superada pela dos israelenses e possui apenas um pequeno número de mísseis balísticos que poderiam chegar em Israel”, afirma.
Fitzpatrick diz que o arsenal balístico iraniano inclui “uma versão modificada do Shahab-3, o Ghadr-1, que tem alcance de 1,6 mil km, mas o Irã tem só seis equipamentos do tipo transportador eretor lançador (TEL na sigla em inglês) para os mísseis”.
“O novo míssil, o Sajjil-2, também poderia atingir Israel, mas este não está ainda totalmente pronto”, afirma.
Fitzpatrick argumenta ainda que “ambos os mísseis são muito imprecisos para terem qualquer efeito em alvos militares quando armados com armas convencionais”.
“Eles também não são formas muito eficientes de transportar armas químicas ou biológicas e o Irã não tem armas nucleares.”
Resumindo, ele acredita que “um ataque iraniano com mísseis seria apenas um gesto simbólico”.
Fitzpatrick acredita que é mais provável que o Irã responda a Israel “assimetricamente” e por meio de aliados como os grupos Hezbollah e o Hamas. O também xiita Hezbollah tem mais de 10 mil lançadores de foguetes no sul do Líbano, muitos deles fornecidos pelo Irã.
“A maioria é de Katyushas com alcance de 25 km, mas também Fahr (alcance de 45 km), Fajr-5 (75km), Zelzal-2 (200km) e potencialmente Fath 110 (alcance de 200 km), além de cerca de 10 mísseis Scud-D que carregam cerca de 750 kg de munição e atingiriam qualquer parte de Israel.”
Ele diz que o grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, poderia também atacar Israel com mísseis de curto alcance.
O maior perigo seria a deflagração de um conflito com qualquer um destes dois grupos.
Com tanta instabilidade no Oriente Médio, incluindo a crise na Síria, há um risco real de que um ataque israelense dê início a um conflito regional mais amplo.
Mar
A Marinha iraniana e especialmente o braço naval de sua Guarda Islâmica Revolucionária são bem equipados com pequenos barcos capazes de depositar minas ou atacar embarcações maiores.
O Irã tem ainda eficientes mísseis contra embarcações, baseados em solo.
Eles poderiam ser usados para fechar uma artéria vital para o suprimento de petróleo, o estreito de Hormuz.
A Marinha americana tem confiança de que poderia reabrir o estreito, mas isso poderia dar início a um conflito entre EUA e Irã e, a curto prazo, teria um impacto significativo no preço do petróleo.
Daniel Byman, especialista em contra-terrorismo no Instituto Brookings de Washington disse que há ainda “uma preocupação considerável de que o Irã e grupos como o libanês Hezbollah possam se dedicar a ataques terroristas após um ataque israelense”.
“O Irã tem por vezes usado esse tipo de ataque contra inimigos”, diz ele. Já existe, diz ele, uma guerra clandestina em andamento.
“Israel e o Irã já estão se atacando (Israel com mais sucesso e foco)”, explica Byman, se referindo ao assassinato de cientistas nucleares iranianos.
“Não tenho certeza se Israel aumentaria esses ataques se fosse alvejado, mas o Irã sim”, completa.
“Os ataques que, acredita-se, teriam sido feitos pelo Irã na Índia e Tailândia mostram que o país (persa) permanece determinado a atingir Israel, presumidamente em retaliação por Israel ter assassinado chefes do Hezbollah como Imad Mughniyeh e os ataques contra cientistas nucleares iranianos.”
“No entanto, esses ataques recentes não foram bem executados, sugerindo que o profissionalismo dos serviços iranianos é desigual”, diz ele.
Especialistas acreditam que, de toda forma, o governo iraniano teria que medir bem sua resposta a qualquer ataque.
Para Karim Sadjadpour, especialista em Irã do Instituto Carnegie Endowment for International Peace, “se a resposta for insuficiente, eles seriam humilhados, se for demasiada, seriam aniquilados”.
“O Irã vai querer responder o suficiente para inflamar o ambiente de segurança regional e ter um impacto negativo na economia global, para atrair condenação internacional para Israel e os EUA, mas não fariam nada que pedisse uma resposta americana forte.”
Legalidade
Após sofrer qualquer ataque, o Irã poderia obviamente buscar algum tipo de condenação na ONU. Isso levanta uma série de questões legais sobre a operação militar.
Uma coisa é clara, em termos de leis internacionais, um ataque israelense ao Irã seria ilegal.
A invasão americana do Iraque gerou um conflito que custou milhares de vidas e bilhões de dólares.
A professora de direito internacional na Universidade de Notre Dame, Mary Ellen O´Connell, diz que para ser considerado legal “seria necessária a autorização do Conselho de Segurança da ONU já que o Irã não lançou um ataque armado contra Israel ou os EUA”.
“O regulamento da ONU deixa claro que o uso da força é proibido a não ser que um Estado aja em defesa própria em caso de ataque armado ou tenha a autorização do Conselho de Segurança”.
Israel, claro, alegaria estar agindo de forma preventiva contra um futuro ataque nuclear do Irã (embora ninguém ainda acredite que o Irã já tenha uma bomba nuclear), mas O´Conell diz que ainda assim um ataque israelense não seria legítimo.
“Há um intenso debate entre advogados internacionais sobre até que ponto um Estado pode responder a um ataque armado: ele deve estar acontecendo ou poderia ser iminente?”
“Não há praticamente apoio nenhum de especialistas para um ataque para prevenir um hipotético ataque futuro.”
Mas os países fazem o que acham que devem fazer quando seus interesses vitais estão em risco?
A Otan por exemplo atacou a Sérvia e as forças sérvias no Kosovo e os EUA e seus aliados invadiram o Iraque, em ambos os casos sem a aprovação do Conselho de Segurança.
O’Connell diz que em ambos os casos o uso de força custou caro.
“Compare esses dois conflitos com o uso legal da força para libertar o Kuwait após a invasão iraquiana, quando os EUA saíram do conflito com ganhos morais e financeiros.”
Muitos vão ainda levantar a questão das mortes causadas por um ataque israelense, sobretudo se a operação não seria sancionada por leis internacionais.
Há apoio generalizado dentro do Irã ao seu controverso programa nuclear.
Sem saber quais seriam o salvos, qual o momento do ataque e se eles seriam atacados mais uma vez, é difícil calcular o número de vítimas em potencial.
Especialistas dizem que o reator nuclear de Bushehr, em atividade, não deve ser um alvo militar porque ele não tem relação com o programa militar e o vazamento de radiação causaria muitas vítimas civis. Mas, obviamente que aviões podem ser derrubados e bombas ou outros disparos podem ser feitos.
Dentro do país
Há ainda as reações iranianas a um ataque. Como os iranianos responderiam? Qual o impacto sobre o programa nuclear e quais as implicações para o regime?
Atualmente, não está claro se o Irã está decidido a ir em frente com seu programa de armas nucleares.
Para Trita Parsi, autor do livro que analisa a postura da administração Obama frente ao Irã (A Single Roll of the Dice – Obama’s Diplomacy With Iran), se Israel atacar, a postura do Irã vai mudar consideravelmente.
“Não encontrei nenhum analista que não acreditasse que a determinação do governo iraniano e seu desejo por armas nucleares não fossem aumentar consideravelmente se o Irã for atacado”, diz ele.
E um ataque militar pode aumentar o apoio ao aiatolá Ali Khamenei.
Ele diz que o governo americano acredita que após um ataque israelense “os iranianos vão empurrar seu programa nuclear ainda mais clandestinamente, sair (ou ameaçar sair) do Tratado de Não-Proliferaçao, chutar os monitores da Agência Internacional de Energia Atômica e se dedicar a conseguir uma bomba”.
“Como dizem alguns comandantes militares americanos, bombardear o Irã é o meio mais rápido de assegurar a bomba iraniana”, diz ele.
Parsi, que preside também o Conselho Iraniano Americano Nacional, diz que um evento do gênero teria implicações dentro do Irã.
“O regime é muito impopular e as feridas causadas pelas violações de direitos humanos desde as eleições de 2009 ainda estão abertas e sangrando.”
“Mas um ataque ao Irã, especialmente se tiverem muitas vítimas civis, deve unir facções contra um agressor externo. Isto já aconteceu em 1980 com a invasão de Saddam Husseim ao Irã,” diz.
Este pensamento deve inspirar cautela nos políticos ocidentais e israelenses, que de tempos em tempos flertam com a ideia de mudança de regime no Irã.
Tudo sugere que mesmo um ataque militar israelense bem-sucedido contra o Irã apenas atrasaria o programa nuclear do país em alguns anos.
O ataque pode ainda consolidar no Irã o desejo por armas nucleares. Pode unir a população em torno do regime. E as consequências regionais de qualquer ataque seriam consideráveis. Na pior das hipóteses, precipitaria um conflito no Golfo e nas fronteiras de Israel.
Não surpreende portanto que a administração Obama pareça tentar dissuadir Israel de qualquer ataque, pelo menos agora.
Muitos analistas acreditam que as sanções ainda podem funcionar no sentido de levar o Irã a buscar uma solução diplomática.
Vocês se pegaram nos meus 100 homens por foguete e esquecem do principal que é a falácia do Irã ter 2000 mísseis MRBM.
Esqueçam minha conta de padaria e meus 200.000 homens para operá-los, armazená-los, mantê-los, vigiá-los, defenderem, etc, e concentrem-se no cerne do meu comentário e não nos entretantos.
O cerne do meu comentário foi duvidar que seja viável a um país como o Irã ter 2000 mísseis MRBM, sendo que todos os outros países do mundo têm menos de 450.
O Brasil que é a 6ª economia do mundo, às custas da iniciativa privada, devo salientar, só tem 20 lançadores de foguetes de saturação Astros II, com 35 km de alcance e duvido que o EB tenha menos de 2000 homens para operá-los todos. A operação de mísseis MRBM de combustível líquido como o Shahab 3 exige uma infraestrutura imensa, quase tão grande quanto a de lançar um VLS. Imaginem 2000.
Se houver algo em torno de 200 Shahab 3 em operação no Irã, que é o mais provável, duvido que não haja uma quantidade significativa de homens para operá-los,e não me surpreenderia se fosse algo em torno de 20.000.
Mas se acreditar em 2000 ou 150.000 de algum modo lhes traz algum conforto ou sentimento de satisfação, fiquem a vontade.
ALEXANDRE
Ótimos comentários.
“Heber,
O que esse seu primo inteligente tem a dizer sobre quem vai ganhar o BBB?
rsrsr
Oh primo do sabe-tudo, claro que eu chutei meus números porque eu não fiz a conta que esse seu primo astronauta fez, mas foi só pra deixar claro que 2000 mísseis de médio alcance para um país como o Irã é um absurdo, principalmente se todos forem lançados num curto espaço de tempo a fim de saturar as defesas israelenses.
Se você não sabe, oh primo do ET, cada Shahab 3 é abastecido momento antes do lançamento porque ele é de combustível líquido não armazenável.
Faz seu “amigo” do ITA fazer as contas:
1 motorista do caminhão que leva o combustível
1 operador do caminhão que leva o combustivel
1 motorista do caminhão que leva o carburante
1 operador do caminhão que leva o carburante
1 motorista do lançador móvel
1 operador do lançador móvel
ete, etc, etc….
Multiplica isso tudo por 2000 e vai ver que chega perto de 200.000 homens. Uma média de 100 cabra por foguete.
Quanto a custar todo o programa de 2000 MRBM só 5 bilhões de dólares, fala pro seu playboy da força aérea que ele esqueceu que no custo tem que ser computado os locais de armazenamento, a vigilância do espaço aéreo, os depósitos de combustíveis altamente inflamáveis, as carros do corpo de bombeiro, rsrsrs, o salário do pessoal todo, etc, etc, etc.”
E mais uma vez voce revela absoluto desconhecimento de como funciona esses calculos(agora ele vai correndo no google pra ver se acha a resposta).
Somente EUA e Russia e futuramente a China sao capazes de lancar 2 mil misseis balisticos em um unico dia.
E mais, os custos por voce citado em pessoal, bases, etc, sao os chamados “custoso fixos” ou “custos de manutencao” do sistema defensivo e nao sao custos de aquisicao como eu citei.
Uma boa compreensao de texto nessa hora ajuda viu.
Nao e preciso ter um “exercito particular” somente para proteger os lancadores e os misseis nao.
As bases estao perto de batalhoes de infantaria e tambem de bases aereas.
Os maiores custos ficam mesmo para os silos de lancamentos desses misseis.
Um missil balistico movido a combustivel liquido demora em media 3 horas para ficar pronto pro lancamento e como eu citei, se um pais possui 100 TELS, ele sera capaz de lancar no maximo 100 misseis por vez.
Entao o calculo a ser feito NAO e sobre 2 mil porque um missil que esta no estoque nao precisa de um soldadinho que durma ao lado dele apenas para vigia-lo, mas fica dentro de um bunker aonde existem( no cado do Ira) entre 10 e 40 misseis devidamente armazenados.
Quanto a vigilancia do espaco aereo, quer dizer entao que um pais so vai ter uma forca aerea e todo um sistema de defesa anti-aereo se tiver misseis balisticos pra proteger?
Quer dizer entao que agora ate o custo de manter a soberania do espaco aereo deve ser incluido nessa conta?
Isso que voce disse e uma piada ou foi serio mesmo?
Mais uma vez repito, esses custos por voce citado fazem parte dos custos fixos e nao parte dos custos de aquisicao de todo o sistema e lembre-se de um detalhe: os custos da mao de obra no Ira sao bem menores do que no Brasil, imagine entao em relacao aos EUA e mais, eles tem economia de escala porque estao produzindo esses sistemas desde 1998.
Alexandre, você realmente acha que Israel não pode com Iran? Israel pode ser pequeno mas tem as melhores forças armadas do Oriente Médio e ótimos estrategistas. E só procurar saber mais sobre as guerras que Israel já esteve envolvido, principalmente a dos 6 dias e Yom Kipur. Enfrentaram forças 3 vezes maior de uma coalizão de vários países. E venceram.
Como o Bosco disse, o que impede uma ação agora é a distancia, de mais de 1000 Kilometros e toda a logística necessária para isso já que para chegar até o Iran seria necessário passar por outras regiões hostis.
Quanto a quantidade de misseis em discussão também pesquisei em alguns sites que mostram o número do qual o Bosco expôs de 12 a 15 misseis por ano de produção desde 1998 o que faria até agora com que o Iran já tivesse cerca de 200.
Agora as contas sobre os militares envolvidos nenhuma das contas faz sentido, nem o Bosco nem o Gênio ET pois pelo que me parece as contas levam em consideração um lançamento simultâneo de todo o arsenal o que acho ser improvável. De qualquer forma só saberemos da verdade em caso de um conflito real. Sds.
muitos ainda estão falando em armas convencionais certo e as armas sujas ?
o irã ja tem
hezbollah + urânio = igual a arma química.
o míssil sejil ja chega em israel se botar a metade que o irã diz ter eles tão bem melhor do que agente ahahahah.
Analfabeto disse:
“R22 disse:
10/03/2012 às 00:53
Alexandre, você realmente acha que Israel não pode com Iran? Israel pode ser pequeno mas tem as melhores forças armadas do Oriente Médio e ótimos estrategistas. E só procurar saber mais sobre as guerras que Israel já esteve envolvido, principalmente a dos 6 dias e Yom Kipur. Enfrentaram forças 3 vezes maior de uma coalizão de vários países. E venceram.
Como o Bosco disse, o que impede uma ação agora é a distancia, de mais de 1000 Kilometros e toda a logística necessária para isso já que para chegar até o Iran seria necessário passar por outras regiões hostis.
Quanto a quantidade de misseis em discussão também pesquisei em alguns sites que mostram o número do qual o Bosco expôs de 12 a 15 misseis por ano de produção desde 1998 o que faria até agora com que o Iran já tivesse cerca de 200.
Agora as contas sobre os militares envolvidos nenhuma das contas faz sentido, nem o Bosco nem o Gênio ET pois pelo que me parece as contas levam em consideração um lançamento simultâneo de todo o arsenal o que acho ser improvável. De qualquer forma só saberemos da verdade em caso de um conflito real. Sds.”
Filho, LEIA o que eu escrevi, quem sabe voce nao aprende alguma coisa.