O contra-almirante Ali Fadavi, comandante naval da Guarda Revolucionária Iraniana, disse que as manobras no Golfo Pérsico e no Estreito de Ormuz em fevereiro seriam diferentes dos exercícios anteriores, mas não deu mais detalhes, segundo comentários divulgados pela agência semioficial de notícias Fars.
“Hoje a República Islâmica do Irã tem o domínio total da região e controla todos os movimentos dentro dela”, afirmou.
Cerca de um quinto de todo o petróleo utilizado no mundo é transportado no Estreito de Ormuz. O Irã chegou a ameaçar, na semana passada, que fecharia o estreito, caso o Ocidente adotasse mais sanções econômicas contra o país persa, deixando o mercado petrolífero tenso.
Depois de ter feito a ameaça, o governo iraniano voltou atrás. Um alto oficial da Marinha, almirante Mahmoud Mousavi, afirmou que o país não pretende fechar a importante rota marítima que vai do Golfo Pérsico para os países ocidentais.
Porém, na terça-feira, o Irã afirmou que tomaria alguma medida se a Marinha dos EUA transportasse um porta-aviões para o Golfo. O Departamento de Estado norte-americano, no mesmo dia, disse que as constantes ameaças do país persa eram uma prova de que as sanções econômicas adotadas começavam a incomodar.
O Irã realizou um exercício de 10 dias que terminou na segunda-feira no estreito. Oficiais militares afirmaram que o objetivo era mostrar o talento do Irã e sua capacidade de defesa.
Os exercícios, que incluem testes de mísseis, foram realizados em meio às críticas internacionais sobre o programa nuclear iraniano. O Ocidente acredita que o programa do país tem intenção de desenvolver armamentos nucleares, o que Teerã nega.
Recentemente os Estados Unidos endureceram as sanções contra o Irã, proibindo transações com o Banco Central do país. A crise quanto à suposta intenção militar do programa nuclear iraniano piorou quando a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgou um relatório no qual afirmara, pela primeira vez, que o país trabalha para obter armas nucleares.
O Conselho de Segurança da ONU já aprovou quatro rodadas de sanções contra o Irã por se recusar em suspender o enriquecimento de urânio.
Com AP e Reuters
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