Brasil: sem ânimo para liderar a Celac, que observa com cautela

Presidente brasileira,Dilma Rousseff

Por Javier Tovar | AFP

O Brasil não se perfila, no momento, como país líder e dominante da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Ao contrário, observa com cautela e à distância a sua formação, dando prioridade à União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que reúne seus aliados regionais mais próximos.

Embora a presidente Dilma Rousseff tenha classificado de “muito importante” e “histórico” o lançamento da Celac, deixou Caracas na manhã deste sábado, não permanecendo para o segundo dia da reunião de cúpula, em que os estatutos eram aprovados. Ontem, ela participou da sessão de abertura da Celac, órgão formado por 33 países das Américas, e que exclui Estados Unidos e Canadá.

O Brasil possui a economia mais importante da América Latina, e é um influente ator político da região, principalmente da Unasul, cuja criação ajudou a promover. Formada por 12 países, a Unasul reúne os principais aliados do Brasil na região, e já mostrou resultados satisfatórios na solução de conflitos, como a ruptura temporária das relações diplomáticas entre Colômbia e Venezuela em 2010.

“Temos primeiro que deixar o organismo (Celac) funcionar por algum tempo”, avaliou nesta sexta-feira, em entrevista coletiva, o subsecretário do Brasil para Assuntos da América do Sul e do Caribe, José Antônio Simões.

O subsecretário disse ainda que, apesar do fato de que esta primeira reunião aprovará uma cláusula democrática para a Celac, o Brasil prevê que prevaleçam as cláusulas sub-regionais, como a da Unasul. “A cláusula da Unasul vai além, e não podemos diluí-la. Quando se aumenta o número de países (em um bloco), os compromissos não podem ser tão fortes.”

O Brasil é a favor de que a Celac comece a funcionar com uma “estrutura leve”, sem uma secretaria executiva ou orçamento próprio. “Achamos que não é importante no momento”, indicou Simões, embora vários países do novo bloco tenham discordado, como Venezuela e Panamá.

A Unasul foi criada formalmente em maio de 2008, em Brasília, e é formada pelos 12 países do subcontinente. Desde então, vem se pronunciando como bloco sobre temas como a crise global, tomando, inclusive, providências comuns.

“Não acho que essa reunião tenha nada de significativo, iniciativas duradouras a longo prazo. Não parece haver propostas concretas. A Unasul vai mais além do que a Celac, tem uma estrutura, e seus membros têm realidades mais homogêneas do que a da América Latina e do Caribe como um todo”, explicou à AFP Peter Hakim, presidente emérito do instituto de análise política Diálogo Interamericano.

Hakim acredita que o Brasil não pretende se impor como protagonista da Celac, “apesar de seu prestígio crescente, poder e riqueza. Somente se os outros países pedissem seria possível, mas acredito que nenhum país irá liderar, como nenhum país domina a União Europeia.”

A Celac é um órgão herdeiro dos fóruns da Reunião de Cúpula da América Latina e do Caribe e do Grupo do Rio, e começou a ser gerada durante uma reunião de cúpula no Brasil, em 2008.

“O Brasil é o maior, mais populoso e mais rico país da América Latina, e, certamente, terá uma participação ativa no novo bloco. Mas ao contrário dos Estados Unidos, não pretende impor sua política regional através do intervencionismo”, estimou Giorgio Romano, professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC.

Fonte: Yahoo

10 Comentários

  1. O Brasil é muita coisa mas não é BESTA, e esta na cara que esta Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) não passa de mais uma “fanfarronice chavistica bolivariana” para esculhambar com os americanos e não é intenção do Governo Brasileiro se indispor mais do que já foi com os Estados Unidos.

  2. Só lembrando..
    “Quando D. João VI retornou à Portugal com sua corte, sob pressão dos nobres portugueses e das casas reais européias; foi a contragosto, mas deixou aqui seu filho com uma recomendação muito peculiar e oportunista: “- Pedro, meu filho! Ficas nesta terra maravilhosa. Há muitos interesses entre Portugal e Brasil e maiores interesses de outras nações nesta terra. Se o Brasil tiver de ser independente, que seja por tuas mãos. Vá e proclama essa independência. Toma a coroa para ti antes que um aventureiro lance mão!” Estava simplesmente se referindo a Simón Bolívar que era o AVENTUREIRO da época..

  3. O Brasil tem que ser bailarino nessa história, não dizer não e também não dizer sim!Tudo que for pra aproximar os latino americanos é bom desde que sejamos a cereja do bolo é claro!

  4. Symon..pra que postar eu alguma coisa voce disse tudo. Esse “orgao’ e mais um projeto bolivariano antiamericano. Esses comunistas enrustidos so pensam em culpar os EUA pr todas a malezas e incompetencias de sua ideologia. Venezuela tem inflacao de 30% ao ano, a agricutura esta sendo dizimada, e Chavez esta tornando um pais ditatorial com eleicoes. Quando o Prefeito de Caracas foi eleito e era contra Chavez ele simplesmente nao forneceu mais dinheiro federal a Caracas. No caso Chavez simplesmente criou uma administracao acima do prefeito.Ditador de meia tijela e assim mesmo. Banana Republic.

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u627211.shtml

  5. Esses organismos sulamericanos têm objetivo oculto de usar recursos de todos os países para formar um exercito com mentalidade bolivariana e se contrapor aos USA. Isso se a corrupção não desviar boa parte! O BRASIL tem de estar fora dessas que envolvam doação de recursos da união para esses comunistoides. Que se use os recursos da união para equipar nossa defesa sem curvarmos ideologias implantadas em repúblicas das bananas vizinhas que estão quebradas e querem nos sugar. Nós somos metade desse grupo economicamente e nos tornaremos ainda maiores no futuro. Se quiserem compartilhar recursos nossos, se torne estado brasileiro e comessem a falar português…

  6. Ai gente… eu canso de falar que tem países que tem de aprender com nossa diplomacia… tem gente que insiste que o brasil é fraco, não tem consistencia em suas posições….
    Mas nós sabemos a hora de entrar e sair de cena… Não acho essa posição brasileira como sendo uma repulsa á CELAC… ela simplesmente está com uma crise ministerial intensa, fora a imensidão de coisas que essa mulher dilma deve fazer ao mesmo tempo.
    .
    Outorgamos a CELAC isso irá futuramente nos beneficiar e naturalmente emergiremos como lideres… claro que não somos unanimidade na america do sul alguns ficam receosos que cresçamos os utilizando como meras peças e não como paises parceiros, como foi feito por décadas pelos EUA.
    Se a gente ficar botando a cara em tudo e sorrindo pra todo mundo, vai parecer que estamos mais preocupados em passar nossa boa imagem e que não temos problemas internos para resolver. INCLUSIVE ESSE FOI O GRANDE ERRO DO LULA.
    Proativismo e liderança são bons… mas se não forem dosados, acabam criando conflitos internos e externos cedo ou tarde…
    A dilma ta tentando corrigir algumas burradas do Lula.. e ta conseguindo.. parabéns a ela, e a seus assessores de imagem e seus marqueteiros políticos… Um bom líder precisa saber quando se retirar e quando entrar em cena….

  7. Meuuuuuuu deus!Quando foi que esta naçao realmente teve animo pra qualquer coisa a nao ser carnaval e futebol ?DEpois nao culpe o falido tio san por nossas desgraças,desgraças estas que irao piorar porque se o brasil nao preencher este espaço,a china entra sem fazer c. doce!

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