AMERICA LATINA – Projetos na área automotriz e de gás e petróleo poderão ser aprovados na Cúpula do Mercosul

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Luiz Antônio Alves
Correspondente da Agência Brasil na Argentina

San Juan – Técnicos brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios estão reunidos desde a manhã de hoje (1°), divididos em grupos setoriais, para discutir acordos técnicos que deverão ser aprovados na 39ª Cúpula do Mercosul. A reunião começa oficialmente amanhã (2), na cidade de San Juan, no Oeste da Argentina.

Um desses grupos é o de integração produtiva, um dos mais novos criados no âmbito do Mercosul por determinação dos presidentes dos países que compõem o bloco. O objetivo é acelerar e aprofundar os esforços para que o Mercosul esteja cada vez mais articulado na produção de bens e serviços.

O negociador brasileiro no Grupo de Integração Produtiva do bloco é Reginaldo Arcuri, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele disse à Agência Brasil que, ao compartilhar suas estruturas industriais e desenvolver tecnologias comuns, um bloco econômico como o Mercosul amplia e melhora o grau de consolidação dos processos de integração.

Ao longo de um ano e meio de sua existência, o grupo apresenta alguns resultados concretos. É o caso de um portal destinado aos empresários do bloco e dos projetos discutidos nas áreas naval, aeronáutica e fitossanitária. Entre eles, dois terão destaque na reunião de San Juan.

Reginaldo Acuri disse que são projetos extremamente importantes porque se referem à preparação de pequenas e médias empresas do Mercosul para que elas possam estar cada vez mais integradas, entre si e com as empresas âncoras de duas cadeias produtoras essenciais para o Mercosul. A primeira delas é a automotriz. Segundo o presidente da ABDI, é nesse setor em que o Mercosul está industrialmente mais integrado.

Ele destacou que, como todas as montadoras são estrangeiras, “é extremamente importante que os fornecedores de autopeças dos nossos países possam, cada vez mais, acompanhar o desenvolvimento tecnológico, sendo capazes de fornecer para as montadoras, entrar na rede de fornecimento mundial de autopeças e se articular melhor”. Acuri destacou que “ganhar escala e densidade empresarial” é decisivo para que os países sejam competitivos na cadeia produtiva.

O segundo projeto em análise hoje pelo Grupo de Integração Produtiva, e que poderá ser aprovado amanhã, refere-se ao setor de gás e petróleo. “A Argentina tem uma produção tradicional, o Brasil também. O Brasil, com as reservas do pré-sal, sem dúvida irá para um outro patamar na sua escala e na sua importância mundial. Há uma infinidade de bens e uma infinidade talvez ainda maior de serviços que podem ser desenvolvidos na cadeia de gás e petróleo”, disse Acuri.

De acordo com ele, os dois projetos – o automotriz e o de gás e petróleo – são importantes para preparar as indústrias dos países do Mercosul “de modo que elas estejam integradas e possam compartilhar os processos de produção”.

Cada um dos projetos, segundo o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, poderá receber financiamento de US$ 2,5 milhões do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), criado em 2004 para financiar ações comunitárias no bloco.

O Focem financia projetos destinados à construção de pontes, redes de transmissão de energia, estradas e saneamento, entre outros. Será a primeira vez em que o fundo destinará recursos a projetos específicos de integração industrial do Mercosul, se eles forem aprovados.

Edição: Juliana Andrade

Fonte: Agencia Brasil

2 Comentários

  1. Devemos pensar na situação de conflito que temos hoje no mundo e o quanto esse plano do Mercosul prejudicaria os interesses de outras nações. Estados Unidos ja tem planos de atacar o Irã a qualquer momento, Estados Unidos querem mostrar do que são capazes para os norte coreanos, Estados Unidos estão de certa forma relacionados com a crise Colômbia/Venezuela e por aí vai. Aliado á essas efervescências americanas mundo á fora e aqui na região latina, os projetos energéticos do Mercosul precisam tomar cuidado para não virar alvo dos interesses americanos também e de outras nações potentes, ja que tratou-se até de montadoras.

    Se bem que, tudo que envolva energia, riquesa natural e outros bens indispensáveis para uma nação dominante não seria surpresa a cobiça daqueles países. Se o aperfeiçoamento tecnológico das auto peças começarem á trazer perdas para as montadoras, elas vão reagir acusando o Mercosul de sabotagem, espionagem etc. Daí para uma tentativa de conflito já é um bom começo. Se por um punhado de terra o Reino Unido se pegou com a Argentina, o que dirá se negócios de bilhões de euros ou dólares forem prejudicados?

    Assim como um ataque ao Irã é considerado prejudicial ao Oriente Médio, uma interrupção desses processos de integração do Mercosul pode causar consequências comprometedoras ao bloco, até porque existe um fundo de financiamento em comum trazendo prejuízos na economia de cada participante se houver algum problema. Talvez o PEAMB e outros programas nacionais das forças armadas tenham mais uma tarefa a cumprir. Agora á nível continental, juntamente com a participação dos outros países da região, claro. Lembrando que a END também considera um bom relacionamento com nossos vizinhos. Então, não é exagero considerarmos essa hipótese das forças armadas brasileiras atuarem em defesa de interesses regionais, até porque, as forças federais existem justamente para defenderem os interesses do Brasil, no caso, a produção energética.

    Construção de pontes, redes de transmissão de energia, estradas, saneamento etc são fatores estratégicos de deslocamento, comunicação, suprimentos etc. E ainda envolve toda a riqueza natural da região no meio desses interesses todo. Se essas operações forem prejudicadas o povo sai enfraquecido, assim como a Alemanha tentou fazer com a Inglaterra, interceptando suas necessidades básicas para que se fragilizassem até que lhes restassem a rendição.
    Bom, é uma análise considerável por tudo o que estamos acompanhando nos próprios sites de defesa. Boa sorte ao Mercosul.

  2. O Brasil tem um papel e suma importâcia na região;pois é uma questão estratégica para nós.
    Se o Brasil,quer ter um mercado forte,necessariamente deverá investir nos países da região;criando novos parceiros amigos.
    Na vida o que sobra, são os resultados das nossas ações,se fazemos amigos ou inimigos;são as nossas ações que dirão, e a melhor herança são as amizades que fazemos.
    Vejam só o exemplo dos EUA;quando terminar o sue reinado,o que restará a eles além da frustração.

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