Por Hernán Casciani
Com uma inteligente política de intercâmbios de peças de reposição aeronáuticas dentro da região, o Brasil continua se fazendo de material militar em desuso que ainda pode ser reutilizado mediante algum tipo de modificação. O primeiro intercâmbio que se tem notícia é o que se encontra em plena execução com a Força Aérea Argentina, no qual esta última entrega partes de seus cinco aviões Boeing 707 (partes e peças que totalizam 20 toneladas) em troca de componentes do Mirage III desativados pela Força Aérea Brasileira (FAB) com a chegada dos Mirage 2000.
Uma operação similar foi realizada com o Paraguai quando, em troca de cinco motores do Embraer EMB-326GB Xavante e um Boeing 707 remanescente da Força Aérea Paraguaia (FAP) foram entregues três Embraer EMB-312A Tucano da FAB. Agora acaba de ser conhecido um novo intercambio, desta vez com a Marinha Uruguaia, que vai entregar uma aeronave Grunman S-2G Tracker matrícula A-854 e um lote de peças em troca de recolocar e manter em serviço um helicóptero Helibras HB-55 Esquilo, vendido a um preço simbólico pelo Brasil e que está baixado devido à falta de recursos para sua manutenção, avaliada em US$ 800.
A Marinha do Brasil já está há algum tempo interessada em conseguir um lote de seis Tracker em bom estado para instalar novos motores. Deste modo, se transformariam em S-2T (similares aos que estão em serviço no Comando de Aviação da Marinha Argentina) com motores Honneywell TPE 331-14GR no lugar dos originais e instalação de novos aviônicos e eletrônica. Três deles seriam configurados para transporte de carga e passageiros e outros três configurados para alerta antecipado, sendo que uma delas poderia ser facilmente reconfigurada para realizar reabastecimento em voo dos A/F-1 e ser embarcada no navio-aeródromo São Paulo.
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