Lula foi bem em Israel

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O ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, classificou a visita de Lula de sucesso. Vá entender. Lieberman é aquele que se retirou na segunda-feira da reunião do Knesset (o Parlamento israelense) antes da sessão em homenagem ao presidente brasileiro num gesto de protesto.

Ele declarou que “a visita foi um sucesso, com encontros bem-sucedidos e frutíferos”, para fazer a ressalva de “que existem regras do Ministério do Exterior que devem ser respeitadas”.

“(As autoridades brasileiras) recusaram-se a visitar o túmulo de (Theodor) Herzl desde o começo. E um homem que se nega a visitar o túmulo de Herzl e vai depositar flores no túmulo do (líder palestino Yasser) Arafat é coisa que não posso aceitar.”

Lula fechou sua visita, a primeira de um governante brasileiro à região em mais de cem anos, indo ao Yad Vashem, o impressionante Museu do Holocausto – monumento dedicado à história do genocídio de 6 milhões de  judeus europeus pelas tropas do líder nazista alemão Adolf Hitler na 2ª Guerra (1939-1945). E lá declarou que “ o mundo nunca mais, nunca mais deve permitir que (isso) aconteça”.

Em momento algum foi submetido a rolo compressor para juntar-se aos países que se opõem à ambição do Irã de ser potência atômica. Apenas ouviu pedidos para que use sua influência e a do Brasil para que o Irã desista desse plano.

Lieberman, que não é das pessoas mais delicadas que se conheça, foi criticado na mídia por seu protesto contra Lula. Herzl foi o jornalista judeu austríaco que em fins do século 19 escreveu um livro dizendo que só num Estado próprio seria resolvida a questão judaica, a das perseguições. O livro deu origem ao sionismo político entre lideranças de judeus europeus que levou 50 anos para culminar na criação do Estado de Israel.

Incrível. A visita prosseguiu num contexto de choques entre árabes palestinos e a polícia de Jerusalém. O “Dia de Fúria” não foi ouvido nem visto pela missão brasileira. Teria tido participação de apenas 500 jovens árabes pelo país. Policiais e manifestantes sofreram leves ferimentos. O fracasso pode ter resultado de medidas preventivas adotadas.

“Não foi início de uma rebelião árabe”, disse o chefe de polícia. Mas as medidas que implicam em estado de alerta serão mantidas até sexta-feira. O sétimo dia da semana do calendário muçulmano atrai muitos milhares para as mesquitas. É precaução para impedir que choques mais violentos ocorram, explica-se.

Lula deve dormir nesta terça-feira em Belém da Natividade, cidade palestina. E quarta-feira segue para Ramallah, capital de Autoridade Nacional Palestina.

Nahum Sirotsky, correspondente iG em Israel

10 Comentários

  1. Stop the Wall releases two reports on Brazil’s complicity with Israeli wars and occupation.
    Latest News, Palestinian Grassroots Anti-Apartheid Wall Campaign, March 16th, 2010

    Stop the Wall Org has issued today a briefing ‘Brazil’s economic and military relationship with Israel’ asserting that – if Brazil continues along its current political path -, it will effectively close off every possibility for the country to be an agent of just peace whether in the region or in the Middle East.

    Brazil’s refusal to reject the Mercosur-Israel Free Trade Agreement and the growing Brazilian arms trade with Israel cannot be reconciled with effective support for human rights and peace.

    To further underline the gravity of our concerns, Stop the Wall has also published today a new report ‘Buying into occupation and war – The implications of military ties between South America and Israel’, which shows how Brazil is gearing up to become the gateway for Israeli military technology and companies.

    In this report we detail the military ties between South American countries and Israel and highlight that developing such a relationship with Israel will have serious negative effects for Brazil, as it:

    * Links the success of Brazil’s economic development to ongoing conflict and repressive actions by governments in the region and beyond.
    * Ties Brazil closer to the Israeli occupation and make it more complicit.
    * Risks supporting destabilizing factors within South America

    Through the Stop the Wall Campaign, the farmers losing their lands to the settlements and the Wall and standing steadfast against this dispossession, send their message to President Lula da Silva: It is unacceptable to forge trade agreements with a country whose companies intrinsically profit from the settlements and the occupation. It is shocking to see Brazil rewarding the companies who build the Wall and the weapons that kill us with more and more arms deals.

    In the end, Brazil must decide between dealing with Israel and its weapons or standing with the Palestinian people, between human rights and democracy or cutting military ties with Israel.

    http://stopthewall.org/downloads/pdf/STWbrazil2010.pdf

  2. Quanto ao site está no meus favoritos, desde o primeiro acesso, quanto ao atual presidente voto nele desde que, a elite e seus prepostos me diziam que ele ia tomar minha e que comia criancinhas.

    Risos muitos risos.

    Bye Bye Serra!

    • Nascimento, muito obrigado pela preferência, porem gostaria de pedir um favor, reconsidere os comentários sobre preferências políticas, peço a todos do blog que não faça alusão as suas preferências pois vez por outras isso sempre acaba em confrontos pessoais como você deve estar acostumado a ver em outros blogs.
      Conto com sua participação e compreensão.
      SDS
      E.M.Pinto

  3. Esse ministro das Relações Exteriores de Israel deve ser um tipo mais para estriônico, cinematográfico, e que se sente à vontade fazendo-se mais aparecer nos jornais pelas suas atitudes mirabolantes que nos bastidores da diplomacia. Quais seriam seus modelos : Kissinger?… Kouchner?…

  4. Bem Bem… parece que alguém(ou alguns) do alto escalão chamou a atenção do cidadão Lieberman para que fosse mais diplomático conosco e com os nossos representantes, agora faltam somente as desculpas oficiais ou públicas do elemento………. estamos esperando !!!

    POW Claudio, esta “ONG” está pregando sempre a mesma doutrina de guerra, ou está conosco ou contra de nós, isso parece demonstrar que de “não Governamental” tem pouco esta ONG que postaste, mas vale sempre a pena ver os dois lados da medalha!

    Espero somente que este dissenço não se transfome em ódio contra de nós, mas duvido muito disso devido ao alto número de Arabes e palestinos que vivemno Brasil, eu mesmo cresci com muitos deles na escola e na vizinhança de casa, e o mesmo com alguns judeus, e não me lembro de casos de ódio entre eles e conosco em Goiânia, pelo menos nunca fui testemunha ocular disso.

    Talvez por todos se considerarem brasileiros e verem este conflito como uma coisa distante ou ainda como coisa do passado(parentes imigrados), pode ser, a realidade aqui é bem diferente, mas lembro bem que eles iam vizitar os parentes lá no O.M. indo no mesmo avião até lá, disso sim me lembro bem, pois rachavam o Taxi até o aeroporto!!!!

    Vale!!

  5. ‘Gafe’ seria Lula homenagear Herzl

    ‘Gafe’ seria Lula homenagear Herzl

    O blogueiro de José Serra Ricardo Noblat noticiou “em primeira mão”, na noite de ontem, a informação de que Lula, em visita a Israel, teria cometido “mais uma gafe” por ter se recusado a depositar flores no túmulo de Théodor Herzl, fundador do movimento sionista, que criou o Estado de Israel. Foi o que bastou para a horda de trolls do tucano invadir a internet com uma versão inexplicável dos fatos, o que requer esclarecimentos.

    O Sionismo visou estabelecer o Estado judeu na Palestina, onde havia e continua havendo uma população autóctone. O sonho de Herzl, um judeu húngaro, era o de fazer valer uma espécie de “direito ancestral” do seu povo através de colonização de terras. Os arquivos dos sionistas dizem que eles acreditavam que a população nativa da Palestina, como resultado desta colonização, simplesmente “montaria as suas tendas e fugiria”. E, se resistisse, seria defenestrada e ponto final.

    O processo começou aos poucos, quando o primeiro assentamento sionista na Palestina nasceu e um pequeno grupo judáico imigrou para lá em 1882. A força econômica sionista continuou cravando assentamentos na região. O objetivo era fazer uma lenta e progressiva limpeza étnica que expulsaria os palestinos. Uma “limpeza” que dura até hoje.

    O escritor anglo-judeu Israel Zangwill, um dos líderes do Sionismo inglês, dizia que a Palestina era “uma terra sem povo para um povo sem terra”, ou seja, para o povo judeu. Os 410.000 palestinos (muçulmanos e cristãos) que viviam ali eram considerados um mero detalhe.

    Alguns historiadores entendem que a liderança sionista não quis dizer que não havia pessoas na Palestina, mas que os palestinos não seriam dignos de ser considerados um povo. Os sionistas realmente acreditavam que a região em que fundaram Israel pertencia exclusivamente ao povo judeu por herança histórica e que os que ali viviam seriam intrusos.

    Aí vem a azeitona da empada: Theodor Herzl escreveu, em 1895, que a solução seria mandar os palestinos, “sem nem um tostão”, para além das fronteiras da Palestina e que o processo de remoção deveria ser realizado “de forma discreta”. Israel Zangwill reforçou dizendo que “dar um país a um povo sem país” seria “loucura”, e que não se poderia permitir que aquele fosse “um país de dois povos”.

    Para os palestinos, os quais Lula irá visitar na viagem que ora empreende, homenagear seu algoz seria um insulto. Como homenagear o artífice do sofrimento desse povo e depois visitá-lo? Espero, pois, que o presidente não ceda às pressões e se atenha a contatos diplomáticos com os israelenses. Gafe ele cometeria se tivesse homenageado o carrasco do povo palestino.

  6. Caro E M Pinto,

    Eu já percebi na prática, que isso traz problemas
    Não se repetirá.

    Motivo pelo qual peço que aceite minhas desculpas.

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