O governo brasileiro poderá desenvolver programas de cooperação com os dois países árabes, que manifestaram interesse em políticas brasileiras durante reunião ministerial realizada em Brasília.
Sugestão: Gérsio Mutti
Alexandre Rocha alexandre.rocha@anba.com.br
Segundo Gabriela, os libaneses querem conhecer melhor as políticas brasileiras em prol da infância e dos idosos. “Eles já têm uma demanda específica”, declarou. Ela acrescentou que, efetivado o projeto, devem ocorrer missões técnicas para promover a troca de experiências entre as duas partes. Houve ainda um convite para o ministro brasileiro, que é neto de libanês, visitar o Líbano.
Já a ANP tem interesse em conhecer as políticas sociais brasileiras em geral. De acordo com Gabriela, o procedimento nesse caso envolve a realização de uma missão para expor todas as ações que o Brasil promove na área, para que depois o país interessado selecione aquilo que mais se encaixa em sua realidade. Só então o projeto de cooperação é lançado.
Ela disse ainda que o representante da delegação jordaniana na reunião ministerial manifestou interesse num programa de cooperação sobre o Bolsa Família, programa de transferência de renda que é o carro chefe das políticas sociais do governo brasileiro.
Sul-Sul
Para a secretária-geral assistente da Liga dos Estados Árabes para Assuntos Sociais, Sima Bahous, que participou do encontro, reuniões como a de Brasília são importantes para colocar lado a lado membros do primeiro escalão dos governos para troca de experiências, fazendo com que o processo de cooperação como um todo caminhe de maneira mais consistente.
Segundo Sima, a formulação de políticas de, e para, nações em desenvolvimento é mais indicada para as duas regiões do que a adoção de estratégias importadas de países com realidades diferentes. “É o melhor meio, pois os países em desenvolvimento entendem melhor sua própria situação”, disse ela, que ontem (04) visitou a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo.
Defensora da cooperação Sul-Sul, Sima destacou que árabes e sul-americanos têm muito em comum no que diz respeito aos desafios na área social, como pobreza, desemprego e a necessidade de políticas voltadas para crianças, jovens, idosos e deficientes. “Podemos trabalhar juntos para criar um futuro melhor e proporcionar mais qualidade de vida”, afirmou.
Ela ressaltou ainda a importância da imprensa e das tecnologias da informação na disseminação de dados sobre políticas sociais, o que pode viabilizar a “construção de pontes” entre diferentes países.
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