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Falta muita coisa com certeza. Mas há de se admitir que estamos saindo do período em que se libera a tropa ao meio dia por falta de rancho, para entramos em uma nova realidade.

Muita coisa é necessária, mas creio que estamos no caminho certo. Pelo menos estamos em um caminho. Coisa que a FAB, MB e o EB nunca tiveram antes. Pelo menos não nos últimos 20 anos.

Agora, vamos por parte, existem contratos comerciais, parcerias, desenvolvimentos que demandam tempo. É óbvio que este é um processo bem mais acima que meros preconceitos ideológico-partidários.

Existem financiamentos a serem negociados, aprovações a serem feitas, contratos a serem firmados, discuções de detalhes técnicos, etc.

Um Urutu III, ou Guarani, não vai sair da vitrine de uma loja. Existe todo um parque industrial a ser preparado para isto. Existe todo um ferramental a ser construído. Ferramental custa dinheiro e tempo. Qualquer um com o mínimo de conhecimento técnico industrial sabe disso.

A Villares, se não estou enganado, está preparando uma unidade para a produção de aços especiais para o Urutu III, ou Guarani, mas isso leva um tempo.

A compra dos caças é a mesma coisa. Não pense que ao se bater o martelo veremos dezenas de caças pousando em Anápolis, Santa Cruz ou qualquer outra base da FAB. Batido o martelo, passaremos para a negociação de n detalhes, transferências, etc. Mas o processo está andando.

E mais, pela primeira vez está andando sem uma baioneta dos EUA nas costas ditando a direção a seguir. Pela primeira vez estamos ignorando a opinião de terceiros e buscando o melhor para nós mesmos.

Quanto aos submarinos, tenho certeza que nenhum louco deve ter comprado passagem para o Rio de Janeiro quando do anúncio da seleção do submarino frances, com a esperança de fotografá-los adentrando na baía da Guanabara.

Este processo talvez seja o mais demorado de todos. Construir um submarino não é como discutir detalhes técnicos superficiais, por sinal, muito facilmente encontrados na rede. Esta máquina envolve muita tecnologia, know-how, investimento, etc.

Mas estamos no caminho certo. O que devemos temer são as garantias que o processo será continuado. O Exmo. Sr. Min. Jobim está fazendo um excelente trabalho. Eu muito o critiquei no início de seu trabalho, e antes até, duvidei de suas intensões.

Mas com muita humildade me dobrei ao seu trabalho, feito com extremo profissionalismo e competência. Infelizmente, por motivos diversos, ele se afastará no ministério e não creio que mesmo convidado novamente, aceite retornar. Espero estar extremamente equivocado neste ponto.

Mas, resumindo, temos um plano, vamos tocá-lo em frente. Mas este plano é para o Brasil e para os brasileiros, não é para um ou outro partido político ou para favorecer esta ou aquela empresa.

Seria muito bom se a Embraer pudesse fabricar um Raptor amanhã, mas se não pode, vamos criar alguém que o fabrique.

Seria bom que a Imbel fabricasse o melhor fuzil para o EB, e eles tem potencial para isto, mas se não podem, vamos fazer o que é melhor para o Brasil e para os brasileiros.

Claro, que como previsto no plano, o desenvolvimento e capacitação vão caminhar junto com as aquisições. Este é um projeto para o futuro, para que andemos com nossa pernas amanhã. Ter tudo na mão antes das eleições não tem mais lugar neste país.

Autor: Helder Pinto


4 Comentários

  1. Esta parte do Ferramental é crucial, mas tem na NET um bando de gente ignorante que sabe somente criticar sem saber patavina de produção industrial…

    Existem desenhos industriais que requerem maquinas completamente novas para serem implementados no mundo real… e então deve-se desenhar, fazer as peças, construir protótipo, testar o protótipo por um numero “X” de vezes por “Y” período de tempo.

    Depois que a maquina é pronta e devidamente testada, passa-se a tentar implementar o projeto inicial, aquele desenho de peça que falamos antes, se o protótipo de peça funciona como previsto pelos engenheiros, como por exemplo o desenho, o Design, o material com o qual será construído, o funcionamento com outros componentes que deverão ser fabricados ainda (algumas também exigem novas maquinas), e tem também o ponto de ruptura em ressonância, este ultimo existe em todos os materiais e não somente em copos de cristal como muitos pensam, e um tem ainda um grande ETC, ETC…
    Devido ao grande numero de “N” fatores, uma vez realizada a primeira peça daquele desenho que falamos, devemos fabricar também todas as outras, e colocar tudo junto na montagem do protótipo… isso tudo que falei em breve resumo, faz o avião, navio, carro armado, bicicleta, brinquedo, ser fabricado fisicamente.

    Isto é complicado é muito custoso. Um desenho industrial(peças) para produção em serie é ainda mais complexo… próprio por ser em serie (nem toda produçào é em serie) exige controles de qualidade ainda maiores, testes infinitos e grande quantidade de paciência, espírito combativo e bom humor… desistir rápido nem pensar!!!

    Mas neguinho na Net diz que é tudo fácil e que a unica pratica conhecida é da grana no bolsa, so coisa de corrupto, se escolhe algo diferente do que eles preferem ou recebem para defender, descem a ripa e fazem supostas crises de governo, ruptura entre militares e políticos… e alguns destes trabalham e jornais de grande porte nacional, como é possível este tipo de coisa? Vivemos em um país de cegos?? ou em um país de estúpidos???

    Desculpe o desabafo, mas espero que pelo menos o ponto que o Helder falou sobre produção tenha sido um pouco mais claro a todos.

    Valeu!!

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