Preocupado com impasse, Lula manda Amorim ao Irã

http://www.agenciabrasil.gov.br/media/imagens/2009/03/12/1622VC1632.jpg/image_media_horizontal

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sentenciava nesta terça-feira, em Berlim, que a Rússia e os Estados Unidos não têm “autoridade moral” para exigir que o Irã não produza armas nucleares, seu chanceler Celso Amorim conversava com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em Isfahan, a terceira maior cidade do país.

Desempenhando claramente o papel de mediador, Amorim levou a Teerã a preocupação do governo brasileiro com o possível abandono das negociações com o Ocidente e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Embora a viagem tenha constado da agenda de Amorim, o Itamaraty fechou-se a qualquer informação adicional. Sua assessoria limitou-se a explicar que o chanceler daria continuidade a “toda a pauta de conversas” travadas entre Lula e Ahmadinejad em Brasília, no último dia 23.

Boa parte dessa pauta foi consumida pela questão nuclear. Em especial, pela tentativa do presidente brasileiro de convencer o iraniano a manter o diálogo em torno do acordo de Viena, que possibilitaria a troca de urânio enriquecido no Irã em baixo teor (3,5%) por combustível nuclear vindo do Ocidente e impediria o desenvolvimento de armas atômicas no país.

Sob o temor de não receber o combustível nuclear do Ocidente, Ahmadinejad anunciou em Brasília uma contraproposta – estocar sua reserva de 1.200 quilos de urânio enriquecido na ilha Kirsch e enviar lotes de 400 quilos do produto cada vez que recebesse o combustível para o reator, que produz radiofármacos. Na quarta-feira, em Isfahan, o presidente iraniano advertiu publicamente que seu país não aceitará novas condições do Ocidente e vai enriquecer urânio a 20%.

Outra tarefa do chanceler em Isfahan seria desfazer o constrangimento causado pelo anúncio de que a Petrobras deixaria seus investimentos no Irã, feito poucos dias antes da visita de Ahmadinejad ao Brasil. Amorim deverá viajar uma vez mais ao Irã, no início de 2010, para preparar a visita oficial do presidente Lula ao país.

Fonte: Último Segundo

1 Comentário

Comentários não permitidos.