Israel e Estados Unidos se desentendem seriamente

Boa parte da Jerusalém atual foi construída em áreas conquistadas em 1967. A cidade reunificada por conquista militar e lei do Parlamento, o Knesset israelense, teve um primeiro prefeito, Teddy Kolleck, que nela promoveu a abertura de magníficas avenidas e ajardinou vastos espaços, embelezando cada canto do local. A cidade murada e antiga ganhou novos bairros e construções. Trabalhos de arqueólogos chegaram a desencavar a principal avenida de comércio dos romanos e foram restauradas inúmeras lojas, que voltaram a ser um centro comercial só que subterrâneo.

Gilo é um dos bairros novos construídos na cidade, expandida por uma arquitetura original. Em torno dele, veio à luz hoje um sério desentendimento entre Israel e Estados Unidos. A prefeitura da cidade autorizou 900 novos condomínios. O porta-voz da Casa Branca distribuiu a declaração de que o governo Obama “estava consternado”.

Bibi Netanyahu, chefe do governo de Israel, reagiu declarando “que se dispunha a reconsiderar a autorização de construções na Cisjordânia, a Margem Ocidental do Jordão. Mas que não aceitaria restrições a construções em Jerusalém”.

Gibbs, porta-voz de Obama, disse em um lamento que “em um momento em que nos empenhamos a promover a retomada dos diálogos de paz tal ação pode unilateralmente esvaziar nosso empenho”.

O caso Gilo surpreendeu, pois se imaginava que o bairro não ficava num espaço palestino, dizem os israelenses. É um bairro judeu. Sabe-se, porém, que isso foi discutido em várias oportunidades em encontros entre autoridades israelenses e americanas, na semana que passou. E acabou vazando por fontes não identificadas. Bibi teria dito aos americanos que uma coisa é adiar construções na Cisjordânia e outra em Jerusalém, a capital.

Os ingleses vieram em apoio aos americanos, dizendo que “um acordo possível tem de abranger uma ação de compartilhar Jerusalem com os palestinos. A decisão relativa aos novos condomínios em Gilo dificulta a solução do conflito, pois é território palestino. É errada.”

Saeb Erekat, negociador-chefe dos palestinos, por sua vez, qualifica a decisão como inaceitável e que “não adianta falar de paz”. Erekat é um dos dirigentes palestinos que tem dito que a ideia de uma solução de dois países morreu. O prefeito da cidade qualificou a reação americana de discriminatória. A lei israelense não permite diferenciar entre judeus e árabes. “A posição discrimina os judeus o que é proibido em qualquer país do Ocidente”, disse o prefeito.

Ele ainda afirmou que construções para árabes e judeus continuarão sendo autorizadas. A controvérsia é em torno de decisão da Comissão Municipal de Planejamento. Não se começou a construir coisa alguma. A cada dia mais se radicalizam as posições israelenses e árabe-palestinas. Talvez, se o gênio que vive na lâmpada de Aladim existisse, ele poderia conseguir promover um entendimento.

Pessoas normais não enxergam luz alguma no final do túnel de confusões e desentendimentos e nada além de escuros obstáculos, aparentemente, insuperáveis.

Fonte: Nahum Sirotsky, correspondente iG em Israel

2 Comentários

  1. É mt bopm ver os ianks levarem “trancos” do (s ) seu aliado no O.médio, mt mesmo, ver q o mesmo é o culpado por ñ sair do papel o “Estado Palestino”; é por motivo de expanção e anexção de terras palestinas criminosamente tomadas..é mt bom. Triste é ver o “caladão” do mundo Árabe .. Enquanto isso , morrem crianças Palestinas de fome , sede, e sem tratamentos médicos…Quanta covardia…Com aliados assim quem precisa de inimigos? Mt bom.

  2. Esta na hora de devolverem todos os territórios ocupados que eram dos palestinos ne?? já se passaram longas décadas depois que roubaram os territórios dos verdadeiros donos e criaram em contra-partida um “terrorismo” no mundo altamente agressivo em consequência.

    Isso seria uma enorme demonstração de boa-fé, seria dar um enorme passo para a paz mundial.

    Mudando o assunto, agora já demonstram a técnica habilidosa aperfeiçoada por anos e anos do “coitadismo” até contra os seus aliados. Você não concorda com a atitude deles, já querem te taxar logo de preconceituoso, de criminoso e de causador de diversos malefícios e distúrbios sociais. Bem feito pros EUA e pra Inglaterra, em breve poderão sentir na carne o que é isso também, quiseram defender, daqui a pouco serão taxados de conspiradores contra a “paz mundial”(1).

    Ta aí, gostei de ver, isso é algo que nunca esperaria acontecer. EUA e Inglaterra indo contra alguma ação deste tipo. Pensei que iria morrer sem ver, pelo menos parcialmente, alguma coisa de justiça sendo feita. Israel poderia devolver a terra dos outros logo e acabar de uma vez com estas brigas mundiais que talvez poderá até a arriscar envolver um conflito maior no mundo não regional. Irã hoje se arma pra poder se defender, se não tivesse ameaça, não faria isso. E se rearma com suporte russo e de outros países. Imagina se acontece um conflito e os player´s resolvem interferir em tudo. Teríamos talvez engatilhado uma terceira guerra no mundo.

    (1) “O prefeito da cidade qualificou a reação americana de discriminatória. (…) “A posição discrimina os judeus o que é proibido em qualquer país do Ocidente”, disse o prefeito.”

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