As eleições no Afeganistão não resolvem nada. O Chefe do Estado Maior das Forças Armadas Americanas admite que a situação é séria e piora. O almirante Mulen declara que o Taleban melhorou muito e adota táticas mais sofisticadas.
Em 2001 o então presidente Bush decidiu punir o Afeganistão pelo atentado que destruiu as Torres Gêmeas de Nova Iorque com a morte de mais de três mil pessoas. O número exato é desconhecido até agora. No mesmo atentado também foi atingido o Pentágono, o imenso edifício ocupado pela Secretaria da Defesa, o Ministério da Defesa americano, em Washington.
Foi declarada a guerra contra o terrorismo. O país foi invadido e o Taleban, o grupo que estava no poder, foi expulso da capital Cabul. Adotaram-se meios convencionais de combate. O país tem cerca de um milhão de quilômetros quadrados e 34 milhões de habitantes. Boa parte do território é montanhoso. O regime do Taleban consistia na aplicação de práticas muçulmanas de extrema rigidez inspiradas nos primeiros dias da nova fé. A Shaaria, a lei canonica, era a lei.
O almirante Mullen afirma que “os militares americanos estão focalizados em evitarem novo ataque terrorista e sua corrente estratégia consiste em derrotar o Al Qaeda,o Taleban e seus aliados extremistas”.
Bush declarou a guerra há 8 anos para punir o Taleban que dera abrigo e proteção a Bin Laden e a organização Al- Qaeda que ele criara e treinava no Afeganistão. O líder do Taleban, que se traduz por estudante, nunca foi capturado. Os taleban estudam em midrashas, seminários de estudo do Corão, o livro sagrado e básico do Islã. No ver dos muçulmanos, o Último Testamento de Deus Alá, sendo Maomé o último profeta. Bin Laden ignora-se onde se refugiou. A Al-Qaeda tornou-se uma organização internacional. O governo americano de então imaginou fazer do Afeganistão uma democracia. Não se considerou a hipótese do Taleban se tornar força maior do que era e fosse acolhido pelos afegãos montanheses. Nem que em 2008 grande parte dos afegãos ignorassem houvesse governo em Cabul. Muitos consideram o governo como entidade estrangeira. Outros sequer sabem que as tropas que enfrentam são americanas. Pensam que são as soviéticas que até hoje desconhecem tenha sido expulsa.
Estratégia pode se definir como arte de acessar meios e recursos para realizar objetivos. Os objetivos de hoje são, na essência, semelhantes daqueles de há 8 anos. Além de americanos, lutam contra o Taleban forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN, criada para enfrentar os russos soviéticos e hoje incluindo republicas que fizeram parte da União Soviética.
Um paradoxo é que os americanos ajudaram afegãos a expulsarem tropas russo-comunistas que defendiam um governo afegão comunista. Hoje , americanos e russos têm interesses comuns na estabilidade do Afeganistão que se resumem em conter e derrotar os extremismos, minimizarem até a extinção a produção de ópio do qual o país é o maior produtor e exportador e evitar que a instabilidade no país contagie países vizinhos ricos em recursos energéticos. Mas a Rússia não integra as forças que combatem o Taleban, que ocupa as montanhas onde é invencível e está entre camponeses amigos. Americanos e OTAN são peixe fora d’água.
O general McChristal, comandante da força americana, talvez peça mais tropas a Obama. Mas o almirante Mullen, diz que só dentro de um ano poderão ter uma ideia do estado da guerra. Muito tempo. O Afeganistão tem historia de fins de grandes impérios que tentaram ocupá-lo. E já chamam tudo isto de Guerra de Obama.
Colaborou: Vinícius Motta