Exploração do pré-sal exige novos materiais

http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/imagens/sonangol-anuncia-resultados-do-concurso-de-exploracao-em-aguas-profundas.jpg

Por Carmen Nery

Entre os desafios impostos pela exploração do pré-sal está o desenvolvimento de novos materiais que suportem as condições adversas em águas ultraprofundas. A Petrobrás, por meio do Centro de Pesquisa Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), estimula o desenvolvimento de pesquisas na área em parceria com organizações como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e empresas como a Villares. Em outras universidades há uma série de pesquisas especialmente nas áreas de estudos da corrosão e nanotecnologia.

“Existe um esforço para substituir e nacionalizar a tecnologia pois as ligas mais nobres são feitas no exterior. Temos várias linhas de pesquisa e uma ideia do que propor para obter financiamento e parcerias com empresas. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) está interessada na nacionalização mas está exige contrapartida das empresas”, diz Olga Baptista Ferraz, chefe da divisão de corrosão e degradação do Instituto Nacional de Tecnologia (INT).

Carlos Cunha, gerente de pesquisa e desenvolvimento em engenharia de produção do Cenpes, informa que as pesquisas da Petrobrás se deram em duas fases. A primeira envolveu o processo de seleção de materiais capazes de suportar as altas pressões e temperaturas – foram identificados o aço inox duplex e super duplex, e aço cromo 13. Este último é produzido por empresas como a V&M (Mannesman). “Agora entramos na segunda fase de desenvolvimento de novos materiais. Um dos projetos, em parceria com a Villares.”

Cunha acrescenta que a Mannesman vai construir um Centro de P&D no Parque Tecnológico da UFRJ e há também discussões com siderúrgicas japonesas. “A ideia é desenvolver materiais alternativos ao aço duplex que, além de ser importado, é muito caro. Nossa ideia é que os novos materiais sejam mais baratos, em maior disponibilidade e produzidos no Brasil”, anuncia. A Petrobras está usando materiais não metálicos na parte interna dos tubos de aço e nas plataformas, o que reduz o peso e os custos de manutenção porque dispensa o uso de tintas de proteção corrosiva. Entre os fabricantes estão a Lupatech, e a Edra .

Segundo Zehbour Panossian, responsável pelo laboratório de corrosão e proteção do IPT, o ambiente do pré-sal ainda é desconhecido e o trabalho realizado para a Petrobras é testar o desempenho dos novos materiais e ligas metálicas com alto teor de níquel, cuja alta resistência à corrosão generalizada já é comprovada em ambientes conhecidos. “O petróleo do pré-sal vem misturado com água de alta salinidade e teor de CO2 em altas pressões e temperaturas, uma condição muito específica que está sendo estudada por meio de ensaios”, diz.

Há avanços também na área de nanotecnologia. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está produzindo substâncias químicas para mitigar a corrosão, conhecidas como inibidores. Segundo Cesar Franco, coordenador do Labsin, são nanocompostos usados para o tratamento de superfícies que, além de inibir a corrosão, agregam outras propriedades como a antiaderência. Há estudos para incorporação de nanopartículas de prata, que são antibactericidas, e a criação de nanotubos de carbono para serem incorporados a borrachas e polímeros para revestimentos resistentes a permeação de substâncias agressivas.

Na Furg há estudos para utilizar aço carbono de baixo custo e colocar um revestimento em um processo de deposição de aço inox altamente resistente. Segundo Luciano Volcanoglo, professor de engenharia mecânica na área de materias, o foco é a indústria naval e de offshore que poderão ter vantagens econômicas e de segurança.

Fonte: Valor Econômico

18 Comentários

  1. Furg, conheço, uma excelente universidade federal brasileira.
    Petrobras, sucesso nessa nova e desafiadora empreitada!!

  2. Verbas para pesquisa é oque não falta ,a Petrobras tem uma das gasolinas mais caras do mundo se não for a mais cara!
    ”A empresa está em segundo lugar no ranking das maiores petrolíferas de capital aberto do mundo. Em valor de mercado, é a segunda maior empresa do continente americano [3] e a quarta maior do mundo, no ano de 2010.[4] Em Setembro de 2010, passou a ser a segunda maior empresa de energia do mundo, sempre em termos de valor de mercado, segundo dados da Bloomberg e da Agencia Brasil”

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Petrobras

  3. Tá bom Ademar Vila Nova. Exagerei …
    É um trator, mas que também flutua como submarino. Vamos ter que usar também uma perfuratriz acoplada a esse trator-submarino.
    Querem que eu desenvolva o protótipo ?
    A lâmina d ‘ água é de 2 km e o petróleo está entre 5 a 7 km.
    Tranquilo.

  4. 1maluquinho
    Gostei do video. bem interesante…
    Esta ai uma empresa que todos gostariam de ter.
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    E ainda tem Brasileiros querendo vende-la
    Só podem ser traidores.

  5. Obrigado 1 Maluquinho, pelo ótimo link.

    É nessas horas que eu me convenço de que não há motivos para que eu tenha o espírito de vira-latas, ou seja, eu não tenho esse direito. Valeu

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    Interessante que uma empresa grande como essa Mannesmann decida construir um centro tecnológico aqui no país das bananas, ficaria mais barato manter o P&D la na Alemanha/Áustria, pois ja possui as estruturas e principalmente pessoal especializado, o que aumentaria as entradas pois não precisaria investir $$$ em novas aventuras… sem duvida terá alguma vantagem fiscal ou de entradas fazendo isso aqui no Brasil. Nada é grátis ou feito pelas nossas belezas naturais… ou pelos nossos olhos cor de mel!!
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    Essa parte da Nano tecnologia é a mais importante pra mim, quem dominar essa tecnologia no futuro dominará o mundo e os destinos da humanidade, seja na paz como na guerra, na saúde ou na doença… e os outros não terão tempo pra se adequar e competir, pois é muito complicado alcançar níveis aceitáveis de desenvolvimento nesta área… imaginem armas onde o próprio código genético do inimigo contaminado pelas nano-maquinas venha a ser mutado de forma precisa para o enlouquecimento, morte súbita, Câncer e patologias varias, canibalismo ou suicídio coletivo… quem conseguirá resistir a isso?? Essa tecnologia está levando a consequências de guerras impensáveis!!
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    E a Petrobras está trazendo o desenvolvimento nesta área para o Brasil graças ao Pré-Sal, e vejo que a maior riqueza que este pré-Sal está trazendo mesmo pode ser sem duvida alguma esta do desenvolvimento das Nano-tecnologias e dos Nano-Tubos de Carbono em terras Brasilis, material que revolucionará a produção do futuro próximo… acho que realmente o Brasil fez Bingo com esse Pré-Sal, se souber administrar isso tudo obviamente!!
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    Temos que desenvolver essas Nanos-Tecnologias o mais rápido possível com todos os meios a disposição, custe o que custar!!
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    Valeu!!

  7. Galera esse link é a propria materia que enfoca a necessidade de criarmos e buscarmos novas formas e novas tecnologias para os desafios do pré-sal que não são restritos somente a cobiça externa mas as dificuldades e os perigos que encontraremos.Acho que a autora da materia se baseou nele.Resta bembem enfatizar alem do desafio da exploração pioneira no mundo e sua respectiva defesa um sistematico sistema e esquema necessario preventivo de sabotagens.As nessecidades do Brasil em segurança e defesa são muito maiores do que se planejam e do que especulam.A implementação de infraestrutura e tecnologia proposta no PND para proteção das Amazonias azul e verde e tambem de nossas fronteiras deveria ser muito mais gigantesca do que o proposto e esperado tal a magnitude das reais necessidades……..EMPINTO meu caro se possivel atualize esta materia com o link do youtube do documentario do Discovery.

  8. Como:umas 37 fragatas, uns 17 subs convencional e 04 subs nucks, no mínimo uns 72 caças novos e + i NAE assim como umas 270 lanchas rápidas torpedeiras armadas c misseis e uns tres (3 ) satélites e um geoestacionário e p ontem.

  9. FRANCOORP meu amigo alem das conceções e beneficios para empresas off-shore ainda vendemos no mercado nosso petroleo 40% mais barato que o valor de mercado.Esse Brasil é uma mãe para o mundo menos para os Brasileiros.

  10. Interessante salientar a falta de tecnologia no Brasil , o país que mais exporta minérios é um dos maiores importadores de aços especiais. Basta ver o exemplo do aço Maranguini ( acho que é esse o nome) , que é utilizado no casco dos sub,s .. Tupis , outro exemplo é o Titânio utilizado nos aviões da Montaer ( que é importado da Russia).
    Gente, não precisamos ir longe , basta darem uma boa observação nas estradas Brasileiras e verão caminhões de todas as nacionalidades que são montados aqui, e nenhum realmente de empresa nacional.
    Ou a designação de empresa nacional mudou ou então esto certo , há muito tempo estamos sofrendo uma invasão extrangeira ( caminhões , carros , tratores , maquinas agrícolas , navios , materiais, aços etc..)
    Muito triste isso !!!

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