Brasil exerce a opção de dizer não

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Frank Dirceu Braun

JORNALISTA

A opção de dizer “não” aos Estados Unidos e a outras nações industrializadas é um dos indicadores de que o Brasil emerge não apenas como líder regional na América do Sul, mas também como um poder global no cenário mundial.Esta nova realidade se revela pelo destacado papel que Lula, o carismático presidente brasileiro, vem desempenhando em fóruns internacionais como o G-20. Uma recente matéria do Los Angeles Times parece sublinhar o crescente perfil do Brasil e de Lula: “Sustentado por uma robusta economia e por sua habilidade de trabalhar com líderes de todo espectro ideológico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva emerge na América do Sul como um interlocutor e um mediador poderoso”.

O cenário global

O anseio do Brasil em tornar-se um protagonista no cenário global ficam evidentes na aspiração brasileira em tornar-se membro do Conselho de Segurança da ONU e em sua disposição de ajudar a reescrever as regras do sistema financeiro global.

Em 1993, Brasil e Índia se organizaram nas Nações Unidas para opor-se à entrada do Japão e da Alemanha como novos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Eles argumentaram, com sucesso, que a indicação apenas do Japão e da Alemanha acentuaria o poder das nações industrializadas em detrimento das nações em desenvolvimento.

Segundo eles, isto iria acentuar as desigualdades existentes, historicamente, no Conselho de Segurança. O embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Antonio de Aguiar ,enfatizou: “Se a Alemanha e o Japão tivessem sido incluídos, aumentaria o desequilíbrio, no Conselho de Segurança, a favor do mundo desenvolvido – não haveria representantes da África ou da América Latina. Nós tivemos sucesso em evitar que isso acontecesse, reconfigurando o debate”. Desde essa época, o Brasil tem se empenhado consistentemente em conseguir um assento permanente no Conselho de Segurança.

O presidente Lula confirmou seu objetivo dizendo: “Queremos que mais continentes participem do Conselho de Segurança. O Brasil deveria ter uma cadeira, e o continente africano deveria ter uma ou duas”.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, apoiou esta posição, dizendo que o Brasil tem um papel vital a desempenhar na tomada de decisões relacionadas à crise financeira. Sarkozy declarou: “Estou sendo honesto quando digo que precisamos do Brasil no governo do mundo”, e disse ainda: “Penso que necessitamos do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança”.

Como a maior nação e a mais poderosa economia da América do Sul, o Brasil tem sido frequentemente chamado o “país do futuro”: agora está preparado para assumir o seu potencial.

Goldman Sachs, por exemplo, argumenta que, em 2050, o Brasil será a quarta economia do mundo, ultrapassado apenas por China, Estados Unidos e Índia, respectivamente. Assim, o Brasil procura ampliar seu papel nos negócios econômicos globais. É membro do Bric, um grupo das quatro maiores economias em desenvolvimento no mundo (Brasil, Rússia, Índia e China).

O embaixador brasileiro Antonio de Aguiar Patriota alega que o que começou em 2001, simplesmente como uma sigla, evoluiu para um grupo formal e coordenado, com os presidentes de cada país do grupo se reunindo em uma cúpula anual.

Como estão se desenvolvendo rapidamente, as economias combinadas dos países do Bric deverão eclipsar as economias combinadas dos países mais ricos do mundo. Após o encontro de março de 2009 dos ministros das finanças do G-20, os países membros do Bric lançaram o seu primeiro comunicado conjunto enfatizando que Brasil, Rússia, Índia e China deveriam ter maior expressão nas organizações internacionais.

A nova postura agressiva do Brasil foi reforçada pela crise econômica internacional deflagrada pelo colapso financeiro nos Estados Unidos. Enquanto grande parte do mundo luta, o Brasil parece estar se saindo bem.

De acordo com matéria de julho de 2008 do New York Times, “o Brasil finalmente pensa em realizar o seu tão esperado potencial como um protagonista global.

Economistas dizem que o país vive sua maior expansão econômica em três décadas… e uma expansão econômica que deve durar. Enquanto os Estados Unidos e partes da Europa lutam com a recessão e a falência do setor imobiliário, a economia do Brasil mostra poucas das vulnerabilidades de outros poderes emergentes”. O Times continua, dizendo que o Brasil “diversificou muito a sua base industrial, tem enorme potencial de expandir seu setor agrícola em direção a terras virgens e tem um imenso potencial de recursos naturais. Novas descobertas de petróleo vão colocar o Brasil nas fileiras dos produtores deste recurso na próxima década”.

Como resultado da crise, o presidente Lula insiste que nações emergentes, como o Brasil, merecem agora maior influência no desenho de novas regras de gerenciamento de instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.

O embaixador Patriota enfatiza também a nova natureza “multipolarizada” das relações entre as economias desenvolvidas e emergentes do mundo.

Havia uma realidade, diz Patriota, quando o mundo acreditava que “os americanos compreendem o capitalismo, que eles sabem o que estão fazendo.

Mas após o colapso do sistema financeiro… os americanos mostraram que não sabiam o que estavam fazendo. Então, devemos seguir os conselhos americanos (em questões econômicas)? Não, faremos o que pensamos ser o melhor”.

O desejo do Brasil em desempenhar um papel maior no cenário global é evidente. De acordo com a Global Research, “o Brasil está seriamente empenhado em solidificar seu papel como poder regional, o que é um passo decisivo que propiciará uma posição de maior poder”. A Global Research também aponta que se quisermos projetar o equilíbrio de poder no globo no fim deste século, o Brasil terá que ser levado em conta.

De qualquer forma, antes que possa assumir completamente seu papel como um protagonista importante no cenário mundial, o Brasil precisa reformar suas instituições, segundo Roberto Mangabeira Unger, ex-ministro do Planejamento. O ministro Unger se licenciou de seu cargo como professor da Faculdade de Direito da Universidade de Harvard para assumir o compromisso de ajudar a “formular um projeto para o futuro do país”. Entre outras coisas, Unger “propõe um novo modelo de desenvolvimento para certas regiões menos desenvolvidas – como o Amazonas, o Nordeste e o Centro-Oeste – baseado na ampliação de oportunidades”.

O projeto de reforma do Brasil, segundo Unger, exige que o país “aprenda a fazer o que nós raramente fizemos em nossa história, que é renovar nossas instituições, inclusive as que definem o mercado e a democracia”.

Unger acredita que a atual transformação no sistema financeiro e econômico mundial exige, na esfera internacional, a mesma espécie de reexame necessário dentro das fronteiras do Brasil, e acrescenta: “Nosso projeto nacional coincide com a mudança de foco no mundo todo, a competição entre o Estado e o mercado, que dominou a discussão mundial por 200 anos, está morta ou morrendo.

Está no processo de ser substituída por um novo conflito e uma nova controvérsia sobre arranjos institucionais alternativos de mercados e democracia.

Assim, nossa condição nacional, em um sentido profundo, coincide com a condição do mundo.” Ações recentes do Brasil a respeito de suas Forças Armadas e defesa nacional também indicam o desejo de tornar-se um maior poder.

Primeiro se coloca a nova estratégia de defesa nacional para o Brasil, com a coautoria de Unger e revelada pelo presidente Lula em dezembro de 2008. A estratégia enfatiza a modernização das Forças Armadas e determina que o país se torne mais independente de tecnologias militares de outros países. Ao mesmo tempo, destaca a reorganização da indústria de defesa da nação, focalizando a criação de parcerias com outros países, dando ao Brasil maior conhecimento a respeito de tecnologias de defesa.

Segundo, o Brasil assinou com a França um acordo de defesa de US$ 12 bilhões que proporciona ao país tecnologia para desenvolver sua própria indústria de armas, segundo o New York Times. O embaixador Patriota aponta que “a América do Sul é uma das áreas menos armadas do mundo”, e deve modernizar seu armamento.

Patriota pensa que Sarkozy fez uma “aposta” em que o Brasil é o mais “confiável” e o mais previsível dos países emergentes do Bric. A França, segundo Patriota, tem um interesse antigo em uma “sinergia” com o Brasil para desenvolver a indústria de armamento. Patriota explica que “o Brasil tem uma capacidade de produção de larga escala e uma sociedade mais avançada que permitirá uma fertilização cruzada. Tivemos uma crescente indústria de armamento no passado… e agora a temos novamente”.

Não obstante, a ênfase brasileira em nova tecnologia militar cria alguns problemas. Tecnologia avançada, particularmente a tecnologia que é considerada de uso duplo (que tem aplicações civis e militares) provocou críticas nos Estados Unidos.

Historicamente, houve certa resistência do governo brasileiro que era percebido como uma “opressiva” influência americana sobre “as questões internas dos aliados”. A diferença agora, particularmente na administração Lula, é que o Brasil sente-se mais confortável em afirmar publicamente sua independência das pressões americanas.

Durante anos, o Brasil indicou sua intenção de planejar e construir seu próprio foguete e tornar o campo de lançamento de Alcântara um centro espacial internacional para o lançamento de satélites comerciais. Por mais de uma década, o governo dos Estados Unidos pressionou o Brasil para coibir seus esforços em tecnologia de lançamento.

Para ganhar a aquiescência dos Estados Unidos, o Brasil finalmente concordou em assinar o Acordo de Controle de Tecnologia de Mísseis, um acordo internacional com o objetivo de restringir a proliferação de tecnologia que poderia ser usada para construir mísseis.

Mais tarde, os Estados Unidos insistiram em que o governo brasileiro assinasse também um documento bilateral chamado Acordo de Tecnologia de Defesa (TSA) antes de permitir o lançamento de satélites americanos (ou satélites com componentes americanos) do campo de lançamento brasileiro. O TSA contém alguns procedimentos e condições rigorosos adotados para prevenir a transferência de tecnologia avançada de foguetes para os brasileiros e para outros países com quem o Brasil negocie.

Muitos membros influentes do governo brasileiro consideraram a concordância com muitas dessas condições “um abandono de nossa soberania” e “desrespeito pelos objetivos do Brasil em seu programa espacial”.

Alguns vão além ao dizer que o verdadeiro propósito do acordo não foi a salvaguarda de transferência tecnológica, mas de “desencorajar o Brasil no desenvolvimento de sua capacidade de lançamento de seu próprio satélite independente e exigir a contínua dependência do programa espacial brasileiro do programa dos Estados Unidos”.

O Brasil avançou com o desenvolvimento de seu foguete VLS apesar da preocupação dos Estados Unidos e dos constantes revezes, incluindo a trágica explosão do foguete na plataforma de lançamento, em 2003, que matou 22 oficiais espaciais brasileiros.

O governo brasileiro avançou gradualmente com a expansão de sua base de lançamento de Alcântara, incluindo planos eventuais de lançar um satélite desenvolvido em conjunto com a China a bordo de um foguete ucraniano. Em 2004, o Brasil afirmou sua posição de independência dos Estados Unidos e do resto do mundo quando recusou-se a permitir o acesso de inspetores das Nações Unidas a todos os aspectos de seu programa de energia nuclear, especificamente as centrífugas usadas no enriquecimento de urânio. O Brasil alegou que visava evitar o conhecimento detalhado de sua tecnologia de centrífugas porque esta “propriedade” dá ao país uma vantagem competitiva no mercado comercial.

Os esforços espaciais e nucleares do Brasil inicialmente encontraram resistência por parte dos Estados Unidos sob alegação de que a posse de tecnologia avançada de “uso duplo” poderia ser usada para fins pacíficos ou belicosos. Estas preocupações – no caso de foguetes, que podem evoluir para mísseis e no caso da energia nuclear, que pode ser usada para desenvolver armas atômicas – estiveram na imprensa recentemente em relação ao lançamento de mísseis da Coreia do Norte e ao programa de enriquecimento de urânio do Irã. A principal diferença entre o Brasil e esses países, porém, é que os Estados Unidos e o mundo se convenceram de que a nação sul-americana é um poder mundial emergente responsável e confiável no exercício de controles pacíficos sobre ambas as tecnologias – Coreia do Norte e o Irã estão em uma categoria diferente.

Geopolítica regional

O embaixador Patriota é um pouco reservado quanto ao fato de o Brasil procurar tornar-se um poder global. “Penso que essa fórmula não é a que subscrevemos”.

Patriota indica que o papel do Brasil está em ajudar a liderar a integração da América do Sul. Nos últimos anos, depois de consolidar a democracia e revigorar sua economia, o Brasil tem posto ênfase em uma diplomacia criativa, focada na integração da América do Sul. Ele afirma que “nossa diplomacia está mais ativa e conseguindo maior atenção porque está focada na integração da América do Sul e no estabelecimento de novos mecanismos de cooperação internacional”. Patriota vê o Brasil assumindo a liderança regional na América do Sul como uma consequência natural do seu tamanho e do sucesso de sua economia. Ele afirma que será impossível para a região alcançar a integração se “um país como o Brasil, combinando todas as nossas características – tamanho, economia, democracia, diplomacia ativa e um bom relacionamento com todos os principais atores mundiais, com uma presença forte em organizações multilaterais – não assumir a liderança”.

O Brasil atualmente promove um crescente número de acordos comerciais para incentivar cada vez mais a integração regional. Um desses acordos, o Mercosul, inclui a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e o Brasil.

Entre os objetivos do Mercosul está o estabelecimento de uma moeda comum para a região, similar ao euro. A Venezuela e o Brasil estão liderando também uma iniciativa para formar o Banco do Sul (BancoSur), que reuniria uma parte das reservas dos países participantes na tentativa de substituir o Fundo Monetário Internacional. Diferente do FMI, que insiste em cortar serviços sociais e programas de infraestrutura como uma condição para conceder empréstimos, o BancoSur teria uma abordagem mais dirigida ao desenvolvimento. Além do Brasil e da Venezuela, Bolívia, Equador, Colômbia, Paraguai e Uruguai sinalizaram seu interesse em participar.

Além da integração econômica, o Brasil também está focado numa maior integração nos domínios político e militar. A União dos Países Sul Americanos (Unasul) é uma agência intergovernamental que incorpora os maiores blocos comerciais na região – Mercosul e a Comunidade Andina (que consiste na Bolívia, Colômbia, Equador e Peru). A Unasul tem servido ao Brasil para lançar suas iniciativas.

O Brasil incitou os países membros da Unasul a caminhar no sentido da criação de uma estrutura militar regional chamada Conselho de Defesa Sul-Americana (CDSA), que alguns consideram o equivalente sul-americano da Otan. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, apoia esse projeto, embora seus próprios esforços para criar uma aliança similar, em 1999, não tenham sido bem sucedido. O Brasil lidera a principal missão de paz das Nações Unidas na região, no Haiti, onde o Brasil tem 1.200 soldados.

Toda a ideia de uma América do Sul integrada requis muito trabalho, segundo Patriota. O Brasil enfrentou um desafio, por exemplo, ao tentar convencer a Colômbia, o mais forte aliado dos Estados Unidos na América Latina, a se unir à SADC. Não obstante, a integração regional já colheu proveitos. Patriota cita a SADC como um instrumento que ajudou a resolver a crise brasileira com a Bolívia no último ano, dizendo que “o presidente do Chile era o chefe do conselho naquele ano e convocou para um encontro da SADC para resolver a controvérsia com a Bolívia.

No passado, seria na Organização dos Estados Americanos que a controvérsia seria discutida. Desta vez, resolvemos a questão entre nós”.

Conclusão

Estes desenvolvimentos são importantes porque demonstram que o “cacife” brasileiro tem crescido nos domínios econômico e geopolítico. A expansão paralela de blocos comerciais e de alianças militares sugere que o Brasil está crescendo no cenário regional e global.

Contudo, apesar de sua importância crescente, o Brasil ainda não pode traçar seu curso por si só. Por exemplo, o país ainda não enfrenta sozinho as pressões dos Estados Unidos e ainda procura manter as boas graças do mesmo. O Brasil procura fazer com que seja percebido regionalmente como imune às pressões americanas, no entanto, tem interesse em manter um bom relacionamento de trabalho com os Estados Unidos.

Procura também exercer uma maior influência nas discussões a respeito de mudanças climáticas e na reforma do sistema financeiro internacional. Deste modo, o Brasil terá de trilhar um caminho estratégico delicado entre a promoção da integração da América do Sul, evitando ao mesmo tempo a hostilidade franca de algumas outras nações tais como Bolívia, Venezuela e Equador, que adotaram uma atitude mais antiamericana.

Além disso, ainda será necessário lidar com a Doutrina Monroe.

Em algum momento, os Estados Unidos não ficarão impassíveis à medida que potências de fora da região, tais como Rússia e China começarem a exercer sua influência através de alianças econômicas e militares com países sul-americanos que são hostis aos Estados Unidos. A pressão que os Estados Unidos podem exercer sobre os atores regionais poderá prejudicar a ascensão do Brasil como poder na região.

Todavia, o Brasil deve se afirmar no cenário internacional em algumas esferas. O colosso sul-americano tem a oportunidade única de influenciar eventos distantes de seu próprio quintal. O Brasil poderá ter um papel, por exemplo, na mediação dos conflitos com o Irã e a Coreia do Norte em relação aos seus programas nucleares. O Brasil compartilha tecnologia nuclear com esses países e é visto como um “bom cidadão” pela comunidade internacional, tendo assim uma oportunidade única como mediador.

Fonte: Jornal do Brasil via CCOMSEX

13 Comentários

  1. É imprescindível que o Brasil amplie a sua influência no mundo e dessa forma concretizar a suas aspirações justas e fortalecer a sua soberania.

  2. É interessante notarmos que na nossa mídia interna, o Brasil é um herói por defender o diálogo e acordo.
    Mas lá fora, o Brasil é aparentado na mídia como um país que sempre apóia governos ditadores.
    Pensem bem meus amigos, nós la fora somos vistos como “a pedra no meio do caminho”.
    Sei que para vocês é legal Brasil mostrar-se soberano, mas está pisando em área minada.
    Lembrem-se que o mundo é de que tem influencia, o Brasil no máximo (ainda) só é famoso por ser o “novo rico”.

  3. Mas está começando mal ao receber aqui em nossa gente como o presidente iraniano e apoiar regimes que cometem fragorosamente desespeito ao direitos humanos.

  4. Luiz,
    concordo plenamente com voce, e acho que a solução é o Brasil investir pesado em propaganda !!! Isso mesmo, propaganda, pois é isso que as potências mundiais fazem para conquistar o apoio mundial, as vezes com informações forjadas e infames…
    O Brasil precisa de uma vez por todas deixar de ser conhecido como o país do Pelé, das favelas ou das mulatas… è triste, mas é assim que somos conhecidos na maior parte do planeta… digo isso porque já passei por vários lugares do mundo onde ouvi barbaridades a nosso respeito… Eles não são ignorantes porque não tem esducação, são ignorantes porque seus governos o querem assim, dizem aos seus povos aquilo que lhes convêm… Mas isso não é diferente aqui, não é verdade?? Enquanto a maior parte da população brasileira continuar a usar jornal para se limpar, ao invés de ler, o mundo vai continuar a nos conhecer como o país do futuro….
    Deus salve o Brasil !!! e nós também !!!

  5. É assim mesmo, deve-se procurar o máximo possível defender seus próprios interesses.
    Choques sempre aconteceram e continuarão acontecendo.
    São comuns os divergências e conflitos entre países. E não deve ser nada além disso, assuntos resolvidas pelo diálogo.
    A diplomacia existe para isso mesmo.
    O Brasil apenas age conforme seus interesses e projeções, como fazem todas as demais nações.
    Não devemos alinhamento automático com ninguém, e ninguém espera isso de ninguém.
    Nada demais, nenhum drama nisso.

  6. Eu já tenho uns anos na cacunda…
    Lembro quando o governo militar (Geisel) teve um atrito com os EUA, por conta do acordo nuclear Brasil-Alemanha.
    Foi um ‘Deus nos acuda’…
    De conjecturas sobre a ‘derrocada’ brasileira face a retaliação americana, até o ufanismo bobo.
    E não foi nada alem disso, um momento de interesses divergentes. A questão foi resolvida, e superada, dentro do que se espera do dialogo entre as nações.
    Continuamos nos relacionando (bem) com os EUA, desenvolvemos o programa nuclear brasileiro (que nem teve muito a ver com o tal acordo), etc. Nada de dramático.
    Uns anos antes teve também uma posição brasileira contrária à Israel, e nada demais aconteceu com nossas relações com esse país, afinal fomos uma das primeiras nações a reconhecer o estado de Israel, em 1948.
    Se hoje temos uma posição favorável a manutenção do dialogo com Irã, temos por outro lado ótimas relações com todos que estão do ‘outro’ lado, inclusive o próprio Israel, tido como o ‘alvo’ iraniano .
    A diplomacia brasileira tem já longa data de ação, tradição de dialogo e equilíbrio, não é nenhuma novata nem amadora na oficio.

  7. Luiz Rocha e Sangoi:

    Não é verdade isso que dizem jpor aqui, eu que morei 11 anos no exterior posso dizer que o nosso presidente e os nossos atos sempre foram respeitdos lá fora, e basta procurar o que diz a televisão estatal italiana RAI(Itália), e até mesmo a Sky Itália, pra ver a verdade, se entender o italiano!

    mas tem também o canal espanhol TVE, e o Canal 24 horas, tem o France 24, tem também os canais alemães e outros canais com o nome “international”, tem o Rússia international, a BBC, até mesmo a CNN quando ue via falava bem do Brasil e do nosso presidente, certo existem as criticas, mas são relacionadas ao nosso pouco caso com as condições de pobreza e na distribuição de riquesas…é verdade, basta procurar no Google algum destes canais ‘international”, e dentro do canal procurar “Lula Brazil”, e abrir os vídeos e assistir!!!!

    Critícas quanto a nossa política internacional tem pouca ou nada, depende do canal, e do caso específico!!!

  8. Quanto a a nossa posição na mídia sempre haverão, Criticas e Elogios!

    Só que como o Francoorp disse a maioria da mídia externa, sempre (de certa forma) nos elogia. Ao contrário da mídia interna que critica mais do que elogia.

    Mais creio que deva ser assim na maioria dos países, já que os problemas estão dentro da nação, e não fora dela.

    E quanto a influencia do nossa país, realmente que temos que fazer mais propagando do que nos somo e do que pretendermos ser. Acho que assim, teremos mais “respeito”.

  9. O Brasil está indo muito bem, seguindo uma postura de país não alinhado e que vai atrás de seus interesses políticos e econômicos sem ingerências em assuntos internos de qualquer país. Quero salientar que os EUA, em sua política externa, promovem manifestações e agitação interna em outros países, visando a desestabilização política desses países, aliciando e incitando militares à atos de insubordinação e indisciplina – já endoutrinados e treinados para golpes de Estado nas Escolas das Américas do tio Sam – e outros segmentos de elite, criando clima para golpes de Estado. Aliás, esses mesmos militares são treinados e endoutrinados para retribuirem com nojo e desprezo às instituições democráticas e aos povos que lhes pagam seus soldos e altíssimas mordomias. Exceto quando em casos de governos civis vassalos entreguistas e subserviente ao tio Sam, dão 30 dinheiros paras os militares de alta patente se calarem diante do sucateamento dos meios importantes de defesa nacional, bem como para darem subsidios na compra de armamentos da indústria bélica ianque, que nos desarma na defesa da soberania nacional mas que são suficentes para irem à caça de comedores de criancinhas. Quando o governo civil se mostra nacionalista e hostil aos interesses ianquees, militares começam a reclamar dos seus soldos e as acusações e críticas dos militares costumam ser contundentes, ameaçadoras e públicas, exteriorizadas e divulgadas pela mídia golpista. Isso nosso país não faz, respeitamos os direitos de auto-determinação dos povos e seguimos a política de não interferência em assuntos internos de outros países. Se o sistema político e econômico dos EUA está bom para os norte-americanos, automaticamente estará bom para nós também. Não obstante, se o sistemas político e econômico da Venezuela está bom parao povo venezuelano, automaticamente estará bom para nós também. Portanto, isso vale para qualquer país. À menos que sejamos convidados à prestar auxílio humanitário e de segurança pública a um páis cujo governo seja oficialmente reconhecido como o legítimo representante do país, a ingerência em outros países está fora de cogitação em nossa política externa. Críticos podem se referir ao caso de Honduras, mas alí não poderiamos negar auxílio e garantir segurança a um Presidente da República, legítima e democraticamente eleito pelo povo hondurenho. O posicionamento do Brasil foi correto e tão correto que tanto a ONU, como a OEA não reconheceram o governo golpista de Honduras. O Brasil não estava e nunca esteve sòzinho no apôio a Zelaya, para a desgraça dos entreguistas favoraveis ao tio Sam. Aliás, novamente o tio Sam atrás do petróleo, uma vez que Zelaya, democraticamente, através do voto, não só procurava viabilizar um novo mandato presidencial, como também implementar um marco regulatório do petróleo – recém descoberto e em grande quantidade naquêle país – de forma que desse total contrôle do petróleo ao povo hondurenho. Portanto, meu colega Eduardo Carvalho, concordo contigo, é uma ditadura ??? uma teocracia ???? uma Democracia ???? Rep. Socialista ???? uma Rep. Comunista ???? Monarquia ???? Gostariamos que todos os países encontrassem o sistema político e econômico que melhor satisfizesse às SUAS necessidades,- se perguntarem à nós, sugerimos a Democracia, juntamente com o sistema capitalista – e que a grande maioria esteja feliz !!! Está bom pra êles, tá bom pra nós !!!! E daí ???? Não entramos no mérito, não compactuamos com a ingerência em problemas de outros países, já temos os nossos próprios problemas, embora procuremos ajudar a outras nações sempre que pudermos, simplesmente temos negócios e nossos próprios interesses!!!!

  10. Opção preferencial por ditaduras

    .R. Guzzo

    “A política externa brasileira pode ser um primor de independência, mas seu resultado prático mais visível foi tornar o Brasil, ao longo do governo Lula, o grande amigo do que existe de pior no mundo”
    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não teria ido longe na vida se tivesse tentado fazer no Irã, o mais recente dos grandes amigos de seu governo, a carreira de sindicalista e militante de oposição que fez aqui no Brasil; provavelmente teria sido condenado à morte e mandado para a forca, solução que o regime iraniano adota, como procedimento regular, para lidar com líderes sindicais, adversários políticos e criadores de problema em geral. O Irã é hoje, depois da China, o país que mais aplica a pena de morte; só nos oito primeiros meses do ano passado, último período do qual existem estatísticas, executou 320 pessoas, metade delas nos cinquenta dias que se seguiram às eleições de junho, denunciadas como uma maciça operação de fraude. Nos processos por crimes políticos, os réus não têm direito a advogado. Também não podem reclamar de violências sofridas na prisão; o Irã se recusa, simplesmente, a aprovar qualquer lei proibindo a tortura. A polícia dissolve atos de protesto investindo com motos contra os manifestantes. Oposicionistas são punidos com expulsão da universidade, cassação de direitos trabalhistas e, no caso de dissidentes religiosos, com a destruição de seus templos.
    É esse o regime em favor do qual o Brasil tanto vem brigando ultimamente, como teve a oportunidade de deixar claro mais uma vez, na semana passada, durante a visita ao país da secretária Hillary Clinton, a chefe do serviço diplomático dos Estados Unidos. Lula, que em novembro recebeu em Brasília o presidente do Irã e se prepara para ir visitá-lo em maio, já avisou ao mundo que viaja para onde quiser e que não tem de submeter seus planos de voo à aprovação prévia dos Estados Unidos. É mais uma dessas coisas que não se entendem direito, porque não há ninguém dizendo o contrário, nem lá nem aqui. O que os americanos acham, como muitos outros países, é que o Irã representa algo pior que um regime delinquente, apenas; é um regime delinquente a caminho de ter uma bomba atômica e que se recusa a abrir seu programa nuclear a qualquer inspeção internacional séria. Deveria, portanto, receber as sanções legais previstas para esse tipo de conduta. É um ponto de vista.

    O Brasil tem o direito de ter um ponto de vista diferente. Tem o direito, também, de manter boas relações com todos os países, e não apenas com os que são considerados virtuosos. Mas o que realmente importa, no caso, não é a divergência de posições com os Estados Unidos e outros países, ou mesmo o debate para saber se o Irã está ou não construindo a bomba e se vai jogá-la em cima de alguém. O que chama atenção é o fato, cada vez mais claro, de que a política externa brasileira pode ser um primor de independência, mas seu resultado prático mais visível foi tornar o Brasil, ao longo do governo Lula, o grande amigo do que existe de pior no mundo em matéria de regimes celerados. É como se o Brasil, nas suas relações com os demais países, fizesse uma pergunta-base: é ditadura ou não? Se for, tem a nossa preferência.

    As declarações mais recentes dos pensadores da nossa política externa a respeito do assunto não são de animar. O diplomata Samuel Pinheiro Guimarães Neto, hoje à frente da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, já advertiu que é preciso tomar cuidado com o que chamou de “direitos humanos ocidentais”; trata-se dos mesmos direitos que todo mundo conhece há mais de 200 anos, mas que, em sua opinião, são impostos pelas “grandes potências” para defender seus próprios interesses. Outro mau momento foi a recente visita do presidente Lula a Cuba, que coincidiu com a morte, após uma longa greve de fome, do operário Orlando Zapata, condenado a 25 anos de cadeia por fazer oposição ao governo. Para o Brasil, tudo bem. “Há problemas de direitos humanos no mundo inteiro”, comentou o assessor presidencial para política externa, Marco Aurélio Garcia. Lula, por sua vez, não foi capaz, com toda a sua influência junto ao governo cubano, de dizer uma única palavra em favor do companheiro Zapata; embora houvesse uma carta aberta pedindo sua intervenção, reclamou, irritado, que ninguém lhe escreveu nada a respeito. O que ele queria? Os presos em Cuba não têm acesso a e-mail, carta registrada ou serviço de entrega rápida dos correios. Lula achou o episódio “lamentável”. Mas deu a impressão de que estava aborrecido, mais do que tudo, com o próprio Zapata – por ter feito a greve de fome e por não ter tido a consideração de esperar, antes de morrer, que a visita acabasse.

  11. Ora, o Sr. está sendo pretencioso, julgando a cultura política iraniana como totalmente errada e colocando a dos ocidentais especialmente a americana como a certinha e com base nisso, dizendo que a política externa está indo por um caminho errado. É muita pretenção e muito preconceituosa essa idéia. É o mesmo que dizer que os negros são seres monstruosos, os orientais tão monstruosos quanto os negros e um pouco melhores por serem amarelos, menos pretos, …olha isso é pra rir, se não fosse tão trágico!!! Quem são bonitos, os loiros de olhos azuis ??? Precisamos estar aberto à outras culturas e aceitá-las como diferentes das nossas mas não entrarmos no mérito da questão, a nossa pode não prestar para êles e vice-versa. Ninguém é dono da verdade, especialmente os EUA, pode estar certo disso. É muito mais provavel que o Brasil esteja certo, é uma política externa muito mais realista e sadia, convivendo com as diferenças político-culturais, sabendo respeitá-las e dialogando civilizada e exaustivamente quando conflitos surgirem.
    A história tem-nos mostrado que os ianques mentem e muito, e não tem moral para falar nada do Irã, mente e forja provas e insistentemente, como uma técnica nazista repete as mentiras, na expectativa de assim torná-las verdade. É exatamente como fizeram na invasão do Iraque, novamente, EUA e seus aliados dizendo ao mundo, insistente e repetidamente que o Iraque possuia armas de destrição em massa, só como pretexto para invasão do país. Passaram por cima da ONU e do mundo. Mataram milhares de iraquianos e de outras nacionalidades, inclusive americanos para enforcarem Sadam porque este havia assassinado 180 iraquianos insurgentes. Os EUA querem petróleo e demais recursos naturais, querem guerras, sua economia e indústria bélica necessita delas exige isso. E a história se repete…mas o Brasil, a Russia, a China, a India….e o resto do mundo, exceto os EUA e seus aliados se fingem de cegos, acham que lhes convém. Mas graças a Deus o Brasil e a vasta maioria dos países do mundo conseguem ver isso.
    Os riscos de EUA e Israel jogarem uma bomba nuclear num terceiro país são muito maiores do que a do Irã jogá-la em Israel ou em qualquer um neste mundo. Essas armas são dissuasivas e nada mais do que isso, força os países a negociarem e resolverem conflitos pacificamente. Embora não seja isso que o Brasil anseie
    a verdade é que se o Irã possuisse um sistema de arma nuclear, seria salutar para o oriente médio pois sessariam os abusos de poder de Israel sobre as nações árabes, seria dissuasória e estaria restabelecido o balanço de poder no oriente médio e a paz poderia finalmente reinar naquela parte do mundo de forma permanente. Com certeza o Irã nunca jogaria uma bomba nuclear na cabeça de alguém se não quisesse levar uma ou mais na sua também. Não vale à pena! É isso. O Brasil felizmente é um país não alinhado com o verdadeiro “eixo do mal”, – um doce para quem advinhar,- aprende com a história. É um país que respeita as leis, tratados e fronteiras internacionais e não promove golpes de Estado em outros países. Longe disso, busca a paz sempre e através do diálogo, da negociação, até todos os recursos diplomáticos estarem completamente esgotados, na resolução de conflitos. Quanto às declarações do Ministro Samuel Pinheiro Guimarães, não disse nada além da verdade !!!
    Sds.

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