Arrow o escudo anti mísseis balísticos de Israel

E.M.Pinto


Imagem de um dos primeiros testes do míssil ABM.

Desde 1986, Israel embarcou em um projeto ambicioso para desenvolver um sistema de defesa contra mísseis de teatro (TMD), marcando o início de uma colaboração com os Estados Unidos.

Este esforço conjunto foi motivado pela crescente preocupação com a ameaça representada pelos mísseis balísticos na região, um temor que foi exacerbado pelos ataques de mísseis balísticos iraquianos  durante a Guerra do Golfo.

Com recursos limitados para desenvolver um sistema ABM (Anti misseis balísticos) nacional, Israel encontrou um parceiro disposto nos Estados Unidos, que concordaram em financiar e co-desenvolver um sistema ABM produzido localmente.

O programa, conhecido como Homa, deu origem à série de mísseis balísticos antitáticos (ATBM) chamada Arrow, composta por três fases distintas.

O sistema Arrow foi projetado para atender às necessidades de defesa de ativos militares e centros populacionais em Israel, ao mesmo tempo em que oferecia suporte ao desenvolvimento tecnológico para futuras tecnologias de mísseis balísticos antitáticos, potencialmente integrando-as aos sistemas de defesa antimísseis dos EUA.

Guerra do golfo e a ameaça dos SCUD

Durante a Guerra do Golfo, uma das ameaças mais significativas enfrentadas por Israel foi a série de ataques de mísseis Scud lançados pelo regime de Saddam Hussein, do Iraque. Entre janeiro e fevereiro de 1991, o Iraque lançou um total de 39 mísseis Scud contra Israel. Esses ataques foram uma resposta à participação de Israel na coalizão liderada pelos Estados Unidos, que estava combatendo as forças iraquianas no Kuwait.

Sadan Hussain retaliou a ação norte americana na operação Tempestade no deserto, disparando mísseis iscud contra israel, a maioria dos mísseis foram abatidos por caças que mantinham prontidão operacional nos céus de Israel.

Os mísseis Scud representavam uma ameaça significativa para Israel, não apenas devido à sua capacidade de causar danos materiais e perdas humanas, mas também por desencadear uma escalada no conflito na região. No entanto, graças ao sistema de defesa civil e aos esforços das Forças de Defesa de Israel (IDF), a maioria dos mísseis Scud foi interceptada e destruída antes de atingir áreas povoadas.

Grande parte dos Scuds foi a bataida pelos caças da força aérea dos Estaos Unidos e de Israel, mas alguns deles chegaram a atingir o solo sem graves consequências e isso acionou o alerta para o desenvolvimento de um sistema dedicado a esta função a qual o Patriot PAC 1 não possía capacidade e diga-se de passagem, nenhum sistema existente no planeta até então possía.

Os sistemas de defesa antimísseis balísticos são projetados para interceptar e destruir mísseis balísticos em diferentes fases de sua trajetória. Esses sistemas podem ser terrestres, marítimos ou aéreos e são compostos por uma variedade de componentes, incluindo radares, sensores, mísseis interceptores e sistemas de comando e controle.

Isso porque os mísseis balísticos possuem a capacidade de viajar em altitudes elevadas, atravessando a atmosfera a velocidades extremamente altas. Existem duas categorias principais de mísseis balísticos:

  • Mísseis balísticos de curto alcance (SRBM), que têm um alcance de até cerca de 1000km;
  • Mísseis balísticos de médio e longo alcance (MRBM e ICBM), que podem viajar milhares de quilômetros.

Para interceptar esses mísseis, os sistemas de defesa antimísseis balísticos devem ser capazes de detectar, rastrear e destruir o míssil inimigo. Isso pode ser feito em várias fases da trajetória do voo do míssil.

Comparativo dos perfís de altitude e alcance dos diferentes tipos de mísseis Balísticos.

O sistema ABM pode atacá-lo na fase de impulso ou boost phase, já que nesta fase, o míssil é impulsionado pelo foguete propulsor. Os míssies interceptadores lançados durante esta fase têm a vantagem de atacar o míssil enquanto ele ainda está na atmosfera, mas geralmente têm um tempo de resposta limitado devido à curta duração desta fase.

Outra possibilidade é a de interceptá-los na ase de meio curso ou mid-course phase, já que nesta fase, o míssil está viajando no espaço exterior após a fase de impulso. Os sistemas de defesa nesta fase geralmente usam sensores, como radares terrestres ou satélites, para detectar e rastrear o míssil inimigo.

Por último, resta  a fase terminal ou terminal phase da qual o sistema norte americano THAAD se utiliza pois, nesta fase, o míssil está se aproximando do alvo e entrando na atmosfera terrestre. Os interceptores nesta fase são normalmente guiados por sistemas de radar de proximidade ou sensores infravermelhos para rastrear e destruir o míssil antes que ele atinja seu alvo.

Perfil operacional dos diferentes mísseis e sistemas de defesa aérea.

Os mísseis interceptores usados nos sistemas de defesa antimísseis balísticos também são projetados para viajar em velocidades muito altas e podem ser equipados com sistemas de direção, como propulsores, para manobrar e interceptar os mísseis inimigos com precisão.

Ressalta-se que os sistemas não são otimizados para operar nas três fases dadas as características intrinsecas de cada uma, o que acaba por exigir o desenvolvimento de sistemas diferentes para cada fase de interceptação e não há no planeta um sistema universal que dê conta de cobrir a todas ao mesmo tempo.

Foi diante dos estudos conduzidos pelo perfil dos mísseis balísticos existentes no oriente médio naquele momento que Israel passou a desenvolver a resposta. Esses ataques de mísseis Scud contra Israel durante a Guerra do Golfo destacaram a importância da defesa aérea e da diplomacia na proteção das nações contra ameaças externas e na gestão de crises internacionais.

Nasce o  programa Arrow

Os Mísseis Arrow, ou “Hetz” em hebraico, são uma linha de defesa antibalística desenvolvida para atender à necessidade de Israel por um sistema mais eficaz contra mísseis balísticos do que os Mísseis Patriot MIM-104.

Desenvolvido em colaboração entre Israel e os Estados Unidos, o projeto começou em 1986 e continua até hoje, embora tenha enfrentado algumas críticas. Conduzido pela Israel Aerospace Industries (IAI) e pela Boeing, é supervisionado pelo Ministério da Defesa de Israel e pela Agência de Defesa contra Mísseis (MDA) dos Estados Unidos.

Radar Aesa Elta EL/M-2080 Green Pine

O sistema Arrow consiste em vários componentes, incluindo o míssil interceptor hipersônico Arrow, o radar AESA de alerta antecipado Elta EL/M-2080 Green Pine, o centro de comando e controle C4ISTAR da Tadiran Telecom, e o centro de lançamento da Israel Aerospace Industries. É um sistema móvel que pode ser deslocado para diferentes locais preparados.

Após a construção e os testes do demonstrador de tecnologia Arrow 1, a produção e implementação começaram com a versão Arrow 2. Considerado um dos programas de defesa de mísseis mais avançados, é o primeiro sistema operacional projetado especificamente para interceptar e destruir mísseis balísticos. O Arrow 3 está planejado para um futuro próximo.

A primeira bateria do Arrow foi declarada totalmente operacional em outubro de 2000. Embora alguns de seus componentes tenham sido exportados, a Rede de Defesa Aérea de Israel, uma unidade da Força Aérea Israelense pertencente às Forças de Defesa de Israel (IDF), é atualmente a única usuária do sistema Arrow completo.

O programa desenvolvido pela divisão MALAM das Indústrias Aeroespaciais de Israel (IAI) em parceria com a Boeing, foi supervisionado pela administração “Homa” do Ministério da Defesa de Israel e pela Agência de Defesa de Mísseis dos EUA.

Inicialmente produzido internamente por Israel, o sistema Arrow teve uma mudança significativa em 11 de fevereiro de 2003, quando a IAI e a Boeing assinaram um acordo avaliado em mais de US$ 25 milhões para estabelecer instalações de produção nos Estados Unidos. Esse acordo se expandiu ao longo dos anos, com a Boeing assumindo a responsabilidade pela produção de aproximadamente 35% dos componentes do míssil, incluindo elementos críticos como a seção eletrônica e o tubo lançador do míssil, em suas instalações em Huntsville, Alabama.

A unidade da Boeing também supervisiona a produção de componentes de mísseis Arrow fabricados por mais de 150 empresas americanas distribuídas em mais de 25 estados. Atualmente, a participação da Boeing na produção do sistema Arrow 3 o sisetma mais moderno em operação desde 2019 está entre 40% e 50%.

Os primeiros testes do interceptor Arrow ocorreram em 9 de agosto de 1990, visando avaliar os sistemas de controle e orientação do míssil. Embora enfrentasse falhas iniciais, o projeto evoluiu ao longo dos anos, resultando no desenvolvimento do sistema Arrow 2, atualmente o principal e mais numerso sistema de defesa ABM em operação em Israel, uma vez que as undiades ainda estão sendo substituídas pelas novas versões.

Mísseis simuladores de mísseis balísticos Silver, blue e black sparrow.

Apesar dos desafios enfrentados durante sua fase de testes, o Arrow 2 foi entregue ao exército para avaliação após a resolução dos inúmeros problemas apenas em 1998.

A contínua evolução do sistema antibalístico Arrow levou a modificações no míssil Arrow 2, com cada alteração sendo incorporada em diferentes blocos. O desenvolvimento do Arrow 2 bloco 2 (A2b2) iniciou-se em 2003, seguido pelo teste do Arrow 2 bloco 3 (A2b3) em 2007. Em setembro de 2008, um teste com o míssil Blue Sparrow, um míssil balístico lançado do ar , simulou o ataque de mísseis “Scud-C/D”,validando a então nova variante Arrow 2 bloco-4 (A2b4). O resultado deste ensaio é controvérso pois resultou na falha e ainda sim foi considerado exitoso.

Nasce o Arrow 3

Concepção artística do interceptor Arrow 3 (A3)

Em 7 de abril de 2009, o teste anterior foi repetido, desta vez com sucesso. Em agosto de 2008, os governos dos Estados Unidos e de Israel deram início ao desenvolvimento de um componente de nível superior para o Comando de Defesa Aérea de Israel, denominado Arrow 3 (A3).

Esse desenvolvimento foi fundamentado em um estudo de definição de arquitetura realizado entre 2006 e 2007, o qual identificou a necessidade de integrar um componente de nível superior ao sistema de defesa contra mísseis balísticos de Israel que incluiriam, maior alcance, velocidade e sistemas mais precisos de rastreio e acompanhamneto dos mísseis balísticos que ganhavam capacidade de desviar dos interceptores.

Porém, além de novos sistemas a principal característica do novo interceptor era a sua capacidade exoatmosférico, desenvolvido em colaboração entre a IAI e a Boeing, segundo afirmou Arieh Herzog.

COmparativo dos interceptores A2 e A3.

O Arrow 3 foi declarado operacional em 18 de janeiro de 2017. Em abril de 2011, a Organização de Defesa de Mísseis de Israel (IMDO) lançou a definição inicial de uma nova atualização, denominada bloco 5 (A3b5), para o sistema Arrow, que integraria o Arrow 2 de nível inferior e o Arrow 3 exoatmosférico em um único sistema nacional de defesa antimísseis.

Essa atualização planejada, de acordo com Arieh Herzog, incluirá novos sensores terrestres e aéreos, um sistema de comando e controle, além de um novo míssil alvo, Mais uma vez o sistema de mísseis balíticos de teste foi empregue e desta vez o “Silver Sparrow”, destinado a simular veículos de lançamento com potencial capacidade nuclear desenvolvidos pelo Irã, este novo sistema simula as manobras possíveis das MARV e MIRV e exige maiores capacidades aos interceptores.

A Agência de Defesa de Mísseis dos EUA previa que o A3b5 seria  capaz de lidar com “ameaças regionais mais estressantes”, aumentando a área total defendida em cerca de 50%.

Em agosto de 2008, os governos de Israel e dos Estados Unidos deram início ao desenvolvimento de um componente avançado para o Comando de Defesa Aérea de Israel, chamado Arrow 3, com uma eficácia estimada de cerca de 99%. Esse desenvolvimento foi impulsionado por um estudo de arquitetura realizado entre 2006 e 2007, que identificou a necessidade de integrar um componente avançado ao sistema de defesa de mísseis balísticos de Israel. Segundo Arieh Herzog, então diretor da Organização de Defesa de Mísseis de Israel (IMDO), o elemento principal desse componente será um interceptador exoatmosférico, desenvolvido em colaboração entre a IAI e a Boeing.

O design do Arrow 3 está projetado para ser altamente eficaz, superando as capacidades dos programas similares nos Estados Unidos. Isso se deve a recursos como buscadores mais flexíveis e sistemas de propulsão mais avançados, o que promete um sistema de defesa extremamente capaz.

O novo componente exigiu  a integração de capacidades de detecção, rastreamento e discriminação em maior alcance do que os radares “Green Pine” e “Super Green Pine“, utilizados no Arrow 2. Dentre os sensores avançados considerados para o futuro sistema multinível de Israel estão os sensores eletro-ópticos aerotransportados em veículos aéreos não tripulados de alta altitude, futuros radares “Green Pine” aprimorados, bem como o radar AN/TPY-2 já implantado em Israel e operado pelas forças dos EUA.

Perfíl de alcance do sistemas de radares AN/TPY-2

O novo Arrow 4

Em 2017, o novo sistema Arrow 4 (A4) foi concebido e incluído na agenda para enfrentar ameaças complexas no futuro, como mísseis de cruzeiro hipersônicos ou qualquer outra aeronave supersônica. É importante destacar que as pesquisas sobre o A4 ganharam impulso após a revelação do míssil hipersônico iraniano Fattah.

Como funciona

A entrada em serviço 

As Forças de Defesa de Israel (IDF) e o Ministério da Defesa anunciaram um marco significativo em 10 de novembro de 2023 com a primeira interceptação operacional bem-sucedida do sistema A3, de fato o primeiro sistema ABM a ser testado em campo contra uma ameaça real no mundo.

Ensaio de interceptação com o sistema A3

Nesse dia, a Defesa Aérea lançou com sucesso um interceptador  A3 neutralizando efetivamente um alvo direcionado contra Israel na região do Mar Vermelho. Esta foi a primeira vez que o sistema A3 foi utilizado em uma situação operacional desde que se tornou operacional em 2017. Esta conquista notável seguiu o sucesso anterior da primeira intercepção operacional realizada pelo sistema A2 uma semana antes.

Uma confusão que pode ocorrer ao leitor é achar que o A3 trata-se apenas de uma versão modernizada da A2, mas na verdade trata-se de um sistema integralmente novo

Cabeça de guerra do sistema A3

O A2 possui menor alcance e perfil de ataque compeltamente diferente uma vez que se aproxima do alvo acionando sua ogiva de fragmentação que explode a assim danifica o alvo, porém, contra armas de maior velocidade este tipo d eabordagem é nula uma vez que a fragmentação e a dispersão combinadas com a velocidade do atacante podem resultar em poucos danos.

Frente a isso o A3 trabalha com a abordagem de tiro direto atingido o alvo e o neutralizando por morte cinética em vez da detonação de ogiva de proximidade, Diferentemente do A2 a variante A3 é extremamente manobrável e altamente ágil, com capacidade de manobra excepcional, permitindo ajustar sua trajetória para atingir outros alvos detectados após o lançamento.

O programa Upper Tier (UTI) visa fornecer o míssil Arrow-3, ampliando assim a capacidade do sistema contra ameaças avançadas de médio alcance. O objetivo de curto prazo deste programa é concluir e demonstrar o design do nível superior e continuar as entregas da produção inicial. Este projeto não só fortalece as defesas de Israel, mas também proporciona aos Estados Unidos conhecimento e experiência valiosos na operação de sistemas de defesa multicamadas.

A Força Aérea Israelense recebeu oficialmente os mísseis antibalísticos Arrow 3 da Organização Israelense de Defesa de Mísseis (IMDO) em uma cerimônia realizada em 18 de janeiro de 2017. Esta transferência simbólica marcou um passo significativo na capacidade de defesa de Israel contra ameaças de mísseis balísticos.

Embora o programa de desenvolvimento do Arrow-3 tenha alcançado progressos notáveis, até 2011 persistiam avaliações de risco técnico e de cronograma elevados. No entanto, a maioria dos objetivos planejados foi alcançada com sucesso até agora, com exceção de um relacionado ao motor de impulso, que está passando por redesenho e novos testes.

Sobre o ataque iraniano

No recente episódio envolvendo os ataques de mísseis iranianos contra Israel, uma decisão estratégica chamou a atenção.

O sistema de defesa antimísseis A3 não foi usado, optando, em vez disso, pelo uso do A2 devido ao perfíl dos mísseis disparados. O A3, uma variante mais avançada do sistema, caracterizada por sua maior velocidade e alcance, foi implantado em 2018 como uma peça central na defesa aérea de Israel. Vale destacar que o sistema de lançamento do A3 estão sendo implantados em silos subterrâneos, conferindo-lhe uma camada adicional de proteção e sigilo.

A escolha de não empregar o A3 levanta diversas questões estratégicas e táticas. Primeiramente, é necessário considerar a avaliação da ameaça percebida pelos líderes e especialistas em defesa nacional.

A decisão de utilizar o A2 sugere que a natureza dos mísseis iranianos, bem como sua trajetória e potencial de dano, não foram considerados como uma ameaça que justificasse o uso do sistema mais avançado. Isso pode indicar uma análise cuidadosa do risco imediato e uma alocação de recursos de defesa proporcional à gravidade percebida da situação.

Os mísseis lançados pelos iranianos apresentavam características específicas em termos de perfil de voo, altitude e velocidade, para os quais as baterias do sistema de defesa antimísseis Arrow 2 (A2) foram consideradas capazes de conter eficazmente. No entanto, é importante destacar que a estratégia empregada pelo Irã, conforme evidenciado pelo recente ataque, envolve o uso de sistemas de múltiplas ogivas. Esses sistemas representam um desafio adicional para as capacidades de interceptação da série A2, uma vez que não são particularmente adequados para combater esse tipo de ameaça.

A complexidade dos mísseis com múltiplas ogivas implica a necessidade de sistemas de defesa antimísseis mais avançados e sofisticados, como o A3, que oferecem capacidades superiores de detecção, rastreamento e interceptação. Enquanto as baterias do A2 podem ser eficazes contra certos tipos de mísseis, a presença de múltiplas ogivas representa uma ameaça que exige uma resposta mais robusta e adaptável.

Portanto, a análise da estratégia iraniana e das capacidades do sistema de defesa de Israel destaca a importância de uma avaliação contínua e aprimoramento das capacidades de defesa antimísseis. Isso inclui o desenvolvimento e implementação de tecnologias mais avançadas para enfrentar ameaças cada vez mais sofisticadas e diversificadas. A segurança nacional depende da capacidade de adaptar e fortalecer constantemente as defesas contra os desafios emergentes, garantindo assim a proteção eficaz do território e da população contra ataques adversários.

É importante ressaltar que, mesmo com a escolha do A2, as capacidades do A3 não foram totalmente descartadas. Pelo contrário, as baterias do A3 permaneceram em prontidão, posicionadas estrategicamente na retaguarda, como uma medida de precaução contra um eventual segundo ataque. Essa decisão reflete a flexibilidade e adaptabilidade das estratégias de defesa de Israel, que buscam equilibrar a eficácia com a eficiência e a conservação de recursos.

Em última análise, o episódio envolvendo o uso do A2 em vez do A3 destaca a complexidade e as nuances das operações de defesa em um cenário geopolítico tenso e em constante evolução. Envolve a consideração cuidadosa de fatores como a avaliação da ameaça, a disponibilidade de recursos e a manutenção da dissuasão contra possíveis agressores. É um lembrete vívido da necessidade contínua de vigilância e preparação em face das ameaças à segurança nacional.  A resposta Israelense para  mísseis balísticos de perfis de operação em baixa altitude começoua  ser desenhada em 2021 com o que pode ser a nova variante da família Arow, um novo sistema completamente redesenhado e que precisa atender as novas exigências da defesa Anti-Aérea.

Arrow 4

Concepção artísica do provável A4 em desenvolvimento.

Em 18 de fevereiro de 2021, Israel anunciou um passo importante em sua defesa contra mísseis balísticos propondo o desenvolvimento do Arrow-4. Este novo interceptador representa mais uma camada no sistema defensivo de Israel, voltado principalmente para as ameaças do Irã. O Ministro da Defesa, Benny Gantz, enfatizou a importância desse desenvolvimento, destacando que o A4 resultará em um avanço tecnológico e operacional significativo, preparando o país para desafios futuros no campo de batalha, tanto no Oriente Médio quanto além.

O A4 está sendo desenvolvido em uma parceria entre a Organização de Defesa de Mísseis de Israel (IMDO) e a Agência de Defesa de Mísseis dos EUA (MDA). Este novo sistema será a próxima geração de interceptadores endo-exoatmosféricos, expandindo ainda mais a capacidade de defesa de Israel.

Substituindo gradualmente os interceptadores A2, e completando a defesa dos A3, nesse sentido o A4 promete ser mais avançado e eficaz, capaz de lidar com uma  gama mais ampla de ameaças emergentes na região como os planadores hipersônicos e mísseis de cruzeiro hipersônicos cujos perfis de voo e altitude são em orbita endoatmosféricas.


GIVEH, Mohammedreza. Israeli Arrow System Downs First Missiles in Combat. Arms Control Today, v. 53, n. 10, p. 37-37, 2023.
ZYCH, Joanna. The development of the Israeli national missile defense concept. The Bellona Quarterly, v. 701, n. 2, p. 75-88, 2020.
MAJUMDAR, Sayan. Arrow ATBM: Lethal Evolution. Vayu Aerospace and Defence Review, n. 3, p. 75-77, 2018.
Global Security <https://www.globalsecurity.org/military/world/israel/arrow-3.htm>

Se você quiser colaborar com o Plano Brazil

Faça uma doação

Banco Santander
Ag : 0680
CC: 01057270-8

Ou ainda

PIX PELO QR CODE


EDILSON MOURA PINTO

+55 …..1485

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.