Fatos Históricos: A Defesa Aérea do Vietnã do Norte

As Republic F-105D Thunderchief fighter-bombers make a low-level strike on a North Vietnamese target, one sustains a serious hit, in Jim Laurier’s illustration Thud Ridge.

E.M.Pinto & Paulo Diniz


A rápida mobilização de armas antiaéreas, mísseis e caças cedidos ao Vietnã do Norte pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e pela República Polular da China, proporcionou a Hanoi uma poderosa resistência aos bombardeiros dos EUA nos primeiros anos da Guerra do Vietnã.Esse apoio incluiu o fornecimento de armas, equipamentos militares e treinamento para as forças vietnamitas, juntamente com a construção de uma sofisticada rede de defesa antiaérea. 

A União Soviética e a China forneceram ao Vietnã do Norte uma variedade de armamentos antiaéreos, incluindo mísseis superfície-ar como o SA-2 e o SA-3, além de sistemas de artilharia antiaérea, como canhões antiaéreos. Esses sistemas foram cruciais para neutralizar as aeronaves americanas e impedir ataques aéreos.Os soviéticos e chineses também forneceram treinamento especializado e assessoria técnica para operar e manter os sistemas de defesa antiaérea. Isso permitiu que as forças vietnamitas usassem efetivamente esses sistemas contra os bombardeiros americanos.

Com o apoio dos aliados, o Vietnã do Norte desenvolveu táticas e estratégias avançadas para enfrentar as ameaças aéreas americanas. Isso incluiu o uso coordenado de mísseis e artilharia antiaérea, juntamente com a integração de sistemas de radar para rastreamento e direcionamento preciso. O Vietnã do Norte construiu uma extensa rede de defesa antiaérea, composta por uma combinação de mísseis, artilharia e sistemas de radar. Essa rede cobria áreas-chave e pontos estratégicos, dificultando os ataques aéreos americanos e aumentando o risco para as aeronaves inimigas.

No geral, o apoio soviético e chinês fortaleceu significativamente a capacidade do Vietnã do Norte de se defender, desempenhando um papel crucial na resistência do país durante a Guerra do Vietnã. A defesa antiaérea foi fundamental para essa resistência, representando uma ameaça constante para as operações aéreas dos Estados Unidos e influenciando significativamente o curso do conflito.


 

O nascimento da Defesa Aérea do Vietnã do norte

Ilustração do ataque ao golfo de Tonkin- tela de R. G. Smith.

Em 5 de agosto de 1964, aeronaves da Marinha dos EUA atingiram quatro bases de torpedeiros norte-vietnamitas e o depósito de combustível em Vinh, cerca de 250 km ao sul de Hanoi. O ataque efetuado por 64 aeronaves teve êxito porém foram perdidas devido ao fogo antiaéreo duas aeronaves.
A Operação Pierce Arrow foi lançada em retaliação a um ataque de um torpedeiro norte vietnamita a um destróier dos EUA no Golfo de Tonkin em 2 de agosto, e tinha o propósito político ostensivo de demonstrar a força da América aos norte-vietnamitas para impedir novas agressões e apoio adicional à insurgência no Vietnã do Sul.

Entretanto, esta não foi a mensagem entendida pelos líderes de Hanói que concluíram que a resposta em escala relativamente pequena mostrava que a intervenção americana seria limitada e não decisiva. Mais importante ainda, energizou e unificou a liderança política de Hanói por trás do novo líder do partido, Le Duan, que assumiu o poder em Janeiro ao marginalizar os moderados do Partido Comunista liderados por Ho Chi Minh e pelo General Vo Nguyen Giap numa reunião do partido em Dezembro.

Le Duan ordenou imediatamente “o reinício da luta armada no Vietnã do Sul” e solicitou assistência aos dois principais aliados do Vietnã do Norte, a China (RPC) e a então, União Soviética (URSS). Ele colocou os militares em situação de guerra em 6 de julho e mobilizou todos os componentes da sociedade para a guerra que se aproximava. Essa mobilização e apoio de outros países comunistas permitiram ao Vietnã do Norte construir o que se tornaria a defesa aérea integrada mais poderosa do mundo naquela altura.

No início de 1964, Pequim aumentou sua assistência ao Vietnã do Norte, coincidindo com a rivalidade sino-soviética pela liderança do movimento comunista global. Enquanto a China oferecia apoio, Moscou sentiu-se compelido a fornecer uma gama mais ampla de recursos, incluindo tecnologia avançada, armamento superior e um pacote de treinamento mais substancial. Os soviéticos enviaram mais de 8 mil conselheiros militares e técnicos, que se camuflavam usando uniformes vietnamitas. Paralelamente, centenas de vietnamitas foram enviados para escolas de treinamento militar na União Soviética. Além disso, Moscou forneceu equipamentos como radares, artilharia antiaérea e defesa costeira para Hanoi.

Para evitar ser superada por Pequim, a União Soviética intensificou o treinamento de 30 pilotos norte-vietnamitas, que estavam sendo instruídos em aeronaves MiG-17 fornecidas pelos soviéticos em uma base aérea chinesa desde 1963. A China também contribuiu com aeronaves de treinamento e iniciou um programa de formação para cerca de 200 pilotos adicionais. No entanto, não se previa que esses pilotos estivessem prontos para operações de combate até o final de 1964 ou o início da primavera de 1965. Esse aumento da assistência militar refletiu não apenas a rivalidade entre China e União Soviética, mas também a intensificação do conflito no Vietnã.

Pilotos norte-vietnamitas são informados sobre táticas de combate aéreo diante dos MiG-19 de fabricação chinesa. Essas aeronaves chegaram no final da guerra, eram menos manobráveis ​​que o MiG-17 e mais lentas que o MiG-21. Foto: Agência de Notícias Vietnamita

A ajuda fornecida pela China e pela União Soviética foi essencial para fortalecer as defesas aéreas do Vietnã do Norte. Embora Hanoi estivesse gradualmente melhorando suas capacidades desde 1957, seu sistema de defesa aérea ainda era insuficiente contra uma campanha de bombardeio moderna. Em outubro de 1963, Hanoi unificou sua Força de Defesa Aérea e Força Aérea em um único comando para simplificar o controle das operações.

Na época, as defesas aéreas de Hanói consistiam principalmente em radares e baterias de canhões antiaéreos alemães fornecidos pelos soviéticos, com apoio adicional da China. No entanto, o país carecia de controle de fogo por radar para seus canhões leves e enfrentava escassez de interceptadores e pilotos qualificados.

A Força Aérea do Vietnã do Norte foi estabelecida em 1956, com pouco conhecimento prévio sobre aviação entre os vietnamitas. Um programa de treinamento de pilotos foi iniciado na União Soviética, mas enfrentou desafios significativos, resultando em altas taxas de acidentes e poucos graduados qualificados. Hanoi enviou 110 candidatos a voo para a União Soviética naquele mês e um número semelhante a cada ano até 1962.

O programa de formação de pilotos inicialmente enfrentou uma alta taxa de acidentes, com menos de 1 em cada 5 formandos completando o curso básico na União Soviética até o final de 1958. Em dezembro de 1959, o Vietnã do Norte tinha 90 pilotos qualificados, com apenas cerca de 40 capazes de pilotar jatos. Uma expansão significativa ocorreu a partir desse ponto, com mais de 140 pilotos qualificados até o final de 1960. Hanói estabeleceu sua primeira escola de treinamento de voo doméstico e enviou 82 pilotos para treinamento avançado de caças a jato, sendo 52 para a União Soviética e 30 para a China.

MiG-21PFs do 921º Regimento de Caças da Força Aérea Popular do Vietnã. Fonte da imagem: lyonairmuseum.org

Além da formação de pilotos, o Vietnã do Norte enfrentava desafios na infraestrutura aeronáutica, com poucos aeródromos e escassez de apoio de manutenção. Um projeto massivo de expansão de aeródromos foi lançado, resultando na construção de 44 aeródromos até 1965. A organização da manutenção e logística também começou praticamente do zero, com apenas uma dúzia de técnicos de aeronaves inicialmente disponíveis.

Apesar dos esforços, Hanoi formou apenas cerca de 40 pilotos de jato por ano, recebendo seus primeiros caças em fevereiro de 1964. No entanto, esses pilotos eram altamente motivados e dedicados. A primeira morte aérea da Força Aérea do Vietnã do Norte ocorreu em fevereiro de 1964, quando o piloto Nguyen Van Be abateu um avião sul-vietnamita.

A União Soviética entregou os primeiros 36 caças MiG-17 em fevereiro de 1964, equipando o 921º Regimento de Caças de San Dao. Um segundo regimento de caça, o 923º, equipado com MiG-17, chegaria em setembro de 1965, após treinamento na China.

Após a unificação da Força Aérea Norte-vietnamita à organização combinada de defesa aérea-força aérea, o Vietnã do Norte enfrentou desafios no comando e controle de sua defesa aérea. Em novembro de 1963, o país não tinha capacidade tecnológica e industrial para resistir a uma campanha concentrada de bombardeios americanos. Em resposta, Le Duan enviou milhares de norte-vietnamitas para a União Soviética para treinarem em comunicações, eletrônica e sistemas de armas soviéticos.

Centro de treinamento antiaéreo no Vietnã, 1965. Organização Pública Inter-regional de Veteranos da Guerra do Vietnã

Simultaneamente, houve uma intensa preparação para entender a cultura, política e operações militares dos EUA. Isso incluiu recrutamento de falantes de inglês para ensinar a língua e esforços para interferir nas comunicações americanas. Le Duan aproveitou os esforços de Ho Chi Minh para desenvolver sistemas de comunicações seguros e expandiu programas de pesquisa e produção para soluções de baixo custo em defesa aérea.

Para minimizar os efeitos dos bombardeios americanos, milhares de norte-vietnamitas foram mobilizados para reconstruir infraestruturas danificadas, com apoio chinês. Reconhecendo a importância da guerra política, Le Duan desenvolveu uma estratégia para minar a confiança na campanha de bombardeio americana e diminuir o apoio público a ela, tanto internacionalmente quanto nos EUA.

Le Duan e Ho Chi Minh

Apesar dos esforços, era latente que uma diminuta força aérea não faria frente ao mosntruoso poder aéreo dos Esatdos Unidos cujas unidades aéreas somavam dezenas de milhares de aeronaves e os mais avançados sistemas de guerra da altura. Era necessário amparar a Força Aérea do Vietnã do Norte com um aparato de defesa aérea capaz de bloquear ou reduzir as capacidades das Forças militares conjuntas dos Estados Unidos e do Vietnã do Sul. Assim nascia a maior defesa aérea territorial já vista na história da humanidade.

 

 Os Ecos da Pierce Arrow

Vitória no ar em Hanói-Dien Bien Phu em 1972 – Uma vitória da força e intelectualidade vietnamita

Após a Operação Pierce Arrow, a ajuda sino-soviética às defesas aéreas do Vietnã do Norte aumentou significativamente. Canhões e munições antiaéreas constituíram a maior parte da assistência de defesa aérea chinesa e soviética, uma mistura de artilharia pesada  composta por canhões 85 e 130 mm, média com canhões 57 mm e leve 23 mm, além de radares de busca e controle de fogo associados. A artilharia pesada incomodaria os voos que se aproximavam, e a artilharia média e leve concentrar-se-ia nas aeronaves líderes à medida que os aviões se aproximassem do seu alvo. Centenas de homens e mulheres, até mesmo estudantes do ensino médio, iniciaram treinamento de defesa aérea, na altura todos, incluindo os próprios vietnamitas consideravam esses esforços,  “pura perda de tempo”.

Ocorre que um ataque em larga escala dos EUA após o incidente do Golfo de Tonkin não parecia iminente no início de 1964. Com as eleições em andamento, o Presidente Lyndon B. Johnson estava preocupado com sua reeleição e o impacto do conflito em sua agenda legislativa. o fez delegar o planejamento dos bombardeios a seus principais assessores, com a orientação de manter os custos baixos.

F0i ai que o Secretário de Defesa Robert McNamara interpretou as instruções do presidente como a necessidade de conduzir missões de bombardeio com forças mínimas para persuadir Hanoi a parar a sua agressão. Os líderes civis, como o Secretário de Estado Dean Rusk e o Conselheiro de Segurança Nacional McGeorge Bundy, tinham abordagens diferentes, mas igualmente cautelosas, em relação aos ataques, buscando uma resposta gradual para mostrar que os EUA poderiam agir de forma mais severa se assim o quisesse.

Em 1º de dezembro de 1964, após receber três opções de ação contra o Vietnã do Norte, o Presidente Lyndon B. Johnson escolheu a Opção C, uma abordagem incremental e inicial. Este plano envolvia uma série de ataques começando no Laos, expandindo-se para o sul do Vietnã do Norte e, se necessário, indo mais ao norte se Hanoi não cessasse seu apoio ao Vietcongue.

Após o ataque vietcongue a Pleiku em 7 de fevereiro de 1965, Johnson respondeu inicialmente com um ataque retaliatório limitado. Em 24 de fevereiro, ele aprovou a Operação Rolling Thunder, uma campanha de bombardeio de três anos contra o Vietnã do Norte. O Secretário de Defesa Robert McNamara insistiu em limitar os alvos e áreas geográficas dos ataques, temendo uma escalada para uma guerra mundial ou uma intervenção chinesa.

Durante a Operação Rolling Thunder, a seleção dos alvos foi controlada pela liderança civil, incluindo o Presidente Lyndon B. Johnson e seu grupo de conselheiros de confiança. O Comando do Pacífico dos EUA nomeava os alvos, que eram então revisados semanalmente pelo gabinete do presidente. Este grupo incluía figuras proeminentes como McNamara, Rusk, George Ball, McGeorge Bundy, Walt Rostow e Bill Moyers, além do presidente do comando conjunto e o diretor da CIA. As revisões de metas inicialmente aconteciam diariamente, mas foram alteradas para semanais no verão de 1965.

Enquanto o planejamento operacional foi bem-sucedido, o apoio de inteligência enfrentou desafios devido à falta de recursos disponíveis. As principais fontes de conhecimento sobre o Vietnã do Norte antes de 1965 eram monitoramento de inteligência de sinais, voos de reconhecimento aéreo e coleta de sinais eletrônicos transportados por navios. No entanto, as agências de inteligência dos EUA, como a CIA, a Agência de Inteligência da Defesa e o Gabinete de Inteligência do Departamento de Estado, emitiram avaliações de que o bombardeio não quebraria a vontade política de Hanoi.

A Rolling Thunder começou em 2 de março de 1965, com um ataque ao depósito de munições Xom Bang. O fogo intenso das armas antiaéreas inimigas surpreendeu as tripulações americanas, que não estavam cientes do aumento da defesa aérea do Vietnã do Norte.

A operação Rolling Thunder começou em 2 de março de 1965, com um ataque ao depósito de munições Xom Bang.

No final de 1964, o Vietnã do Norte intensificou seus preparativos para os bombardeios americanos. Em agosto, a China entregou quatro Shenyang F-4 (MiG-15) e 36 F-5 (MiG-17) à Base Aérea de Phuc Yen. Em setembro, estabeleceu-se um sistema conjunto de alerta aéreo entre a China e o Vietnã do Norte. Nesse mesmo mês, Hanoi solicitou a Moscou sistemas de mísseis terra-ar, operadores e treinadores, e os soviéticos concordaram em fornecê-los.

Até dezembro de 1964, o Vietnã do Norte descartou seu equipamento da Segunda Guerra Mundial e ampliou significativamente suas baterias e radares antiaéreos. Hanoi completou a integração de suas redes domésticas de defesa aérea em janeiro de 1965, estabelecendo seu quartel-general no campo de aviação Bach Mai. O sistema de inteligência de sinais fornecia informações cruciais sobre as atividades inimigas. Os pilotos de caça ficavam alertas para avançar quando aeronaves inimigas se aproximavam de Hanoi.

A antiga base aérea em Hanoi foi construída como campo de aviação militar em 1917. O campo de aviação Bach Mai permaneceu uma importante base aérea durante a Guerra do Vietnã.

A Força Aérea Norte-Vietnamita, confrontada com uma oposição tecnologicamente superior, adotou uma abordagem de insurgência aérea durante a Guerra do Vietnã. Eles evitaram confrontos prolongados, preferindo interceptar e atacar aeronaves americanas isoladas, seguido por uma fuga rápida. Usavam uma tática de “voo de interceptação”, com uma cobertura de proteção para evitar as escoltas de caças americanas. Apesar das restrições de voo impostas em certas zonas, essas regras eram difíceis de seguir em um ambiente tático em rápida evolução.

Os serviços de inteligência de Hanoi foram organizados para fornecer uma visão completa do campo de batalha. Agentes infiltrados em bases aéreas americanas no Vietnã do Sul e postos de observação nos arredores relatavam atividades inimigas. Pequim e Moscou contribuíram com informações sobre operações de porta-aviões americanos no Mar da China Meridional. Locais de sinalização norte-vietnamitas monitoravam as comunicações inimigas para garantir que seus pilotos estivessem bem informados para executar táticas de interceptação e fuga. Esses esforços refletiram a determinação do Vietnã do Norte em enfrentar a superioridade aérea americana de maneira criativa e eficaz.

Os preparativos de inteligência do Vietnã do Norte superaram em muito o suporte planejado para as primeiras tripulações americanas que sobrevoaram a região. Enquanto a cobertura de inteligência eletrônica dos EUA era limitada a algumas aeronaves específicas, como os bombardeiros leves Douglas EB-66B Destroyer e os caças Douglas EF-10 Skynight da Marinha, a cobertura de radar sobre o Vietnã do Norte era principalmente fornecida por instalações como Monkey Mountain, navios da Marinha e aviões de alerta aéreo baseados em porta-aviões.

Douglas EB-66B Destroyer

No entanto, essa cobertura tinha suas limitações, com o radar de Monkey Mountain alcançando apenas cerca de 80 milhas ao norte da Zona Desmilitarizada. Além disso, os radares da Marinha não eram ideais para rastrear alvos em terreno montanhoso ou sobre a selva, penetrando apenas cerca de 56km no interior. Diante dessas limitações, as tripulações americanas operavam em condições desafiadoras, contando principalmente com seus próprios recursos visuais.

Enquanto isso, os líderes de Hanoi mobilizaram a nação inteira para um esforço de guerra abrangente, integrando os planos, operações e táticas de defesa aérea como parte essencial dessa estratégia. Reconhecendo suas limitações militares contra uma campanha de bombardeio americana, o Vietnã do Norte visava frustrar os planos dos EUA de usar o poder aéreo para alcançar seus objetivos políticos, interrompendo os bombardeios e minando a vontade política dos americanos.

O presidente Lyndon Johnson (centro) contou com Dean Rusk (à esquerda) e Robert McNamara como seus secretários de Estado e de Defesa (respectivamente) em 1968, quando esta foto foi tirada. Rusk permaneceu secretário de Estado até Johnson deixar o cargo em janeiro de 1969.

À medida que a posse de Johnson se aproximava em janeiro de 1965, os líderes norte-vietnamitas sentiram que estavam a um ano de estarem prontos para resistir a uma grande campanha de bombardeios americanana. Eles continuaram aprimorando suas táticas e procedimentos, aguardando a entrega e operacionalização dos sistemas de defesa aérea, como os mísseis terra-ar SA-2. Embora preocupados com a possível implantação de bombardeiros B-52 pelos EUA, eles confiavam em seus preparativos e estratégia. Essa confiança seria recompensada dez anos depois, quando seus militares assumiram o controle total do Vietnã do Sul, com a estratégia de guerra aérea sendo um dos principais contribuintes para esse sucesso.

Principais operações Aéreas 

Rolling Thunder- 2 de março de 1965 a 1 de novembro de 1968 foi uma campanha de bombardeio aéreo conduzida pela Força Aérea dos Estados Unidos contra alvos militares no Vietnã do Norte, que ocorreu de 1965 a 1968. O principal objetivo era interromper a capacidade de guerra do Vietnã do Norte e minar sua vontade de continuar apoiando as forças comunistas no Vietnã do Sul. No entanto, a campanha foi amplamente criticada por sua falta de eficácia em atingir esses objetivos, além de provocar um alto custo humano e material.

Concomitantemente a esta grande operação, a Marinha dos Estados Unidos implementou a chamada Operação Sea Dragon a qual foi realizada principalmente por meios navais e aéreos, envolvendo a Marinha dos Estados Unidos e a Força Aérea dos Estados Unidos.  Os navios da Marinha dos Estados Unidos, incluindo porta-aviões, cruzadores, destróieres e navios de apoio logístico, foram utilizados para lançar ataques contra alvos ao longo da costa vietnamita, como instalações de transporte e suprimento.  Aviões de combate embarcados em porta-aviões foram empregados para realizar ataques aéreos contra alvos terrestres ao longo da Rota Ho Chi Minh, incluindo depósitos de suprimentos e rotas de transporte.

Por seu lado, a Força Aérea dos Estados Unidos também contribuiu com a operação, lançando ataques aéreos contra alvos ao longo da Rota Ho Chi Minh, principalmente no Laos e no Camboja. Os principais alvos da Operação Sea Dragon eram as instalações de transporte e suprimento utilizadas pelas forças inimigas, incluindo depósitos de munições, bases de logística e rotas de transporte ao longo da trilha. O objetivo era interromper o fluxo de suprimentos para as tropas vietcongues e norte-vietnamitas no Vietnã do Sul, minando assim sua capacidade de conduzir operações militares.

A Operação Sea Dragon que teve início em 1966 continuou ao longo de vários anos durante a Guerra do Vietnã, com ataques sendo lançados regularmente.

Linebacker I e II A Linebacker Iocorreu de 9 de maio a 23 de outubro de 1972, enquanto a Linebacker II ocorreu de 18 a 29 de dezembro de 1972. Essas operações foram lançadas em resposta à ofensiva do Tet de 1968, com o objetivo de reforçar a pressão sobre o Vietnã do Norte para buscar negociações de paz.

As operações Linebacker I, II A Linebacker I e Arc light deram palco ao emprego dos bombardeiros estratégicos B52 que partindo de Guam no Pacífico efetuavam raids aéreos em amssivos bombardeios ao Vietnã do norte.

Assim como na Rolling Thunder, os porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos foram fundamentais nas operações Linebacker I e II. Eles lançaram ataques aéreos contra alvos estratégicos no Vietnã do Norte, desempenhando um papel importante na pressão sobre o governo de Hanoi para buscar negociações de paz.

Arc LightEsta operação foi realizada de 1965 a 1973 Foi uma campanha de bombardeio estratégico conduzida pela Força Aérea dos Estados Unidos contra alvos no Vietnã do Norte. Esta operação envolveu o bombardeio estratégico de alvos no Vietnã do Norte utilizando bombardeiros pesados B-52 Stratofortress. Arc Light foi uma das maiores demonstrações de poder aéreo dos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã e foi empregado principalmente em ataques de longo alcance contra alvos estratégicos.

Commando Hunt– Esta operação ocorreu de 1968 a 1972. Foi uma campanha para interromper o fluxo de suprimentos militares da Trilha Ho Chi Minh do Vietnã do Norte para o Vietnã do Sul. A operação envolveu ataques aéreos, bombardeios e outras atividades para minar a logística inimiga. Esta foi uma campanha de bombardeio e interdição conduzida pelos Estados Unidos contra as rotas de abastecimento inimigas ao longo da Trilha Ho Chi Minh, que fornecia suprimentos e reforços do Vietnã do Norte para as forças comunistas no Vietnã do Sul. Essa operação teve como objetivo cortar as linhas de abastecimento inimigas e minar sua capacidade de continuar a guerra.

A operação Rolling Thunder envolveu tanto a Força Aérea quanto a Marinha, resultando em um total de 306183 missões de ataque realizadas durante esse período. Os números são impressionantes, cerca de 864 000 toneladas de bombas americanas foram lançadas no Vietnã do Norte até o final de 1967, ultrapassando as quantidades utilizadas durante toda a Guerra da Coreia e o teatro do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial.

A Operação Sea Dragon foi uma campanha naval conduzida pelos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, com o objetivo de interromper o suprimento de armas e munições para as forças vietcongues e norte-vietnamitas ao longo da chamada Rota Ho Chi Minh. Esta rota era uma rede de trilhas e estradas que atravessava o Laos e o Camboja, usada pelos vietcongues e norte-vietnamitas para transportar suprimentos, tropas e equipamentos do Vietnã do Norte para o Vietnã do Sul.

Esses ataques não foram sem consequências. As estimativas da CIA revelam que os danos causados no Vietnã do Norte totalizaram cerca de US$500 milhões. Além disso, as perdas humanas foram significativas, com estimativas de vítimas variando em torno de 52 mil em abril de 1967, incluindo aproximadamente 21 mil mortes de civis. A maioria das vítimas estava envolvida de alguma forma em atividades militares, como civis que trabalhavam em operações logísticas. No entanto, a proporção de vítimas civis aumentou consideravelmente ao longo do tempo, atingindo 80% em 1966.

As baixas entre os militares americanos também foram consideráveis. Mais de 900 aeronaves foram perdidas, resultando em 745 tripulantes abatidos. Apenas uma fração desses tripulantes foi resgatada com vida, enquanto muitos foram mortos, capturados ou considerados desaparecidos. O registro dessas baixas é um lembrete sombrio do custo humano dessas operações até hoje para os americanos.

Os números de baixas entre a Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos são menos precisos, mas ainda assim significativos. Durante os 44 meses de operações combinadas sobre o Vietnã do Norte e Laos, 454 aviadores navais perderam suas vidas, foram capturados ou desapareceram. Esses números destacam os perigos enfrentados por todas as ramificações das forças armadas americanas durante a Rolling Thunder.

De abril de 1965 a novembro de 1968, ao longo de 268 confrontos aéreos realizados sobre o Vietnã do Norte, a Força Aérea popular do Vietnã (VPAF) afirmou ter derrubado 244 aeronaves dos Estados Unidos ou da Força Aérea da República do Vietnã (RVNAF), enquanto eles próprios perderam 85 MiG. Durante esse período, 13 pilotos de elite do VPAF alcançaram o status de “ás” enquanto voavam no MiG-21, em comparação com três no MiG-17.

Foi somente durante a Operação Linebacker, em 1972, que a gravidade do problema finalmente recebeu atenção da Força Aérea dos Estados Unidos. Nos três meses seguintes ao início do Linebacker em maio de 1972, as perdas americanas totalizaram 48 aeronaves, das quais 21 foram abatidas por MiGs da VPAF e 27 por aprimoradas defesas terrestres. Nesse mesmo período, as aeronaves dos Estados Unidos afirmaram ter derrubado apenas 31 MiGs, enquanto a situação piorou no verão seguinte, com 13 aeronaves americanas perdidas para MiGs e apenas 11 MiGs abatidos reivindicados.

O General John W. Vogt Jr., comandante da Sétima Força Aérea, informou ao Chefe do Estado-Maior da USAF que estavam perdendo a guerra aérea. Como resultado imediato, foi lançada a Operação Teaball, que reestruturou todo o sistema operacional de alerta precoce da Força Aérea, integrando-o ao da Marinha, para garantir que cada aeronave tivesse um canal que fornecesse aviso imediato sobre a chegada de aeronaves inimigas. Somente em 1975, no entanto, a Força Aérea implementou o Exercício Red Flag para melhorar o desempenho, seguindo o exemplo do TOPGUN da Marinha.

Porém devido aos seus pefís operacionais diferentes, durante as operações Arc Light, Linebacker e Command Hunt, os bombardeiros B-52 que também enfrentaram desafios significativos ao tentar evitar as defesas aéreas norte-vietnamitas ainda sim tiveram um emprego mais tranquilo que a aviação de caça e ataque convencional das forças armadas americanas isto porque:

 Os B-52 voavam em altitudes elevadas para evitar serem alvos fáceis para os sistemas de defesa antiaérea. Voando a grandes altitudes, os bombardeiros buscavam superar as capacidades dos sistemas de mísseis e armas antiaéreas vietnamitas. Além disso, mantinham uma velocidade relativamente alta para dificultar o rastreamento e o engajamento por parte das defesas.

Frequentemente eram escoltados por caças de superioridade aérea, como os F-4 Phantom II, que proporcionavam proteção adicional contra interceptações inimigas. Esses caças estavam armados com mísseis ar-ar para neutralizar possíveis ameaças aéreas.

Em caso de detecção ou ataque iminente, os pilotos dos B-52 realizavam manobras evasivas, como mudanças de altitude e direção, para dificultar o rastreamento e o engajamento dos sistemas de defesa inimigos.

Uma estratégia bem interessante era que antes dos ataques dos B-52, aeronaves de guerra eletrônica e caças realizavam missões de supressão das defesas aéreas inimigas (se expondo ao fogo e portanto tendo perdas mais significativas). Isso incluía a neutralização de radares e sistemas de mísseis, a fim de reduzir a eficácia das defesas antiaéreas vietnamitas e aumentar a segurança dos bombardeiros.

Por último, os B-52 frequentemente voavam ao longo de rotas específicas e corredores de voo designados, que eram considerados mais seguros em termos de exposição às defesas inimigas. Essas rotas eram cuidadosamente planejadas para minimizar o risco de confrontos com as defesas antiaéreas norte-vietnamitas.

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Vietnamairlosses

“Dançando com a Morte”

 

“Dançando com a Morte” era a expressão sarcástica adotada pelos destemidos pilotos da Força Aérea dos Estados Unidos enquanto enfrentavam os temíveis mísseis terra-ar soviéticos  sobre o território vietnamita durante os anos turbulentos da Guerra do Vietnã.

No início do conflito, os pilotos americanos desfrutavam de uma liberdade quase ilimitada nos céus do Vietnã. As defesas aéreas vietnamitas, inicialmente inadequadas, consistiam em armas antiquadas da Segunda Guerra Mundial que mal podiam ameaçar as aeronaves de alta altitude dos EUA.

No entanto, quando solicitaram ajuda, seus aliados soviéticos, inicialmente hesitantes, acabaram por fornecer os formidáveis sistemas terra-ar SA-2 Dvina, também conhecidos como SA-2 Guideline. Com a chegada de cerca de 1000 especialistas soviéticos em abril de 1965, o Vietnã se tornou uma potência militar respeitável, graças à generosa assistência militar composta por sistemas de mísseis terra-ar, caças MiG e rifles Kalashnikov.

As perdas de pilotos americanos tiveram um impacto psicológico significativo nas forças armadas dos EUA e na opinião pública, A defesa antiaérea Vietnamita desempenhou um papel cruscial nesta questão.

Inicialmente, os pilotos americanos se referiam aos mísseis antiaéreos como “postes telefônicos” de fabricação russa, mas isso logo mudou com a introdução dos formidáveis sistemas antiaéreos soviéticos. A chegada maciça de mísseis e sistemas terra-ar entre 1965 e 1972 alterou drasticamente o cenário. A maioria desses sistemas foi implantada estrategicamente ao redor de Hanoi e Haiphong, e os voos de reconhecimento dos EUA logo detectaram sua presença. A primeira ação séria ocorreu em agosto de 1965, quando os primeiros sistemas de mísseis terra-arde alta altitude foram disparados contra a Força Aérea dos Estados Unidos sobre o Vietnã, resultando na derrubada de três jatos F-4 Phantom II.

Os pilotos americanos, inicialmente desamparados diante dessa nova ameaça, rapidamente desenvolveram táticas evasivas. Manobras agressivas e arriscadas para evitar os mísseis foram apelidadas de forma sarcástica de “Dançando com a Morte”. Com apenas alguns segundos para reagir, os pilotos executavam curvas de alto “g”, voavam em baixa altitude e manobravam em direção ao sol para confundir os buscadores infravermelhos dos mísseis.

Cercando um SA-2 em seu lançador norte-vietnamitas se mobilizam. Apesar da diminuição da eficácia no final da guerra, os mísseis e as tripulações eram enaltecidos por protegerem as principais cidades contra os ataques aéreos americanos.

A surpresa e admiração dos comandantes americanos eram evidentes diante da habilidade do Vietnã, que até então era considerado um estado rural, em operar sistemas Terra-ar tão avançados. Em resposta, os americanos não apenas desenvolveram táticas, mas também decidiram neutralizar a ameaça desses sistemas antiaéreos soviéticos. Unidades especiais foram formadas, equipadas com mísseis anti-radiação AGM-45 Shrike, destinadas a neutralizar os radares hostis, enquanto outras, denominadas “Wild Weasels“, foram encarregadas de empregar novas armas e táticas. As aeronaves A-4 Skyhawk, A-6 Intruder, F-105 Thunderchief e F-4 Phantom II foram adaptadas para lançar esses mísseis. Enquanto isso, os especialistas soviéticos continuaram a atualizar e aprimorar os sistemas terra-ar, tornando-os ainda mais formidáveis.

Sistemas Terra Ar Vietnamitas de 1963-1972

Durante a Guerra do Vietnã, de 1963 a 1972, o Vietnã do Norte dispunha de uma variedade de sistemas de defesa aérea, incluindo mísseis e canhões antiaéreos.

Sistema de Mísseis SA-2 Guideline

Mísseis SA-2 Guideline (S-75 Dvina): Este era um sistema de mísseis terra-ar de longo alcance desenvolvido pela União Soviética. Era altamente eficaz contra aeronaves de alta altitude e foi responsável por muitas das perdas aéreas dos Estados Unidos durante o conflito.

O SA-2 Guideline (denominação russa S-75) é um sistema de mísseis terra-ar de baixa a alta altitude, guiado por comando. Desde a sua primeira implantação em 1957, tornou-se o míssil de defesa aérea mais amplamente implantado e utilizado na história. A Diretriz SA-2 foi projetada para a defesa de alvos fixos e de forças de campo. O V-75 foi projetado para lidar com a ameaça representada por pequenos grupos de aeronaves, em vez de ataques em massa. Flexibilidade e mobilidade são suas principais vantagens em relação ao SA-1. Em contraste com os enormes sítios SA-1, cada um dos quais é capaz de defender apenas um sector limitado em torno da área alvo, cada sítio SA-2 é capaz de uma cobertura de 360°.

Sistema Míssil Codnome Lançador Radar
SA-75 Dvina V-750 SA-2 Guideline SM-63 Fan Song A
SA-75M Dvina V-750V SA-2b Guideline Mode 1 SM-63-I Fan Song B
S-75 Desna V-750VN SA-2c Guideline Mod 2 SM-63-I Fan Song C
S-75D Desna V-750VN sem denominação SM-63-II Fan Song C
S-75M Volchov V-755 SA-2d Guideline Mod 3 SM-90 Fan Song E
S-75 Volchov V-760 SA-2e Guideline Mod 4 SM-90 Fan Song E
S-75m2 V-759 SA-2f Guideline Mod 5 SM-90 Fan Song F
M-2M Volchov V-753 SA-N-2 Guideline SM-64 ?

O sistema V-75 foi projetado para ser simples e fácil de operar com o mínimo de treinamento especializado. O padrão de implantação padrão de um local de batalhão consiste em seis lançadores semifixos treináveis ​​de trilho único, implantados no familiar arranjo hexagonal, separados por cerca de 60-100 metros. Embora haja uma variedade de padrões de arranjo, todos os locais consistem em seis posições de lançamento – geralmente revestidas – implantadas em torno de um radar de orientação e ligadas por estradas de serviço para facilitar o carregamento. Embora os locais fossem instalações permanentes, todos os componentes operacionais do sistema são montados em veículos com rodas e são capazes de se movimentar por estrada ou ferrovia.

Míssil

O míssil em si tem um motor de foguete de sustentação de combustível líquido armazenável, que usa uma mistura de combustível vermelho fumegante de ácido nítrico/querosene. Na seção intermediária há um conjunto de quatro asas cortadas em formato de delta com um segundo conjunto em linha de pequenas nadadeiras fixas no nariz e um terceiro conjunto em linha de nadadeiras de controle motorizadas um pouco maiores na cauda. A ogiva do SA-2a/b/c/d/f pesa 195 kg (90 kg dos quais é HE) e é um tipo de fragmentação HE com ranhura interna com detonação de proximidade, contato e tipo de comando disponíveis.

Acredita-se que a ogiva nuclear de 295 kg para a variante SA-2e tenha um rendimento de 15 Kt. A ogiva convencional pesa o mesmo. A ogiva dos modelos SA-2a/b/c/e/f é instalada à frente das aletas principais e atrás do conjunto de orientação montado no nariz.

O raio máximo de explosão contra um alvo de grande altitude, como o U-2, é de cerca de 244 m devido à atmosfera rarefeita. Em níveis médios a baixos, contra alvos do tamanho de caças, o raio de destruição é de cerca de 65 m e o raio de explosão para danos graves é de 100 a 120 m. A arma tem um CEP de 75 m com o grande raio de explosão compensando quaisquer imprecisões do sistema
Radar de comando e controle

radar de controle de mísseis SNR-75 (`Fan Song')
Radar de controle de mísseis SNR-75 (`Fan Song’)

No centro da área de lançamento do míssil SA-2 está instalado o posto de comando da bateria com a equipe de controle de fogo e seu computador, o radar de controle de mísseis SNR-75 (`Fan Song‘), o P-12 (designação OTAN `Spoon Rest-A ‘montado em caminhão ou `Spoon Rest-B’) radar de alerta precoce e geralmente seis cartuchos de recarga em seus reboques articulados. Mais uma vez, a equipa de controlo de fogo, o seu equipamento e os radares podem ser montados em carrinhas acima do solo, simplesmente escavados ou localizados no subsolo em bunkers de betão armado.

Radar de banda A de alerta precoce e aquisição de alvos P-12/`Spoon Rest’

O radar de banda A de alerta precoce e aquisição de alvos P-12/`Spoon Rest‘ do batalhão tem um alcance de 275 km usando um grande conjunto de antenas Yagi. No QG do regimento há um quarto P-12 / `Spoon Rest ‘, um radar de busca e rastreamento de banda C montado em van (denominação russa P-15) com alcance de 250 km com dois refletores parabólicos elípticos e uma rede lateral ( Denominação russa PRV-11) Radar localizador de altura de banda E com alcance de 180 km montado em um trailer de caixa. Há também um caminhão de controle de radar e um sistema de comunicações de comando montado em caminhão ‘Mercury Grass‘ para ligar o QG aos três batalhões.
Uso de combate
Normalmente, o S-75 é organizado em uma estrutura regimental com três batalhões subordinados. O quartel-general do regimento controlará os radares de alerta precoce e coordenará as ações do batalhão. Os batalhões conterão várias baterias com seus radares de aquisição e direcionamento associados.

Cada batalhão normalmente terá seis lançadores semifixos de trilho único para seus mísseis V-750 posicionados a aproximadamente 60 a 100 m de distância um do outro em um padrão de “flor” hexagonal, com radares e sistemas de orientação colocados no centro. Foi esse formato único de “flor” que fez com que os locais fossem facilmente reconhecíveis em fotos de reconhecimento.

Normalmente, outros seis mísseis são armazenados em reboques de trator perto do centro do local. O sistema de orientação em um local SA-2 pode lidar com apenas um alvo por vez, mas pode direcionar três mísseis contra um alvo simultaneamente. Mísseis adicionais poderiam ser disparados contra o mesmo alvo após um ou mais mísseis da primeira salva terem completado sua corrida.

Tipo de míssil: Míssil de baixa a alta altitude

Orientação: Controle de radio

Ogiva:

  • (SA-2a/b/c/d/f) 195 kg (explosivo de 90 kg) Fragmentação HE com sistemas de detonação de proximidade e/ou comando
  • (SA-2e) Fragmentação HE de 295 kg opcional com detonação de proximidade e/ou comando ou 15 kT ogiva nuclear com sistema de detonação de comando

Lançador

  • Trilho único semifixo tracionado
Precisão 65 m
Alcance

 

SA-2a) 8.000 m – 30.000 m

(SA-2b) 10.000 m – 34.000 m

(SA-2c) 9.300 m – 43.000 m

(SA-2d/e) 7.000 m – 43.000 m

(SA-2f) 6.000 m – 58.000 m

Altitude SA-2a) 3.000 m – 22.000 m

(SA-2b) 500 m – 30.000 m

(SA-2c/d/e) 400 m – 30.000 m

(SA-2f) 100 m – 30.000 m

Tempo de recarregamento

 

12 minutos

 

Radar

 

Spoon Rest: radar de alerta 275 km

Fan Song: radar de aquisição

Face plana: radar de banda C de longo alcance

Rede lateral: radar localizador

Comprimento (SA-2a) 10,6 m

(SA-2b/c/e/f) 10,8 m

(SA-2d) 11,2 m

Radar de controle de mísseis “Fan Song E” (PW S-75 “Wolchow”)

Fan Song E é um radar de controle de mísseis operando na banda de frequência G , associado ao SA-2E Guideline Mod 4. As principais diferenças em relação ao antecessor “Dvina” (Fan Song B) são a frequência da radiação dos scanners Lewis e o feixe em leque (e, portanto, as dimensões do setor). Os feixes em Fan Song E têm cerca de 7,5° de largura no ventilador e 1,5° na direção de varredura.

O sistema de antena consiste em dois pares de antenas com as tarefas de busca e rastreamento de alvos. Além da antena para os sinais de orientação de comando, que é semelhante à do Fan Song B, o Fan Song E possui mais duas antenas parabólicas montadas no topo do scanner Lewis horizontal (uma para cada scanner). Um deles é polarizado verticalmente e o outro horizontalmente.

Especificações
Frequência 5,01 – 5,09 GHz e
4,91 – 4,99 GHz
frequência de repetição de pulso (PRF) 828 – 1440 pontos percentuais e
1656 – 2880 pontos percentuais
largura de pulso ( τ ) 0,4 e 1,2 µs
Pico de energia 1,5 MW
Faixa instrumentada 75 e 150 km
Resolução de faixa 60m e 180m
Largura do feixe 7,5° · 1,5°
Os sistemas de Mísseis SA-3 Goa (S-125 Neva/Pechora mais modernos chegaram já no fim do conflito e portanto não interferiram muito no andemanto das ações.

Mísseis SA-3 Goa (S-125 Neva/Pechora): Outro sistema de mísseis terra-ar fornecido pela União Soviética. O SA-3 era projetado para engajar alvos a altitudes mais baixas em comparação com o SA-2.

O sistema SA-3 Goa (nome russo S-125 Neva) começou a ser desenvolvido em 1956 como um complemento de baixa a média altitude aos maiores S-25/R-113 (SA-1), S-75 (SA-2 ) e sistemas de mísseis terra-ar de média e alta altitude S-200 (SA-5). O S-125 usando o míssil V-600 entrou em serviço operacional com as unidades de mísseis PVO-Strany (Voyska Protivovozduchnoy Oborony Strany – Tropas da Defesa Aérea Nacional) para uso na defesa de aeródromos, defesa aérea de baixo nível em torno de sistemas de mísseis Terra-ar de longo alcance.

Em 1964, o sistema S-125M Neva-M aprimorado entrou em serviço. Este usou o míssil V-601 e mais tarde os mísseis 5V27 e depois 5V27V. A atualização naval ficou conhecida como sistema 4K91. A versão de exportação do sistema foi designada S-125 Pechora.

Em 1973, o lançador quádruplo em trilho 5P73 foi introduzido em serviço nas forças de defesa aérea para complementar o lançador duplo 5P71 original em áreas de importância estratégica.

S-125-2TM Pechora-2TM

Variantes

SA-N-1A Goa(sistema M-1 Volna): lançadores de trilho duplo ZIF-101, mísseis V-600 (4K90) e o comando Yatagan e diretor de radar Parus.
– SA-N-1b Goa (M-1M Volna-M): míssil V-601 e o lançador de trilho duplo ZIF-102
– Grupo Peel M-1P Volna-P: lançador ZIF-101 e tinha um Yatagan- Sistema de controle P
– Pechora-2: o lançador é montado em um caminhão, melhor alcance, capacidade de engajamento de múltiplos alvos
– Newa SC: versão polonesa, muitos componentes analógicos foram substituídos por digitais para maior confiabilidade e precisão. Esta versão é montada em um chassi de tanque T-55. O sistema de radar é montado em um chassi pesado com rodas 8×8.
– S-125-2D Pechora: versão ucraniana versão modernizada do S-125

Tipo de míssil: Defesa Aérea Baixa a média altitude

Orientação:  Controle de radio

Ogiva:  5V24, SA-3a 4G90 Fragmentação HE de 60 kg com proximidade de radar Doppler e fusíveis de contato produzindo 3500 fragmentos pré-fragmentados cada um pesando 5,4 g. 5V27, SA-3b 5B ogiva de fragmentação HE de 18 kg com proximidade de radar Doppler e fusíveis de contato produzindo 4500 fragmentos cada um pesando 4,7 g.

Lançador: montagem em solo ou tracionado semifixa com trilho duplo ou quádruplo

Alcance (5V24, SA-3a) 4km – 15km,
(5V27, SA-3b) 4km – 25km
Altitude (5V24, SA-3a) 100 m – 10km,
(5V27, SA-3b) 100 m – 14km
Tempo de recarregamento 50 min (lançador quádruplo)
Radar Squat Eye (P-15M): radar de aquisição de alvo ,
Flat Face (P-15): radar de banda C de longo alcance, Side Net (PRV-11): radar localizador
Comprimento (5V24, SA-3a) 5,88m ,
(5V27, SA-3b) 5,95m

Codinome russo: S-125 “Neva” (Kabina UNW)

Sistema de radar Low Blow em prontidão de combate

Low Blow é o nome da OTAN dado a uma família de radares de banda I usados ​​com mísseis terra-ar SA-3 “Goa”. O nome Low Blow reflete a capacidade do radar de guiar o míssil em direção a alvos voando baixo em meio a grande confusão.

Ele usa pares de antenas de varredura eletromecânica (chamadas de scanner Lewis ) montadas ortogonalmente, mas para melhorar o desempenho em ângulo baixo as antenas são montadas a 45 graus da horizontal. Ambas as antenas são montadas em um ângulo de 45 graus em formato de “V” invertido.

Esta mudança foi introduzida para reduzir a desordem do solo. As antenas geram feixes de ventiladores dente de serra como Fan Song. Entre essas duas antenas está uma antena no modo Lobe-On-Receive-Only (LORO).

Veículo de comando e suporte

Quando estas antenas adquirem um alvo o sistema pode ser comutado para o modo LORO, recebendo desta antena parabólica central . O alvo nas antenas de rastreamento Low Blow varre em faixas de 6 graus, os feixes têm cerca de 6 graus de largura no ventilador e 1 grau na direção de varredura. Inserida no topo do “V” invertido está a antena de comando de orientação parabólica quadrada com feixe de 12 graus.

O sistema está equipado por padrão com uma câmera de televisão de alta resolução com lente de 144 mm. Sua sensibilidade infravermelha permite trabalhar à noite e em condições de pouca luz.

Lobe somente no recebimento (LORO)

No seu modo de aquisição, o radar de feixe pequeno deve varrer um grande segmento de localização. As antenas transmissoras (UW-11) emitem alguns pulsos “exploratórios” ao longo de uma direção obtida nos canais de aquisição do radar Low Blow. Pelas antenas controladas mecanicamente ( leitor de Lewis ), esses pulsos são centralizados em diferentes direções. Esses pulsos exploratórios são o modo de aquisição do radar de rastreamento de alvos.

Quando o pulso é recebido, ele é “cortado” na borda principal e apenas essa parte é alimentada para o processamento do sinal do radar. Isso permite que o radar rastreie efetivamente a borda principal do alvo. Os dois canais de polarização da antena receptora (UW-10) varrem seu setor em busca do retorno do alvo devido a esses pulsos exploratórios.

À medida que o centróide de potência é localizado, o centro do padrão de recepção é trazido para o alvo. As antenas de transmissão apontam diretamente para o alvo desejado e somente esse alvo é irradiado durante o rastreamento. Esta abordagem permite uma diretividade muito estreita, mas aresolução angular do sistema ainda é a da antena receptora.

Especificações
Frequência 9   a 9,4 GHz
Tempo de repetição de pulso (PRT) 288 e 560 µs
Frequência de repetição de pulso (PRF) 1,75 e 3,50 MHz
largura de pulso ( τ ) 0,26 e 0,5 µs
Pico de energia 210 kW
Faixa instrumentada 40 e 80 km
Resolução de faixa 30 metros
Largura do feixe

Os Mísseis Terra-ar  SA-2 do Vietnã do Norte é sem dúvida uma arma mortalmente eficaz até os dias de hoje. A URSS compartilhou grande parte de sua tecnologia de guerra com o Vietnã do Norte, e até 1957 os soviéticos haviam desenvolvido um sistema de míssieis terra-ar eficaz próprio, conhecido como SA-2 Dvina no Vietnã (ou C-75 na Rússia).

O SA-2 tem a duvidosa honra de ter sido o primeiro sistema de mísseis terra-ar a abater uma aeronave inimiga, quando três variantes iniciais do SA-2 foram disparadas contra um Martin RB-57D Canberra taiwanês sobre a China em 7 de outubro de 1959. A aeronave foi atingida a mais de 20 km, e embora o ataque do sistema de mísseis tenha sido bem-sucedido, aeronaves de combate chinesas foram oficialmente creditadas com o abate em um esforço para manter em segredo as capacidades do novo míssil.

O SA-2 também foi responsável por derrubar o avião espião U-2 de Francis Gary Powers em 1960, e outro U-2 em 1962 durante a Crise dos Mísseis Cubanos. Então, sim, pode-se dizer que esse projeto foi eficaz.

O SA-2 foi continuamente aprimorado ao longo dos anos e foi amplamente implantado pelo Vietnã do Norte durante a Guerra do Vietnã. Os números são controversos pois as fontes podem variar em suas análises mas acredita-se que no total, o Vietnã lançou cerca de 5800 SA-2 contra aeronaves americanas e sul-vietnamitas, derrubando (segundo os vietnamitas do norte) 1046 aeronaves, ou cerca de 5,6 mísseis por abate.

Os EUA contestam esses números, dizendo que apenas 206 aeronaves foram perdidas para os mísseis. Independentemente disso, ficou claro que o novo míssil era muito mais eficaz do que as baterias de artilharia antiaérea de 20 anos antes.

Descendentes modernos do SA-2 têm sido usados em quase todos os conflitos desde o Vietnã em que a Rússia, a China ou seus aliados no Oriente Médio estiveram envolvidos, e esses sistemas terra-ar ainda estão sendo implantados por vários países.

Após o início da Operação Rolling Thunder em março de 1965, os norte vietnamitas começaram a erguer postos de lançamento para os sistemas SA-2 no Vietnã do Norte. Embora os Estados Unidos tivessem conhecimento do SA-2 desde meados da década de 1950, ainda não possuíam táticas especializadas para neutralizá-lo. Além disso, a política dos EUA no Sudeste Asiático complicou enormemente a situação. Inicialmente, os ninhos de mísseis norte-vietnamitas estavam fora dos limites de ataque, principalmente devido ao receio de uma escalada da guerra se os técnicos soviéticos envolvidos na construção e operação desses locais fossem mortos. Alguns também ingenuamente acreditavam que os norte-vietnamitas não disparariam os SA-2 se os Estados Unidos deixassem os locais em paz.

Em 24 de julho de 1965, um SA-2 abateu um F-4C da USAF, marcando o primeiro de 110 aviões do modelo perdidos para estes mísseis no Sudeste Asiático. Apesar das perdas iniciais a USAF não conseguiu eliminar os mísseis SA-2 nos seus depósitos em Hanói e Haiphong. Em vez disso, foram forçados a atacar os locais ativos praticamente um de cada vez, um método particularmente ineficiente e perigoso.

Os SA-2 também acarretaram outros problemas graves. Enquanto voavam baixo para evitar os mísseis, as aeronaves ficavam mais vulneráveis ao fogo mortal da artilharia antiaérea (AAA). De fato, dois terços das aeronaves dos EUA perdidas no Sudeste Asiático foram abatidas por AAA, canhões antiaéreos. Mesmo quando não abatiam uma aeronave, os SA-2 forçavam as aeronaves de ataque a descartar suas bombas mais cedo ou a lançá-las de maneira imprecisa.

Três dias após o primeiro abate de um SA-2 sobre o Vietnã do Norte, a USAF atacou dois ninhos de mísseis. Dos 46 F-105 em ataque, seis aeronaves foram abatidas e muitas outras foram danificadas por AAA. Além disso, descobriu-se que ambos os locais estavam abandonados. Os vietnamitas adotaram táticas de evsaão constantes de seus postos e transferiram os mísseis e radares para outros locais.

Outros ataques convencionais contra os sisteams de mísseis tiveram um desempenho pouco melhor e era evidente a necessidade de resposta aos SA-2  que ameaçou interromper as operações aéreas sobre o Vietnã do Norte. Para suprimir e destruir esta ameaça, a Força Aérea dos EUA respondeu com as aeronaves Wild Weasels, que realizaram algumas das missões mais perigosas no Sudeste Asiático.

A Guerra do Vietnã marcou um cenário inovador onde os mísseis antiaéreos desafiaram pela primeira vez aeronaves supersônicas avançadas. Foi um confronto único entre as tecnologias de defesa aérea da União Soviética e os aviões de combate e bombardeiros dos Estados Unidos, culminando em um embate inédito durante o conflito (exceto pela Guerra do Yom Kippur, onde a IAF enfrentou os SA-3 sírios).

A resposta da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) a essa ameaça evoluiu continuamente. Inicialmente, as tentativas de atacar diretamente os locais de mísseis, como parte da Operação Spring High e Iron Hand, tiveram resultados limitados. No entanto, a introdução das aeronaves Wild Weasel, equipadas com mísseis Shrike e o míssil ARM Standard, transformou a dinâmica do conflito. Ambos os lados empregaram táticas inovadoras, buscando vantagem em um jogo de estratégia e contra-estratégia.

Durante a Operação Linebacker II em 1972, os EUA obtiveram informações valiosas sobre o desempenho e operações do SA-2, através dos sistemas árabes capturados por Israel. Essas missões foram cruciais para demonstrar a capacidade dos bombardeiros estratégicos em operar em ambientes saturados de mísseis antiaéreos. No entanto, as primeiras missões resultaram em perdas significativas, com três B-52 abatidos e vários danificados em uma única incursão.

Após ajustes e mudanças táticas, incluindo o uso de contramedidas eletrônicas (ECM) e operações Iron Hand, a dinâmica do conflito mudou drasticamente. Ao final da campanha do Linebacker II, a taxa de abate do SA-2 contra os B-52 foi de 7,52%, com 15 B-52 abatidos e 5 fortemente danificados por 266 mísseis.

Durante o conflito, a União Soviética forneceu ao Vietnã do Norte um total de 7658 mísseis terra-ar , dos quais suas forças de defesa realizaram aproximadamente 5.800 lançamentos, frequentemente em salvas de três mísseis. Ao término da guerra, os Estados Unidos registraram a perda total de 3374 aeronaves em operações de combate.

Segundo relatos dos norte-vietnamitas, 31% dessas perdas foram atribuídas aos mísseis SA-2(totalizando 1046 aeronaves, com uma média de 5,6 mísseis por abate), enquanto 60% foram derrubadas por armas antiaéreas e 9% por caças MiG. O sistema de mísseis SA-2 representou uma melhoria significativa na eficácia da artilharia antiaérea norte-vietnamita, que se beneficiou dos dados fornecidos pelas estações de radar associadas ao SA-2.

No entanto, os Estados Unidos contestam esses números, alegando que apenas 205 das aeronaves perdidas foram abatidas por mísseis superfície-ar norte-vietnamitas.

Canhhões antiaérios – Os game changers

O Vietnã do Norte também utilizava uma variedade de canhões antiaéreos de médio e curto alcance para defender seu espaço aéreo contra ataques de aeronaves inimigas. Esses canhões eram geralmente de calibres variados e podiam ser montados em posições fixas ou em veículos. Vietnã do Norte utilizou vários tipos de canhões antiaéreos para defender seu território contra ataques aéreos, principalmente dos Estados Unidos.

Os aviadores americanos que sobrevoavam o Vietnã do Norte enfrentaram um dos sistemas de defesa aérea mais intensivos e altamente desenvolvidos da história.  Embora os aviões de combate do Norte e os seus mísseis terra-ar tenham recebido as manchetes, foram os canhões antiaéreos leves e a artilharia antiaérea (AAA) que infligiram as perdas mais pesadas.

O Vietnã do Norte utilizou mais de 8 mil destas armas em torno de alvos importantes em todo o país, com calibres que variam entre metralhadoras de 12,7 mm e canhões automáticos de 57 mm. Estas armas infligiram mais de 77 % das perdas em combate sofridas pela Força Aérea e 52 % das perdas em combate sofridas pela Marinha. Eles cobriram todos os principais alvos no Vietnã do Norte e no interior.

Depois de 1969, armas AAA também começaram a aparecer em áreas importantes do Laos e em algumas áreas do Vietnã do Sul. Em 1972, eles foram implantados dentro e ao redor de depósitos de suprimentos, locais de artilharia e áreas de preparação norte-vietnamitas no oeste e norte do Vietnã do Sul. Os aviadores que sobrevoaram aquele país falam da onipresente ameaça AAA.

A maior dessas armas foi o canhão S-60 de 57 mm. Baseado no canhão antiaéreo automático alemão de 55 mm que estava entrando em serviço no final da Segunda Guerra Mundial, o S-60 era um sistema de defesa mortal quando empregado por uma tripulação bem treinada. A arma disparava um projétil 2,7kg com detonador de proximidade, a uma taxa máxima de 120 tiros por minuto.

Canhão S-60 de 57 mm

Os projéteis eram carregados manualmente por meio de pentes de quatro cartuchos pesando 16,32kg. Como resultado, a fadiga do carregador e outros fatores limitaram a cadência de tiro sustentada da arma a cerca de 70 disparos por minuto. A altitude efetiva máxima era de 8,5km e o alcance horizontal era de 12 km, mas o canhão foi usado quase inteiramente para combates em baixa altitude. A maioria das baterias abria fogo em distâncias de 4 a 6 km e disparava contra alvos operando abaixo de 1,5km.

Radar SON-9 foi usado principalmente no Vietnã, na guerra de 6 dias de 1967 e na guerra árabe-israelense de 1973

Cada bateria de seis S-60 era equipada com um único radar de controle de fogo “Flap Wheel” ou “Fire Can” e concentrada em um único alvo. As unidades que empregavam controle de fogo por radar tinham um alcance efetivo maior do que aquelas que usavam controle de fogo visual.

O sucesso do bloqueio e engano americano dos radares de controle de fogo da arma acabou levando os vietnamitas a confiar cada vez mais no controle visual de fogo. Os pods americanos de contramedidas eletrônicas (ECM) ALQ-71 e -72 provaram ser muito eficazes quando foram introduzidos pela primeira vez, e os sistemas ECM ALQ-134 posteriores mantiveram a superioridade eletrônica americana sobre as versões posteriores dos radares Flap Wheel enviados da União Soviética. .

O canhão S-60 também foi montado em torres gêmeas abertas no topo de um chassi de tanque T-55 modificado. Designado ZSU-57-2, destinava-se a acompanhar unidades móveis. Não poderia, no entanto, utilizar o controle de fogo por radar ou ser integrado diretamente na rede de defesa aérea. Introduzidos no serviço soviético em 1957, apenas um número limitado de ZSU-57-2 entraram em serviço no Vietnã.

chassi de tanque T-55 modificado. Designado ZSU-57-2, destinava-se a acompanhar unidades móveis

Os vietnamitas adquiriram mais de 1000 S-60 da União Soviética e da China. As do Camboja e do Vietname do Sul foram posteriormente empregadas principalmente contra helicópteros. Há relatos de vários Skyraiders A-1E da Marinha dos EUA que sobreviveram a tais ataques, mas o Skyraider  era uma aeronave realmente difícil de derrubar. As estatísticas de disparos dos S-60 são de 1 acerto para 8500 disparos, mas o volume de fogo de uma a quatro baterias que protegiam um alvo norte-vietnamita produzia cerca de 420 a 720 disparos por minutos. Além disso, o S-60 raramente era o único canhão antiaéreo a protegia essas instalações.

O Vietnã do Norte adquiriu mais de 2000 canhões antiaéreos M38/39 de 37 mm da União Soviética e outros 300 a 500 da variante chinesa. Introduzido em 1938, o M38/39 foi a principal arma AAA da União Soviética na Segunda Guerra Mundial.

Ao contrário do S-60, o M38/39  executava disparos com mira aberta e não tinha controle de fogo por radar. Um preditor de alcance manual determinava o alcance e a altitude do alvo e quando abrir fogo. Na maioria dos combates, toda a bateria de seis canhões concentrava seu fogo contra a aeronave líder. Em algumas circunstâncias, cada tripulação de canhão escolhia alvos individuais e atuava de forma independente.

O Vietnã do Norte adquiriu mais de 2000 canhões antiaéreos M38/39 de 37 mm

O famoso ZSU-23 veio nas versões rebocada e autopropulsada. A versão rebocada consistia em dois canhões de 23 mm em um chassis duas rodas. Um único artilheiro apontava para o alvo com mira aberta. O carregador alimentava a arma com pentes de 50 cartuchos. Geralmente, cada ZSU-23 rebocado tinha uma cadência de tiro sustentada de 200 disparos por minuto. Teoricamente, tinha uma taxa máxima de 1000  por tambor, mas poucos combates duravam mais de 15 segundos.

Os canos das armas superaqueciam se alguém tentasse disparar 1000 tiros por minuto. As altitudes alvo máximas e normais foram 4,87km e 450m, respectivamente. Normalmente, uma bateria de quatro canhões abria fogo a uma distância de cerca de 1 km.

A variante autopropulsada, o ZSU-23-4, foi o mais mortal dos dois sistemas de armas. Equipado com controle de fogo independente usando o radar “Gun Dish”, o ZSU-23-4 poderia começar a rastrear seu alvo a partir de 20km de distância.

Variante autopropulsada, o ZSU-23-4

A combinação de quatro canhões de 23 mm e um radar de controle de fogo resistente a interferências/enganos mostrou-se muito eficaz, especialmente contra helicópteros. O sistema foi entregue pela primeira vez ao Vietnã do Norte no final de 1971. Os norte-vietnamitas implantaram ZSU-23-4 no Laos logo depois.

Eles apareceram inicialmente no Camboja em 1972 e houve relatos deles a oeste de Khe Sanh durante o “Ano da Ofensiva dos Ratos” do Vietnã do Norte naquele ano. O controle de fogo por radar aumentou o alcance efetivo dos canhões para mais de 3km e aumentou a altitude efetiva de combate para 1,2km. Os ZSU-23-4 foram implantados em gtupos de quatro veículos que acompanhavam unidades táticas em campo.

Eles raramente eram encontrados em instalações fixas no Vietnã do Norte. Os pilotos de helicóptero e controladores aéreos avançados desenvolveram grande respeito pelo ZSU-23-4, que foi igualmente eficaz no combate a veículos e outros alvos terrestres.

A arma que os pilotos de helicóptero e observadores aéreos avançados mais temiam era o 14,5 mm ZPU-4, baseado na metralhadora pesada KPV de 14,5 mm desenvolvida pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial. Composto por quatro metralhadoras, cada uma com cadência de tiro cíclica de 600 tiros por minuto, montadas em um chassis de quatro rodas, o ZPU-4 produzia 2400 disparos por minuto. A munição transportada em tambores continha um cinto de 150 cartuchos.

A função do carregador era manter as armas alimentadas com tambores novos. O carro de duas ton do sistema tinha menos de 1,80 m de largura e podia ser facilmente desmontado para transporte ou ocultação. Os pilotos e a tripulação raramente o avistavam antes de serem atacados.

ZPU-4, baseado na metralhadora pesada KPV de 14,5 mm

O ZPU-4 usava a mira computacional mecânica ZAPP-4, mas os artilheiros geralmente disparavam por meio de miras ópticas. O alcance efetivo contra um alvo voando abaixo de 480m e  370km/h s era de cerca de 1km. Embora ineficaz contra alvos de alta velocidade ou manobras radicais, era mortal para aeronaves voando diretamente na linha do alvo. Encontrado com mais frequência no Laos e no Vietnã do Sul, o ZPU-4 serviu em grande número em toda a Indochina. Alegadamente, os norte-vietnamitas adquiriram cerca de 2 mil entre 1958 e 1968.

As táticas de defesa aérea norte-vietnamitas dependiam de uma defesa profunda, tanto horizontal quanto verticalmente. Os mísseis terra-ar eram a primeira linha de defesa, forçando os americanos a dedicar uma percentagem crescente dos seus meios aéreos à missão de supressão de mísseis terra-ar. Embora esses mísseis não tenham derrubado tantas aeronaves qunato se imagina, especialmente depois que os Estados Unidos começaram a empregar sistema de ECM, eles forçaram as aeronaves táticas a descer para altitudes mais baixas, onde foram atacadas pela AAA.

Os AAA pesado forneceram a cobertura de média altitude em torno das principais instalações. Armas leves AAA e de pequeno porte (14,5 mm, 12,7 mm e armas automáticas menores) foram espalhadas por todo o país e disparadas contra tudo o que passava por cima. A maior parte das armas levees AAA foram posicionadas em anéis ao redor das principais instalações e espalhadas ao longo da trilha Ho Chi Minh.

O Vietnã do Norte teria utilizado mais de 8mil armas antiaéreas e outras 1000 a 2000 metralhadoras pesadas para defesa aérea durante a guerra. Ao contrário das AAA pesadas, as unidades AAA leves do Vietnã do Norte foram amplamente implantadas fora do país, incluindo Laos, camboja e Vietnã do Sul. Abateram mais aviões e helicópteros americanos do que todos os outros sistemas de armas norte-vietnamitas juntos.

Mais significativo do que as perdas infligidas pelas AAA leves foi o efeito que essas armas tiveram na precisão do bombardeio. Qualquer piloto que voasse sobre um alvo sobre o Vietnã do Norte tinha que se esquivar de mísseis terra-ar, voar através de AAA pesadas ​​​​e então sobreviver a uma chuva de AAA leves e tiros de armas leves, tanto ao fazer sua aproximação final ao alvo quanto ao se afastar.

A maioria dos pilotos de caça do Vietnã do Norte tentava emboscar este piloto no momento em que ele saía do alcance do AAA, quando sua velocidade era reduzida e sua atenção se concentrava na AAA. Nenhum piloto havia enfrentado um desafio tão mortal antes, e dificilmente se viu este cenário se repetir desde então.

Em resumo, os sistemas SA-2 e SA-3 foram componentes vitais da defesa aérea do Vietnã do Norte durante a Guerra do Vietnã. Suas contribuições foram significativas e impactantes. Aqui estão algumas das principais contribuições de cada sistema:

O SA-2 foi o principal sistema de mísseis antiaéreos usado pelo Vietnã do Norte durante a guerra. Sua eficácia em abater aeronaves inimigas, especialmente bombardeiros e aviões de ataque, foi impressionante. O SA-2 desafiou a supremacia aérea dos Estados Unidos, forçando as aeronaves inimigas a voar em altitudes mais baixas para evitá-lo, tornando-as mais vulneráveis ao fogo antiaéreo. Contribuiu para aumentar o custo e a complexidade das operações aéreas dos EUA, pois exigia medidas defensivas específicas e impactava o planejamento de missões.

Embora menos utilizado do que o SA-2, o SA-3 também desempenhou um papel significativo na defesa aérea do Vietnã do Norte. Sua capacidade de engajar alvos a baixas altitudes complementou o SA-2, ampliando a área protegida contra ataques aéreos inimigos. O SA-3 aumentou a complexidade e a diversidade das ameaças enfrentadas pelos pilotos americanos, obrigando-os a adaptar suas táticas e estratégias para enfrentar múltiplos sistemas de mísseis antiaéreos.

No geral, as contribuições dos sistemas SA-2 e SA-3 para a guerra do Vietnã foram significativas, desafiando a superioridade aérea dos Estados Unidos e impondo custos consideráveis ​​às operações aéreas aliadas. Eles demonstraram o potencial dos mísseis antiaéreos como uma ferramenta eficaz de defesa aérea em conflitos modernos, influenciando o desenvolvimento de doutrinas militares e aquisições de equipamentos em todo o mundo.

O uso de mísseis na defesa aérea do Vietnã do Norte durante a Guerra do Vietnã teve várias conclusões importantes. Primeiramente, os mísseis antiaéreos, como o SA-2, foram altamente eficazes em abater aeronaves inimigas, representando uma ameaça significativa para as forças aéreas dos Estados Unidos e da República do Vietnã. Os sistemas de mísseis fornecidos pela União Soviética foram cruciais para a estratégia de defesa aérea do Vietnã do Norte, fornecendo uma forma eficiente de atacar alvos aéreos.

Os principais feitos incluem o abate de centenas de aeronaves inimigas pelos mísseis SA-2 e o aumento da eficácia da artilharia antiaérea norte-vietnamita, especialmente quando combinada com os dados fornecidos pelas estações de radar associadas aos mísseis. Além disso, os mísseis antiaéreos forçaram os aviões inimigos a voar mais baixo para evitar os ataques, aumentando sua vulnerabilidade ao fogo de artilharia antiaérea, resultando em uma maior eficiência no combate aéreo.

As consequências para os conflitos modernos incluem a demonstração do poder dos mísseis antiaéreos em desafiar a superioridade aérea tradicionalmente desfrutada pelas forças ocidentais. Isso levou a uma maior ênfase no desenvolvimento e na integração de sistemas de defesa aérea em conflitos contemporâneos, com países buscando adquirir e desenvolver mísseis antiaéreos avançados para proteger seu espaço aéreo contra possíveis ataques aéreos inimigos. A experiência do Vietnã do Norte também destaca a importância da coordenação entre os diferentes componentes da defesa aérea, como mísseis, artilharia antiaérea e radar, para maximizar a eficácia da defesa contra ameaças aéreas.


Análise 

PAULO  DINIZ

 

“O denso material analítico produzido pelo professor Edilson sobre os sistemas de defesa do Vietnã do norte durante o conflito no sudeste asiático permite também uma análise tático-estratégica complementar onde se destacam os seguintes pontos:

1 – A condução política dada pelo governo americano ao conflito gera uma Abordagem Gradual nas operações aéreas, que foram adotas para minimizar a necessidade de envolvimento terrestre na guerra.

Entretanto isso provoca a perda de iniciativa estratégica para o Vietnã do norte, visto que as limitações auto-impostas pelo governo americano serviram apenas para criar muitas dificuldades para suas tropas em operação no sudeste asiático, ao mesmo tempo que potencializava as vantagens norte-vietnamitas.

2 – Ao deixar o adversário com a iniciativa estratégica os EUA cometiam um erro primário. Por exemplo, o Laos e o Camboja era oficialmente ”neutros” mas na prática ambos serviam de passagem para recursos que abasteciam a guerrilha no sul, sendo que era justamente a ação da guerrilha comunista no Vietnã do sul o maior problema de todos os enfrentados pelos americanos no apoio a Saigon, e que de forma alguma era resolvido ou sequer mitigado pelas ofensivas aéreas limitadas contra o Vietnã do norte.

3 – Certamente os americanos imaginavam que a imensa disparidade de forças daria uma margem de manobra infinita ao seu favor. O problema é que os meios de ataque e defesa naquela época eram muito equilibrados. Assim, com o uso de aviões para atingir os alvos no norte bastou Hanói conseguir canhões e munição relativamente baratos para tornar esse tipo de ataque custoso, ainda mais porque eles não eram decisivos devido a falta de alvos estratégicos reais, afinal, o Vietnã do norte era um país agrário, e também porque o conflito no sul continuava devido a não intervenção aberta no Laos e Camboja, especialmente no Laos, permitindo o fluxo de armas e tropas para abastecer a guerrilha no Vietnã do sul.

4 – Essa situação geraria um efeito colateral que foi o uso de blackops custosas no Laos e Camboja tentando neutralizar o fluxo de reforços para as fileiras comunistas no sul, o que no final das contas não funcionou. Exercendo um pouco de história contra-factual é válido imaginar que teria sido muito mais produtivo uma operação de interdição direta contra o Laos a partir do Vietnã do sul, cortando a “trilha Ho Chi Min”, logo no início das operações terrestres americanas na região, do que a “guerra secreta” da CIA e do Pentágono que foi efetivamente desencadeada.

5 – Diante do cenário encontrado o poder aéreo por si próprio não faria diferença, como não tinha feito na Segunda Guerra, que é de onde os americanos tiraram a inspiração para sua grande estratégia, por um motivo muito simples: era necessário a ação terrestre complementar aos ataques aéreos. Na Segunda Guerra Mundial, essa atividade terrestre coube em grande parte ao exército soviético, que desgastava as forças alemãs, que eram gradativamente privadas de recursos devido aos ataques aéreos americanos. Uma “ponta” complementava a outra.

No sudeste asiático as operações terrestres pararam em um “meio termo”, o que permitiu ao Vietnã do norte conservar sua capacidade de combate e potencializar ao máximo os recursos militares e econômicos recebidos dos dois maiores adversários dos EUA, a URSS e a China,, que embora menos poderosos militarmente do que os EUA, estavam mais próximos geograficamente, tornando os custos do seu envolvimento muito menores do que o dos americanos em apoio ao Vietnã do sul, especialmente se esse envolvimento fosse longo, como acabou acontecendo de fato.

E cima da questão proposta no texto, é válido chamar atenção para o fato de que o conflito no sudeste asiático foi o último, antes do atual na Ucrânia, onde o “círculo completo” de uma guerra aconteceu. Parte técnica, tática, estratégica e geopolítica gerando ondas de choque duradouras e de amplo alcance. A retirada americana em 1971, por exemplo, envolveu o Irã e Coréia do Sul; a “doutrina Nixon” foi parte dessa equação.

E finalmente, as heranças do conflito foram imensas, especialmente no Camboja, onde combates continuaram de forma mais ou menos contínuos até meados dos anos 1990.”


Fontes

DE ARAÚJO, Johny Santana et al. A defesa aérea do Vietnã do Norte contra a campanha de bombardeios dos EUA (1965–1968). Revista Universitaria de Historia Militar, v. 11, n. 22, p. 228-251, 2022.
DE ARAÚJO, DR JOHNY SANTANA. A OPERAÇÃO ROLLING THUNDER: OS ATAQUES AÉREOS DOS EUA E A DEFESA DO VIETNÃ DO NORTE 1965-1968. Revista de Historia Social y de las Mentalidades, v. 24, n. 1, p. 413-450, 2020.
TEIXEIRA, Anderson Matos. AVIAÇÃO MILITAR NO VIETNÖPRINCÍPIO DA GUERRA AÉREA MODERNA. Semina-Revista dos Pós-Graduandos em História da UPF, v. 10, n. 1, 2011.
VISENTINI, Paulo G. Fagundes; VIEIRA, Maria Gabriela O.; CATTELAN, Pedro Henrique Prates. A Terceira Guerra da Indochina (1975-1991): Um inesperado conflito armado entre Estados socialistas. Revista Defesa e Segurança, v. 2, p. 01-23, 2017.

Digital History. The Decision to Escalate, 1964-1965. Disponível em: <https://www.digitalhistory.uh.edu/active_learning/explorations/vietnam/vietnam_escalate.cfm>.

UNITED STATES LOSSES FIXED WINS VIETNAMESE_af_1951-1975 – 2

UNITED STATES FIXED WING AIRCRAFT LOSSES OF THE VIETNAM WAR
<https://mitchellaerospacepower.org/us-fixed-wing-aircraft-losses-of-the-vietnam-war-1962-1973/>


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