Bem-vindos à Realidade Internacional: Reflexões sobre a Expansão dos BRICS

E.M.Pinto


O Princípio da “Calma Aparente” refere-se a situações em que, apesar da aparência tranquila ou estável, mudanças significativas estão ocorrendo gradualmente nos bastidores. Pode-se dizer que este princípio se aplica aos movimentos “tectônicos da nova geopolítica” que estão “deslocando” continentes inteiros e criando uma nova geografia, política, economia e civilizações pelo planeta, mas que por incrível que pareça, passa despercebido pela grande maioria das pessoas.


As novas adesões destacam o apelo global do bloco, mas mais membros poderiam complicar ainda mais a sua abordagem baseada no consenso. Esta movimentação que já ocorria de forma silenciosa por de baixo das camadas geopolíticas ocupadas pelos até então “membros Subalternos” do poder global, rompeu a crosta e deu sinais do seu primeiro cismo.

O epicentro? O manifesto independente de mais de quarenta nações que como que ao mesmo tempo afirmaram o seu interesse em aderir ao então subterrâneo bloco dos BRICS.

O terremoto ocorreu quando então os membros fundadores da cooperação internacional anunciaram a expansão do bloco, com a incorporação da Arábia Saudita, o Irão, a Etiópia, o Egito, a Argentina e os Emirados Árabes Unidos, países que se juntariam ao grupo a partir de 2024.

O grande impacto deste movimento pode ser percebido por exemplo pelos números. Com a adição destes seis países, os BRICS representam agora 42% da população mundial e nada menos que 36% PIB global.

As maiores Economias do Mundo 2024 em US$ trilhões:

País PIB (Nominal) PIB per capita
Estados Unidos US$ 21,40 trilhões US$ 69.185
China US$ 14,30 trilhões US$ 12.437
Japão US$ 5,06 trilhões US$ 39.650
Alemanha US$ 3,86 trilhões US$ 51.073
Índia US$ 2,87 trilhões US$ 2.274
Reino Unido US$ 2,83 trilhões US$ 46.542
França US$ 2,72 trilhões US$ 44.229
Itália US$ 2,00 trilhões US$ 35.579
Brasil US$ 1,88 trilhão US$ 7.507
Canadá US$ 1,74 trilhão US$ 52.112
Rússia US$ 1,69 trilhão US$ 12.259
Coreia do Sul US$ 1,65 trilhão US$ 34.940
Austrália US$ 1,40 trilhão US$ 66.916
Espanha US$ 1,39 trilhão US$ 30.058
México US$ 1,27 trilhão US$ 10.046
Indonésia US$ 1,12 trilhão US$ 4.333

* Dados populacionais (em 10 de janeiro de 2024) provenientes de worldometers

*Dados worldpopulationreview

*Dados do PIB provenientes do FMI

O bloco econômico foi originalmente criado como uma alternativa à ordem internacional liderada pelos EUA, com o objetivo de oferecer aos países em crescimento do Sul Global um contrapeso às instituições ocidentais.

É certo que a abordagem baseada no consenso dos BRICS prejudicou a sua eficácia no passado, mas os fatores geopolíticos que impulsionam a sua expansão, bem como os objetivos estratégicos por vezes contraditórios dos seus membros individuais, terão um papel importante na definição do futuro do sistema internacional.

A onda císmica do BRICS ganhou intensidade e sacudiu os alicerces da geopolítica mundial e agora em sua fase dois a Real política esta em campo, e que começou com um terremoto resulta agora num Tsunami que pode ser tão “devastador” quanto  a vontade destas nações de perpetuar uma nova onda de progresso e crescimento mútuo, sustentados por uma nova visão de cooperação e partilha do desenvolvimento do planeta.

Todas estas conjunturas no entanto levam a questionamentos necessários sobre a real capacidade dos BRICS de se sustentarem como Bloco e especialmente, levantam questçoes quanto as capacidades dos seus cinco membros fundadores resistirem aos desafios mundiais e conseguirem responder inclusive aos novos desafios trazidos pelos novos membros recentemnete incorporados.

É com este viés que este artigo busca levantar a real situação dos BRICS consoante seus desafios internos e externos e suas fragilidades diante das exigências exigidas para o progresso e sobrevivência do Bloco.

BRASIL

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Equilibrando Interesses: Brasil na Rivalidade EUA-China

Com os recentes acirramentos entre os Estados Unidos e a China, a competição entre estes por suas demandas, o mundo está cada vez mais polarizado, impulsionado pela concorrência da qual o Brasil tem mais dificuldade em afirmar a sua relevância e liderança.

O “velho gigante adormecido” aproveita os recursos naturais que possui, como reservas minerais, agricultura e água em abundância. Mas, espera sentado o tão sonhado “fututro virtuoso” ao passo que a China o atropela ao expandir o grupo BRICS, alterando o foco de um fórum baseado no desenvolvimento econômico alternativo para um fórum destinado a desafiar diretamente as instituições ocidentais com a participação do Brasil.

Recentemente o presidente brasileiro em exercício declarou durante a última cúpula que o BRICS que não pretende ser um contraponto ao G7, G20 ou aos Estados Unidos, mas sim, que o bloco busca um meio de organizar os países em desenvolvimento. Ele concentrou seu discurso na natureza econômica do bloco, destacando sua importância para garantir financiamento para economias em desenvolvimento, promover um comércio global mais justo e impulsionar o crescimento econômico no Sul Global.

Esta visão do Brasil não recebe respaldo na Russa nem muito menos na Chinesa, pois por seu lado, o líder chinês delineou uma missão mais ampla para o grupo, expressando uma visão de reforma da governança global e ampliação da cooperação política e de segurança entre os membros.

Essa visão, juntamente com a inclusão do Irã entre os novos membros, contradiz a insistência do líder brasileiro de que o grupo não adota uma postura anti-Ocidente, colocando o Brasil em uma posição desconfortável em suas relações com os Estados Unidos.

Essa abordagem não é nova para o líder brasileiro, que historicamente buscou elevar o país no cenário internacional, atuando como intermediário para potências concorrentes. Resta saber quais são os ganhos reais para o Brasil ao apoiar a expansão dos BRICS, especialmente em meio a especulações sobre um possível acordo desfavorável com a China. O Brasil pode se encontrar cada vez mais como uma potência entre muitas na competição contínua entre os Estados Unidos e a China para determinar o futuro da ordem internacional e enfrentará agora a concorrência econômica, tecnológica e energética não somente dos “velhos” amigos, mas também dos novos integrantes.

Brasil e àfrica do Sul são os países menos industrializados do Bloco original dos BRICS, o que lhes permite uma expansão econômica formidável caso ela venha de fato aocorrer, porém, o Brasil precisa combinar isso não somente com os Russos, como também com os Chineses. Apostar na ideia de que a China estará disposta a partilhar o protagonismos produtivo com os demais membros do BRICS, não parece ser algo realista.

O Brasil enfrenta diversos desafios no âmbito dos BRICS tais como:

Disparidades Econômicas

Desigualdades Internas: O Brasil enfrenta desafios internos relacionados a disparidades econômicas e sociais entre regiões, o que pode afetar a contribuição uniforme do país para as iniciativas conjuntas dos BRICS.

Concorrência e Cooperação com a China

Equilíbrio de Interesses: A China, como membro com uma economia significativamente maior, pode criar dinâmicas desafiadoras em termos de competição e cooperação. O Brasil precisa equilibrar seus interesses econômicos com a China dentro do grupo.

Questões Ambientais e Desenvolvimento Sustentável

Desafios Ambientais: O Brasil enfrenta preocupações globais relacionadas ao desmatamento na Amazônia e outras questões ambientais. Essas preocupações podem impactar a percepção internacional do país e sua posição dentro dos BRICS.

Relações Bilaterais e Política Externa

Diversidade de Alianças: O Brasil mantém diversas alianças internacionais e acordos bilaterais. Navegar por essas relações, considerando diferentes interesses, pode ser desafiador no contexto dos BRICS.

Tensões Geopolíticas

Posicionamento no Cenário Mundial: O Brasil, por vezes, enfrentará desafios ao posicionar-se de maneira equilibrada em meio a tensões geopolíticas entre os membros dos BRICS e outros atores globais.

Crescimento Econômico Sustentável

Desafios Econômicos Internos: O Brasil busca um crescimento econômico sustentável. Alcançar esse objetivo e equacioná-lo com as dinâmicas dos BRICS é um desafio constante.

Influência Global e Multilateralismo

Posicionamento em Fóruns Internacionais: O Brasil enfrenta o desafio de consolidar sua influência global e promover seus interesses em fóruns internacionais, enquanto coopera com os BRICS.

Instabilidade Política Interna

Desafios Políticos: Instabilidades políticas internas podem afetar a consistência das políticas externas do Brasil nos BRICS, influenciando a capacidade do país de desempenhar um papel de liderança no grupo.

Diversificação da Economia

Redução da Dependência Setorial: A diversificação da economia brasileira é essencial para reduzir a dependência de setores específicos, como o agronegócio, e fortalecer a posição do país nos BRICS.

Apesar desses desafios, o Brasil continua a participar ativamente dos BRICS, buscando superar obstáculos e promover iniciativas conjuntas em áreas como comércio, desenvolvimento econômico e governança global.

O país busca consolidar sua posição como um player significativo no cenário internacional por meio da cooperação com outros membros dos BRICS. É desta forma que o Brasil exerce relativa relevância para o Bloco, seja ele o original ou o extendido, nos seguintes papeis:

Estratégico

Militar

Econômico

O Brasil, com sua extensão territorial e recursos naturais, desempenha um papel estratégico na América do Sul. Sua diplomacia busca consolidar uma presença regional estável. Embora o Brasil tenha um histórico de não participação em conflitos significativos, suas forças armadas são relevantes para a defesa de sua vasta extensão territorial e interesses regionais. A economia brasileira, uma das maiores do mundo, é crucial para a estabilidade econômica global. O país busca fortalecer sua presença no cenário internacional através de parcerias econômicas.

Em resumo, o futuro depende substancialmente de um projeto de desenvolvimento de nação que consiga ao mesmo tempo contemplar os anseios dos BRICS especialmente das nações mais industrializadas e ainda sim competir com elas e se sobressair como nação industrializada e desenvolvida. Um plano de longuíssimo prazo que não pode falhar em nenhuma de suas etapas,  Alea Jacta Est…

Rússia

Enquanto a Rússia enfrentava as maiores sanções econômicas e condenação internacional de toda a história da humanidade por sua participação na guerra contra a Ucrânia, os BRICS emergiram como um importante fórum para Moscou demonstrar que não está isolado no cenário internacional. Para a Rússia, a expansão dos BRICS não é apenas desejável, mas crucial para impulsionar sua política externa.

Para a Rússia os BRICS surgem como uma aliança muito mais abrangente que para todos os demais membros e os jogadores de xadrez a usufruem para alinhar a sua política externa com os países do  chamado bloco do “Sul Global”, acusando os Estados Unidos e o Ocidente de promoverem um sistema baseado em regras que prejudica muitos países politicamente, economicamente e militarmente. A Rússia trata a guerra na Ucrânia como uma defesa contra a suposta agressão ocidental.

Surpeendendo a tudo e a todos a Rússia se fortalece em todos os teatros do conflito Rússi/Ucraniao ou se preferirem, OTAN/Russo, contrariando as espectativas catastróficas de, “inanição econômica”, “Desastre militar e político” e “Isolamento internacional”. Ao mesmo tempo que movias seus cavalos contra as torres do adversário aguardando um “roque” na liderança ucrania, a Rússia silenciosamente preparou um checkmat ao propor um aumento no comércio entre os países do “Sul Global”, visando mitigar os impactos na economia russa devido às sanções lideradas pelo Ocidente.

A Rússia enfrenta vários desafios no contexto dos BRICS. Alguns desses desafios incluem:

Sanções Econômicas

Impacto Econômico: A Rússia enfrenta sanções econômicas impostas por alguns países ocidentais devido a eventos geopolíticos, o que pode afetar sua capacidade de cooperação econômica e comercial nos BRICS.

Tensões Geopolíticas

Posicionamento Estratégico: A Rússia busca equilibrar suas relações com outros membros dos BRICS e manter sua influência geopolítica global, especialmente em meio a eventos como a crise na Ucrânia.

Relações Bilaterais Diversificadas

Interesses Múltiplos: A Rússia mantém relações bilaterais com os membros dos BRICS, mas equilibrar essas relações em meio a diferentes interesses e prioridades pode ser desafiador.

Dependência de Recursos Naturais

Economia Dependente de Recursos: A dependência contínua da Rússia em recursos naturais, como energia, pode ser um desafio ao buscar diversificar sua economia e contribuir de maneira mais ampla para as iniciativas dos BRICS.

Questões Ambientais e Energéticas

Desafios Ambientais: A Rússia enfrenta desafios relacionados à gestão ambiental e à transição para fontes de energia mais sustentáveis, questões que podem influenciar sua colaboração nos BRICS.

Estratégias de Desenvolvimento Conjunto

Alinhamento de Objetivos: Harmonizar as estratégias de desenvolvimento econômico e social entre os membros dos BRICS, considerando suas diferentes realidades e ambições, é um desafio.

Inovação e Tecnologia

Investimento em Inovação: Para manter a competitividade global, a Rússia enfrenta o desafio de investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação, aspectos importantes para o progresso econômico e tecnológico no contexto dos BRICS.

Participação Ativa em Fóruns Internacionais

Influência Global: A Rússia busca manter e expandir sua influência em fóruns internacionais por meio dos BRICS, o que pode ser desafiador dadas as dinâmicas geopolíticas em evolução.

Mudanças nas Dinâmicas Globais

Adaptação a Mudanças: A Rússia precisa se adaptar às mudanças nas dinâmicas globais, incluindo o aumento das tensões entre grandes potências e o surgimento de novos desafios à governança global.

Instabilidade em Regiões Vizinhas

Impacto nas Relações: Eventos em regiões vizinhas, como conflitos ou instabilidades, podem influenciar as relações da Rússia nos BRICS, exigindo uma abordagem diplomática cuidadosa.

A superação desses desafios permite que a Rússia maximize sua participação nos BRICS e contribua efetivamente para a cooperação nos campos econômico, político e social dentro do grupo.

Apesar disso, mais de uma década de existência não deram a certeza de que os BRICS se tornarão uma força política e econômica significativa no sistema internacional.

A Rússia aposta nisso, apoiando a expansão do grupo durante a cúpula. As relações variadas da Rússia com os novos membros, especialmente com o Egito, seu parceiro bilateral mais forte, favorecem a perspectiva russa.

A heterogeneidade do grupo, com novos membros como Emirados Árabes Unidos, Irã e Arábia Saudita, contribui economicamente, fortalecendo a influência russa.

Nesse sentido a Rússia se destaca em sua relevância no bloco com as seguintes contribuições:

Estratégico

Militar

Econômico

 A Rússia mantém uma posição estratégica devido à sua localização geográfica abrangendo Europa e Ásia, com uma influência significativa nos assuntos regionais.

As forças armadas russas são poderosas e desempenham um papel importante em questões globais. A Rússia é uma potência nuclear e mantém uma postura militar assertiva.

Embora o país tenha desafios econômicos, sua riqueza em recursos naturais, especialmente energéticos, confere-lhe influência econômica.

Ou seja, da perspectiva russa, os BRICS e seus novos membros oferecem a oportunidade de avançar para uma ordem mundial multipolar, uma prioridade destacada durante o governo de Putin. As autoridades russas expressam aspirações de reduzir a dependência do dólar americano dentro do bloco e promover os objetivos delineados na Estratégia para a Parceria Econômica dos BRICS 2025. Pode-se dizer que desta vez, os Russos terão que combinar com todos os demais…

ÍNDIA

Durane a última cimeira dos BRICS a Índia se viu numa condição bastante desconfortável, pra não dizer menos. Foi uma tarefa complicada para o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que pretendia abordar várias questões complicadas tais como, equilibrar os laços da Índia com a Rússia e o Ocidente e ao mesmo tempo, gerir a expansão dos BRICS enquanto tentava resolver as tensões fronteiriças com a China.

Em outras palavras, tarefas que por si só já demandariam décadas de negociações. A primeira diz respeito ao posicionamento indiano, um país próximo aos aliados ocidentais como França, Reino Unido e Estados Unidos que os questionam constantementesobre o seu posicionamento em relação a Rússia.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, Nova Delhi tem tentado equilibrar laços estreitos com Moscou, tem se lançado em grandes negócios no ramo do petróleo, mineração e defesa, bem como, relações diplomáticas contínuas enquanto se esquiva de maneira magistral das pressões diplomáticas dos amigos e parceiros ocidentais.

Em parte, Nova Delhi busca evitar a ira ocidental e conseguiu desviar as atenções ao transformar a sua cimeira de Julho de 2023 da Organização de Cooperação de Xangai numa reunião apenas virtual. ALém disso, a ausência de Putin na cimeira dos BRICS tornou a vida da Índia mais fácil até então. Porém novos desafios se avisinham com a entrada de novos membros.

Na expansão dos BRICS, a Índia procurou simultaneamente preservar a sua estatura privilegiada como membro fundador, avançanado a sua reivindicação de liderança como voz do “Sul Global” e busca resistir aos movimentos de Pequim para dominar o grupo, evitando a hegemonia chinesa com parceiros abertamente centrados na China.

Apesar de estar numa posição mais favorável que a do Brasil junto aos gigantes dos BRICS, a Índia compete em protagonismo e necessidades que a incapacitam de possuir um papel mais relevante no grupo. Não se pode negar que a diplomacia indiana trabalhou bem nos defecho das decisões que sobrecaíram nos novos membros.

A contra gosto de Pequin, Nova Delhi saiu-se muito bem e não tardou em expressar entusiasmo pelos novos membros não apenas pela sua adesão. A nova lista de membros poderia ter sido pior para a Índia, que desfruta de relações cada vez mais calorosas com a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, além claro do Irã a quem em parte disputa com China e Paquistão o mercado e transporte de gás e petróleo pelas mesmas regiões passando por Ormuz  numa rota de distribuição que certamente  se tornará ‘quente’ em alguns anos.

Para Nova Delhi que busca minimizar a admissão do Irã uma vez que a nação do Oriente médio causa impasses devido ao seu posicionamento antiocidental no grupo, a netrada do Irã é estratégica, porém complicadora pois exige da Índia  alguns posicionamentos frente a um membro proeminente que enfrenta sanções dos EUA.

A Índia enfrenta vários desafios no contexto dos BRICS, que impactam suas dinâmicas na cooperação internacional. Alguns desses desafios incluem:

Disparidades Econômicas

Diferenças Internas: Internamente, a Índia lida com disparidades econômicas significativas entre regiões, o que pode afetar sua capacidade de contribuir de maneira uniforme para iniciativas conjuntas dos BRICS.

Concorrência com a China

Competição Econômica: A China é o membro mais populoso e tem uma economia significativamente maior do que a da Índia. A competição econômica pode criar desafios para a Índia em termos de influência e visibilidade dentro do grupo.

Questões Fronteiriças e Relações Bilaterais

Tensões com a China: Tensões territoriais entre Índia e China, como as relacionadas à região de Doklam e a disputa no Himalaia, podem criar obstáculos para uma cooperação mais estreita no âmbito dos BRICS.

Desafios Geopolíticos

Postura Nuclear: A postura nuclear da Índia, que não é signatária do Tratado de Não Proliferação Nuclear, pode criar dinâmicas geopolíticas distintas, especialmente em relação a questões relacionadas à não proliferação nuclear.

Prioridades Internas e Externas

Foco Interno: A Índia pode, em alguns momentos, concentrar-se mais em questões internas, como desenvolvimento econômico, pobreza e saúde, em detrimento de uma participação mais ativa em iniciativas globais dos BRICS.

Variações nas Políticas Externas

Diversidade de Alianças: A Índia mantém diversas alianças internacionais e acordos bilaterais que podem influenciar suas posições dentro dos BRICS. Equilibrar essas relações pode ser desafiador.

Segurança e Terrorismo

Desafios de Segurança: A Índia enfrenta desafios significativos em termos de segurança, incluindo ameaças terroristas. Essas preocupações podem moldar suas prioridades e enfoques no âmbito dos BRICS.

Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável

Desafios Ambientais: A Índia, como outros membros dos BRICS, enfrenta desafios relacionados às mudanças climáticas e ao desenvolvimento sustentável. Alinhando essas preocupações com as prioridades do grupo pode ser complexo.

Entretanto, a  Índia segue atuante e influente, buscando superar diferenças e promover iniciativas conjuntas em áreas como comércio, desenvolvimento econômico e reforma global. A diplomacia ativa 6tem sido fundamental para enfrentar e superar os desafios, permitindo que a Índia contribua efetivamente para a dinâmica do grupo.

No que se refere à sua contribuição ao bloco, pode-se destacar:

Estratégico

Militar

Econômico

A Índia ocupa uma posição estratégica no sul da Ásia e tem uma influência significativa na região do Oceano Índico. As Forças Armadas indianas são uma das maiores do mundo. A Índia mantém uma postura de segurança ativa, focando em defesa territorial e marítima. A Índia é uma economia em crescimento rápido, desempenhando um papel crucial no comércio internacional e aspirando a uma maior presença global.

É verdade que a relação Índia e China também não vai lá tão bem quanto se tentar demonstrar, a reunião mais esperada da cimeira foi entre Modi e Xi. Uma reunião que diga-se de passagem, não obteve nenhum avanço diplomático e que permance morno desde então.
A Índia que é uma grande parceira da Rússia busca uma alternativa mais direta para poder fazer frente as pretenções chinesas nos BRICS não permitindo-se ofuscar pelo gigantismo do Dragão. Pode-se dizer que o “jeito índia de ser”  tem se sobressaído ao “Jeitinho Brasileiro” no que se refere à dinâmica da geopolítica global…

CHINA

O rescaldo da simeira dos BRICS foi extremamente favorável para  China, onde a reunião foi amplamente percebida como uma conquista diplomática do líder chinês, Xi Jinping. Ele foi honrado com a “Ordem da África do Sul” ao chegar, realizou encontros com chefes de estado africanos que participaram como observadores.

Acima de tudo, a China obteve êxito ao expandir o número de membros do bloco, um desejo antigo e que precisa ser reconhecido como a mais relevante jogada geopolítica deste milênio. Lembram do terromoto e dos movimentos tectônicos. pois é chegoua  hora de falar de seu epicentro.

A China foi vitoriosa mais uma vez  no seu movimento de contrapor ao poder dos Estados Unidos arrastando consigo um bloco ainda mais poderoso e numa jogada acertiva conseguiu trazer alidos e adversários para o seu entorno.

Isso é significativo porque a combinação dos BRICS, que inclui adversários dos EUA como Rússia e Irã, juntamente com parceiros dos EUA como Brasil e Índia, obriga os Estados Unidos a considerar interesses de segurança compartilhados.

Tal como se espera tradicionalmente nas regiões do pacífico, o terremoto em sí é devastador, mas o Tsnuami que pode decorrer dele pode ainda ser mais impactante. A China consguiu atrair para o Bloco uma infinidade de observadore se postulantes a intgegrantes que ameaçam redesenhar a geopolítica mundial. O sucesso do BRICS expandido pode resultar numa avalanche de pedidos de nações satélites que orbitam atualmente o eixo Europa/Estados Unidos  e que podem facilmente serem atraídos pelo novo centro de massa que surge, Os BRICS liderados pela China.

Porém para que os “movimentos tectônicos” atinjam o seu ápice, a China efrentará desafios em suas ambições de reformar a arquitetura financeira mundial em favor do Sul Global. A proposta de uma moeda BRICS compartilhada parece improvável, pois implica que os membros detenham quantidades significativas das moedas uns dos outros. Além disso, o Yuan chinês enfrenta obstáculos para sua internacionalização nos mercados de capitais fechados. As tentativas de impulsionar o Novo “Banco de Desenvolvimento” podem ter resultados melhores, mas ainda não está claro quanto financiamento receberá. O mesmo banco enfrenta desafios em meio a relações turbulentas entre os membros fundadores.

A expansão dos BRICS pode ter inadvertidamente criado um grupo semelhante ao G20, sem secretariado, sem autoridade legal para decisões e frequentemente e portanto, sem consenso. E, com tantas opiniões divergentes, essa expansão pode apresentar mais desafios do que oportunidades para os membros fundadores, especialmente ao criar instituições alternativas à ordem mundial atual.

Embora os BRICS expandidos sirvam como um fórum importante para conversações globais entre países de rendimento médio, esse pode ser o seu maior impacto nos assuntos globais. Em resumo, a China enfrenta diversos desafios  que incluem:

Diferenças Econômicas e de Desenvolvimento

Disparidades Internas: As diferenças no estágio de desenvolvimento econômico entre a China e alguns membros dos BRICS podem criar desafios na formulação de estratégias econômicas e comerciais conjuntas.

Geopolítica e Competição Global

Tensões Geopolíticas: A ascensão global da China pode criar tensões geopolíticas com outras potências, incluindo os EUA, o que pode impactar a dinâmica de cooperação nos BRICS.

Sustentabilidade Ambiental

Desafios Ambientais: A China enfrenta desafios significativos em relação à sustentabilidade ambiental e à redução das emissões de carbono, o que pode influenciar a agenda ambiental dos BRICS.

Questões Comerciais e Concorrência

Concorrência Econômica: A competição econômica entre os países BRICS, especialmente no comércio, pode gerar desafios na busca por interesses nacionais e alinhamento econômico.

Relações Bilaterais Complexas

Equilíbrio Diplomático: A China mantém relações bilaterais complexas com os outros membros dos BRICS, e equilibrar essas relações pode ser desafiador, especialmente em meio a eventos geopolíticos.

Inovação e Propriedade Intelectual

Desenvolvimento Tecnológico: A China busca liderar em inovação e tecnologia, mas questões relacionadas à propriedade intelectual e políticas comerciais podem gerar desafios nos BRICS.

Gestão da Dívida e Investimentos

Desafios Financeiros: A China, como uma potência econômica, precisa gerenciar questões relacionadas à gestão da dívida, investimentos e suas implicações para os outros membros dos BRICS.

Segurança Cibernética e Tecnológica

Segurança Digital: Questões de segurança cibernética e tecnológica podem criar desafios, especialmente à medida que os países buscam promover a transformação digital em suas economias.

Desenvolvimento Sustentável

Metas Ambientais e Sociais: Alinhar as metas de desenvolvimento sustentável da China com as dos outros membros dos BRICS pode ser um desafio, considerando as diferentes realidades sociais e ambientais.

Adaptação a Mudanças Globais

Dinâmicas Internacionais: A China precisa se adaptar às mudanças nas dinâmicas globais, incluindo o surgimento de novos desafios e a evolução das relações internacionais.

Superar esses desafios permitirá que a China desempenhe um papel construtivo nos BRICS, promovendo a cooperação econômica, política e social no grupo, enquanto aborda as diferenças e interesses divergentes entre os membros. Por outro lado, não se pode minimizar a importância da China como o mais proeminente país a integrar o Bloco e que é fundamental para os seguintes setores:

Estratégico

Militar

Econômico

 A China emergiu como uma potência global com interesses em várias regiões. A Iniciativa Belt and Road é um exemplo de sua estratégia de expansão. As Forças Armadas chinesas são as maiores do mundo, e a China tem investido em modernização militar, projetando poder além das fronteiras. A China é a segunda maior economia global e desempenha um papel crucial nas cadeias de suprimentos globais. Seu rápido crescimento econômico a tornou uma potência econômica.
A grande Muralha chinesa pode ser entendida como um símbulo de proteção, mas também como de um isolamento e caso o crescimento Chinês se sobresaia aos demais os sufocando, é bem provável que a nova muralha assuma a seugunda condição…

África do sul

Para a África do Sul, país que presidiu e sediou a simeira dos BRICS, a cúpula pode facilmente ser analisada de diversas formas.

Primeiramente pode-se dizer que a cúpula proporcionou poucos resultados práticos para a África do Sul, cuja participação no BRICS já é em grande parte simbólica. Sendo o menor membro e economicamente menos significativo do grupo, a expansão dos BRICS tenderá a reduzir ainda mais a importância da África do Sul neste bloco. Par se ter ideia, os dois novos Estados africanos a aderirem ao BRICS expandido, noemadamente o Egito e a Etiópia, são ambos mais populosos e registram taxas de crescimento econômico mais elevadas, embora aind aapresentem economias menores.

Possivelmente mais relevante do que a cúpula em si foi a visita bilateral do Presidente Xi no dia anterior, bem como as visitas preparatórias realizadas por ministros do comércio e grupos empresariais chineses nas semanas anteriores.

Passou despercebido por muitos a adesão da África do Sul ao cinturão da rota da seda, o país foi a primeira nação africana a assinar o acordo de cooperação do Cinturão e Rota, e a China representa seu principal parceiro comercial. O comércio bilateral entre ambas nações continua a crescer, assim como os investimentos chineses na África do Sul. Independentemente da cúpula, as relações da África do Sul com os outros países do BRICS continuam a ser menos destacadas. e nesse caso diga-se d epassagem, o Brasil perdeu seu protagonismo dos anos 2000 quando se paresnetava como o “futuro” parceiro sul Africano, cedendo lugar à China que engole o país conferindo-lhe um apoio bem mais robusto para implantação de sua infraestrutura e comércio.

Naturalmente a África do Sul enfrenta diversos desafios no contexto dos BRICS que incluem:

Desigualdades Internas

Disparidades Sociais: A África do Sul tem desafios persistentes relacionados a desigualdades sociais, econômicas e raciais, o que pode influenciar as dinâmicas dentro dos BRICS.

Crescimento Econômico Sustentável

Necessidade de Crescimento: Para maximizar sua participação nos BRICS, a África do Sul precisa abordar questões de crescimento econômico sustentável e diversificação de sua base econômica.

Desafios Econômicos e Financeiros

Instabilidade Econômica: A instabilidade econômica e desafios financeiros podem afetar a capacidade da África do Sul de contribuir de forma significativa para as iniciativas e projetos conjuntos dos BRICS.

Relações Comerciais e Diplomáticas

Equilíbrio Diplomático: Manter equilíbrio nas relações comerciais e diplomáticas com os outros membros dos BRICS, especialmente dada a sua diversidade econômica e política, pode ser um desafio.

Questões Ambientais e de Sustentabilidade

Compromisso Ambiental: A África do Sul enfrenta desafios ambientais e de sustentabilidade, e alinhar essas preocupações com os objetivos coletivos dos BRICS pode ser complexo.

Integração Regional Africana

Papel na África: A África do Sul, como representante dos BRICS na África, enfrenta desafios em equilibrar suas responsabilidades regionais com seu compromisso no grupo, especialmente em meio a dinâmicas regionais complexas.

Inclusão Social e Política

Desafios Sociais: Questões relacionadas à inclusão social, coesão política e superação de divisões históricas podem influenciar a posição da África do Sul nos BRICS.

Infraestrutura e Desenvolvimento

Investimentos Infraestruturais: A África do Sul pode enfrentar desafios na implementação efetiva de projetos de infraestrutura e desenvolvimento propostos pelos BRICS, devido a questões logísticas e orçamentárias.

Gestão da Saúde e Pandemias

Desafios de Saúde: A gestão de questões de saúde, incluindo pandemias, pode ser um desafio para a África do Sul, influenciando sua capacidade de colaborar plenamente nos BRICS.

Educação e Capacitação

Investimento em Educação: A necessidade de investir em educação e capacitação para impulsionar o desenvolvimento humano e econômico é um desafio que pode afetar a contribuição da África do Sul nos BRICS.

Superar esses desafios permitirá que a África do Sul desempenhe um papel mais efetivo nos BRICS, contribuindo para iniciativas conjuntas e promovendo a cooperação entre os países membros onde sua improtância nos setores estratégicos, militar e econômicos são supra sumarizados tal como segue:

Estratégico

Militar

Econômico

A África do Sul é um ator importante no continente africano e desempenha um papel significativo em organizações regionais. Suas Forças Armadas têm uma presença regional, contribuindo para missões de paz. No entanto, seu poder militar é relativamente menor em comparação com outros membros do BRICS. A África do Sul é uma economia industrializada na África, desempenhando um papel crucial no comércio e desenvolvimento econômico do continente.

Como diz um provérbio africano,

“Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.” essa é inegavelmente a escolha da África do Sul

Análise

A expansão do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) representa um desafio complexo para seus países fundadores, pois demanda a gestão de uma ampla gama de questões que afetam suas economias, políticas e relações internacionais. Cada nação enfrenta desafios únicos, mas alguns pontos comuns emergem ao contextualizar esses obstáculos.

Em primeiro lugar, a diversidade econômica e estrutural entre os países do BRICS cria desafios para a cooperação efetiva. Enquanto China e Índia apresentam economias dinâmicas e populações numerosas, o Brasil, a Rússia e a África do Sul enfrentam desafios distintos, como a dependência de setores específicos e a necessidade de diversificação econômica.

Além disso, as diferenças políticas e estratégicas entre os membros do BRICS podem prejudicar a coesão do bloco. Questões como as relações sino-indianas, divergências políticas entre Rússia e Ocidente, e desafios internos nos países membros podem influenciar a capacidade do bloco de atuar de maneira unificada em questões globais.

A sobrevivência do bloco enfrenta também a necessidade de adaptar-se a mudanças no cenário internacional, como a ascensão de novos atores e desafios globais. A transição para uma economia global mais sustentável, a gestão de crises humanitárias e a adaptação às mudanças climáticas são exemplos de desafios que exigem uma resposta coordenada por parte dos países do BRICS.

No entanto, apesar desses desafios, a expansão do BRICS oferece oportunidades significativas para seus membros. A cooperação econômica pode impulsionar o crescimento e a influência global dos países do bloco. A diversidade de recursos e experiências também pode ser aproveitada para promover inovação e abordar desafios comuns.

Em conclusão, os maiores desafios enfrentados pelos países fundadores do BRICS em sua expansão residem na necessidade de superar diferenças econômicas, políticas e estratégicas, ao mesmo tempo em que se adaptam a um cenário internacional dinâmico. A sobrevivência do bloco dependerá da capacidade dos membros de encontrar soluções colaborativas para os desafios emergentes e de aproveitar as oportunidades oferecidas pela diversidade e complementaridade de suas economias.


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