Defesa & Geopolítica

Procuradoria vê indícios de três crimes de Temer

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Presidente será investigado, com base na delação de executivos da JBS, pelos delitos de obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa. Segundo acusação, ele se associou a Aécio para frear Lava Jato.

Temer negou qualquer tipo de ato ilícito e, na noite de quinta-feira, fez um pronunciamento descartando renunciar ao cargo

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, registrou indícios de três crimes ao apresentar o pedido de abertura de investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o presidente Michel Temer: obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.

“Importante registrar que um dos delitos em tese cometidos é o de corrupção passiva, o qual, como é sabido, pressupõe justamente o exercício de cargo, emprego ou função pública por parte do agente”, escreveu Janot.

A Procuradoria-Geral da República argumenta que Temer e o senador afastado Aécio Neves se articularam com outras pessoas para impedir o avanço da operação Lava Jato:

“Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio de controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão os inquéritos.”

“Desta forma, vislumbra-se também a possível prática do crime de obstrução à Justiça”, ressaltou Janot, citado no texto da decisão do ministro do STF Luiz Edson Fachin de ordenar a abertura de um inquérito para investigar Temer, Aécio e o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) em função do acordo de delação dos donos do grupo JBS, Joesley e Wesley Batista.

A delação de Joesley colocou Temer no centro de um escândalo de corrupção. O empresário confessou que a JBS pagava propinas ao presidente desde 2010, segundo documentos divulgados nesta sexta pelo STF, e gravou uma conversa tornada pública na quarta-feira e que compromete diretamente o presidente.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a gravação mostra que Temer deu “aval” ao empresário Joesley Batista para comprar o silêncio de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados e que está preso por corrupção também no âmbito da Lava Jato.

Temer negou qualquer tipo de ato ilícito e, na noite de quinta-feira, fez um pronunciamento descartando renunciar ao cargo, apesar das pressões da oposição e de alguns setores de sua base política.

Fonte: DW

Operações da JBS em mercados sob suspeita

Companhia teria lucrado com os efeitos da delação que envolveu o presidente Michel Temer. Um bilhão de dólares teriam sido comprados antes de real despencar, gerando milhões em ganhos.

Em meio ao terremoto político criado no país após a delação da JBS, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo para investigar possíveis irregularidades cometidas pela empresa no mercado, informou a imprensa brasileira nesta sexta-feira (19/05).

O conteúdo da investigação não foi confirmado pelo órgão. Jornais afirmam, no entanto, que a CVM está apurando informações de que o grupo J&F, holding que contra a JBS, teria operado no mercado financeiro para lucrar com os efeitos da delação premiada firmada por seus executivos.

Segundo o jornal Valor Econômico, a investigação está centrada em duas questões: a compra de dólares pela JBS e a venda de ações da empresa por seus controladores.

Na quarta-feira, poucas horas da revelação dos depoimentos do dono da JBS, Joesley Batista, envolvendo o presidente Michel Temer e outros políticos, a empresa frigorífica teria feito um grande volume de compra de dólares, segundo informara a imprensa citando fontes do mercado financeiro.

O Valor, assim como o jornal O Globo, menciona que o valor da compra teria superado 1 bilhão de dólares. Com isso, a JBS teria se beneficiado da valorização de mais de 8% da moeda americana ante o real um dia depois, na quinta-feira, causada justamente em reação às acusações contra Temer.

O mercado financeiro prevê sigilo dos investidores, portanto não é possível identificar se foi a JBS quem realizou a operação. Caso as investigações confirmem a prática da empresa, isso configuraria uso indevido de informações privilegiadas, o que é proibido pela CVM.

Na quinta-feira, o dólar comercial fechou com alta de 8,15% em relação ao real, encostando na marca de 3,40 reais – a maior valorização diária desde o início de 1999.

Segundo o Valor, a CVM investiga ainda se a JBS teria se beneficiado com operações no mercado de ações. Seus controladores venderam o equivalente a 327,4 milhões de reais em ações da empresa durante o mês de abril, segundo o formulário mensal enviado pela companhia à CVM.

Entre os dias 24 e 27 de abril, a tesouraria da JBS comprou 19,3 milhões de ações da própria empresa, o equivalente a quase 200 milhões de reais, informa o Valor. Os depoimentos de Joesley e de seu irmão Wesley Batista no âmbito da delação premiada ocorreram entre abril e maio. As vendas de ações em abril teriam sido as primeiras movimentações dos controladores no período de um ano.

Em nota, a JBS informou que gerencia de maneira minuciosa e diária sua exposição cambial e de commodities.E acrescenta que as movimentações no mercado de câmbio feitas nos últimos dias estão “alinhadas à sua política de gestão de riscos e proteção financeira”.

Fonte: DW

 

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