Rússia não pressionou Brasil por rompimento com Ucrânia em Alcântara

Em resposta a reportagem da Folha de S.Paulo veiculada nessa quinta-feira (9), uma fonte da agência espacial russa Roscosmos negou informação de que a Rússia teria pressionado o Brasil para cancelar um acordo bilateral com a Ucrânia para lançamento de foguetes da base de Alcântara, no Maranhão.

“A Roscosmos almeja a ampliação das relações de cooperação, mas isso não significa que façamos qualquer pressão e limitemos as possibilidades de relações entre nossos parceiros e outros países. A Roscosmos, pelo contrário, está pronta a cooperar com todos os países que possam garantir o cumprimento das obrigações tomadas”, disse à Gazeta Russa a fonte da agência espacial russa, que não quis ter seu nome divulgado.

O diretor do Instituto de Políticas Espaciais, Ivan Moisseev, também emitiu opinião similar sobre a informação divulgada.

“Não sei que mecanismos se podem usar para pressionar o Brasil, e não estou certo de qual seria o objetivo de exercer essa pressão. O Cyclone-4 é um porta-foguetes, não um satélite. E a Rússia não tem projetos de instalar porta-foguetes no Brasil. Ela poderia propor a produção conjunta de um foguete, como foi no caso da Coreia do Sul, mas esse é um processo muito longo e sem perspectivas comerciais claras”, disse Mosseeiv.

A anulação do contrato, segundo o jornal, ainda não foi comunicada a Kiev. Porém, segundo apurou a Gazeta Russa, já era esperada nos círculos internos da astronomia brasileira.

O astronauta Marcos Pontes, único brasileiro a viajar ao espaço, disse à Gazeta Russa que o cancelamento “já estava pendente pelos dois lados há muito tempo”.

“Acredito que agora seja o momento adequado para estabelecermos um acordo mais eficiente com a Rússia e/ou EUA, como queríamos inicialmente e foi, de forma política, e não técnica, barrado no Congresso Nacional no começo da década de 2000”, acrescenta.

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Fonte da agência espacial russa Roscosmos

“Devido aos acontecimentos já conhecidos na Ucrânia, muitas indústrias do nosso vizinho acabaram em uma situação difícil. Não é de se surpreender que é justamente o setor de construção de máquinas que passa pelo momento mais duro, já que para trabalhar normalmente precisa de tecnologias científicas sérias e investimentos intensivos, pessoal altamente qualificado e equipamentos atualizados.

A Rússia colabora ativamente no espaço com diferentes países. A Roscosmos trabalha com agências espaciais dos EUA, da União Europeia, do Japão, da Índia etc., atua na Estação Espacial Internacional, e conduz acordos sobre novos projetos de conquista do espaço. Além disso, sempre cumprimos com nossas obrigações. E nossos parceiros tem em alta estima esse modo de lidarmos com a cooperação.

Agora, é outra assunto se a parceria estiver sob risco de negligência dos prazos de realização dos projetos e queda de qualidade. Nesse caso, as relações podem se desenrolar de diversos modos, até mesmo com o rompimento dos contratos, revisão das prioridades e troca de parceiros. É possível que justamente isso esteja acontecendo nas relações entre Brasil e Ucrânia. Mas isso é assunto só da Ucrânia e do Brasil.

O Roscosmos visa à ampliação das relações de cooperação, mas isso não significa que façamos qualquer pressão e limitemos as possibilidades de relações entre nossos parceiros e outros países.

O Roscosmos, pelo contrário, está pronto a a cooperar com todos os países que possam garantir o cumprimento das obrigações tomadas.

Fonte: Gazeta Russa

10 Comentários

  1. Mais uma vez a imprensa golpista e o seu jornalismo lixo; sabemos aqui que desde o inicio quem pressionou os ucranianos foram os EUA e isso muito antes desse do golpe nazi-sionista naquele pais patrocinado pelos EUA
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    A Ucrânia se encontra quase em estado vegetativo, tem muito ucraniano que adoraria ter os problemas dos venezuelanos em vista que este ucraniano está passando graças aos EUA e o seu exército de nazistas da sua elite branca pro-fascista
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    .O QUÊ OS ESTRANGEIROS FALAM DO BRASIL.
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    (…) O Brasil será a capital espiritual do mundo, como o Berço da Nova Cultura brasileira, por ser o Centro Espiritual ligado com outros Mundos. Pois é no Brasil que se dará o evento de onde terá a origem a Luz Sublime da Verdade com a Nova Obra, que o Homem Superior oferecerá aos homens…”. (…)
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    (*) Profecia do indiano Rabindranath Tagore sobre brasileiro que trará a luz da verdade à Terra
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    (…) “É esta a minha terceira visita ao Brasil… Por que me abalancei ao desconforto e dispêndio de uma viagem tão longa? – Em primeiro lugar, porque o meu dever é explanar as idéias filosóficas de Teosofia em todos os países, aos que buscam a verdade. … Em segundo lugar, porém, é porque o Brasil tem um papel especial a realizar no desenvolvimento de toda a Sul-América, … acompanho uma visão que me foi dada pelos meus Instrutores. Eles mostraram-me algo do futuro, e é por causa dessa visão que dediquei tanto tempo ao Brasil. … Ora, Deus tem um plano para a América do Sul. … Tendo-vos trazido para aqui, está Ele criando lentamente uma nova raça. Está combinando por exemplo, no Brasil, as raças branca, preta e vermelha, para produzir um novo tipo. A nova variante da Raça Ariana, que nós teosofistas, denominamos a sétima sub-raça, aparecerá no decurso dos séculos sobre toda a América do Sul; mas está já começando a aparecer no Brasil. … (…)
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    (*)C. Jinarajadasa:
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    (…). Stefan Zweig, autor do bordão “Brasil, país do futuro”; O grande escritor austríaco, que anos depois viria a definir o Brasil assim. (…)
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    Um sionista que não esculachará o Brasil como certos sionista vira-latas que se vê. 😉

    • Agora é esperar a patrulha montada bambe … aquela que sempre é composta por um eunuco do pé rachado montado no seu viadinho albino baio de chifres gaiado.

  2. Nem vejo razão para a Rússia fazê-lo. A Ucrânia não tem poder político-militar para incomodar a Rússia.

    Por outro lado, a falência total da Ucrânia seria péssima para a Rússia. Certamente os EUA seriam os primeiros a oferecer irrestrito auxílio, sabe-se lá a que custo!

  3. Não sei de onde saiu isso, mas se foi de alguma cabeça com a oculta intenção de desqualificar o governo, o tiro deve ter saido pela culatra. Por que essa decisão, de se afastar da falida Ucrania, não poderia ser mais sensata. Se foi por interferencia Russa (o que não acredito, já que o governo não poderia ser tão estupido a ponto de manter essa parceria, que certamente nos traria enormes prejuízos, pela mais total falta de foco e capacidades financeiras, se é que já não estavam nos trazendo) deveriamos agradecê-los pelo favor. Isso só mostraria que se preocupam mais com nossa cidadania que nosso próprio governo. Mas como disse não acredito que teriamos um governo tão insensato.

    • Salve Julio Brasileiro,
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      Por si só, a atitude de querer relacionar alguma ingerência da Rússia no desfecho fatídico da Alcântara Cyclone Espace, demonstra o tamanho do ‘monstro de ignorância’ a respeito do que acontecia nesta parceria com a Ucrânia.
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      Mas, isso não é o pior. O pior é ver a disposição de animo de alguns em querer “empatar” a qualquer custo ou por qualquer meio, uma possível aproximação tecnológica com a Rússia.
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      A quem isso pode interessar… (?), quem ganha com isso… (?) quais são os dispostos a ajudar nisso… (?), é só por ideologia… (?), ou há alguma vantagem a mais… (?), para quem trabalham… (?)
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      Saudações,
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      konner

  4. ,.. ótimo, eles , os Ucranianos são mt servil aos interesses iankSS..Q compremos esses projeto dos seus especialistas, |Coreia do Norte e ou do Irã…Assim teremos o n VLS , o foguete de hj poderá ser o míssil de amanhã…até nisso somo incapazes, eu já teria feito isso a mt tempo….essa demora só nos atrasa e nos coloca cada x + longe do espaço e de uma defesa + forte…P ontem.Sds. 😉

  5. Eu cheguei até ver um lobby disfarçado pro EUA na reportagem da Folha, mas quem melou esse acordo brasilo-ucraniano não foi a Rússia, nem os quilombolas,esse povo que aliás já sofreu e sofre tantas injustiças e que chegou a carregar a pecha de estar atrasando o avanço tecnológico do BRASIL !

    E se Rússia melou tal coisa, ela nos fez um favor, a Ucrânia já estava roendo a corda a mando dos EUA, íamos usar um foguete perigoso tóxico e ainda pagar caro !

    Agora que venham os novos parceiros pode ser a Rússia, Irã,Coréia do Norte,China, pode ser até os EUA, qualquer país qualificado pode se candidatar,desde que tenha capacidade e que não nos proponha abrir mão de nossa soberania !

    Infelizmente o VLS esta acabado já é um fracasso,uma vergonha, eu lamento pelos que morreram por ele, é imperativo que se busque ajuda,já se perdeu vidas e tempo precioso por nada !

    É hora de ser humilde sem ser submisso, é hora de abandonar vaidades de mandar homens ao espaço e focar no bem maior,no concreto no que tem valor,buscar o êxito sem fantasias !

  6. O que esses entreguidtas FDP querem é entregarem Alcântara,programa espacial e geoestacionário aos EUA.
    Nossos cientistas e nossos estrategistas militares sabem que se isso ocorresse estaríamos de vez nas mãos dos EUA chipados e monitorados.
    Isso comprometeria o SISFRON e o SISDABRA.Isso comprometeria a segurança nacional.

  7. Como recordar é viver, eu trago uma reportagem, que refrescara a nossa memoria e nos deixara indignados a matéria fala do dia em que abrimos mão de uma proposta russa,que se mostrava muito promissora para nos aventurarmos com os ucranianos no fatídico programa Alcântara Ciclone !

    Matéria é da Folha de São Paulo ,mas encontra-se também no Blog Brazilian Space
    http://brazilianspace.blogspot.com.br/2009/09/orionspace-internacional-opcao.html

    Russos Querem Lançar Satélites do Brasil

    26/05/2004 – 05h09
    SALVADOR NOGUEIRA
    da Folha de S.Paulo

    Um consórcio de empresas russas está abrindo uma companhia no Brasil para oferecer serviços de lançamento de satélites a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. Detalhe: o governo brasileiro não aprovou o uso da base no projeto.

    A falta de aval oficial e de um acordo de salvaguardas tecnológicas, que tornariam o negócio viável, não desanima os investidores, que já gastaram até abril cerca de US$ 2,5 milhões no projeto e anunciam abertamente, na internet (www.orionspace.com), a intenção de realizar seu primeiro lançamento até 2008.

    “A verba inclui despesas, força de trabalho e outros serviços gastos pela OrionSpace Ventures e as empresas russas emparceiradas State Rocket Center e Design Bureau of Transport Machinery e vários consultores para o Órion”, disse à Folha Richard Waterman, executivo-chefe do empreendimento. “O total também inclui gastos feitos em regime de risco por companhias brasileiras.”

    Ainda pondo panos quentes no programa espacial após o acidente com o VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites), que matou 21 pessoas em agosto do ano passado em Alcântara, a AEB (Agência Espacial Brasileira) diz estar analisando a proposta russa, feita por canais oficiais em fevereiro, na reunião bienal intergovernamental realizada entre os dois países.
    Caso o negócio vá mesmo adiante, a empresa a gerenciá-lo será brasileira –a OrionSpace Internacional, que está sendo aberta em Fortaleza, Ceará, em razão dos benefícios fiscais oferecidos. Para tocar os trabalhos, já foram criados escritórios em Brasília e no Rio. A idéia é desenvolver um veículo lançador de grande porte, chamado Órion, com base em tecnologia de empresas russas.

    A porção brasileira no negócio é basicamente o fornecimento da base. Como está localizado a apenas 2,3 da linha do Equador, o Centro de Lançamento de Alcântara é um dos melhores do mundo para a colocação de satélites de telecomunicações no espaço.

    Esses dispositivos normalmente são dispostos nas chamadas órbitas geoestacionárias –aquelas em que o satélite gira no mesmo ritmo do planeta, permanecendo sobre a mesma área da superfície o tempo todo. De Alcântara, a exigência de combustível é menor para atingir essas órbitas, pois um foguete pode aproveitar melhor o “empurrão” dado pela rotação da Terra, que é máximo nas regiões equatoriais.

    Futuro do VLS

    A proposta russa não inclui apenas o uso comercial da base de Alcântara com o Órion, mas o desenvolvimento conjunto de uma família de lançadores, que combinaria as tecnologias envolvidas no projeto russo com as já criadas pelo Brasil para o VLS-1.

    “O Órion pode servir na verdade como um destino evolutivo para o programa do VLS”, afirma Waterman. “Vários passos tecnológicos que poderiam ser introduzidos no VLS –propulsão líquida, aperfeiçoamento dos propulsores sólidos– podem depois ser usados em várias configurações do veículo Órion para oferecer novas capacidade para lançamentos brasileiros e comerciais.”

    Por ora, a AEB trabalha na cooperação com a Ucrânia, que já tem acordo assinado e prevê o desenvolvimento do foguete Cyclone-4 para lançamento de Alcântara. Qualquer acordo do Brasil com empresas ou o governo russo por ora fica impedido pela inexistência de um acordo de salvaguardas tecnológicas, como o que há entre brasileiros e ucranianos.

    Apesar disso, Waterman diz que há sinalização no governo de que o negócio poderá prosseguir. “Tivemos discussões positivas com vários elementos do governo brasileiro, no que diz respeito ao uso de Alcântara. Um acordo formal ainda não foi executado.”

    A Folha apurou que a proposta russa tem apoio no seio da Aeronáutica e do Ministério da Defesa. As mesmas empresas russas envolvidas no Órion foram trazidas pela Defesa para prestar assistência na preparação do quarto lançamento do VLS-1, prometido para até o fim de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    E Waterman admite que o Órion poderia servir como uma vantagem extra oferecida pelos russos para a concorrência no Projeto F-X, que envolve a aquisição de caças para a Força Aérea Brasileira. “Mas não há condições impostas pela Rússia de que o Órion só prosseguirá se a oferta russa para o F-X tiver sucesso.”

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