Caçada bilionária

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O GOVERNO DA SUÉCIA E A MAIS PODEROSA FAMÍLIA DO PAÍS ESTÃO EUFÓRICOS COM O MAIOR CONTRATO DA SAAB DESDE A SEGUNDA GUERRA. A VENDA DOS CAÇAS GRIPEN PARA A FORÇA AÉREA BRASILEIRA PROJETA NEGÓCIOS DE ATÉ US$ 45 BILHÕES

Carlos Eduardo Valim, De Estocolmo

Mais antigo parque de Estocolmo, o Kungsträdgarden – Jardim do Rei, em português – recebeu esse nome porque foi, durante o século 15, o pomar utilizado pela realeza sueca. Na época, os monarcas viviam no Palácio Real, que está separado do jardim apenas pelo canal Strömem. Hoje, no entanto, o maior símbolo do poder na Suécia se encontra ainda mais próximo do Kungstrãdgarden, em um pequeno e discreto prédio ao lado do parque, onde fica a sede da Investor, a holding dos negócios da família Wallenberg. A mais poderosa dinastia empresarial do país nórdico dos últimos 150 anos controlou praticamente todas as grandes marcas locais, como Saab, Ericsson, Electrolux, ABB, e SKF, além de deter participações importantes no laboratório AstraZeneca e na gigante de papel e celulose Stora Enso. Não existe paralelo, no mundo ocidental, de um único clã, seja o dos Rockefeller, nos Estados Unidos, seja dos Agnelli, na Itália, que detivesse tanta influência na economia de um país.

Apesar da abrangência dos investimentos dos Wallenberg, uma empresa se destaca no portfólio comandado atualmente pela quinta geração da dinastia e liderada pelos primos Marcus e Jacob Wallenberg: a fabricante de equipamentos de defesa Saab. Depois que a montadora automobilística Volvo foi vendida – primeiro para a Ford e depois, em 2009, para os chineses da Geely -, a Saab se tornou o maior orgulho industrial da nação escandinava. Desde a sua origem, a Saab é um empreendimento dessa família de origem judaica. Em 1937, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o Parlamento sueco decidiu pela construção de uma empresa de aviões de combate. Então, Marcus Wallenberg, o avô homônimo do atual presidente do conselho de administração da Saab, firmou, com um aperto de mãos com o rei, o compromisso de criar a empresa. Em 1940, o bombardeiro B-17 já estava no ar, fazendo o seu primeiro voo.

No entanto, nenhum dos contratos conquistados pela companhia desde essa época têm o gigantismo do acordo firmado com a Força Aérea Brasileira, que comprará 36 caças Gripen NG por US$ 5,4 bilhões, obtido após uma acirrada disputa com potências da indústria aeronáutica, como a americana Boeing e a francesa Dassault.

Essa nova versão dos aviões será desenvolvida em conjunto com empresas brasileiras lideradas pela Embraer. Eles serão entregues entre 2019 e 2024. Mediante um projeto de transferência de tecnologia para o Brasil, cerca de 15 aeronaves serão montadas pela companhia de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, incluindo oito unidades de dois lugares, um modelo criado especialmente para o Brasil. “Ficou bem claro para nós, desde o primeiro dia, que o País quer entender como usar a tecnologia para continuar avançando tecnologicamente”, disse à DINHEIRO Marcus Wallenberg, neto do fundador e chairman do grupo. “Nós podemos ajudar o Brasil nessa ambição.” A estratégia não só renova a centenária relação próxima das empresas suecas com o Brasil, em especial por meio das empresas de Wallenberg, mas também inaugurará uma nova fase no comércio entre os dois países. “O Brasil será o principal polo industrial da Suécia. Temos mais investimentos em São Paulo e Curitiba do que em cidades daqui”, afirma Wallenberg.

O bilionário dos caças envolveu-se pessoalmente na negociação do acordo e pressionou sua equipe para que o contrato fosse assinado rapidamente, ainda em 2014, para dar início aos trabalhos conjuntos dos engenheiros suecos e brasileiros. “Não queríamos perder tempo. Nem dinheiro”, justificou. O negócio foi assinado em outubro, na sexta-feira anterior ao segundo turno da eleição presidencial, e divulgado na segunda-feira seguinte, após a vitória de Dilma Rousseff. O governo sueco se comprometeu com o financiamento total do projeto, caso necessário. “O acordo é amplo”, disse em encontro com jornalistas brasileiros Stefan Löfven, o primeiro-ministro da Suécia, que assumiu o cargo em outubro deste ano. “A montagem da aeronave no Brasil vai tornar a relação mais próxima entre os dois países.

”O compromisso de longo prazo e a criação de uma estrutura de fornecedores brasileiros pode, inclusive, tornar a fabricante sueca dependente das empresas locais. Líder do partido social-democrata, Löfven reconhece que a transferência tecnológica deve levar à perda de alguns empregos industriais suecos para o Brasil, mas que o movimento era necessário, para estimular mais negócios internacionais e a inovação tecnológica. “Somos um país muito pequeno”, afirma. “Precisamos da abertura para mercados internacionais.”

Para se ter ideia da importância do projeto de desenvolvimento dos Gripens NG, basta conhecer alguns números. O Ministério da Defesa sueco estima que investirá entre US$ 12 bilhões e US$ 13,5 bilhões nos novos Gripen, pelas próximas três décadas. Já a Saab emprega mil funcionários para o desenvolvimento dos caças. Tudo isso também vai se refletir em negócios no Brasil. A Saab prometeu investir US$ 150 milhões para montar uma estrutura de fornecedores e de pesquisa e desenvolvimento no setor aéreo em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O investimento será feito em conjunto com a empresa local Inbra Aerospace e com a Akaer, de São José dos Campos, que já teve 15% de seu capital adquirido pela Saab. “Estamos começando uma jornada em conjunto entre os dois países”, diz Hakan Buskhe, CEO da Saab. “Há no Brasil uma imensa capacidade de receber a transferência de tecnologia, pela força da Embraer e de outras empresas.”

SALTO TECNOLÓGICO

A expectativa é de que o contrato propicie um grande salto tecnológico na indústria aérea brasileira. “O Brasil já usou muito inteligentemente transferências de tecnologia”, diz Jan Germundsson, presidente de parcerias industriais da Saab. A Embraer se tornou globalmente competitiva por meio de duas transferências tecnológicas anteriores. Isso aconteceu graças a contratos estabelecidos com empresas italianas, para o programa dos aviões Xavante, nos anos 1970, e o AMX, nos 1980. Hoje, a Embraer é a terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, com seus produtos servindo 86 companhias aéreas em 57 países, e mais de 800 jatos executivos entregues. “Todo processo de transferência de tecnologia tem o seu valor, mas não é possível fazer comparações entre eles”, diz Jackson Schneider, presidente da divisão de defesa e segurança da Embraer. Em especial, por se tratar da área militar, o potencial de criação de tecnologias com aplicações importantes no futuro é enorme. A Suécia conhece bem isso. Por exemplo, a área de radares de identificação por micro-ondas da Ericsson, que hoje pertence à Saab, deu origem ao negócio de antenas de transmissão de sinais de voz entre telefones móveis que fez da Suécia uma das líderes desse setor.

Mas há impactos positivos mais imediatos para a indústria brasileira. Está em curso um plano de desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores, em São Bernardo do Campo, ainda hoje o principal polo da indústria automobilística brasileira e que abriga outra empresa dos Wallenberg, a Scania. Engenheiros especializados atuarão na São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas (SBTA), que será criada para prover as partes estruturais do Gripen NG, como fuselagens dianteira, traseira e asas, e será formada com 60% de participação da Inbra e 40% da Saab. “A SBTA deve servir como uma fornecedora da primeira camada, que ainda não existe no País”, diz Bengt Jáner, diretor-geral da Saab no Brasil. “Ela vai criar e coordenar uma cadeia de fornecedores.” Com isso, estima-se a criação de cinco mil empregos industriais na cidade, ajudando a compensar as perdas de postos de trabalho nas montadoras, nos últimos anos. Tudo isso pode mudar, se a região não conseguir fornecer a mão de obra qualificada exigida.

Para evitar problemas do gênero, já está em operação na cidade o Centro de Inovação e Pesquisa Sueco-Brasil (Cisb). “Nunca vi nada igual em termos de assistência ao pesquisador, tanto operacionalmente como na geração de oportunidades para continuar os trabalhos depois do fim do programa”, afirma a engenheira Patrícia Nascimento, que fez pós-doutorado no Royal Institute of Technology, com uma bolsa financiada por CNPq, Cisb e Saab. Durante seis meses, a partir de setembro de 2013, ela estudou em Estocolmo uma metodologia para comunicar conhecimento tático, desenvolvida pela Saab, e agora trabalha para adaptar a teoria para a realidade brasileira.

Com todas essas ramificações, o projeto do Gripen NG deve garantir a participação do Brasil em versões futuras da aeronave. Está nas pranchetas dos desenvolvedores da Saab um modelo Gripen voltado para o mar e até um sistema não tripulado. Mas mesmo as vendas mais imediatas conseguidas para a versão NG trarão lucros ao Brasil. Em especial, para a Embraer, que foi alçada à condição de parceira preferencial na busca de novos contatos para os caças suecos. A expectativa é de que o Brasil utilize a sua influência econômica e política junto a países do Hemisfério Sul que estejam avaliando a compra de caças. “O Brasil tem muito mais poder em sua região do que um pequeno país distante como o nosso pode ter”, diz Buskhe, CEO da Saab. O exemplo principal é o da Argentina, que já demonstrou interesse em aquisições de aviões de combate. “Nos próximos 20 anos, podemos vender entre 300 e 450 caças no mundo”, diz Ulf Nilsson, chefe da divisão de aviação da Saab, contabilizando uma participação de mercado de, pelo menos, 10% nas concorrências internacionais. Como cada avião custa em torno de US$ 100 milhões, o Brasil fará parte de um negócio que deverá garantir entre US$ 30 bilhões e US$ 45 bilhões em encomendas para a Saab, nas próximas duas décadas. Como contrapartida, a Embraer ganhará uma importante aliada para vender o seu recém-lançado cargueiro KC-390, já que a Força Aérea Sueca avalia substituir, nos próximos anos, sua frota de oito Lockheed C-130 Hercules.

INTERCÂMBIO

A transferência de conhecimento já começou. Às margens do gélido lago Vánern, o maior do país, está localizada a Base Sakaraborgs, da Força Aérea Sueca, na cidade de Satenas. Foi de lá que partiram os primeiros voos pilotados por brasileiros a bordo de um Gripen, no dia 19 de novembro. Por 50 minutos, o comandante paulista Gustavo de Oliveira Baschotto e seu colega mineiro Ramón Lincoln Santos Forneás sobrevoaram o Mar Báltico. Os dois foram escolhidos para um treinamento especial entre todos os pilotos da Força Aérea Brasileira, em um processo de seleção que levou seis meses. “Devemos aprender a comandar os caças suecos e irradiar o conhecimento no Brasil”, diz Baschotto. Dessa forma, os brasileiros se juntarão aos tchecos, húngaros, sul-africanos, tailandeses e, é claro, aos suecos, entre as nacionalidades que utilizam o Gripen. Não muito longe de Satenas, a 260 quilômetros, fica Linkõping (pronuncia-se Linxópin). Ela abriga a fábrica de aviões da Saab, que receberá 150 engenheiros vindos do Brasil.

A cidade de Llnköping se prepara para receber os 150 engenheiros e as suas famílias. Nos próximos anos. A expectativa é de um grande impacto na pequena cidade de 150 mil habitantes. Os brasileiros matricularão os filhos nas escolas locais, se integrarão à comunidade e ajudarão a movimentar a economia, compensando o medo de perda de empregos na cidade com a transferência de parte da produção dos Gripens para o Brasil. Quando voltarem para casa, para cada seis engenheiros brasileiros um sueco os acompanhará. Será a vez de os suecos garantirem que os conhecimentos adquiridos serão aplicados nas empresas brasileiras, e que a transferência tecnológica está sendo, de fato, cumprida. Ao fim do processo, suecos e brasileiros terão desenvolvido uma nova geração do avião, que terá mais capacidade de carregar armas, maior alcance de voo e melhorias no sistema de aviônica, a eletrônica do jato. A versão brasileira ainda terá sistema de aviso por laser e uma tela única de comando. O usual, nos jatos atuais, é ter três telas pequenas. Para a Saab, será importante que todo o processo funcione bem. Há uma década, o governo sueco era responsável por 70% das encomendas da empresa. Hoje representa 30%. No ano passado, o faturamento com os Gripen garantiu apenas US$ 800 milhões do faturamento de US$ 7,2 bilhões da Saab. E o investimento na criação de uma nova geração de jatos dependerá, substancialmente, dos recursos vindos do Brasil. A Suíça, que também planejava comprar Gripens, saiu do projeto, depois de a compra de 22 jatos, por US$ 3,5 bilhões, ser vetada por um plebiscito popular, em maio deste ano.

Para compensar a perda, o governo sueco está pedindo ao Congresso um aumento de 10% do orçamento para a da em Defesa.“Na lei orçamentária sueca, o Gripen é considerado segurança nacional”, diz Peter Hultqvist, ministro da Defesa. Tudo isso acontece num momento em que a Suécia precisa reforçar sua capacidade de dissuasão militar. O motivo é bem conhecido. A Rússia aumentou as atividades no Mar Báltico, depois do início dos conflitos na Ucrânia. Nos últimos meses, a Força Aérea da Suécia registrou inúmeros casos de aviões russos voando próximos do país com radares desligados, para não serem percebidos, e até de um objeto submarino que se aproximou da capital, Estocolmo.

Outra fonte de financiamento do projeto deve vir com contratos que outras divisões da Saab vislumbram no Brasil. A empresa j á forneceu radares para a Embraer, e pretende integrar mais sistemas a aviões da companhia brasileira. A empresa sueca pretende fornecer também radares ao Sisgaaz, um sistema de monitoramento da Marinha brasileira que exigirá investimentos de R$ 10 bilhões. E ainda tem interesse em participar de projetos navais futuros, uma vez que comprou, em julho deste ano, a fabricante de submarinos Kockums. Os desdobramentos da compra dos caças pelo Brasil prometem ser profundos e se estender por décadas. Bem ao gosto da família Wallenberg. “Às vezes, somos criticados pelos investidores de private equity, mas as nossas duas empresas mais antigas, o banco SEB e a Atlas Copco, são as de maior valor de mercado”, diz Marcus Wallenberg.

“Acreditamos que negócios são coisas de longo prazo.” Prova disso é a Ericsson, uma das joias do grupo, que opera no País há um século. Através da Saab, a ideia é que a relação comercial entre Brasil e Suécia se renove para sobreviver por muito mais tempo.

“O DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA É A ÚNICA FORMA DE COMPETIRMOS”

Marcus Wallenberg, presidente do conselho de administração da Saab, falou à DINHEIRO em Estocolmo. Confira a entrevista:

Qual é a expectativa da Saab com o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff?

Se as empresas em que estamos envolvidos perceberem uma oportunidade de investir, elas farão isso. Sabemos que muitos países, como o Brasil, têm consciência de como é importante criar empregos para continuar se desenvolvendo economicamente. Então, não tenho razão para acreditar que o governo não será muito favorável para os negócios. Estou certo que, se nos encontrarmos daqui a três ou cinco anos, perceberemos que o projeto de fornecimento dos caças Gripen criará mais negócios entre os dois países. Essa é minha esperança, minha ambição e minha aspiração.

Há alguns anos, só se falava nos BRICS e agora isso ficou para trás. Eles ainda trazem boas oportunidades de negócios?

Nós, europeus ocidentais, assim como os americanos, subestimamos o poder do Hemisfério Sul. Fiz parte do comitê do governo sueco para a globalização. Logo chegamos à conclusão que 99,9% da população mundial está fora da Suécia, mas parece que é o contrário, pelo tom do debate aqui. Subestimamos a importância do crescimento populacional. No entanto, sempre haverá ciclos econômicos. Você nunca poderá se livrar do sobe e desce da economia. Os BRICS continuarão sendo uma importante força no desenvolvimento do mundo. Em algum ponto, eles voltarão a receber uma visão mais positiva. É mais uma questão de se retomar a confiança e os negócios. Precisamos nos lembrar que viemos de uma crise financeira mundial, e vivemos numa sociedade globalizada. Está muito claro que o Brasil tem uma grande força econômica, de um tamanho que não posso ver em outros lugares. No longo prazo, sou muito otimista.

A família Wallenberg tem como política investir diretamente apenas na Suécia. Mas as empresas que os senhores controlam fazem investimentos em companhias internacionais, como o da Saab na brasileira Akaer. Há expectativas de mais negócios nessa direção?

Pode ser. No caso da Saab, a entrada no Brasil exige o desenvolvimento da tecnologia local. Será decisivo estimular uma relação de codesenvolvimento com o Brasil. Olhando da perspectiva sueca, o desenvolvimento da tecnologia é a única forma de competirmos. Temos dez milhões de habitantes e dependemos de exportações, mesmo sem contarmos com uma estrutura de custos como a da China. Então, só a inovação nos salva.

Por que os negócios da família chegaram tão rapidamente e se desenvolveram tanto no Brasil?

Cheguei a conversar isso com o meu avó, porque ele era muito envolvido em levar a relação Brasil e Suécia adiante. Acredito que, na primeira parte do século 20, todo mundo percebeu o potencial da América do Sul, especialmente do Brasil, que é uma nação amigável e aberta. Então, as empresas suecas se sentiram muito bem recebidas desde o começo. A Ericsson foi uma pioneira e incentivadora desse processo. Ela chegou muito cedo ao Brasil, assim como na China e nos EUA, na virada para os 1900. Como já disse, a população da Suécia é pequena. Então, somos completamente dependentes dos negócios com o resto do mundo. Somos neutros, e só queremos fazer negócios. Os vikings já eram negociadores, não apenas guerreiros.

“TEMOS MUITO EM COMUM COM O BRASIL”

Stefan Löfven, primeiro-ministro da Suécia, falou à DINHEIRO. Confira:

Como o sr. avalia o acordo da Saab com o Brasil?

Estamos convencidos de que é um bom negócio para o Brasil. Além de ser uma excelente aeronave, trata-se de uma cooperação muito boa e ampla, de ciência e comércio, entre dois países. Temos muito em comum com o Brasil.

Existe uma preocupação na Suécia de que o acordo faça o país perder empregos?

Somos um país muito pequeno. Precisamos de abertura. Sim, se perdem alguns empregos. Mas também temos uma redução da equipe de produção quando um produto fica velho.

Para um país com tantos problemas de desigualdade como o Brasil, esse investimento não pode soar exagerado?

É claro que, até mesmo para nós, seria melhor não ter nenhuma arma e investimento militar. Mas a realidade não é assim. Vamos aumentar nossos gastos militares nos próximos anos.

Preocupação com a Rússia?

Observamos que a Rússia aumentou a sua capacidade militar, nos últimos anos. Não significa que sentimos uma ameaça imediata. Mas devemos considerar o que se passa nas áreas ao redor, na Ucrânia. A União Europeia deixou claro que a anexação da Crimeia foi uma quebra da lei internacional. Além disso, acompanhamos o que acontece no Mar Ártico. É uma área que se tornará mais importante, porque será uma nova rota de comércio.

A Suécia pode reavaliar sua relação com Otan?

Não. Dissemos na nossa declaração de governo que não vamos pedir para sermos membros da Otan. Deixamos isso bem claro, porque há países da nossa região que não são membros da Otan. Então, vamos ficar assim.

Fonte: Isto É

21 Comentários

  1. A Suecia é um país em o Brasil poderia procurar se inspirar, exceto pela monarquia. Rsrsrss, já temos reizinhos demais por aqui. Rsrsrsrs

  2. A mentira começa pelo peso vazio… 7,2?
    Quem é que tem saco para essas palhaçadas da SAAB?
    Só os bocós babam pelo lixo sueco, ainda projeto, que compramos…
    Falei!

    • IIya Ehrenburg tu realmente acredita de que os produtos da SAAB seja,lixo e todos que não concordem com voce sejam bocós pence melhor a Suécia tem longa tradição e respeitada mundialmente na area de desenvolvimento tecnologico O MUNDO NÃO RESPEITA BOCÓS e tu teras uma grande surpresa na verdade tu ficara feliz com a surpresa.

      • Amigo Luiz Anselmo, isso tudo é dor de cotovelo! Os dois candidatos dele para o FX-2 foram rejeitados. O Primeiro logo na primeira fase. E o segundo, embora tenha sido objeto de uma escolha “político etílica”, foi também rejeitado visto ser um caça de 4.5ª G com preço de caça de 5ªG

      • luiz anselmo pias perlin

        Parabéns pelo argumento sensato.

        Todo mundo que não pensa igual a esses radicais fanáticos é bocó, americanófilo, idiota, manipulado, sionista, nazista e mais um monte de outras coisas.

        Eles simplesmente não respeitam a opinião dos outros mas querem ser respeitados.

        Acontece que o colega Ilya é mais um que gostaria de comprar aviões russos sem licitação. Pouco importa a qualidade do produto, apenas que seja russo

      • Meu caro Deagol, pera aí, eu tambem discordo do Ilya, acho que deu uma tremenda bola fora, mas sejamos sinceros, não da para culpar aqueles que criticam pessoas que participam do site para denegrir o país, defender violencia unilateral, inclusive racistas discarados, e com uma visão de apoixonite americanofila acima de tudo. Por favor não generalize por conta de algumas afinidades que você possa ter, em alguns pontos, com alguns desses. Generalizações nunca é um bom caminho para a justiça. Sds. Como já percebi, você não é desses e nem eu, e outros, podemos ser considerados radicais, apesar de contestadores de certas culturas adquiridas.

      • Caro Julio.

        Não me referia a você, sabe que eu respeito a sua opinião.

        No caso do FX eu até preferia o Su-35. Embora, como você sabe, eu confie mais na tecnologia ocidental acho que os modelos russos são mais adequados às nossa dimensões territoriais e possuem boas qualidades.

        Eu também exagero na agressividade, mas, exceto caso de trolagem extrema, não chamo meus “adversários” de Bocos ou idiotas.
        Acho que comentários como o do Ilya acabam por ofender muita gente sem necessidade e contribuem para o aumento do radicalismo, inclusive o meu.

        Na próxima vez tentarei ser menos generalista.

        Sds.

  3. A Saab está de parabéns, a Suécia e todas as suas grandes empresas estão de parabéns.
    Há décadas a indústira Sueca, e claramente a Saab, vem provendo equipamentos de ponta para a defesa nacional (com ou sem colaboração exterior) de caças a navios, passando por veículos blindados, mísseis, rádios e equipamentos de comunicação, sensores, radares, munições inteligentes, armas portáteis, canhões, obuseiros, lanchas, etc. Terra, Ar, Mar e Espaço.
    Um país pequeno onde a ELITE é VALORIZADA mostra o caminho para o Brasil que teima em querer voltar para os anos 60, do século passado!!!!!!!

      • Touchée Melkor, o Gripen realmente poderia ser um dominador de mercado, pois nós brasileiros podemos construí – lo com custo de produção relativamente baixo, além do nosso nicho de clientes que já estariam a espera de nossa produção como já vimos exemplos, mas o fato de saber que o custo de GPNG vai ficar perto do F-35, acima do J-31 e Su-35, não me dá fé pra ver um futuro tão promissor assim, pois os EUA estão caminhando pra deixar o F-35 em US$130M , e talvez até menos, o J-31 se conseguir comprovar sua eficácia, custará em torno de US$70M a US$100M ( detalhe, completissimo), e o Su-35 de comprovado poderio, tem o custo mais baixo destes, então surge a pergunta…”Por que comprar um caça lego ( dependência de empresas diversas) de US$100 M que provavelmente teria restrições de venda ( Argentina rsrs) e é praticamente inferior aos acima citados?” acho que não preciso responder não é? rs
        Saudações

  4. A Suécia sempre produziu bons caças e o Gripen é a evolução de todo esse aprendizado .Com certeza será o melhor caça leve da atualidade superando os veteranos Mig-29 e F-16 e só será superado pelo F-35 quando este estiver plenamente operacional em todas as suas versões.

    • Se esqueceu do J-31, do Su-35 e outros caças que provavelmente ganharão qualquer concorrência contra ele caro Brazuk, infelizmente o custo do GPNG ficou absurdo, não vejo futuro a nível de mercado, mas concordo que será proveitoso para o nosso país, mas…Já que saiu a esse custo bem que poderia ter rolado o Rafale ou Su-35. Sds

  5. A SAAB praticou um verdadeiro esgoto lobístico neste país para nos empurrar este monomotor, projeto que nasce obsoleto. Conseguiram.

    E continuam a babar com as mentiras da SAAB, mesmo depois delas terem sido expostas nos fóruns, e em algumas poucas matérias que conseguem furar o bloqueio midiático, caso do texto do Manuel Flávio Vieira.

    E aí?
    Acreditar que um monomotor é capaz de cumprir com folga as missões de um bimotor, e isto sem olhar para o mapa e as dimensões do país… Mas, cansei de discutir.

    • IIya Ehrenburg eu entendo sua preocupação com a defesa de nosso pais eu e todos os seguidores do blog tambem temos as mesmas preocupações e quanto a capascidade de um monomotor cumprir as missões num pais com as dimenções do nosso vou usar com a permisam dos amigos e pesso desculpas por não me lembrar o nome do comentarista QUE DICE QUE A LOGISTICA SE RESOLVE COM QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO VAMOS LA AMIGO VAMOS DAR APOIO A ESTE PROJETO ATE PORQUE TODOS OS CAÇAS FORAM TEXTADOS E NÃO ACREDITO QUE OS PILOTOS ENVOLVIDOS SE VENDERIAM OU FARIAM PARTE DE ALGUMA MARACUTAIA.

  6. Deagol!! 😀

    “No caso do FX eu até preferia o Su-35. Embora, como você sabe, eu confie mais na tecnologia ocidental acho que os modelos russos são mais adequados às nossa dimensões territoriais e possuem boas qualidades.”

    Sério!! Quer dizer que vc preferia o Su-35, ou seja, vc estava torcendo para o Su-35!

    Que legal! 😀

    Eu estava torcendo pro Boeing F-18! 😀

    Torcendo contra! 😀 e não é que deu certo!!

    Confesso que fiquei triste quando foi anunciado “habemos papam”. Pensei: ‘não é possível! A Boeinguezinha vai levar essa?!’

    Mas… o tempo é o senhor das verdade (2014 que o diga) e o governo/FAB anunciaram o denominador comum!

    E a Boeinguezinha não ganhou! 😀

    Fiquei super feliz e até hj comemoro e faço questão de lembrar sempre qd possível.

    Isso ai meu caro! Grande abraço!

    😀

    • Caro Warpth.

      Eu não odeio a Rússia, o que eu não gosto é da nossa intransigência.
      Acho que assim como os Estados Unidos a Rússia também tem aspectos negativos que precisam ser lembrados.

      Como eu já disse antes, já fui anti-americano e fã de armas russas, passei uns dez anos defendendo os russos no strategypage.com, mas não consegui provar muita coisa.
      Também sonhava em ver flankers nos céus do Brasil.

      Pelo que eu leio, a eletrônica e o controle de qualidade russas melhoraram muito na última década e embora o Su-35 ainda não tenha AESA em breve terá.

      Também não era muito a favor do Superhornet pois ainda possuo certas desconfianças sobre a dependência exclusiva dos americanos, não sei o que os governos deles podem invetar no futuro. Acho que os russos estarão menos interessados em nos controlar.

      Grande abraço!

      • E por acaso tratamos aqui de assuntos internos de outros paises ou discutimos tecnologia e estrategia militar tendo como ponto de partida o Brasil?
        Existe sim uma idiotia ideologica que impede o Brasil de caminhar pra frente pois tudo relacionado a desenvolvimento tecnologico militar neste pais transformam em batalhas ideologicas entre anjos e demonios.
        Devemos pensar no nosso pais,nas nossas aspirações,nas nossas dependencias.
        Mesmo durante a ditadura militar homens tiveram uma visão imparcial quahnto a desenvolvimento tecnologico e interagiram com quem fossem para que viessemos assim a caminharmos por nossas proprias pernas.
        Assim nos desenvolvemos em defesa,areas atomicas e aeroespacial.
        Mas sobreveio novamente a idiotia ideologica e voltamos a sermos condicionados e apertadores de parafuso.
        Eu pergunto a todos.A quem servem?Aos EUA,a Russia ou a China!Pelo que vejo a maioria serve a estrangeiros,fi8losofias e doutrinas estrangeiras.
        Vivemos um momento delicado de instabilidade politica frente a insatisfação popular,escandalos e astutos derrotados nas urnas unidos com déspotas que desejam uma comoção social e o caos para darem um golpe em nome da “ÉTICA”.
        Não se enganem todos,o soldado Brasileiro não é mais pau mandado de oportunistas nem serve a ideologias ou partidos.
        Querem ver o pais destruido e o povo massacrado em uma guerra civil?Paguem pra ver e as futuras gerações da humanidade jamais se esquecera de nós.
        Interagir e comercializar com quem quer que seja que façam o nosso jogo,mas atrelismo nenhum.
        Isso aqui é Brasil e aqui esta adormecido o pior de todos os demonios.
        Falem baixinho senão ele acorda.

  7. ARC,

    Não se avalia uma aeronave apenas pelo preço. Custo operacional e adequação as estratégias de defesa adotadas também são importantes. Em verdade, são esses os fatores principais que norteiam uma aquisição dessa dimensão. Não é porque o caça “X” tem um alcance tal ou um componente assim e assado que ele é necessariamente bom pro País… Uma aeronave deve ser avaliada como um sistema de armas como um todo, e esse sistema de armas tem que se adequar ao meio no qual vai operar, além de ter o desempenho necessário ( friso “necessário” no sentido de “nem mais e nem menos” ).

    O F-35 tenderá a cair de preço por conta de sua imensa escala. É uma aeronave que certamente passará do milhar. E seus custos operacionais tenderão a cair… Grosso modo, algo similar acontecerá com o Gripen. No inicio de suas operações, se pode realmente esperar um custo de aquisição e operação maiores. Mas isso o será até que a manutenção se adeque e a linha de produção se estabilize ( conforme os caças forem saindo da linha, os custos de produção tendem a ser diluidos pelo aproveitamento das instalações, de ferramental, mão de obra, etc ). Enfim, um Gripen do lote inicial pode realmente custar 100 milhões, mas a tendência é que esse preço diminua conforme os caças forem saindo…

    Quanto as capacidades, as tecnologias envolvidas são basicamente as mesmas, mas o Gripen, no meu entender, leva vantagem por ser uma aeronave mais flexivel, além de ser um projeto mais recente. Vale lembrar que o Su-35 é descendente direto da família Flanker, que começou a ser projetada no final dos anos 60, ao passo que o Gripen começou a tomar forma nos anos 80, empregando conceitos muito mais avançados desde a prancheta, tais como o delta com canard ( para operações em pistas curtas ), flexibilidade/simplificação de manutenção, etc.

    No que diz respeito a restrições, qualquer um dos escolhidos poderia apresenta-las da mesma forma. Seja como for, quem quer evitar embargo, deve produzir por si mesmo… E o Gripen até aqui vem se mostrando o mais perto disso…

    • _RR_
      Concordo com vc, o complexo de tecnologias embarcadas e toda a logica de funcionamento ( interadas as necessidades de cada nação) são hj as coisas que mais pesam na escolha de um vetor, mas aí nos deparamos com caças como o F-35 e o J-31 que tendem a ter algumas capacidades similiares de combate do GPNG, com algumas vantagens e com baixo custo em relação ao Grifo, ou seja, dada as circunstancias economicas da maioria dos paises do mundo hj, temos caças de mais baixo custo sendo oferecido com capacidades não tão aquém de nosso pequeno notável, que podem ocupar seu lugar no mercado, e no caso de um vetor de maior envergadura tecnologica, temos os já citados F-35 e J-31 que tendem a ser os mais comprados no mercado devido o preço ser relativamente baixo, me pergunto…”por que escolheriam o GPNG se podem ter um F-35 pelo mesmo preço?” por esse e alguns outros motivos disse que o Gripen vai enfrentar uma disputa dificilima. Sds

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