Tradução: Luiz Medeiros
Os EUA acusaram cinco oficiais do Exército Chinês de hackear companias americanas do setor privado em uma tentativa de obter vantagem competitiva, no primeiro caso de ciber-espionagem do seu tipo.
O Procurador Geral Eric Holder que a violações alegadas foram “significativas” e demandam “uma resposta agressiva”.
Os Promotores dos EUA dizem que os oficiais roubaram segeredos comerciais e documentos internos de cinco empresas e um sindicato.
A China já havia negato ter “hackeado” os EUA e alegou que enfrentou ataques similares.
POTENCIALMENTE MAIS VÍTIMAS
Em Washington na segunda-feira, o Sr. Holder disse que as acusações de “hacking” apresentadas contra os cidadãos chineses foram as primeiras contra “agentes estatais conhecidos por se infiltrar em alvos comerciais dos EUA por meio cibernético”.
Ele identificou as supostas vítimas como sendo: a Westinghouse Eletric, US Steel, Alcoa Inc, Allegheny Technologies, SolarWorld e União dos EUA dos Trabalhadores com Aço.
“A suposta invasão virtual parece ter sido conduzida por nenhuma outra razão que não seja a vantagem das empresas Estatais e outros interesses da China, em detrimento de empresas aqui dos Estados Unidos”, disse o sr. Holder.
Em uma acusação no distrito ocidental da Pensilvânia, o coração da indústria de aço nos EUA, os EUA nomearam: Wang Dong, Sun Kailiang, Wen Xinyu, Huang Zhenyu e Gu Chunhui, todos oficiais da unidade 61398 do Exército da Libertação Popular Chinês, como os alegados conspiradores.
Funcionários do FBI disseram que o hackeamento entre os anos de 2006-14 causou “perdas significativas” nas empresas e que provavelmente haveriam mais vítimas.
O Sr. Holder disse que o governo dos EUA “categoricamente denuncia” espionagem econômica como uma tática de negocição.
“Como o Presidente Obama disse em várias ocasiões, não coletamos informações para fornecer uma vantagem competitiva para as empresas norte-americanas, ou setores comerciais norte-americanos”, disse Holder.
O movimento é visto em grande parte como simbólico, dado que os cinco homens acusados dificilmente serão extraditados aos EUA para enfrentar as acusações no Tribunal.
John Carlin, chefe da divisão de segurança nacional do Departamento de Justiça, disse: “Pela primeira vez, estamos expondo os rostos e os nomes por trás dos teclados em Xangai que são usados para roubar de empresas norte-americanas.”
“Enquanto os homens e mulheres de nossas empresas americanas passaram seus dias úteis inovando, criando e desenvolvendo estratégias para competir no mercado global, estes membros da unidade 61398 passavam os dias de trabalhos em Xangai roubando os frutos do nosso trabalho”, disse Carlin.
Para exemplo, o Sr. Carlin citou como SolarWorld, fabricante de painéis solares e acessórios, foi rapidamente perdendo participação de mercado para concorrentes chineses de preços baratos, os hackers estavam roubando documentos sobre a estratégia de preços para eles.
Enquanto a Westinghouse estava negociando um acordo com uma empresa estatal chinesa para construir usinas nucleares, a Unidade 61398 roubou projetos secretos para componentes da planta, disse ele.
“No passado, quando trouxemos preocupações como estas para funcionários do governo chinês, eles responderam nos desafiando publicamente a fornecer provas concretas de suas violações em meios eletrônicos que poderiam estar no tribunal”, disse Carlin.
“Bem, hoje, nós estamos.”
No ano passado, a empresa de ciber-defesa Mandiant publicou um relatório sobre uma unidade militar chinesa que a empresa disse estar por trás da grande maioria dos ataques significativos sobre as agências federais americanas e empresas.
Em março, o secretário de Defesa Chuck Hagel disse que o Pentágono planejou mais do que triplicar sua capacidade de ciber-segurança nos próximos anos para se defender contra tais ataques na internet.
Presidente dos EUA, Barack Obama chamou os ataques cibernéticos uma “ameaça real” à segurança dos EUA e sua economia.
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