Ártico: Se você quer a paz, prepare-se para a guerra

Foto: Flickr.com/Arctic Wolves

O Ocidente acha que a Rússia não tem direito de possuir os maiores territórios árticos, seu subsolo e mares. Será que o Ocidente tem razão?

O mundo está sendo abalado por conflitos militares, a tensão nas relações entre os polos geopolíticos está crescendo e os jogadores mundiais declaram cada vez mais duramente suas exigências relativamente aos recursos energéticos do nosso planeta.

Os recursos de hidrocarbonetos e minerais do Ártico, a maior parte dos quais se encontra na plataforma continental russa, não deixam em paz nossos parceiros europeus e transatlânticos. São frequentes declarações “sinceras” de políticos estrangeiros de que o Ártico, em conjunto com todas as riquezas naturais, deve tornar-se patrimônio comum da comunidade mundial. Mas no futuro estas declarações poderão ser substituídas por ameaças reais, considera o diretor do Centro de Conjuntura Estratégica, Ivan Konovalov:

“Poderá começar um sério conflito militaro-diplomático com a participação não apenas dos países árticos – Canadá, Rússia, EUA, Noruega, Dinamarca, mas também de países distantes daquela região. Não duvido que a China e outros países interessados na exploração dos recursos árticos irão aderir a esta luta. A retórica no campo diplomático será muito dura. Mas sempre perde aquele que não dispõe de componente militar na discussão diplomática”.

É nomeadamente por esta causa que a direção russa incluiu na lista das principais prioridades nacionais o regresso das Forças Armada à região ártica. Mas, para isso, serão necessárias grandes obras de reconstrução de infraestruturas abandonadas completamente nos anos 90 do século passado, diz o redator-chefe do jornal Voienno-Promyshlenny Kurier (Correio Militar-Industrial), Mikhail Khodarenok:

“A presença militar da Rússia no Ártico nos anos 90 e no início do século XXI foi praticamente reduzida a zero. Em termos gerais, desde a península de Kola até à enseada da Providência não tem havido quaisquer destacamentos das Forças Armadas da Rússia. As unidades árticas foram dissolvidas tão rapidamente que muitos meios materiais, armamentos e equipamentos militares foram abandonados no litoral do Oceano Glacial e em ilhas do Ártico”.

A reconstrução da infraestrutura militar já começou. Ao mesmo tempo, não será copiado o sistema soviético de estruturas militares árticas. Serão reconstruídos e construídos novamente os elementos que respondam às exigências atuais da segurança militar, aponta Ivan Konovalov:

“O leque de forças necessárias já está determinado. São a Marinha e as Forças de Defesa Antiaérea, levando em consideração a necessidade de controlar toda a região ártica através de radares. Atualmente, esta é uma das principais orientações do desenvolvimento das Forças Armadas. Sem dúvida, será necessário efetuar provas de adestramento das nossas brigadas árticas. Está previsto instalar na região duas brigadas. Em princípio, este é um número suficiente. Ao mesmo tempo, é necessário desenvolver as tropas fronteiriças e uma rede de aeródromos. Tudo isso em conjunto irá reforçar o nosso vetor ártico”.

Não haverá uma guerra por recursos árticos no futuro próximo, dizem peritos. Mas tal não significa que não se deve estar preparados para esta guerra. Como diziam os romanos, “se vis pacem, para bellum”(se você quer a paz, prepare-se para a guerra). Por isso, se alguém tentar invadir os nossos territórios árticos, os militares russos, com a cortesia que lhes é própria, mostrarão a porta à visita indesejada.

Fonte: Voz da Rússia

 

6 Comentários

  1. ”São frequentes declarações “sinceras” de políticos estrangeiros de que o Ártico, em conjunto com todas as riquezas naturais, deve tornar-se patrimônio comum da comunidade mundial…”

    Já ouvimos isso em relação a Amazônia, então “se vis pacem, para bellum”,BRASIL !

    • Plantamos Belo Monte, a terceira maior hidrelétrica do mundo no coração da Amazônia. Construímos grandes rodovias cortando a mata, com novas pontes, novos portos, novas unidades militares, mais o SISFRON.

  2. no brasil o ocidente quer internacionalizar a nossa amazonia !!!!
    na russia querem tomar o ártico da parte deles
    e sobre esteja preparado para guerra pois a paz e a liberdade são coisas que você tem que conseguir a cada dia ,é outra verdade também !!!

  3. por LUCENA
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    Deve ter muito russo que bebe vodika quando lembra que um dia o Alasca é russo…rsrsr
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    Uma coisa é certa,se a vaca sagrada dos americanófilos atacar a Russia, o Alasca será uma das frentes de batalha.
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    Os russo há tempo estão se preparando para o palco Ártico.

  4. Esse lema Latinos deveria, ser seguido à risca por n autori// do GF/congresso.Vide a situação de n FAs, sem caças, só 5 subs meiabocas,sem AIPs,sem satélites geoestacionários,sem VLS, e mt outras coisa…trágico.Aki td e lento moroso e qdo implementado se descobre ‘o por debaixo do pano’….’Td isso deveria ser p ontem.Sds.

  5. Declarações sinceras de que deveria ser patrimônio internacional… em outras palavras: se tivesse como, eu tomava e pronto!

    É muito interessante essa observação sobre os recursos: se fosse patrimônio “de todos” como atestam, como ia ser a divisão, quem ia instalar os equipamentos, como seriam distribuídos os lucros, e os recursos em sim ?????

    Assim é mole! Espero que os Russos defendam o dele com garras e dentes… ou se tornará um Brasil da vida, “abrindo as pernas” e deixando que levem tudo que há de melhor aqui, tudo que realmente tem valor… e assim tem sido desde a colonização pelos portugueses.

    E tem gente que ainda acha que nos tornamos “independentes”!

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