Exército Brasileiro adota oficialmente o fuzil Imbel IA2 5,56 mm

Roberto Valadares Caiafa

PORTARIA Nº 211-EME, DE 23 DE OUTUBRO DE 2013.

O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso da atribuição que lhe confere o inciso VIII do art. 5º, do Regulamento do Estado-Maior do Exército (R-173), aprovado pela Portaria do Comandante do Exército nº 514, de 29 de junho de 2010, e em conformidade com o item 9) do art. 6º das IG 20-11, aprovadas pela Portaria Ministerial nº 270, de 13 de junho de 1994, e com o Bloco nº 71, do art. 15, das IG 20-12, aprovadas pela Portaria Ministerial nº 271, de 13 de junho de 1994, resolve:

Art. 1º Adotar, para o Exército Brasileiro, o Fuzil de Assalto calibre 5,56mm IMBEL A2, fabricado pela INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRASIL (IMBEL).

Parágrafo único. A referida adoção é decorrente da decisão tomada na Reunião Decisória Especial à Distância encerrada em 18 de outubro de 2013.

Art. 2º Determinar ao Departamento de Ciência e Tecnologia, ao Comando Logístico, ao Comando de Operações Terrestres e às Áreas de Doutrina, Instrução e Logística do Estado-Maior do Exército, que tomem as providências decorrentes da adoção do material em questão, previstas nas IG 20-12.

Art. 3º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua admin/publicação.

Publicado no Boletim do Exército Nr 44, de 1º NOV 13.

Dando prosseguimento a implementação do novo armamento individual do “Combatente Brasileiro” (Plano COBRA), o Exército definiu oficialmente a adoção do fuzil Imbel no calibre 5,56 mm. Essa é uma escolha importante, por causar uma série de outras ações paralelas com relação a substituição de armamento obsoleto nas organizações militares da Força Terrestre.

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Recentemente, foi decidida a adoção da metralhadora de apoio de fogo FN Minimi 5,56 mm, em substituição aos veteraníssimos fuzis automáticos pesados (FAP), uma variação com cano reforçado e dotado de bipé, do consagrado Fuzil Automático Leve (FAL). Fabricada pela FN Herstal (Bélgica), a arma é ideal para emprego por frações de tropas especiais, apoio de fogo de grupos de combate (GC) e apoio de fogo coletivo.

Dentro da Estratégia Nacional de Defesa (END), que prevê  integração logística dos equipamentos e armamentos usados pelas Forças Armadas Nacionais, a Minimi já é empregada no Brasil pela Brigada de Operações Especiais (versão SPW), pelo Corpo de Fuzileiros Navais e pela Polícia Federal, nesse caso em sua versão standard. Rumores dão conta de que a Infantaria da a FAB também adotará a Minimi.

Dessa forma, fica definido o calibre 5,56 mm como o futuro padrão para equipar as Forças Armadas brasileiras, excetuando aí as tropas que operam em ambiente de selva, onde o calibre 7,62 mm é tido como mais eficaz e deverá ser mantido. Isso significa que lotes e lotes de fuzis 7,62 mm massivamente empregados pelo Exército Brasileiro, Força Aérea Marinha e Fuzileiros Navais (em menor número) serão recolhidos, e os em melhores condições submetidos a um processo de upgrade, transformando-os em novos Imbel IA2 7,62 mm com a substituição de diversos componentes antigos por outros novos, na forma de um kit industrial capaz de ser entregue pela Imbel aos Batalhões Logísticos de Material Bélico, local onde os fuzis serão “modernizados”.

Outra vertente indica o fornecimento dessas armas para um unidades de 2ª linha como os chamados “Tiros de Guerra” (os de maior estrutura) e o repasse de parte desse material para as Polícias Militares Estaduais, em que pese na atualidade a melhor adequação do armamento de calibre 5,56 mm no emprego urbano.

O Exército já utiliza 1.500 fuzis IA2 do lote de experimentação doutrinária, distribuídos entre diversas unidades operacionais como a Brigada de Forças Especiais, Brigada de Infantaria Paraquedista e Forças de Reação Rápida como as Brigadas de Infantaria Leve (aerotransportadas), dentre outras.

O potencial de encomendas do Imbel IA2, com a unificação de compras desse tipo de armamento pelas três forças, e considerando a expansão prevista de efetivos nos próximos anos, pode chegar a até 500.000 fuzis, sem incluir aí exportações para o mercado sul-americano, africano e asiático.

 

Fonte: Tecnologia & Defesa

12 Comentários

  1. Que boa notícia ! agora e voltar a produzir tanques,navios,aviões e etc tudo com tecnologia nacional !
    Nós temos capacidade para isso !

  2. Concordo com Cesar e Stadeu e investirmos em contra espionagem pois sabemos que não querem nos ver livres e independentes por isto dificultam o maximo para nós com embargos e sabotagem embargos ate é aceitavel mas sabotagem e asacinato de nossos tecnicos já é de mais EM HONRA DESTAS VIDAS QUE SE FORAM NÃO PODEMOS PARAR E NEM DEIXAR DE APOIAR NOSSAS FORÇAS ARMADAS.PRA FRENTE BRASIL E QUE DEUS NOS ABENÇOE.

  3. Demorou, mas finalmente vão substituir o velho (e muito bom) FAL.
    Pessoalmente acho que o calibre 7,62mm seria a melhor opção, para enfrentar nossos mais prováveis inimigos, mas se o 5,56mm é muito menos potente ao menos possuir maior quantidade de munição por carregador. E por fim imagino que exista uma comissão muito seria para avaliar o melhor calibre para o combatente.

    • Carl,

      O 5.56 está de muito bom tamanho para combate em áreas abertas e ambientes urbanos, que inclusive pedem por um rifle mais leve. Para unidades de assalto é o ideal…

      O rifle 7.62 somente seria mais útil em ambientes onde se tem uma infinidade de obstáculos ( como os ambientes de selva, no qual se preservará o 7.62, conforme diz a matéria ), que requerem uma arma mais potente. Também creio ser mais indicado para atiradores de elite…

    • Amigo, o calibre 5.56 veio para responder a nova moldura que as guerras urbanas trazem… o calibre 5.56, apesar de ter menor poder de penetração, é o mais indicado para esse tipo de cenário, além é claro de suas inegáveis vantagens como menor peso, menor possibilidade de vitimar terceiros alheios ao combate, entre outras… para a selva o 7,62 continua sendo o mais indicado por n fatores…

  4. Bacana!

    Interessante a segunda foto abaixo do vídeo, com as granadas para o lança granadas, e ( principalmente ) as granadas de bocal.

    Vez por outra, ouço gente criticar a granada de bocal, mas o fato é que ela pode dotar qualquer infante de um artefato que lhe permite grande poder de fogo de maneira simples e ( creio ) a custo bem razoável. Ela também parece ter um pouco mais de poder destrutivo que as granadas para lança-granadas. Contudo, sua operação seria um pouco mais trabalhosa, exigindo uma preparação/procedimento específico para seu uso… Antigamente, se utilizava um lançador de granada de bocal “tipo copo”, o qual era fixado na extremidade de um rifle padrão para o lançamento do artefato. Após isso, foram desenvolvidos modelos que poderiam ser afixados ao cano da arma diretamente, mas que, salvo engano, exigiam uma munição específica para seu uso. Já hoje, haveriam modelos que poderiam ser utilizados sem uma restrição específica…

    http://www.youtube.com/watch?v=blDb_ayo9jE

    O lança granadas, evidente, tem os seus atrativos ( tais como manter o fuzil livre para uso, mantendo ao mesmo tempo um artefato pronto para ser acionado no lança granadas ). E seu uso certamente é mais prático. Contudo, acredito ser uma solução que encareça bastante a arma…

    http://www.youtube.com/watch?v=XshzjzEikPA
    http://www.youtube.com/watch?v=psg-jiL86mg

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