Defesa & Geopolítica

Governo quer começar testes do novo VLS-1 ainda este ano

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Mesmo com corte no orçamento, programa espacial quer retomar este ano programa de lançador de foguetes do DCTA

Chico Pereira

A realização de testes de integração do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) à plataforma de lançamento do Centro de Lançamento de Alcântara (MA) é uma das prioridades deste ano do Programa Espacial Brasileiro, gerenciado pela AEB (Agência Espacial Brasileira).
O novo sítio de lançamento do VLS-1 está praticamente pronto e custou cerca de R$ 40 milhões.
A base foi reconstruída após o incêndio que destruiu a anterior, em agosto de 2003, e que resultou na morte de 21 técnicos e especialistas do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial).
De acordo com Himilcon de Castro Carvalho, diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB, os testes do modelo do novo VLS-1, em desenvolvimento no IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), vinculado ao DCTA, é a fase que antecede o lançamento do veículo para teste em voo, que tem previsão também para este ano ou no próximo.

Testes

Os testes de integração do veículo lançador na Torre Móvel de Integração (lançamento) de Alcântara serão feitos com um mock-up, protótipo em tamanho natural do VLS-1.
Com o protótipo, os técnicos poderão fazer os testes de integração radioelétrica do veiculo à base de lançamento, etapa considerada fundamental para o lançamento real do VLS-1.
A expectativa da agência é que o VLS-1 voará com carga útil até 2015.
Himilcon relatou ainda que outras prioridades do Programa Espacial para este ano são a conclusão e lançamento do Cbers-3 (programa de parceria do Brasil com a China) e o avanço das obras de infraestrutura do sítio da empresa binacional ACS (Alcântara-Cyclone Space), em parceria com a Ucrânia, para os lançamentos do VLS e do foguete ucraniano da família Cyclone-4.
Também estão no cronograma de prioridades da AEB a conclusão da plataforma multimissão e do satélite Amazônia, para monitoramento da floresta, previsto para ser lançado em 2014.

Orçamento

Para este ano, o orçamento da AEB está estimado em R$ 422 milhões.
No ano passado, os recursos previstos pelo governo federal para a agência foram de R$ 274,4 milhões, mas o governo limitou o empenho de despesas em R$ 249,5 milhões.

Crítica

Para o Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial, o governo federal precisa tratar com mais prioridade o Programa Espacial.
Na avaliação da entidade, os constantes cortes de verbas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação provocam atrasos nos projetos.
Outro ponto considerado fundamental pela entidade é a reposição de profissionais no DCTA e no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o braço civil do Programa Espacial Brasileiro.
“Se não houver reposição do pessoal rapidamente, os projetos do programa espacial vão ficar comprometidos”, disse o presidente do sindicato, Ivanil Elisiário.
Ele cita como exemplo a decisão do governo federal de contrata o desenvolvimento de um satélite geoestacionário para comunicações na iniciativa privada.
“É mais fácil comprar um satélite no mercado do que investir em pesquisas e no desenvolvimento de um no Inpe”, afirmou o dirigente.
Na avaliação do sindicato, tanto Inpe como o DCTA é alvo de esvaziamento, o que pode comprometer o futuro dos dois institutos.

PROGRAMA ESPACIAL

Prioridade
Foguete
Testes de integração do VLS-1 (Veículo Lançador de Foguetes) ao Centro de Lançamento de Alcântara

Voo
Previsão
A previsão é que, após os testes de integração, ocorrerá teste real do VLS em voo, mas sem carga útil

Custo
Sítio
A reconstrução do sítio do VLS, destruído por incêndio custou R$ 40 milhões

Outros
Projetos
Lançamento do satélite Cbers 3, em parceria com a China

Orçamento
Previsão
Orçamento da AEB para este ano é de R$ 422 milhões

Fonte: O Vale

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