A força da inovação

Pouco antes do ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941, a Du Pont se perguntava o que fazer com os produtos que havia desenvolvido para o esforço de guerra que se aproximava.

Por Murillo de Aragão – cientista político e presidente da Arko Advice Pesquisas

A empresa estava empenhada em produzir matéria-prima para roupas e paraquedas, entre outros usos. No final das contas, o nylon e a lycra resultaram em enormes lucros para a multinacional no pós-guerra, pois serviram para produzir inúmeros bens de consumo.

A DuPont é uma entre as centenas de empresas norte-americanas que demonstram imensa capacidade de inovar. Nos dias de hoje, talvez o exemplo mais evidente dessa capacidade seja a Apple, assim como, anos atrás, foram destaque a Microsoft, a IBM e a Xerox.

A Apple não deixa de apregoar que seus produtos, mesmo sendo feitos na China, seguem um design elaborado na Califórnia.

Muitas das inovações norte-americanas terminam com o carimbo “made in China” por conta dos custos, mas são produtos inventados nos Estados Unidos.

Enquanto o mundo apregoa a decadência dos Estados Unidos, milhares de empreendimentos desse país ainda produzem inovação. E vai continuar assim por muitos anos.

No xadrez mundial, os países têm que oferecer algo que seja consumido pelos demais. Sejam produtos industrializados, serviços ou commodities.

O Brasil se destaca no campo das commodities e até mesmo na exportação de alguns manufaturados.

Continuaremos a produzir petróleo e seremos um dos principais exportadores do produto em um planeta que continuará a consumir combustíveis fósseis. No entanto, não podemos prosseguir tão dependentes assim de commodities.

Uma boa notícia é que em 2011 foram solicitadas mais patentes no Brasil do que no ano anterior. Até o dia 20 de dezembro de 2011, havia 30.617 pedidos, contra 28.052 em 2010.

O mesmo sucedeu com o registro de marcas, que ultrapassou a marca de 140 mil solicitações. Apesar de nossos números estarem melhorando significativamente, ainda precisamos avançar mais.

Algumas iniciativas do passado, como a criação da Petrobras, da Embrapa, da Embraer, do CPQD, entre outras empresas no campo público e privado, nos trouxeram inovação e criatividade.

A fórmula deve ser aprofundada, assim como deve ser estimulada uma maior integração entre empresas, universidades e centros de pesquisa.

Os gastos das Forças Armadas deverão estar conectados a P&D no país.

O CNPq tem ampliado o número de bolsistas no Brasil e no exterior, e o programa Ciência sem Fronteiras, lançado no ano passado pela presidente Dilma Rousseff, é um incentivo para que os jovens brasileiros estudem mais e internalizem novas tecnologias.

Atualmente, apenas um brasileiro estuda tecnologia na Ucrânia. A China tem mais de 40 mil estudantes de pós-graduação naquele país.

O novo programa pretende colocar 100 mil brasileiros estudando no exterior até 2014. Uma ação excepcional.

O Brasil deve usar as oportunidades dos bons momentos para investir na produção de inovação e no estímulo à criatividade. É caminho que nos fará crescer com segurança, independência e desenvolvimento.

Fonte: BrasilEconômico

14 Comentários

  1. A partir do momento em que os EUA entrarem no buraco que estão cavando as Corporações que atualmente são agraciadas pelo governo americano irão migrar seus negócios.

    De nada vai adiantar se a empresa for americana e ter 90% da folha de pagamento fora dos EUA e ainda ser agraciada pelo governo com isenção de impostos…

    Quem se lasca é o povo americado. As corporações vão a onde o dinheiro está.

  2. Um país só se torna uma potência e só se mantem como tal se investir em tecnologias inovadoras, coisas totalmente novas, investir nas tecnologias existentes é importante porém não pode ser nosso foco. Uma área interessante e com muito potencial é a das tecnologias verdes, é uma área não desenvolvida, e que nos coloca em pé de igualdade com os outros. As novas tecnologias todas tendem a seguir essa ideia, e aquele que a dominar, vai ter o controle de um mercado colossal e ter muito retorno. É uma área da qual todas as outras dependerão no futuro. Resta ver se nossos lideres terão visão para perceber o obvio e investir em coisas realmente novas.

  3. “A Apple não deixa de apregoar que seus produtos, mesmo sendo feitos na China, seguem um design elaborado na Califórnia.
    Muitas das inovações norte-americanas terminam com o carimbo “made in China” por conta dos custos, mas são produtos inventados nos Estados Unidos.
    Enquanto o mundo apregoa a decadência dos Estados Unidos, milhares de empreendimentos desse país ainda produzem inovação. E vai continuar assim por muitos anos.”

    Isso é verdade mas também é cavar o proprio buraco. Uma fabrica mesmo que fosse automatizada por robos, gera empregos em serviços, tais como manutençao, programaçao, administração e logistica. Essa situação seria boa se todos os trabalhadores dos EUA fossem designer,engenheiros e similares, o que mesmo com uma boa educação é impossivel. O EUA continua ganhando dinheiro como sempre, só que o diheiro é ganho por poucas pessoas.

  4. Só existirá inovação e tecnologia se a produção científica nas Universidades for levado a sério com metas clara, meritocracia e cobrança de resultados.
    Sem inovação e valor agregado aos produtos nacionais, seremos sempre os fornecedores de matéria prima as grandes potências.
    A Pesquisa e Desenvolvimento neste país não é levado a sério. As Universidades figem que produzem algo, mas na sua maioria não inovam, não geram patentes e não criam a cultura da Pesquisa Científica com resultados para o desenvolvimento do País.

  5. Um detalhe que escapou aos comentaristas e ao autor é que registrar uma patente no Brasil é sumamente demorado, custoso e enervante. Já nos USA como é que isso ocorre? Quanto tempo leva o pedido de patente de um simples estudante americano inventor, que muitas vezes o faz dentro de sua própria universidade. Há muito que se pede que o processo de requerimento de patentes em nosso país seja agilizado. Pois do jeito que está é comprovadamente um fator de atraso.

  6. ViventtBR disse:
    12/01/2012 às 06:59

    Um detalhe que escapou aos comentaristas e ao autor é que registrar uma patente no Brasil é sumamente demorado, custoso e enervante. Já nos USA como é que isso ocorre? Quanto tempo leva o pedido de patente de um simples estudante americano inventor, que muitas vezes o faz dentro de sua própria universidade. Há muito que se pede que o processo de requerimento de patentes em nosso país seja agilizado. Pois do jeito que está é comprovadamente um fator de atraso.
    ==
    ==
    PERGEITO!
    Mas já melhorou bastante.

  7. over disse: O seu comentário está aguardando moderação.
    12/01/2012 às 13:39

    ViventtBR disse:
    12/01/2012 às 06:59

    Um detalhe que escapou aos comentaristas e ao autor é que registrar uma patente no Brasil é sumamente demorado, custoso e enervante. Já nos USA como é que isso ocorre? Quanto tempo leva o pedido de patente de um simples estudante americano inventor, que muitas vezes o faz dentro de sua própria universidade. Há muito que se pede que o processo de requerimento de patentes em nosso país seja agilizado. Pois do jeito que está é comprovadamente um fator de atraso.
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    ==
    PERGEITO!
    Mas já melhorou bastante.

    DIGO PERFEITO.

  8. o que atrapalha e a cultura do viralatismo que ainda infesta nossa sociedade, e o peso descomunhal do estado.


    empresarios brasileiros não estimulam a inovação, são da cultura besta do “manda de fora que eu administro” a china a a maior prova disto, um ermegente que tem suas propias industrias automotivas nacionais, JAC MOTORS,LIFFAN,CHERRY, entre outros, não discuto qualidade, mas pelo menos eles estão fazendo e nos ?? temos o que genuinamente nacional para competir com as matrizes ??


    o estado brasileiro e inchado ineficiente e sngue suga, para manter um funcionalismo aparelhado, inchado, e cheio de batedores de carimbo em repartições inuteis, tem que ter uma carga tributaria gigantesca, que desistimula a inovação, tanto que temos uma fabrica de tecidos catarnense, que fabrica as fardas camufladas com as melhores tecnologias do mundo, mas por uma questão tributaria temos que comprar da china, tem logica isso ??


    e por fim temos um povo com mente ainda colonizada vira-latas, que lota as salas de aula de facudades enm ciencias humanas ( nada contra, apenas critico o desequilibrio) e temos defcit em exatas

    sem falar que se voce monstrar para um brasileiro medio um produto “x”, e ele achar ue e importado, vai fazer mil elogios e dizer que revolucionairo, mas quando voce alerta-lo que esse produto “x” e nacional, ele vai fazer careta, procurar rebarbas, comparar com um que ele viu em miami que vai jurar que era dez vezes melhor etc.. asim não dá !!!

  9. Du Pont? aquela comporacao industrial norte americana que ao lado da Ford, Standard Oil, nao so financiaram Hitler, como manteve relacoes comerciais com ele, mesmo quando soldados alemaes estavam matando soldados norte americanos.No caso especifico da Dupont, um de seus diretores teve de responder inquerito policial sobre o assunto.

  10. Jojo, a Coca-cola criou a Fanta para continuar vendendo refrigerante aos alemães durante o período de guerra para continuar com os grandes lucros mas não mancharem a reputação da Coke na Disney Land!
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    Quem bebe Fanta é automaticamente um nazi!?

  11. capa preta disse:
    13/01/2012 às 02:14
    o que atrapalha e a cultura do viralatismo que ainda infesta nossa sociedade, e o peso descomunhal do estado.

    o estado brasileiro e inchado ineficiente e sngue suga, para manter um funcionalismo aparelhado, inchado, e cheio de batedores de carimbo em repartições inuteis, tem que ter uma carga tributaria gigantesca, que desistimula a inovação, tanto que temos uma fabrica de tecidos catarnense, que fabrica as fardas camufladas com as melhores tecnologias do mundo, mas por uma questão tributaria temos que comprar da china, tem logica isso ??
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    Capa, o estado brasileiro está à frente do velho continente e dos EUA em termos de eficiência.
    O que está nos matando é a corrupção que sempre é tida como fonte os políticos, mas que na verdade está encrustada em nossa mentalidade.
    O pior, a corrupção que mais tem nos atrapalhado é o Judiciário. As leis são feitas com um intuito. Bastaria o intuito da lei para definir se o réu é culpado ou inocente. Mas preferem ficar buscando meios e até burlando a nossa Língua Portuguesa para com isso abrir brechas nas leis.
    =
    Depois vem a sociedade organizada, onde se encontram as sociedades de classe que representam os seus e conseguem leis que por vezes deveriam ser consideradas contra a soberania.
    Jamais deveria ser dado unicamente a um Engenheiro a capacidade de projetar, quando temos inúmeros técnicos e tecnólogos tão capazes quanto.
    Este é apenas um únicos exemplo de distorção, mas há exemplos nas entidades da classe médica, na OAB, Juízes, etc.

  12. O Brasil deve usar as oportunidades dos bons momentos para investir na produção de inovação e no estímulo à criatividade. É caminho que nos fará crescer com segurança, independência e desenvolvimento
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    Como ? Tenho mais de 1000 ideias em mente, e não sou aproveitado.

  13. Felipe Augusto pergunta se quem bebe fanta e automaticamente um nazi. Nao necessariamente. Desconhecia que a Coca Cola manteve o comercio com a Alemanha sob Hitler durante a guerra mundial. Isso prova que nunca houve incompatibilidade entre o regime nazista e o sistema capitalista. Ao contrario, o regime nazista e fascista foram a forma politica que as classes capitalistas na Alemanha e Italia julgaram necessario para superar a crise economica que tendo comecado em 1910 nao foi resolvido pela primeira guerra mundial. Muitas companias norte americanas financiaram Hitler porque este tinha uma politica clara de destruir o proletariado organizado da Alemanha e destruir a Uniao Sovietica. Os Estados Unidos queriam que Alemanha atacasse Russia, nao porque desejavam ver uma Alemanha dominando europa, mas porque queria ve-la destruida. Tambem queria ver Inglaterra destruida, dai o programa de armar Hitler. E durante essa matanca entre europeus, as corporacoes norte americana, como Dupont, o grupo do judeu Rockfeller, Standard Oil, continuaram fazendo seus negocios de ganhar dinheiro. business is business.

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