Marinha da Índia vai adquirir mais 12 aeronaves de reconhecimento marítimo Boeing P-8I

A primeira aeronave P-8I para Marinha da Índia quando realizava seu primeiro voo a partir da unidade da Boeing em Renton, Washington. (Foto: Boeing)

A Marinha indiana vai adquirir mais 12 aviões de reconhecimento marítimo de longo alcance (LRMR) Boeing P-8I para ampliar sua capacidade de vigilância aérea sobre as águas territoriais e da zona econômica exclusiva da Índia. Este pedido é adicional aos 12 aviões do mesmo tipo já encomendados.

O almirante chefe da Marinha indiana, Nirmal Verma, disse numa entrevista que a marinha estava satisfeita com o progresso dos oito primeiro P-8Is que estão sendo construídos pela Boeing através de um pedido feito em 2009 e que a segunda ordem de mais quatro aeronaves estava sendo preparada, e possivelmente será oficializada dentro do atual ano fiscal que termina em março de 2012.

Posteriormente, está planejado a aquisição de mais 12 aeronaves P-8Is para a vigilância marítima e proteção das águas indianas e interesses, elevando o total para 24, acrescentou Verma.

A costa indiana ultrapassa os 7.500 km, além de que existem vários territórios insulares e com interesses econômicos além das costas leste e oeste.

Até agora, a Marinha indiana vem utilizando antigas aeronaves de reconhecimento marítimo da era soviética. Mas, após o ataque terrorista em Mumbai no dia 26 de novembro de 2009, o governo aprovou as oito primeiras P-8Is dentro de um prazo de três meses após o atentado. Mais quatro foram aprovadas no início deste ano.

Na verdade, foi o primeiro ministro Manmohan Singh mesmo quem pediu ao Ministério da Defesa para garantir a modernização da Marinha após o ataque de 26/11, em que 10 terroristas paquistaneses facilmente conseguiram se infiltrar em Mumbai e mataram 166 pessoas e feriram mais de 300.

Pode-se notar que houve uma virtual paralisia do governo na modernização da defesa após o governo VP Singh instituir um inquérito em 1989 sobre o polêmico acordo de armas Bofors com a Suécia. A Guerra Kargil sobre ocupação paquistanesa no Himalaia, dentro da Índia, desencadeou a primeira rodada de modernização e o 26/11 a segunda.

Verma disse que a aeronave P-8I é a plataforma mais avançada de reconhecimento marítimo com uma capacidade de observar até mesmo pequenos barcos e destruir submarinos hostis. A Índia é o primeiro cliente de exportação dessa aeronave, e a vantagem é que a Índia vai se beneficiar dos sistemas de alta tecnologia que estão sendo desenvolvidos para a Marinha dos EUA, que encomendou 117 aeronaves.

A maioria das especificações das marinhas dos EUA e Índia são supostamente as mesmas, mas os detalhes estão, compreensivelmente, sendo mantidas em segredo.

Haverão alguns componentes indianos, porém, graças à offsets e transferência de requisitos tecnológicos. A Bharat Electronics Ltd da Índia já começou a fornecer o seu sistema Data Link II para facilitar a comunicação do P-8I dentro do espaço aéreo indiano, e com os ativos navais e terrestres.

A aeronave multimissão marítima para os EUA, designada P-8A Poseidon, tem uma capacidade de ampla área de vigilância e de lançar mísseis anti-navio Harpoon e mísseis de ataque ao solo, cargas de profundidade e torpedos contra submarinos e submarinos não tripulados. A aeronave também pode realizar missões de Inteligência Eletrônica (ELINT) com seu altamente sofisticado radar Raytheon APY-10 e sistemas de guerra eletrônica Northrop Grumman.

O primeiro P-8I indiano, que voou pela primeira vez no dia 28 de setembro, na presença de oficiais da Marinha indiana, deve ser entregue em janeiro de 2013. O primeiro P-8A da Marinha dos EUA voou em abril de 2009 e deve a ser entregue meados de 2012. Os militares da marinha indiana periodicamente visitam a fábrica da Boeing em Renton, no estado de Washington, para monitorar o progresso do projeto e a instalação dos sistemas especificados.

Verma disse que espera que todos os P-8Is possam ser entregues em cerca de 6-7 anos, mas não deu o calendário previsto.

Fonte: Indo-Asian News Service – Tradução e Adaptação do texto: Cavok

18 Comentários

  1. Alguém sabe se o governo Dilma tem planos em investir no projeto de um futuro Embraer RC-390 para a mesma função e como substituto e/ou “parceiro” do P-3?

  2. É a Marinha que voa.
    Já se tornou doutrina a muitos anos em vários países, eu pessoalmente sou totalmente a favor de tal modelo de patrulhamento armado.
    Já tínhamos dito antes que devido ao extenso território marítimo brasileiro a ser patrulhado, devíamos usar VANTS – no topo da tecnologia – dia e noite 24 horas por dia – enxames de Vants.
    E lógico aviões como este poderiam interagir com eles, sendo estes aviões SAR também.
    O nosso oceano está muito quente e com muito trânsito aéreo e marítimo.

  3. É DESES QUE nossa marinha precisa,não de sucateamento e de governo ipocrita que faz de conta que não enxerga as nessecidades de nossas forças.

  4. Me impressiona os números….
    nós compramos quantas mesmo? hahahaha
    nossa… ta certo que a índia vive em constante ameaça.. mas de onde vem esse dinheiro todo… será que é porque metade da sua população sobrevive á base do pão e água?

  5. O verdadeiro poeta,,, é aquele que segura a caneta e deixa deus escrever,
    FALOU E DISSE TUDO ((( D H O U )))
    .
    dhou disse:
    05/12/2011 às 16:46
    É DESES QUE nossa marinha precisa,não de sucateamento e de governo ipocrita que faz de conta que não enxerga as nessecidades de nossas forças.

  6. Caro Braziliano pelo que saiba não existe projeto transformar um KC-390 em patrulha, mais seria interesante se tivesse com continuidade da parceria com os suecos.
    SDS

  7. Orcamento de defesa no Brasil e igual a coelho majico. Um minuto voce o ve e no proximo ele desaparece.
    O Governo entrega o orcamento coma mao diretita e contangencia com a esquerda 70% do valor..ai falta ate o arroz e feijao.

  8. A cada ano que passa mais forte fica a certeza que Brasília está é desarmando não só a população mas nossas FAs também.
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    Tudo que se houve falar sobre nossos armamentos é de uma tremenda mediocridade. E o que foge disso (6 subnuc) é para daqui muitos anos lá na frente, o que acaba se transformando em mediocridade também.
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    Será que o mundo vai ficar sem guerras até estarmos armados no ano de 2401?
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    Me desculpem senhores, mas o Brasil está fazendo um perfeito papel de um xeca que enriqueceu do dia para a noite, que tem os bolsos cheios de dinheiro, mas que continua pertencendo a classe social dos miseráveis, por total falta de classe e dignidade com seu novo status.
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    É muito triste e lamentável saber que estamos prontos para sermos rapidamente derrotados e humilhados por qualquer potência que o queira.
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    E também me desculpem, mas essa história de meios de guerrilha, lá no END, até pode ser para pequenos países e grupos de revolucionários, mas para um enorme país é coisa por demais humilhante. E quem agregou isso no END não passa de um sem vergonha e cafajeste com os brasileiros que pagam uma montanha de impostos.
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    Vejam só… a Índia está entrando de posse de nada mais nada menos que 24 novos e moderníssimos grandes aviões de patrulha e ataque marítimo. Isso que ela não tem a tremenda e rica bacia petrolífera e dezenas e dezenas de importantes instalações industriais litorâneas que nós temos etc… AFF!!!!!!!!!!!!
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    PS: A realidade é que estamos num processo de desarmamento geral (é duro de constatar mas é isso que estão fazendo no Brasil – deixá-lo pronto para ser ocupado e repartido por simples negociação no futuro pós armagedom).

  9. 1. Braziliano, o KC390 está sendo desenvolvido com essa presunção de ter uma opção de reconhecimento. Enquanto isso, vamos de P3BR.
    2. StadeuR, muito bem lembrada essa opção dos VANTs.

  10. Li uma reportagem sobre as possíveis possibilidades de preparar os ERJ 190, para configuração SAR, eu acho que seria uma plataforma que não ficaria a dever nada a ninguém. Eles estão dentro do nosso quintal, só falta boa vontade. LOBO em pele de codeiro…

  11. Braziliano,
    Aparentemente, os projetos sao de transformar o Embraer 190 em um avião de patrulha marítima. A Embraer já o fez com o ERJ-145 ( designado P-99) que foi rejeitado pela FAB devido a suas limitações, mas o Mexico parece que voa 2 unidades do P-99.
    Dhou, certamente o P-8 vira a ser uma excelente aeronave de patrulha mas ainda Nao esta totalmente operacional nem nos EUA. Alem de provavelmente ser caro ( cerca de 300 milhões de dólares). Pagamos mais ou menos 50 nos nossos P-3 já modernizados.
    Alem do mais nossos P-3 foram atualizados com modernos sistemas deixando-o apto a realizar suas missões com eficiência, e assim sera por muitos anos ainda. Claro que temos que pensar num substituto já que também o número de aeronaves adquiridas (8) sao insuficientes para patrulhar nosso extenso mar, mas pode ser que também que esse substituto já venha a ser um avião nacional. De qualquer forma, pra quem dependia de nosso velho P-95, podemos dizer que nossos P-3 foram um grande salto. Sds.

  12. A Índia comprou um pacote: Aeronave + Sistema de Comunicação Eletrônica. Futuramente, eles poderão adaptar externamente antenas circulares de radar.
    Uma aeronave desse tipo, tem que ter muito espaço interno para caberem computadores e sensores.
    Quem sabe, os indianos coloquem nesses aviões, canhões lasers anti-mísseis.

  13. Vigilância o Brasil precisa chamar a embraer para fazer um de patrulhamento com maior autonomia, tomara que o R22 esteja certo quanto à o 190! Mas o país ao meu ver está pecando mais é nos vetores de ataque que são empregados depois do contato com a situação hostil. Estão enrolando tanto.. que vai surgir o vsb-30+x-14 como mísseis supersônicos anti-navio.. heheh será? =b http://www.youtube.com/watch?v=bDK58BRz09Y

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