Rapidinhas: Cúpula Ibero-americana no Paraguai

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/42/Cumbre_Iberoamericana_2007.jpg/300px-Cumbre_Iberoamericana_2007.jpgEspanha e Portugal pedem ajuda financeira para América Latina

Por Eva Usi (msb)

Durante Cúpula Ibero-americana no Paraguai, europeus recorrem a suas antigas colônias para tentar reerguer suas economias, abaladas pela crise da dívida na zona do euro. Brasil teria demonstrado interesse em ajudar.

A crise da dívida que atinge a Europa é assunto dominante nos dois dias da 21º Cúpula Ibero-americana, que termina neste sábado (29/10), em Assunção. Ainda sem encontrar uma saída definitiva para a crise enfrentada por alguns de seus países-membros, a zona do euro busca ajuda de economias emergentes com alta liquidez, como China e Brasil.

“Pela primeira vez a América Latina não é parte do problema, mas sim da solução”, disse o titular da Secretaria-Geral Ibero-americana (Segib), Enrique Iglesias. O economista apelou aos países da América Latina por solidariedade para com Espanha e Portugal, países os quais, segundo ele, fizeram investimentos importantes e crescentes no continente americano.

“Agora o processo é inverso, o que vai criar um balanço positivo entre as duas partes”, disse o economista. “Esta cúpula coincide com um dos momentos mais confusos e turbulentos da economia mundial nos últimos 70 anos”, ressaltou.

O encontro na capital paraguaia reúne os chefes de governo dos 19 países latino-americanos, além de Espanha e Portugal. A situação dos europeus ainda preocupa. Portugal precisou de recursos do fundo de resgate do euro para alavancar sua economia e a Espanha implantou duras medidas de austeridade para tentar reconquistar a confiança de seus investidores.

Ajuda brasileira

Depois de Grécia e Irlanda, Portugal foi o terceiro país da zona do euro a se ver obrigado a apelar para o pacote de resgate europeu. Seus parceiros no bloco e o Fundo Monetário Internacional (FMI) autorizaram uma injeção financeira no país de 78 bilhões de euros.

Para o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, a crise mundial obriga os países afetados a rever sua gestão política e econômica a fim de que possam se manter competitivos. Antes de sua chegada em Assunção, Coelho e o presidente português, Aníbal Cavaco e Silva, visitaram São Paulo e Brasília, onde se reuniram com a presidente brasileira, Dilma Rousseff. O teor da conversa entre os chefes de Estado durante a visita não-oficial não foi divulgado, mas há especulações de que os portugueses tenham interesse na participação de empresas brasileiras em processos de privatização em Portugal.

O Brasil – sétima maior economia do mundo – teria apresentado, segundo o FMI, planos para comprar títulos da dívida europeia juntamente com outros integrantes dos BRICS (que, além de Brasil reúne Rússia, Índia, China e África do Sul). A proposta brasileira, no entanto, teria sido retirada após a manifestação morna de seus parceiros emergentes.

Os europeus querem incrementar o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) por meio de um instrumento chamado “veículo de inversão com propósito especial” (SPIV, sigla em inglês). Fontes do governo brasileiro afirmaram que o país está disposto a ajudar a Europa por meio de um acordo com o FMI, descartando no momento, porém, investir no SPIV, já que os detalhes do plano ainda não estão claros. A maior economia da América Latina acredita que rota bilateral, no qual o FMI repassaria recursos brasileiros a um país atribulado, seria a forma mais rápida de ajudar os países da zona do euro, que tentam recuperar a confiança dos mercados.

Grandes expectativas

A Espanha ainda não precisou de ajuda do fundo. No entanto, após o estouro da bolha imobiliária, o país alcançou um máximo histórico em sua taxa de desemprego, que alcançou 21,5% da população economicamente ativa – o mais alto da União Europeia. Além disso, a população espanhola vem se submetendo a duras medidas de austeridade introduzidas por Zapatero. Os mercados financeiros ainda se mostram desconfiados e pedem altas taxas de juros em troca de capital. Já os bancos espanhóis também enfrentam um grande desafio: reunir 26 bilhões de euros para elevar sua taxa de capital básico.

“Esta crise nos mostra que não há saídas isoladamente, por mais poderosos que sejam os países”, afirmou o presidente paraguaio, Fernando Lugo, anfitrião do encontro, em seu discurso de abertura.

Antes do início da cúpula, o primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero, afirmou que as expectativas para a cúpula eram grandes. ” A América Latina está passando por um momento muito bom e esperamos que este encontro sirva para fortalecer vínculos”, disse.

Durante o encontro também foi debatidos o papel dos governos na atual conjuntura financeira. Apesar da crise financeira, a América Latina prevê alcançar um crescimento médio este ano de 6%, embora a prosperidade não chegue a todos os habitantes. Um em cada três habitantes do continente vive na pobreza. A região é considerada como uma das mais desiguais do mundo no que diz respeito à distribuição de renda.

Fonte: DW.WORLD.DE

América Latina se converte em porto seguro para empresas espanholas

As dificuldades econômicas internas têm levado as empresas espanholas a dirigirem-se ao exterior, especialmente para a América Latina, onde o crescimento econômico tem permitido que gigantes como Telefónica o Banco Santander driblem a crise em seu país de origem.

A alta taxa de crescimento da América Latina tem permitido que as grandes corporações com base nesta região mantenham seus ganhos em patamares cada vez mais altos, especialmente no Brasil, cujo crescimento foi de 3,5% este ano. O México apresentará crescimento entre 3,8% e 4,8%, à frente da economia espanhola, que deve crescer menos que o previsto em 2011.

Segundo o Banco de Espanha, o crescimento do país será de 0,8%, abaixo dos 1,3% projetados pelo governo.

“O Brasil e a América Latina de uma maneira geral estão sendo uma saída para a Espanha”, explica David Navarro, analista da sociedade Inversis. Segundo ele, a exportação na região é facilitada pelas semelhanças culturais e de idioma.

“Telefónica, Santander, BBVA, Repsol e Inditex registram entre 70 e 75% de seus ganhos fora da Espanha. Estas cinco empresas são responsáveis por mais de 50% do Ibex-35 (principal índice da Bolsa de Madri)”, disse Daniel Pingarrón, analista da IG Markets.

Segundo o presidente da Telefónica, César Alierta, a brilhante evolução dos negócios da empresa no Brasil tornou a filial a maior fonte de ganhos do grupo, disse ele em julho passado ao apresentar os resultados do primeiro semestre.

Em 2010, a Telefónica comprou da Portugal Telecom (PT) sua participação na operadora brasileira Vivo por 7,500 bilhões de euros (9,750 bilhões de dólares). Até então, a Telefónica possuía 50% da Brasilcel (holding que controlava 60% da Vivo) e Portugal Telecom possuía os outros 50%.

Nos primeiros seis meses do ano, a América Latina foi responsável por 46% dos ingressos da companhia, que subiram a 30,886 bilhões de euros. A mesma coisa aconteceu com o banco espanhol Santander, que obteve lucro líquido de 3,501 bilhões de euros no primeiro semestre, sendo 44% do total procedente da América Latina.

Empresas de construção e outros bancos como o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) também aproveitam o boom da construção na América Latina, especialmente no Brasil, que será sede da Copa do Mundo de Futebol em 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

“O movimento de construtoras para fora da Espanha é algo recente”, afirmou Pingarrón.

Fonte: UOL

13 Comentários

  1. Correa deixa sessão plenária em protesto ao Banco Mundial

    Assunção, 29 out (EFE)- O presidente do Equador, Rafael Correa, deixou neste sábado a primeira sessão plenária da XXI Cúpula Ibero-Americana que ocorre em Assunção em protesto pelo discurso da vice-presidente para a América Latina do Banco Mundial, Pamela Cox.

    Correa, que anteriormente havia questionado a participação do secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Gurría, na sessão, pediu permissão ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, para deixar a sala e não ouvir as palavras de Pamela.

    O presidente equatoriano tachou de “chantagista” o Banco Mundial, por ter negado crédito previamente aprovado em 2005 ao seu país, só porque com sua chegada ao poder implementou mudanças na política econômica.

    “O Banco Mundial foi um dos arautos do neoliberalismo na América Latina”, manifestou irritado o líder e em seguida disse que Cox “deveria começar seu discurso pedindo desculpas pelo dano que o BM fez à América Latina e ao planeta”.

    Em seguida, perguntou: “por que temos de receber o Banco Mundial em uma Cúpula Ibero-Americana. Lugo, anfitrião, respondeu de maneira cortês que este é “um fórum amplo e aberto”.

    Correa insistiu que na cúpula ibero-americana os líderes não têm por que escutar o Banco Mundial e perguntou: “Quando o Banco Mundial vai nos escutar?”.

    Após essas palavras, Correa deixou o Salão Principal do Centro de Convenções da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) no qual os líderes e representantes dos 22 países ibero-americanos, incluídos o rei Juan Carlos I e o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, que participam da cúpula.

    Nos corredores do centro de convenções, Correa acusou o Banco Mundial de causar um “desastre” com a “experiência” do neoliberalismo.

    “As últimas décadas foram em função do fundamentalismo ideológico do grande capital e os interesses dos países hegemônicos”, acrescentou.

    “Fico preocupado com as intervenções dos países mais desenvolvidos, querendo dar aulas de boas práticas em política econômica”, disse Correa e sugeriu que “em reciprocidade, à próxima reunião da OCDE vá um representante latino-americano dar cátedra”.

  2. ta,o brasil mostrou interece em ajudar,e a respeito de nóssas defesas,ex caças reclamam que falta dinheiro´nóssas fronteiras estão largadas as traças qualquer um entra e sai a hora que quizer,drogas,armas,então no lugar de comprar titulos da divida dos eua,no lugar de ajudar os ”europeus”que tal imvestir aqui em segurança,defesas,saude que o turismo triplica podem apostar…

  3. A luxuria tem um preço,o esbanjamento de riquesas,durante seculos fomos chamados de terceiro mundo porem neste exato momento oterceiro mundo começa trabalhando produsindo se industrializando,e é isto que faz a diferença,o promeiro mundo vivia dos juros e da nossa pobreza tinha tanta grana que não sabia onde colocar,resolveram aplicar em imoveis e foi um dos grandes erros e o outro é apertar para os pequenos não se desenvolver.

  4. humm agora que as coisas aqui demonstram uma melhora e lá uma piora o orgulho deles caem e podemos ser amigos! Eles
    tem de saber que tudo tem preço.
    Essa vinda de empresas espanholas pra cá só vai aumentar a taxa de desemprego por lá.
    Soube de um amigo que se relaciona com esses tal partido monarquico, e em Portugal ha um partido em formação bem semelhante e parte desse pessoal tem o interesse de futuramente criar um Reino Unido Brasil e Portugal!! Só não sei o que eles teria pra negociar conosco em tal união.

  5. Para educação Saude e para a Forças Armas falta dinheiro neh mais pra Ajuda a Europa que so defende seus proprios interesses o brasil tem dinheiro neh

  6. Já vai começar essa história de que: Para educação, saúde e outras coisas não há dinheiro, mas para salvar a Europa sim!
    Parem de ser cabeça dura, a Europa é um dos nossos principais parceiros comercias, a maioria dos produtos manufaturados produzidos pelo Brasil são vendidos lá. Isso significa que se a Europa falir nós e o resto do mundo todo irão juntos, não vamos ficar com essa besteira, até mesmo porque, se nós não emprestarmos esse dinheiro, no mínimo ele irá parar no bolso de um desse políticos e dificilmente irá para onde realmente é necessário. É importante para o Brasil que a Europa, os EUA, a China e o resto do mundo todo estejam bem, foi isso que nos ajudou a crescer e melhorar este país principalmente nesses últimos 10 anos.

  7. e nos sugam ate hoje, basta ver o que telefonica e santander nos cobram de taxas e contas,graças ao entrguista mor FHC, tão querendo e nos passar a buxa, e o paraguay ainda vai nos dar muita dor de cabeça, por vingança eles são capazes de vender sua soberania para nos prejudicar podem apostar !!!

  8. o brasil tem que avançar em todas as frentes ,e essa de emprestar dinheiro a juros é uma que da bons lucros,e tem aquela historia da biblia que um filho não pode desfazer de seu pai mesmo que ele não superou suas expectativas e etc e tal.

  9. Rafael Correa, presidente do Equador, é um economista fraco, sem visão, e agora se revela também um mal-educado, desconhecedor das regras minimas da diplomacia.
    Claro que foi ao evento sabendo da presença do Banco Mundial.
    Perdeu uma chance boa de mostrar seu ponto de vista e discutí-lo. Mostrou apenas uma visão unilateral, o que é errado em eventos dessa natureza.
    Por falar em unilateral, foi assim que agiu no caso da Odebrechet, e nos deu um “senhor” calote.
    *****
    KM, alguma eventual ajuda a Europa não será graciosa, não será a fundo perdido. Emprestar dinheiro é uma coisa, dar é outra.
    Para investir nas nossas FA, o dinheiro é de orçamento, não das reservas.
    Quando vão entender que não é o mesmo dinheiro?
    O dinheiro que se destinaria as nossas FA é o dinheiro que está no orçamento sendo usado para custear esse nosso legislativo vil, obras superfaturadas etc.

  10. Capa Preta, graças às privatizações, temos telefonia sobrando e competitiva.
    As teles foram vendidas, não dadas. E hoje pagam muito mais impostos do que quando eram estatais.
    E quando se paga, se tem o direito de cobrar o retorno em serviços. Já recebeu dinheiro de volta de alguma tele por mal serviço ou serviço não prestado? Eu já. Aprenda o seu direito, cobre por ele. Afinal, você paga.

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