A Exitosa Cooperação Espacial de 40 Anos Brasil-Alemanha

http://1.bp.blogspot.com/_2fWFAf-J-0o/TCoOPH2AzFI/AAAAAAAAAAc/InRcpBjXVA8/S250/lhqdfBandeira_resized_destaque.jpgPor Duda Falcão

Nesse ano se comemora os 40 anos da mais bem sucedida cooperação espacial do Brasil (em nossa modesta opinião) com outro país estrangeiro. Trata-se da Cooperação Espacial Brasil-Alemanha entre o DCTA/IAE e o Centro Aeroespacial Alemão (DLR).

Assim sendo, o blog “BRAZILIAN SPACE” não poderia deixar de postar uma nota relatando ao leitor menos informado o que significa essa grande e exitosa parceria do Brasil com a Alemanha, que só não alçou vôos ainda maiores devido à total falta de compromisso e de visão de diversos governos subseqüentes para com o Programa Espacial Brasileiro.

O Brasil e a Alemanha interagem intensamente na área espacial desde a década de 60 e o primeiro passo para consolidar esta cooperação foi à assinatura, em junho de 1969, do “Acordo Geral de Cooperação nos Setores da Pesquisa Científica e do Desenvolvimento Tecnológico” permitindo a criação (logo depois) da “Comissão Mista Brasileiro-Alemã de Cooperação Técnica e Científica”, foro que foi criado para o acompanhamento formal dos projetos científicos desenvolvidos conjuntamente, intercâmbio de cientistas e técnicos e encaminhamento de novas iniciativas.

No entanto leitor, somente em novembro de 1971, durante a primeira reunião desta Comissão, realizada em Bonn, foi firmado o “Convênio Especial entre o antigo Centro Técnico Aeroespacial (CTA) do Brasil e o Instituto Alemão de Pesquisa e Ensaio de Navegação Aérea e Espacial (DFVLR)” da Alemanha, que era o DLR da época. Já em 1982, com a assinatura de um “Convênio Complementar de Cooperação”, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foi também incluído neste grupo.

Com o passar do tempo, ficou estabelecido que as áreas de cooperação fossem as de mecânica de atitude e órbita de satélite, tecnologia de comunicações, apoio de missões, materiais e estruturas espaciais, dinâmica de fluidos, monitoramento ambiental e sensoriamento remoto e lançamento e desenvolvimento conjunto de foguetes de sondagens.

Vale lembrar que entre os resultados deste relacionamento bilateral podem ser ressaltados: a obtenção de equipamentos científicos para o desenvolvimento, pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), da série bem sucedida de foguetes de sondagem – Sonda; o suporte logístico prestado pela Força Aérea Brasileira (FAB) para a operação da estação de satélites alemã na Antártida; o trabalho conjunto para especificação de câmeras a serem instaladas no satélite brasileiro de sensoriamento remoto (SSR-1); e a interação entre os centros de operação espacial para apoio complementar durante missões espaciais científicas e comerciais – vôos suborbitais – com veículos espaciais brasileiros.

Vale lembrar também leitor que outros três acordos seguiram os de 1971 e o de 1982 criando condições ainda melhores para essa exitosa cooperação. Foram eles:

*Acordo-Quadro Entre o Governo da República Federativa do Brasil e o governo da República Federal da Alemanha Sobre Cooperação em Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico”, assinado em 1996.

*Acordo Entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e o Centro Técnico Aeroespacial Alemão (DLR) Sobre Cooperação para Exploração e Uso de Espaço Exterior para Fins Pacíficos”, assinado em 2002.

*Programa de Trabalho Relativo à Intercâmbio de Serviços e Equipamentos”, assinado entre AEB, DLR e CTA em 2005

Entretanto leitor, o primeiro foguete de sondagem desenvolvido entre os dois países só veio fazer seu primeiro vôo em 21/08/2000, lançado que foi do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) num vôo histórico e bem sucedido que atingiu na época o apogeu de 315 km. Tratou-se do foguete “VS-30/Orion VO1” da “Operação Baronesa” que é composto em seu primeiro estágio pelo motor-foguete sólido brasileiro “S-30”, e no seu segundo estágio pelo motor-foguete sólido “Improved Orion”, de origem americana.

Desde então, cinco operações com esse foguete foram realizadas com sucesso, sendo duas no Brasil e três na Europa. Foram elas:

* Operação Baronesa – CLA – 21/08/2000

* Operação Pirapema – CLA – 23/11/2002

* Operação SHEFEX I – Andoya (NOR) – 27/10/2005

* Operação HOTPAY 2 – Andoya (NOR) – 31/01/2008

* Operação ICI 2 – Andoya (NOR) – 05/12/2008

Vale lembrar que duas novas operações de lançamento com esse foguete estão previstas para ocorrer ainda esse ano, sendo uma da Noruega e a outra da Austrália. O que torna o VS-30/Orion o primeiro foguete brasileiro lançado de uma base de lançamento não brasileira, americana ou européia. São elas:

* Operação HIFIRE-5 – Woomera (AUS) – 1ª quinzena de novembro

* Operação ICI 2 – Svalbard-Andoya (NOR) – Final de novembro ou no inicio de dezembro

Em 2001, com a proximidade do fim da produção do foguete inglês Skylark 7, que atendia o programa europeu “Unified Microgravity Sounding Rocket Program for the Future”, o DLR consultou o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) a possibilidade de desenvolver um “booster” para ser empregado nesse programa substituindo o foguete inglês.

Esse interesse alemão caiu como uma luva para a Agência Espacial Brasileira (AEB), não só pelo aspecto comercial, mas também pela possibilidade de empregar esse foguete no “Programa Microgravidade” da agência brasileira. Estava lançada a chama que levaria o desenvolvimento pelo IAE/DLR do mais exitoso foguete brasileiro de todos os tempos, o VSB-30.

Apesar do “Programa Microgravidade” brasileiro não ter alcançado o que se esperava dele com o desenvolvimento desse foguete, o sucesso do mesmo é inegável após as 11 operações de lançamento realizadas, sendo três no Brasil e oito na Europa. Foram elas:

* Operação Cajuana – CLA – 23/10/2004

* Operação TEXUS 42 – Esrange (SUE) – 01/12/2005

* Operação TEXUS 43 – Esrange (SUE) – 11/05/2006

* Operação Cumã II – CLA – 19/07/2007

* Operação TEXUS 44 – Esrange (SUE) – 07/02/2008

* Operação TEXUS 45 – Esrange (SUE) – 21/02/2008

* Operação MASER 11 – Esrange (SUE) – 15/05/2008

* Operação TEXUS 46 – Esrange (SUE) – 22/11/2009

* Operação TEXUS 47 – Esrange (SUE) – 29/11/2009

* Operação Maracati II – CLA – 12/12/2010

* Operação TEXUS 49 – Esrange (SUE) – 29/03/2011

Além disso, duas novas operações com esse foguete estão previstas para acontecerem ainda esse ano na Europa. São Elas:

* Operação TEXUS 48 – Esrange (SUE) – Janela aberta a partir de 04 de novembro

* Operação MASER 12 – Esrange (SUE) – Janela aberta a partir de 26 de novembro

Com a necessidade de dar seqüência ao “Programa SHEFEX”, o DLR acertou em reunião com o IAE (acredito que por volta de 2009) o emprego do foguete VS-40 no segundo vôo do SHEFEX que deverá acontecer em fevereiro do próximo ano. Vale lembrar que nessa operação deverá ser lançado com o SHEFEX II um experimento brasileiro relacionado com o “Programa SARA”.

Nessa mesma reunião, o DLR consultou o IAE da possibilidade de desenvolvimento de um novo foguete mais poderoso que o VS-40, para ser empregado no terceiro vôo do SHEFEX, previsto na época para 2015. Após outras reuniões ficou acertado que esse foguete seria o VLM-1 (Veículo Lançador de Microsatélite) em uma versão suborbital. Coisa que veio dar um impulso grande a um projeto praticamente esquecido devido à falta de recursos financeiros e humanos gerada pela falta de altitude de diversos governos subseqüentes.

Além disso, com a necessidade de substituir o motor-foguete americano Castor 4B do Programa MAXUS da ESA/DLR, foi acertado de que o motor-foguete sólido do VLM-1, o S-50, será utilizado em um outro foguete de sondagem a ser ainda desenvolvido pelo Brasil chamado de VS-50, visando assim empregá-lo no MAXUS, muito provavelmente no décimo vôo desse programa.

Vale dizer também que a parceria com a Alemanha vem possibilitando ao Brasil o desenvolvimento de plataformas para experimentos em microgravidade em foguetes de sondagem ,e da tecnologia de reentrada atmosférica necessária para o desenvolvimento do Projeto SARA.

Como o leitor mesmo pode notar a parceria Brasil-Alemanha que agora completa 40 anos de existência, é extremamente significativa, e certamente a mais bem sucedida, superando até mesmo a parceria com a China no “Programa CBERS”, mesmo não tendo a sua disposição nesses 40 anos nem a metade dos recursos empregados nesse programa sino-brasileiro em 23 anos de existência.

Fonte: BrazilianSpace

15 Comentários

  1. .O Brasil e a Alemanha interagem intensamente na área espacial desde a década de 60 e o primeiro passo para consolidar esta cooperação foi à assinatura, em junho de 1969, do “Acordo Geral de Cooperação nos Setores da Pesquisa Científica e do Desenvolvimento Tecnológico” permitindo a criação (logo depois) da “Comissão Mista Brasileiro-Alemã de Cooperação Técnica e Científica”, foro que foi criado para o acompanhamento formal dos projetos científicos desenvolvidos conjuntamente, intercâmbio de cientistas e técnicos e encaminhamento de novas iniciativas.
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    Isso sim e Adimiravel .ese tipo de parceiro que precizamos.
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    Nao se mistura com colonias dos Yankes que obedecen sim e naos deles
    (UKRANIA)
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    CERTO SERIA Alemanham & Russia, nisso ja tariamos longe sem EMBARGOS.
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    QUEM ACREDITA AO CONTRARIO VIVE NA DISNEY DA INLUSAO ,
    .
    onde O PATETA VER O PAIS DELE ,SEMPRE QUERENDO AJUDAR OS OUTROS
    .
    🙂

  2. sem querer ser estraga prazer mas exito aonde???
    desde os anos sessenta e alcantara, uma base considerada de posição geografica entre as melhores no mundo, e ate hoje so soltamos foguetinhos de são joão, e se ouve boicote, e eu acho que ouve e muito, não da para ficar chorramingando por causa disso, o programa espacial da INDIA vem da mesma epoca e ja lanca satelites e sondas lunares, a culpa não e so de embargos mas sim de governos entreguistas e do propio povo brasileiro que infelismente tende facil ao vira-latismo e comodismo em sua grande parte, infelismente nada a comemorar !!!

  3. Se os alemães nos ajudassem, já teríamos lançado o foguetão há mais de 15 anos. Não querem ajudar …
    Embromation e enrolation.

  4. QUARENTA anos com Alemanha, QUARENTA ANOS.40,40,40,40…
    Exitosa? E por falar em quarenta ainda estamos de QUATRO.
    Nessa área é menos por favor, bem menos.

  5. Penso que o Brasil nesta área ainda não teve êxito, os
    Alemães, só não atrapalharam como os americanos, nossos verdadeiros mui amigos.

  6. Melhor do que nada!Além do que foi graças a esses acordos que se possibilitou formar quadros, sobretudo pela prioridade oferecida pelos governos brasileiros ao programa espacial! Também não podemos esquecer que foi a alemanha que nos deu muito em termos da tecnologia nuclear!E não foi maior a transferencia porque os americanos mais uma vez se intrometeram!Acho que o nosso verdadeiro adversários são os americanos, sempre eles sendo nossa espinha de peixe na garganta!Tão semrpe se intrometendo qdo o assunto e tranferência de tecnologia para o Brasil!

  7. O Brasil fez bem e ganha muito com isso,afinal fomos aprender fugiologia com aqueles que ensinaram aos americanos como se faz foguetes,a diferencia é que o governo americano fez uma política bem consistente e investiu pesado em uma reengenharia em cima da tecnologia alemão,trazendo(roubando ou não) toda a estrutura intelectual que não tinha nos EUA naquela época.
    .
    PARABÉNS BRASIL & ALEMANHA PELA PARCERIA.

  8. Na segunda grande guerra todos se fartaram não só os americanos,russos,ingleses,franceses,e sem falar que sutilmente hitalia e japãp levaram vantagem tecnologica ao serem aliados da alemanha.

  9. e logico que estao nos ajudando….tao pagando tudo pra nos desenvolvermos um produto pra nos e pra eles…..dandolo me ajuda ai ne….vc inteligente como parece ….nao fique escrevendo essa bobeiras…..logico que no final do desenvolvimento vai rolar um engenharia reversa no produto que e normal…..ja que eles pagarao tudo e vao querer conhecer a nossa teconlogia empregado no produto que sempre tem um ou outra novidade nesses produtos

  10. Eu acho é que houve incompetencia dos gerentes de nosso programa espacial, pra utilizar essa parceria ao máximo… oque evoluimos em 40 anos(em termos espaciais)?
    quase nada…

  11. Temos que entender que face as atuais e passadas circunstâncias que sempre envolveram as decisões do governo federal no tema aqui enfocado, tanto a parceria com Alemanha, China e recentemente com a Ucrânia tem dado o seu grau de contribuição para a evolução do parque tecnológico aeroespacial brasileiro.

    Não adianta ficarmos aqui, hoje, atacando e condenando essa ou aquela decisão sem termos conhecimentos específicos dos motivos políticos, de formação técnica, financeiros, estratégicos, industriais, etc, internos e externos que levaram o país a adotar a postura que adotou ao longo das quatro décadas passadas.

    O que podemos de fato esperar é que o trabalho realizado até agora, bem como os esforços políticos que esse governo atual vem demonstrando possam se somar aos interesses dos pesquisadores, engenheiros, técnicos civis e militares que atuam nessa importante e significativa área tecnológica e possam de uma vez por todas alavancar e concluir o projeto nacional de lançamento de foguetes e satélites.

    Vamos aproveitar o esforço sinérgico feito até agora, ampliá-lo e acelerar para recuperar o tempo perdido. O GF tem demonstrado um novo entusiasmo com este setor especificamente e já passou a liberar um pouco mais de recursos financeiros, portanto vamos parar com o choro, dar a volta por cima, formar mão de obra especializada e atingir as metas e os objetivos propostos pelo programa.

  12. meu eles atrazaram nosso progama nuclear que era de parceria com eles nao tem ninguem bonzinho nesse mundo .só nós por nós mesmo.

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