EUA e China: corrida espacial ou cooperação cósmica?

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Em 2003, a China entrou para o seleto grupo de países que conseguiram enviar pessoas para o espaço, juntamente com a Rússia e os Estados Unidos. Recentemente, o poder chinês no espaço cresceu ainda mais, com o lançamento do primeiro módulo de sua estação espacial.

Com a China alcançando as estrelas, surgem duas possibilidades para os Estados Unidos: eles podem cooperar, propondo projetos de exploração conjunta, ou podem restringir sua colaboração – e quem sabe, talvez, até começar uma corrida espacial semelhante à da década de 1960 contra a União Soviética.

A China já enviou o embrião de sua estação espacial, o Tiangong-1, ou “Palácio Celestial”, que será usado em conjunto com outra nave espacial que será lançada mais tarde, a Shenzhou 8, que será a primeira manobra de acoplagem chinesa.

Embora as metas a longo prazo da China estejam pouco claras, o que era pra ser um segredo de Pequim já caiu na boca do povo: a China pretende fazer uma missão tripulada rumo a lua. O projeto Tiangong é um passo em direção a esse objetivo.

Enquanto o programa espacial chinês está crescendo, a NASA enfrenta difíceis problemas. O presidente americano Barack Obama tem pressionado a NASA para começar a planejar missões a um asteroide e a Marte, mas, enquanto isso, a NASA está privatizando alguns de seus setores e já não tem a força de outrora.

Todas essas futuras iniciativas dos Estados Unidos levarão tempo. Portanto, entrar em uma nova corrida espacial desta vez não significa que, necessariamente, os americanos vencerão, como quando travaram uma batalha contra os soviéticos.

“Atualmente o EUA está em uma situação de reorientar os seus esforços em voos espaciais”, diz Joan Johnson-Freese, presidente do Departamento de Estudos de Segurança Nacional do Colégio de Guerra Naval. “Nós não temos a vontade política que a China tem no momento. Se há uma corrida acontecendo, sua vantagem é através de vontade política, não de tecnologia”, afirma Johnson-Freese.

Mas, enquanto os Estados Unidos continuam a ser líder internacional na capacidade de voo espacial, não está claro se esse será sempre o caso. “Essa é a escolha que temos que fazer”, afirma Johnson-Freese. “Isso não é uma escolha que os chineses vão fazer por nós. Temos de decidir onde vamos colocar os nossos recursos”.

Alguns especialistas afirmam que as realizações espaciais da China não devem ser vistas como uma ameaça para os americanos, mas sim como uma oportunidade de colaboração, como a Rússia e outras nações já estão fazendo.

“Os temores são de que se trabalharmos com a China, será para benefício tecnológico deles”, Johnson-Freese diz. “Mas eu sou da opinião de que é sempre melhor trabalhar com as pessoas e ter algum controle do que ter outros trabalhando com elas quando você não está envolvido”.

Mas, para muitas pessoas, trabalhar em conjunto com a China pode ser sinônimo de compartilhamento de tecnologia e conhecimento dos Estados Unidos, o que pode ser perigoso estrategicamente para o país. Além de tudo, o programa espacial chinês é obscuro e cheio de mistérios para o resto do mundo.

Alguns legisladores americanos se opuseram fortemente a cooperação espacial com a China. O argumento é que as atividades espaciais chinesas são muito ligadas as suas forças armadas, cujas ações estão, muitas vezes, em desacordo com os interesses dos Estados Unidos. Além disso, alguns legisladores acreditam que abusos dos direitos humanos na China não devem ser recompensados com cooperação.

A questão espacial é maior do que parece, pois apoiar ou não a China envolve toda a conjuntura da política internacional entre as duas super nações. Os avanços da China estão diante de nossos olhos, resta saber qual será a posição dos Estados Unidos.

Fonte: hypescience

12 Comentários

  1. Pegaram o USA no contrapé….sem dinheiro não se faz nada….resumindo:
    *SE FICAR O BICHO PEGA….SE CORRER O BICHO COME….

  2. Este tipo de concorrência é sempre boa, assim teremos chances de descobrir lugares inéditos no universo…espero só boas notícias sobre o assunto!

  3. O QUÊ A GRANA NÃO FAZ,ELA COMPRA
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    Nunca foi,politicamente falando;interesse americano de cooperar com a China ou a Russia em assunto espacial,alás com a Russia são mais motivado por uma questão circunstancial de logística do que uma parceria tecnologia.
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    Já com a china é muito difícil não ter uma conotação política afinal os americanos são péssimos perdedores.

  4. Brincar no espaço = muito dinheiro.
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    Atualmente EUA = menos dinheiro, e China = mais dinheiro..logo nada de surpresa dessa notícia.

  5. Para quem chama os produtos chineses de ching ling taí a resposta, se já estão no espaço, o que não dizer de seus míssies e caças, será que são ruins mesmo? Te cuida Tio Sam.kkkkkkk

  6. E pensar que China, Índia e Brasil começaram seus respectivos programas espaciais praticamente em estágios idênticos, na década de 50/60. Enquanto a China tem seus próprios laboratórios espaciais e está, ainda que extra oficialmente, planejando enviar missões tripuladas à Lua; a Índia consegue há tempos lançar sofisticados e pesados satélites com meios próprios, o Brasil, por outro lado, ainda sequer conseguiu lançar seu veículo lançador de satélites com sucesso. Questão de prioridades. Enquanto educação, ciência,desenvolvimento e pesquisa de qualidade é prioridade nos dois países asiáticos, o Brasil tem outras prioridades: futebol, carnaval, etc… Em contrapartida, em nosso país, o número de homícidios anuais, a dívida pública, a corrupção, a falta de vergonha, a violência, o consumo de drogas já ultrapassaram todas as fronteiras do espaço.

  7. Parece que os chineses não vão fazer como os russo naquela historia de querer ser o prmeiro:primeiro na lua, primeiro em marte,etc.
    A ideias deles é chegar lá ,não importa se em primeiro ou não.

  8. ‘Além disso, alguns legisladores acreditam que abusos dos direitos humanos na China não devem ser recompensados com cooperação.’
    Estão De brincadeira? oque eles fazem no Afeganistão Iraque? matando civis pessoas inocentes até crianças em carros indo para escola usam os UAVs para Matar quem quiserem a Hora que quiserem.

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