Brasil-China – mais espaço e muito além do espaço

Brasil-China – mais espaço e muito além do espaço

Por José Monserrat Filho chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da

Agência Espacial Brasileira (AEB).

Na próxima segunda-feira, 22 de agosto, reúne-se em Beijing, China, a Subcomissão do Espaço da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Coordenação (COSBAN). E na terça-feira, dia 23, também na capital chinesa, reúne-se a subcomissão de Ciência, Tecnologia e Inovação. O que as duas subcomissões aprovarem será levado à consideração da COSBAN, que tem reunião marcada para o início de setembro, em Brasília.

Estes encontros devem articular a implementação das decisões tomadas durante a viagem à China da presidente Dilma Rousseff, em 12 e 13 de abril, quando foi recebida pelo presidente chinês, Hu Jintao, com quem assinou um comunicado conjunto de 29 pontos.

Trata-se não apenas de um dos maiores parceiros comerciais do Brasil. “A China hoje é um vetor muito importante na ordem mundial. E quem não estiver de certa forma interagindo com a China, tende a ficar alienado desse movimento mundial”, notou muito bem, em julho passado, Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).

Na reunião de Beijing, em 22 de agosto, estarão em pauta não apenas os CBERS 3 e 4, mas também vários outros assuntos:

1) Os próximos passos da política de distribuição de imagens a países sul-americanos e africanos, a fim de se preparar a infraestrutura para a recepção das imagens do CBERS-3, com lançamento programado para outubro do ano que vem;

2) A decisão de lançar ou não o CBERS-4b;

3) Os projetos dos CBERS 5 e 6;

4) A construção conjunta do satélite SAR, equipado com radar de abertura sintética;

5) O apoio de estações terrestres do Brasil a voos tripulados da China (Missão Shenzhou); e

6) A construção do satélite BRICS

Serão também discutidas questões de política espacial internacional e a ideia de elaborar um programa decenal de cooperação espacial Brasil-China. Dois temas de cooperação espacial constam da pauta da Subcomissão de CT&I, que se reúne em 23 de agosto:

1) Criação do centro bilateral de pesquisas meteorológicas por satélite, unindo o INPE e o Centro Nacional de Meteorologia da Administração Meteorológica da China; e

2) Programas de mobilidade, capacitação e treinamento na área espacial, em parceria com os institutos de ensino e pesquisa da Academia de Ciências da China, com base, inclusive, no programa “Ciências sem Fronteiras”, lançado pelo governo brasileiro.

Outros acordos também firmados instituem programas de cooperação nas áreas de defesa, nanotecnologia, recursos hídricos, normas fitossanitárias, tecnologia agrícola e agricultura tropical.

O investimento chinês no Brasil, só nas áreas de CT&I, deve superar um bilhão de dólares, calcula o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. A Petrobras, por seu turno, assinou contratos com as empresas estatais chineses Sinopec e Sinochem para a exploração e aproveitamento de óleos de poços praticamente extintos.

Cooperação em nanociência, nanotecnologia e biotecnologia – A Subcomissão de CT&I examinará, agora no dia 23, uma pauta rica, em que despontam dois projetos:

1) Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia, com a elaboração de um programa de trabalho em nanociência e nanotecnologia, incluindo-se o cronograma de atividades, a previsão dos recursos financeiros necessários, a lista da instituições, equipes de pesquisadores e empresas participantes;

2) Trabalho conjunto em genética de plantas entre o Laboratório Virtual da Embrapa (Labex), com sede na China, e a Academia de Ciências Agrárias da China. Em abril, durante a visita da presidente Dilma Rousseff à Beijing, a Embrapa assinou acordos de cooperação com duas Academias chinesas, a de Ciências (CAS) e a de Ciências Agrárias Tropicais (CATAS). Há, ainda, possibilidades de cooperação em biomedicina, genética humana e bioinformática.

Mudanças climáticas e tecnologias inovadoras para energia – Outro avanço cooperativo é o Centro China-Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, que promoveu um seminário na Coppe-UFRJ, em 27 de julho último, com resultados especialmente úteis ao desenvolvimento de energias renováveis.

O centro, criado pela Coppe e pela Universidade de Tsinghua, principal instituição chinesa de engenharia, tem por missão formular estratégias e ações destinadas a subsidiar decisões dos dois governos nas áreas de energia e meio ambiente.

Em breve, a Coppe deve assinar acordo com uma grande empresa chinesa produtora de aerogeradores, que serão adaptados às condições brasileiras. Pesquisadores da Coppe também trabalham na China na produção de biocombustíveis, com ênfase no biodiesel a base de palma, tecnologia desenvolvida por chineses e dinamarqueses, passível de ser adaptada ao Brasil.

A cooperação Coppe-Universidade de Tsinghua pode resultar em transferência de tecnologia chinesa ao Brasil e de tecnologia brasileira à China. Cada parte com o direito de agregar valor à solução da outra. A China, em geral, é mais avançada em tecnologias de energia solar e eólica. Mas o Brasil também tem o que oferecer: a Coppe, por exemplo, trabalha com a geração de energia a partir de ondas e marés, que pode ser útil aos chineses. E os chineses estudam na Coppe a tecnologia de produção de petróleo em águas profundas, de que o Brasil é líder mundial.

Fonte: JornaldaCiência

12 Comentários

  1. Podemos interagir com eles nesse nivel e com os EUA que sempre foram nossos aliados não chegamos até agora nesse patamar, sobre o risco de ser tecnologia sensivel!Lamentável!

  2. Brasil tem que pedir pro chinesses darem um empurrãozinho nosso programa espacial, pq se depeder dos eua nem
    busca-pé o Brasil lança.

  3. Amigos o projeto é o seguinte:

    Em sigilo ( Nós e Nós mesmos), mandariamos uma “Satelite”, quase uma nave nao tripulada ao espaço, em direção ao sol… Chegariamos bem perto, e com placas imensas captariamos boa parte da energia solar intensa… Na Nave 10 reatores grandes de energia, seriam prenchidos e a nave voltaria a terra…

    Uma explicação bem robusta de um jeito nao muito dificil de “roubar” energia e vende-la… Em breve postarei em um site, alguns projetos nao muito loucos, mass… que deveriam ser pelo menos ouvidos… Será que podeiria ser postaado aqui mesmo?

  4. Poderiamos lucrar com essa desconfiança mútua entre chineses e americanos, afinal, é interessante para os chineses ter um parceiro fiel aqui no quintal do Tio Sam. Algo como a União Soviética e Cuba…
    Tô falando bobagem?

  5. Não obstante a importância global do desempenho do novo papel geo-estratégico das duas potências nos novos cenários políticos que se vislumbram para este século, nunca é demais lembrar a importância do fluxo de recursos empregados, pois ambos países estão bem economicamente e existe disposição de ambos os governos em investir em tecnologias e inovação. Novas oportunidades industriais e comerciais podem ser geradas e mantidas internamente face a avidez pelo aumento da renda e de consumo nos dois países. Contudo, é necessário ao governo brasileiro se acautelar e reavaliar as suas regras de política de negócios para o mercado externo, principalmente em razão do artifício empregado hoje pela China e outros, de manter as suas moedas em constante desvalorização acarretando perdas incalculáveis para a nossa economia e alimentando a crise mundial.

  6. Eu concordo que o Brasil abra um leque de relações internacionais , com qualquer nação, que haja interesses que nos beneficiem.
    De fato por expressar essa idéia à alguns anos em relação à China e sua tecnologia fui malhado em outro blog, mas tudo bem, a realidade está mostrando a verdade.
    Que o Brasil mantenha seus canais abertos que só tem a ganhar.

  7. Os Chinapau seriam uma parceiria interessante e completa o problema é conter as voracidades de gafanhotos deles. Bom como quem tem padrinho não morre pagão e a maioria não quer Americanos e Chavez cheira o Tonho dos Russos então porque não os Chineses.Eu sei que nosso geoestrategico esta sendo construido com eles em segredo.Sei tambem que temos algo em segredo sendo feito com eles desde 2009 relativo a area naval e fora o que não sei e nem quero saber rsrs nosso geoestacionario pode ate mesmo subir um pouco antes de 2014,voces verão,e por segurança pode ate subir de la ou mesmo daqui com um reforcinho porreta.Uma coisa tenham ciencia,o protocolo de marcar cartão em Washington apos eleição não foi quebrado so com as afirmações de interesses comerciais e economicos como afirmaram.Assuntos de estado tramitam em sigilo absoluto.

  8. Só assim seremos fortes o bastante para impor regras, as economias ímpares que nos tens colonizados é usurpam as nossas riquesas, que o brasil avance já como diria José Alencar nos temos que progredir já dominamos isso é temos que seguir a diante oque não pode fica é desenvolver um patamar tecnologico é depois abondonar esse potêncial, uma vez aprendido não podemos descontinua-lo muito em breve teremos vastas farturas é muitos lugares para trabalho, a marinha gera hoje bastante emprego, cabe agora o SISFRON, juntamente com o exército, vai gera uma gama de empregos jamais vista nesse país, mão de obra é tecnicos serão o epicentro da questão agora a industria sinderugica vai espera muito tempo se continuar adiando a compra dos caças, nos industria aero-espacial vai gera grandes atrasos assim com a copa, esta nos atrazando cade o trem-bala, na época que foi solicitado o governo queria gasta 3,8 bilhões agora depois desses atrasos as companhias quere agora 47 bilhões se continuar do jeito que ta nunca compraremos esses caças os Rafale já estão 140 milhões,os boeing estão uns 120, os gripado la na casa dos 60 a 70 milhões, ainda em fase de projeto, nosso F-5 vão para em 2014 e temos 2 anos para a entrega a parti da data da compra se compramos agora so serão entregues em 2014, ae eu pergunto enquanto os entreguistas estiverem no governo a gente nunca vai chega a lugar algum…

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