Duas guerras, dois movimentos de aumento acentuado no número de soldados americanos envolvidos e dois resultados muito diferentes entre si. Por que essa diferença entre o Iraque e o Afeganistão? O “surge” – termo empregado para designar um grande aumento súbito no efetivo americano – no Iraque, que teve início em 2007, deu certo por um motivo simples: os vários participantes envolvidos (sunitas, xiitas e americanos) estavam desesperados. E esse desespero coletivo, mais do que as estratégias ou o número de soldados, influenciou as decisões e atos que finalmente forçaram uma reviravolta no conflito.
Da mesma maneira, a guerra no Afeganistão não será decidida simplesmente pelo número de soldados envolvidos. Mas me parece claro que o desespero e a urgência que possibilitaram o sucesso do “surge” no Iraque não vão se materializar na Ásia Central. É por isso que uma reviravolta decisiva continua distante e improvável.
Em 2006 e 2007, Bagdá era um coliseu da morte. Milícias xiitas e forças governamentais sectárias eliminavam deliberada e sistematicamente as comunidades sunitas. A guerra civil ardia nas ruas, e os cidadãos iraquianos e os funcionários do governo do país eram assassinados todos os dias.
Nesse epicentro da guerra, vários fatores convergiram para que a direção do conflito fosse revertida. Primeiro, antes mesmo da chegada dos primeiros soldados do “surge”, a simples expectativa da sua presença influenciou fortemente os insurgentes.
Em segundo lugar, mapeamos as fissuras entre os numerosos grupos de insurgentes e as exploramos por meio da pressão diplomática e de implacáveis ataques cirúrgicos levados a cabo pelas forças especiais. Por fim, os iraquianos comuns a se uniram na defesa do que ainda restava de suas comunidades, naquilo que se tornou conhecido como o Despertar Sunita.
As dinâmicas no Afeganistão são muito diferentes. A guerra é rural e dispersa. Nas principais cidades, as imagens e a experiência cotidiana da guerra não são tão chocantes quanto eram em Bagdá. Assim, a elite política e econômica do Afeganistão não sente a mesma urgência que afligia sua equivalente no Iraque em 2007. Existe certo grau de desespero e urgência no Afeganistão, mas não se concentra num local ou grupo específico. Os EUA, há muito consideram essa luta desnecessária. No fim, só o anseio coletivo dos afegãos pode pôr um fim à guerra. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL
EX-FUNCIONÁRIO DO DEPARTAMENTO DE ESTADO NO IRAQUE E NO AFEGANISTÃO
Uma guerra sem razão lógica só dá nisso, os fatos podem até ser a favor, + a vida tbm dita regras no nosso dia-dia;e isso está ocorrendo dentro das mentes do combatentes, soldados ianks e outros. A visão da dura realidade dos pobres Afegões, a miserabilidade dos mesmos, ao racionalizar isso e sintomatizar td isso,já estão derrotados antes de irem p o front, mortes e mt mutilados e de ambos os lados…É a revolta e determinação de ñ se deixarem dominar por estrangeiros, os desarmados talebãos e superarmados de ideológia e religião;esse era o caso p a ONU resolver sem invasão.sds.
“Em 2006 e 2007, Bagdá era um coliseu da morte. Milícias xiitas e forças governamentais sectárias eliminavam deliberada e sistematicamente as comunidades sunitas. A guerra civil ardia nas ruas, e os cidadãos iraquianos e os funcionários do governo do país eram assassinados todos os dias.”
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A diferença é que no Afeganistão o EUA tentou, más não conseguiu implantar efetivamente, sua política de dividir para conquistar e reinar.
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Já no Iraque, o EUA conseguiu fazer com que a sociedade iraquiana já naturalmente dividida , entrasse em guerra civil entre sí.
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Em uma coisa o artigo está certo: Não foi a competência militar estadunidense que resolveu o conflito no Iraque, foi o sucesso de implantar uma já latente guerra civil interna, para depois se apresentar como a solução, o fiel da balança…
Só o tempo dirá se há veracidade nessas notícias vinda do Iraque,uma vez que a mídia deixou um pouco de lado esse conflito!
É revelador das estratégias estadunidenses de dominação, que o articulista se queixe da “falta de desespero” no Afeganistão.
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Equivale a se queixar que o EUA não conseguiu deixar a vida no Afeganistão suficientemente insuportável ( no caso com uma guerra fratricida interna)… de forma a deixar a população de joelhos e implorar pelo final da guerra, sob as condições dos “salvadores capitães américas” é claro…
Esta “doutrina do sofrimento” para dominar, é a mesma a que se refere Melanie Klein, como a “Doutrina do schok”:
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http://www.youtube.com/watch?v=jKU3jm4sjZE
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Só que os afegãos não se chocam facilmente…
Será que falta “desespero” à Al-Qaeda também?! Vale a pena ler: “Quem é El-zawahri, novo cabeça da Al-Qaeda?” Texto em português e inglês:
http://engforum.pravda.ru/index.php?/topic/235749-quem-e-el-zawahri-novo-cabeca-da-al-qaeda-por-abdel-rahim-ali-al-ahram-29-de-junho-de-2011/
Não tem mais sentido ficar no Afeganistão, já serviu de tranpolin para matar BL. Em breve eles saem de lá, acho que até o taliban sabe disso…