Cooperação Militar França-Grã-Bretanha

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Tradução e sugestão: Justin Case para o Plano Brasil

Kari Lipschutz | 03 de agosto de 2010


A Grã-Bretanha e a França estão iniciando um esforço conjunto para analisar as possibilidades de cooperação em Defesa, em face da diminuição de seus orçamentos de Defesa. Em uma entrevista por email, Nick Witney, membro sênior de política no Conselho Europeu de Relações Exteriores e ex-chefe executivo da Agência Europeia de Defesa em Bruxelas, explica o contexto para a atual cooperação militar entre França e Grã-Bretanha.


WPR: Pode mencionar algumas diferenças históricas entre as posturas de defesa da Grã-Bretanha e da França?

Nick Witney: Nós ganhamos mais vezes do que eles! Lembre-se de Trafalgar, Agincourt… Mas, falando sério, desde a II Guerra Mundial, as principais diferenças são provenientes da França, com a política de defesa “independente” promovida pelo presidente De Gaulle; contrastando com ênfase da Grã-Bretanha em sua “relação especial” com os Estados Unidos, e seu papel prático de nº 2 no âmbito da NATO. Assim, enquanto o Reino Unido se beneficiou, em vários momentos e em diferentes graus, de uma mão amiga dos americanos com relação aos sistemas de propulsão nuclear para submarinos, à sua dissuasão nuclear, às comunicações por satélite; a França optou por desenvolver autonomamente todas essas capacidades. Essa foi uma conquista tecnológica formidável, mas que deixou muitas vezes as forças convencionais francesas mal equipadas, como demonstrou a primeira Guerra do Golfo.


WPR: Como a evolução ao longo dos últimos anos – a crise financeira, a reintegração da França na OTAN – mudou essa situação?

Witney: Juntamente com as diferenças acima mencionadas, houve também muitas semelhanças entre as posturas dos dois países – em tamanho, recursos, a consciência de um passado glorioso, e uma determinação de permanecer atores importantes no cenário mundial (por exemplo, como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU). Portanto, estão em excelente situação para a cooperação, e têm feito projetos comuns de armamento desde 1960 – desde os aviões de combate Jaguar e helicópteros Puma, até os mísseis de cruzeiro Storm Shadow. O pequeno resíduo de mútua desconfiança política foi praticamente varrido pelo presidente Nicolas Sarkozy, com a decisão francesa para trazer a França totalmente de volta para a OTAN. Os cortes no orçamento de defesa em ambos os países lhes tem dado mais um incentivo para encontrar urgentemente novas formas de conjugar esforços e recursos.

WPR: Pode citar alguns pontos concretos de potencial cooperação e/ou de discordância nessa linha?

Witney: Os dois países irão concordar quanto ao direito a ter uma posição diversa sobre a defesa europeia. Apesar do apoio da atual administração Obama – e também da administração Bush – para este esforço, parte da nova coalizão governante da Grã-Bretanha continua profundamente desconfiada da “Europa”, especialmente em matéria de defesa. Mas eles estão prontos para fazer uma exceção para a França. Em contrapartida, a França quer trabalhar com os outros países europeus, mas vai se contentar em fazer isso separadamente.

No plano bilateral, espera-se que seja intensificada a pesquisa e a cooperação tecnológica e que haja uma integração ainda maior dos esforços relativos aos mísseis. Os dois países vão buscar uma partilha de custos no atendimento das suas necessidades de transporte e de reabastecimento aéreo, e talvez também de seus requisitos para veículos blindados. Sistemas aéreos não-tripulados – “drones” – constituem outra possibilidade de colaboração. Se as pressões financeiras não forçarem os britânicos a abandonarem completamente os seus planos para dois novos porta-aviões guarnecidos por aviões F-35 feitos nos Estados Unidos, uma solução aceitável pode ser ter um só porta-aviões e equipá-lo com aviões Rafale franceses. Os dois países poderiam, então, coordenar o cronograma de operação de seus únicos porta-aviões, de modo que um esteja sempre disponível para cobrir o outro durante os períodos de manutenção ou modernização/reequipamento.

Fonte: WPR

13 Comentários

  1. E como já tinha sido inclusive falado aqui no blog antes, a tendência do pós-crise financeira e econômica da comunidade européia é aumentar ainda mais a integração e parceria em projetos tecnológicos e científicos, de grande envergadura, especialmente os relacionados ao setor de defesa.

    Passa a buscar o compartilhamento de custos e riscos inerentes ao desenvolvimento de novos projetos, pulverizando a carteira de investimentos entre europeus parceiros e futuros beneficiados pelo negócio. Isso também pode trazer mais vida ao plano inicial da formação do bloco UE, que era o de assumir estratégias políticas e militares em conjunto fechando o ciclo com as uniões aduaneira, monetária e civil.

    A questão é saber até que ponto a agenda militar e política regional, apresentará interesses mútuos, ou haverá a polarização desses assuntos em eixos de diferentes países

  2. Está aí um dos motivos da França se desinteressar na cooperação com o Brasil. Já não acredito mais no Rafale.

    Sobra ainda a Rússia, ou quem sabe, um consórcio internacional com África, mais alguns interessados.

  3. Fernando Donatelo :E como já tinha sido inclusive falado aqui no blog antes, a tendência do pós-crise financeira e econômica da comunidade européia é aumentar ainda mais a integração e parceria em projetos tecnológicos e científicos, de grande envergadura, especialmente os relacionados ao setor de defesa.
    Passa a buscar o compartilhamento de custos e riscos inerentes ao desenvolvimento de novos projetos, pulverizando a carteira de investimentos entre europeus parceiros e futuros beneficiados pelo negócio. Isso também pode trazer mais vida ao plano inicial da formação do bloco UE, que era o de assumir estratégias políticas e militares em conjunto fechando o ciclo com as uniões aduaneira, monetária e civil.
    A questão é saber até que ponto a agenda militar e política regional, apresentará interesses mútuos, ou haverá a polarização desses assuntos em eixos de diferentes países

    Terá sempre alguns pontos concordantes, mas De Gaulle deve estar a dar voltas no túmulo…

    E a França mais uma vez, passado o circo mediático chamado Sarkozy, vai-se arrepender amargamente de confiar nos Ingeleses.

  4. séculos e mais séculos de guerra entre esses dois…

    Política de defesa comum entre França e Inglaterra.. quem diria!

    Tudo bem que já rolou nas 2 grandes guerras, mas foi muito mais pela necessidade de barrar a Alemanha do que qualquer outra coisa

  5. Franca sempre foi Excluida da aria de Influncia Britanica e Americana pelo fato de nao baxar a cabesa contra Orgulho Anglo Saxonico.UK sempre quis ser a potencia na Europa coisa que Franca nunca deixo Iglaterra sozinha domina Europa es ai Guerra dos 100 ANOS.

  6. Caso da America com Franca apesar de ter enorme ajuda na Independecia no decorre dos anos volto se para alinca com Inglaterra ja que ambos falao a mesma Lingua .no final da Segunda guerra a Franca sabia muito bem que fica na Depencia militar dos Britanicos e americanos seria furada .entao fez algo que deu Exemplo Desenvolveu sua Industria belica .coisa que nao a grada nem um pouco Ingleses e Iankes.sem falas nas pressoes nos bastidores que os Yankes fazem contra venda de material militar Frances. Justamenti pq eles nao querem ver progresso .e por isso que Apoio a compra do Rafale
    agora com esa crise os Britanicos querem tira proveito do atrasado que tao pq sem duvida a Industria Militar francesa e bem mais avancada que Inglesa ai surge esa hestoria de coperacao sem falar da crise economica la .

  7. A França já esqueceu sua “estrategia de independência”. Sarkozy é o mais americanófilo dos presidentes franceses, apoia Washington tanto quanto Londres. Com a crise econômica, a falência da estrategia “1000% Paris” no Rafale, as criticas dos custos operacionais dos equipamentos militares franceses (Rafale, Leclerc, Scorpene, etc…) está obrigando a França a ser mais Europa, mais OTAN. Comercialmente o Typhoon já superou o Rafale, o Leopard e o IKL estão bem na frente dos franceses. Acho que vamos ver os fins dos projetos individuais franceses em prol de mega consórcios europeus de defesa.

  8. A imagem ficou ótima, mas fiquei impressionado com o tamanho do navio, ainda mais comparando com o HMS Victory e o HMS Warrior no fundo.

  9. O q faz a falta de grana,juntar indústrias de defesas díspares…o deus dinheiro faz coisas quase q impossível. O pior e q os rafales podem ser vendidos pelo preço maior ,exatamante p comprarmos poucos e inviabilizar nosso rearmamento e modernização da FAB ;de repente a Rússia ou a China tornem os seus caças + atrativos, e mt outros equipamentos militares.É a possível chance do Su 35BM.

  10. O problema da UE é que tudo mudou.Sempre afirmei que titulos e moedas tem valor perene.A moeda mundial de hoje são recursos energeticos e reservas.Sejam bem vindos falidos capitalistas e comunistas ao seculo 21.E alem das energias e materias os generos imprescindiveis a vida,alimentação e agua.Que bom que nesse novo cenario vamos bem obrigado.É nosso momento de nos fixarmos como potencia economica e livre para comercializarmos e fazermos alianças e parcerias diversificadas com quem quisermos.Economistas de plantão todas suas teorias devem adptar-se a nova extrategia.Começaram os jogos de guerra.

  11. A França é uma potência militar superior à Grã Bretanha. Os britânicos são totalmente dependentes dos americanos. A maioria de seus caças são os ” falcans americanos”, como por exemplo, F16, F15, F35. Enquanto a França possui caças nativos como o Mirage e o Rafale. Além disso, a França é o terceiro país com maior número de armas nucleares do mundo. Enquanto os armamentos nucleares britânicos, na verdade eram armamentos nucleares estratégicos norte-americanos, cedidos ao irmão pobre, a França desenvolveu seu sistema de armas nucleares de forma totalmente independente.

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