Segundo informações do Ministério da Defesa, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva já tem em mãos desde o dia 23 de Novembro o relatório técnico elaborado pela Força Aérea Brasileira.
Recordando:
O programa FX teve seu início ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, e já no final de 2002 a FAB tinha terminado o processo de análise das propostas, foi quando o então Chefe da Casa Civil, Pedro Parente, iniciou o processo de transição para o governo Lula. Na quela altura a Fab já tinha um favorito e segundo algumas fontes o vencedor teria sido o Caça Sueco JAS 39 Gripen C/D, até então a versão mais moderna do caça escandinavo.
Durante o perído do Governo de transição (FHC-Lula), decidiu-se adiar o anuncio do vencedor do FX retardando assim a escolha vencedor. Na sequência seguiu-se o anuncio de que “programas sociais” considerados mais urgentes justificavam o adiamento da conclusão do programa.
Mais tarde porém, na admisnistração do então novo Ministro da Defesa José Viegas, o programa FX receberia um balde de água fria sendo então cancelado, sobre a justificativa de que novas armas e sistemas desenvolvidas neaquele período tornariam o FX de então, uma arma obsoleta, e uma nova licitação seria reaberta, e aviões mais modernos como o então Eurofighter, Su-35, F-18EF, Rafale e o Jas 39 NG seriam incluídos.
Em agosto de 2003, o Ministro da defesa José Viegas decidiu retomar o processo FX. A FAB reabriu as consultas, pedindo para os concorrentes reenviarem suas propostas, Lula então determinou que o trabalho da FAB seria submetido ao Conselho de Defesa Nacional que seria criado através de um decreto junto a Secretaria Executiva do Conselho, presidida pelo representante do Ministério da Defesa.
A Comissão iniciou os trabalhos já em janeiro seguinte, porém, o anuncio da crise econômica global trouxe nuvens negras ao programa e mais uma vez paralisou os trabalhos, a espera de períodos menos conturbados.
Em abril de 2008, Lula mandou reativar o projeto, a FAB mais uma vez se viu obrigada a pedir novamente que os participantes reavaliassem e reapresentassem suas propostas.
De surpresa em outubro de 2008, o já rebatizado FX 2 ganhou fôlego com um passo dado em direção da escolha dos três finalistas e com isso foram eliminados o consórcio Eurofighter, a Lockheed Martin e a Sukhoi. Restaram como finalistas o Boeing F18 EF, SAAB Gripen NG, e o Dassault Rafale.
Ressalta-se que as escolhas da FAB são pautadas por avaliação técnicas, o que tem sido muito elogiados pelos 3 concorrentes os quais não se furtam em afirmar que o profissionalismo dos militares brasileiros tem sido exemplar, e que esta muito provavelmnte seja a concorrência mais profissional já enfrentada pelos 3 participantes, o que atesta o profissionalismo e dedicação dos militares daquela força.
Mais recentemente em setembro deste ano, ambos os presidentes Lula e Sarkozy anunciaram juntos a vitória do Dassault RAFALE na concorrência FX-2, o que pegou de surpresa a própria FAB a qual sequer havia finalizado o relatório de avaliação dos concorrentes.
Apesar do embrólio causado pelo atropelo no processo algumas vantagens adicionais e pontos positivos foram alcançados, uma vez que os demais concorrentes melhoraram ainda mais as suas propostas, porém a FAB saiu ferida desta, uma vez que evidenciou-se que a escolha seria política dando um ar de que “não importa quanto técnica seja a avaliação da FAB, a escolha será política”, o que tornaria vã a luta, os trabalhos e a espera dos profissionais da Força Aérea.
Hoje dia 2 de Dezembro 12 anos depois de inicado o programa, ainda não se sabe quem é o vecendor da concorrência para aquisição de caças mais longa da humanidade, os lobbies travam uma batalha midiática diária, com anúncios, conferências de imprensa, visitas aos políticos, declarações desencontradas e contra informação perpetuada pela mídia (isto inclui o nosso site).
Ora, vejamos, a parte mais demorada e trabalhosa do projeto já foi concluída, os profissionais da FAB trabalharam dupla senão triplamente para colher as mesmas informações técnicas, avaliar as aeronaves, os detalhes dos Offset oferecidos dentre outras coisas, entretanto, aquilo que parece ser o mais simples, reunir o conselho de Defesa e decidir qual deste caças é o vencedor, parece ser a tarefa mais difícil.
Esperemos que o presidente não esteja esperando a oportunidade de mais uma crise econômica, nem mais um programa social carente de recursos, nem que use novamente o argumento da obsolência dos vetores para mais uma vez prorrogar o programa.
A FAB já esperou pacientemente por 12 anos algo que estratégicamente é inaceitável. Os céus do Brasil estão descobertos de defesa e o país necessita não de 36, mais de centenas de caças para a sua defesa efetiva, não me parece que o problema seja financeiro, pois o governo, dia após dia apresenta resultados espantosos de êxitos econômicos.
Quais problemas teria o presidente Lula em reunir o conselho? porque esperar até depois do Natal? Quais são o motivos desta demora no anuncio?
Festas Natalinas? agenda internacional? visitas políticas? pois bem, seriam estes motivos mais relevantes que a segurança nacional? esperemos que não…
Senhor presidente, a FAB já fez exemplarmente o seu trabalho, por favor e urgentemente, faça o seu…
Texto
Plano Brasil
E.M.Pinto
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