Maceió é a capital mais violenta para os jovens e SP a menos, mostra pesquisa

SÃO PAULO – Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, no Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que Maceió é a capital brasileira onde os jovens estão mais expostos à violência. São Paulo ficou na 192ª posição do ranking e foi considerada a capital de menor vulnerabilidade, onde supostamente os jovens estão mais seguros.

A cidade do Rio de Janeiro ficou em 8º lugar entre as capitais. Levando em conta todos os 266 municípios brasileiros avaliados, a cidade de Itabuna, no sul da Bahia, foi considerada a mais violenta para os jovens. Já a cidade de São Carlos, no interior paulista, foi avaliada como a melhor de todas.

No topo do ranking, com índice de exposição a violência considerados muito altos estão Marabá (PA), Foz do Iguaçu (PR), Camaçari (BA), Governador Valadares (MG), Cabo de Santo Agostinho (PE), Jaboatão dos Guararapes (PE), Teixeira de Freitas (BA), Serra (ES) e Linhares (ES). Depois de São Carlos, os mais seguros são: São Caetano do Sul (SP), Franca (SP), Juiz de Fora (MG), Poços de Caldas (MG), Bento Gonçalves (RS), Divinópolis (MG), Bauru (SP), Jaraguá do Sul (SC) e Petrópolis (RJ).

Para classificar os municípios, a pesquisa criou um Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJV), que leva em conta o indicador de mortalidade por homicídios, por acidente de trânsito, frequência à escola e emprego, indicador de pobreza e de desigualdade.

Por conta disso, a cidade São Paulo ficou à frente, por exemplo, de Criciúma (SC), mesmo com um número de homicídios maior que o da cidade catarinense. Isso, de acordo com o Fórum, acontece porque outros dados equilibram o índice. Enquanto São Paulo tem uma vulnerabilidade maior a homicídios, em Criciúma o risco de morrer em acidentes de trânsito supera o encontrado na capital paulista. Além disso, na cidade é mais difícil o acesso ao emprego e à escola.

Morte precoce

De acordo com o estudo, pela metodologia criada pelo Laboratório de Análise da Violência, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro  (UERJ), a estimativa é que 5.002 jovens morrerão por homicídios antes de completarem 24 anos no Brasil.

Na faixa etária de 12 a 18 anos, a estimativa é de que 2,38 adolescentes morram antes dos 18 anos. Já entre adultos de 25 a 29 anos, a previsão é de que, em média, 3,73 jovens morram antes de chegar aos 29 anos.

Próximos da violência

Um dado alarmante do estudo é que, mesmo que não sejam vítimas diretas da violência, a maior parte dos jovens brasileiros convive bem de perto com ela. Dos 5.182 entrevistados de 13 Estados, 88% afirmaram já terem visto corpos de pessoas assassinadas. Outros 64% disseram que costumam ver pessoas que não são policiais portando armas de fogo. Aqueles que afirmaram que pessoas próximas foram mortas somaram 8%.

Grupo de risco

A pesquisa indica que homens (56,1%), com mais de 19 anos (73,2%) e que se declaram negros ou pardos (64,1%) são os mais suscetíveis á violência. Já as mulheres (54,1%) entre 12 e 18 anos (44,2%) compõem o grupo de menor risco.

Perfil

Os jovens brasileiros se dizem solteiros (75,6%), católicos (46,8%) e pardos (39,6%). Dos ouvidos, 39,2% disseram viver com até R$ 930 mensais e 14,4% afirmaram ser os responsáveis pelo sustento da casa onde moram.

O grau de escolaridade variou bastante entre os entrevistados, com uma pequena vantagem para aqueles que dizem ter completado o ensino primário, mas não o ginasial (28%). Depois, estão os que terminaram o colegial (26,9%) e os que acabaram o fundamental, mas não chegaram a concluir o ensino médio (25,6%).

Estudo

O estudo foi feito em parceria com o Instituto Sou da Paz, o Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção ao Delito e Tratamento do Delinquente (Ilanud) e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

Segundo o secretário-geral do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, o objetivo do estudo foi identificar o grau de exposição à violência a que jovens brasileiros de 12 a 29 anos são submetidos.

Fonte: Último Segundo

2 Comentários

  1. Violência é tido num sentido extremamente amplo nesta pesquisa, incluindo até acidentes de trânsito, e ainda por cima leva-se em conta oportunidades de emprego como “compensador” para a classificação final das cidades. A pergunta é: o que se quer mostrar com essa classificação ? A palavra “violência” aparecendo no título como está levou-me a pensar imediatamente em criminalidade. Seria isso que o texto quer sugerir, mesmo esse sendo apenas um dos muitos quesitos que compõe violência segundo a pesquisa? Não acredito, deve ser o título que foi mal pensado.

    Seria interessante ver em um índice que trate única e exclusivamente de criminalidade e não se limite apenas a uma determinada faixa etária qual a posição de São Paulo em relação às outras capitais. Meu palpite é que estará entre as mais perigosas, bem perto (ou acima até) do Rio de Janeiro. Não vale é usar oportunidades de emprego como compensador, pois aí não deve haver um índice sequer no qual São Paulo perca pra nenhuma outra cidade do Brasil.

  2. Enquanto os jovens BRASILeiros ñ tiverem seu IDH melhorados , e terem pespectivas p o futuro..o negocio irá de mal a pior…essa guerrilha urbana pela sobrevivência será cada x pior..é eu é mt outros estaremos no caminho das balas “perdidas”. Estamos esvaziando o país .

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