Preocupados com o possível acordo militar entre Estados Unidos e Colômbia, os presidentes da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) quebraram o protocolo e discutiram abertamente nesta segunda-feira, em Quito, o que alguns classificaram como a “ameaça” representada pela presença de efetivos militares americanos na região.
Após uma sugestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os líderes também concordaram com a realização de uma reunião emergencial com a presença do governo dos Estados Unidos para discutir a questão.
Em um discurso enfático, que não estava previsto na programação do encontro, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que “ventos de guerra sopram na região” e que, se sofrer algum tipo de agressão, seu governo responderá de forma “militar e contundente”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou um discurso apaziguador e sugeriu que o assunto seja discutido “abertamente”, inclusive com os Estados Unidos. Segundo Lula, a questão tem que ser resolvida com “muita conversa”.
Lula disse ainda que “é importante chamar o governo americano para a reunião emergencial” sobre a possível utilização de bases militares colombianas pelos Estados Unidos.
“Talvez fosse o caso de a Unasul convidar o governo americano para uma discussão profunda sobre a relação dele com a América do Sul”, disse. Segundo Lula, esta discussão será “sofrida”.
“As pessoas vão ter que ouvir duras verdades, caso contrário, a Unasul corre o risco de se transformar em um clube de amigos cercado de inimigos por todos os lados”, afirmou o presidente.
Lula sugeriu ainda que o encontro seja realizado antes da Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para o dia 23 de setembro em Nova York.
Protocolo
Durante a cúpula, só estavam previstos discursos da presidente chilena, Michelle Bachelet, e do presidente equatoriano, Rafael Correa.
A questão das bases militares, no entanto, acabou sendo levantada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, que quebrou o protocolo e iniciou a discussão.
A vice-chanceler da Colômbia, Clemencia Forero, concordou com ideia da reunião e disse que o presidente colombiano, Álvaro Uribe, estará presente no encontro emergencial de chefes de Estado para esclarecer a questão.
Segundo Forero, no entanto, é também importante que os países estejam preparados para discutir outros temas de segurança na região, como, por exemplo, o tráfico ilegal de armas.
Os presidentes da Unasul também concordaram em realizar, no dia 24 de agosto, uma reunião de ministros de Relações Exteriores e de Defesa para discutir o acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos. O encontro deve ser realizado em Buenos Aires.
Chamar p conversar sobre uma decisão já tomada, + pode demonstrar q estamos + Coesos neste ponto…vamos ver.