Iron Beam é considerado operacional e pronto para implantação

E.M.Pinto


O recente anúncio do Ministério da Defesa de Israel sobre o sucesso dos testes do sistema de defesa a laser Iron Beam traz consigo mudanças na doutrina de defesa do país e, possivelmente, na guerra moderna.O sistema foi desenvolvido pela Rafael Advanced Defense Systems em parceria com o Ministério da Defesa de Israel (DDR&D) e a Força Aérea (IAF).  Segundo as declaraçõesdo próprio Ministro da defesa Israel Katz, o sistema demonstrou eficácia em interceptar foguetes, morteiros, UAVs e até aeronaves em diferentes cenários operacionais, e deverá ser implantado até o final do ano. O fato de ter passado por semanas de testes em condições reais confere legitimidade à afirmação de que o projeto alcançou maturidade tecnológica submetido à diferentes situações em condições climáticas adversas.

O sistema de laser de alta potência, equipado com sistemas de mira avançados e óptica adaptativa é capaz de manter o feixe estável e preciso mesmo a longas distâncias. Isso garante não apenas rapidez na neutralização da ameaça  já que o feixe atinge o alvo à velocidade da luz, e ademais, possui precisão cirúrgica, reduzindo danos colaterais.

Enquanto sistemas convencionais, como o Iron Dome, empregam interceptadores de dezenas de milhares de dólares por disparo, o Iron Beam promete realizar o mesmo trabalho a um custo ínfimo, limitado praticamente ao consumo de energia elétrica cada disparo se resumindo à algumas dezenas de dólares. Esse fator não apenas alivia o orçamento da defesa, como também torna viável sustentar operações prolongadas contra ataques de saturação, em que adversários lançam foguetes de baixo custo, munições de artilharia e drones igualmente baratos em grande volume.

Ressalta-se que o sistema não substitui nenhum outro sistema responsável pela defesa em camadas, mas sim, complementa a arquitetura multicamadas de defesa de Israel, ao lado de sistemas como o Iron Dome, David’s Sling e Arrow. Ele assume a função de lidar com as ameaças de curto alcance e baixo custo, liberando os interceptores mais caros para enfrentar mísseis de médio e longo alcance. Essa lógica otimiza recursos e reforça a resiliência defensiva do país.

O sistema utiliza lasers de fibra de 100 kW. Essa classe de potência permite que ele concentre grande energia em um feixe estreito para destruir alvos, com possibilidadede superposição d evários “canhões” num único alvo os feixes acaba por amplificar a potência e otimizam os disparos economizando as baterias de recarga almpliando o número de dispoaros sequenciados.

Nos testes recentes, o sistema demonstrou alcance operacional de vários quilômetros. Fontes citam cerca de 10 km de alcance úti. Em 2023,um feixe de diâmetro de uma moeda  conseguiu o feito de interceptação à 10 km de distância.  O MD havia informado que o a configuração inicial era mais limitada (~7 km), mas com aprimoramentos o sistema extendeu significativamente o seu alcance oq ual estima-se ser na faixa de 10 km.

O feixe laser viaja à velocidade da luz, tornando o tempo de engajamento da ordem de segundos. Sensores e sistemas de ótica adaptativa reúnem microfeixes e compensam distorções atmosféricas, resultando em um feixe focalizado de diâmetro muito pequeno, o que garante alta precisão. Por ser baseado em energia elétrica, o Iron Beam tem munição virtualmente ilimitada mediante disponibilidade elétric, isso contrasta com sistemas cinéticos que dependem do estoque limitado de mísseis.

Segundo a  RAFAEL, durante os testes, salvas de artilharia foram lançadas e o sistema conseguiu interceptação bem-sucedida de dezenas de ameaças simultâneas em variados cenários. Além disso, há indicação de capacidade contra pequenos mísseis e até mísseis antitanque (ATGM).

 O grande atrativo do Iron Beam é o custo ínfimo por interceptação. De acordo com oficiais israelenses, o gasto marginal de energia elétrica por tiro fica em apenas alguns dólares, algumas fontes relatam valores que oscilam em US$5 a US$ 50 dólares pro disparo, em comparação, cada míssil interceptor do Iron Dome custa entre US$100–150 mil segundo outras fontes. Essa diferença colossal pode reduzir drasticamente o custo das defesas em cenários de ataques em massivos.

Recarga Instantânea: Não há necessidade de recarregar cartuchos ou transportar munição pesada. Enquanto o sistema estiver ligado à rede elétrica (com resfriamento adequado), ele pode disparar indefinidamente. Isso elimina atrasos logísticos típicos dos sistemas convencionais.

Nem tudo são flores, embora suficiente para muitas ameaças de curto alcance, seu alcance (centenas de metros a ~10 km) é bem inferior ao dos interceptadores cinéticos de médio e longo alcance. Por exemplo, mísseis do Iron Dome chegam a 70 km. Isso significa que alvos distantes continuarão fora de seu raio de ação.

Ressalta-se uma limitação técnica inerente aquaisquer sistemas laser de defesa pois, a  eficácia pode ser degradada por neblina, nuvens densas, fumaça ou tempestades de areia. Tais condições dispersam ou absorvem o feixe, reduzindo alcance e potência no alvo. Na prática, em climas adversos parte da capacidade defensiva do laser fica comprometida, exigindo apoio de interceptadores tradicionais.

Outro fator a ser considerado é a resposta à um grande volume de ameaças (dezenas de foguetes simultâneos), ainda que o Iron Beam dispare rapidamente, ele precisará funcionar em conjunto com o Iron Dome. Fontes alertam que lidar com enxames muito volumosos requer uso combinado de sistemas, já que cada laser pode engajar um alvo por vez e pro vezes, vários laseres precisaarão focar num único alvo para conseguir resposta rápida, pois laseres precisam “iluminar” os alvos pro alguns segundos até que seu efeito destrutivo os neutralize.

Ademais, o sistema requer uma fonte robusta de eletricidade e refrigeração líquida constante. Isso limita sua mobilidade e implantação em cenários sem infraestrutura adequada. Geradores ou ligações à rede são indispensáveis, o que o torna mais fixo que sistemas móveis de mísseis em alguns casos. Por último e não menos importante, apesar do custo operacional baixo, o investimento para desenvolver e produzir o sistema é alto. O governo israelense já aprovou US$536 milhões em contrato para expandir a produção do Iron Beam. Esse montante reflete o custo de P&D e fabricação de unidades operacionais.

Após anos de pesquisa, o Iron Beam está entrando na fase final de testes operacionais. Neste mês de setembro de 2025, o Ministério da Defesa israelense anunciou que as últimas séries de testes foram concluídas com êxito, preparando o sistema para entrega às Forças de Defesa de Israel até o final do ano. Prototipos táticos de lasers de curto alcance já estão em uso limitado na atual guerra em Gaza, onde aparentemente abateram dezenas de ameaças reais.


Fonte

  1. srael successfully completes Iron Beam laser defense system tests, Arutz Sheva – Israel National News, [LINK] 
  2. Rafael’s Iron Beam laser system passes critical tests, to be deployed this year, Times of Israel, [LINK]
  3. Israel’s Iron Beam Laser Weapon System: A Game-Changer in Defense, DefenceHub, [LINK]
  4. Israel’s Iron Beam laser weapon: low-cost defense against rockets, drones, Euronews, [LINK]
  5. Israel’s new Iron Beam laser weapon system is a step towards Star Wars tech, Interesting Engineering, [LINK]
  6. The Iron Beam: Israel’s New Weapon of Choice, Jerusalem Institute for Strategy and Security (JISS), [LINK]
  7. Rafael’s Iron Beam Laser Weapon System passes tests, ready for deployment, Breaking Defense, [LINK]

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