A Força Aérea Real da Tailândia (RTAF) acaba de dar um passo importante rumo à independência tecnológica com o teste bem-sucedido de seu primeiro drone kamikaze produzido no próprio país. O sistema, que é uma munição do tipo “loitering” — ou seja, pode sobrevoar uma área até identificar o alvo ideal — foi projetado para ataques de precisão e surpreendeu pelo desempenho.
Durante os testes, o drone atingiu alvos com uma margem de erro inferior a cinco metros, o que comprova seu alto nível de precisão. O equipamento foi desenvolvido em parceria entre a Academia da Força Aérea, a Diretoria de Armamento e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Aeroespacial e Espacial da RTAF. A iniciativa mostra claramente o compromisso da Tailândia em reduzir sua dependência de importações militares e fortalecer sua base industrial de defesa.
Visualmente, o drone tem formato de asa delta, é lançado por catapulta e funciona com motor de combustão. É controlado remotamente por um operador que, por meio de câmeras embarcadas, pode localizar e guiar o equipamento até o alvo, onde ele se auto destrói junto com a carga explosiva.
Ainda não foram revelados detalhes sobre o alcance máximo ou tempo de voo, mas os resultados animadores já foram considerados suficientes para que o projeto avance para fases mais maduras, incluindo a produção em escala e possíveis aplicações práticas no campo.
Embora não conte com sensores sofisticados ou alcance comparável aos modelos ocidentais, como o Harop israelense ou os Switchblade americanos, o novo drone tailandês aposta no custo mais baixo e na simplicidade operacional como trunfos. Em um cenário regional de crescentes desafios de segurança, essa pode ser uma solução acessível e eficaz.
Mais do que uma inovação militar, o projeto também carrega um simbolismo importante. A própria Força Aérea destacou que segurança nacional não se compra — se constrói. E, nesse sentido, a Tailândia demonstra que está determinada a construir seu próprio caminho.