E.M.Pinto
Agradecimentos à Everton Luiz V Pedroza
A “Guerra dos 12 Dias” ocorrida entre 13 e 25 de junho de 2025, foi marcada pela escalada das tensões entre Irã e Israel em um conflito que testou as capacidades defensivas e tecnologias mais recentes de ambos os envolvidos. O uso extensivo da guerra eletrônica, mísseis balísticos e novas armas até então desconhecidas dividiram o espaço com os drones lançados por ambos os lados conflitantes. Estas armas assimétricas foram empregadas em sua maioria contra as defesas aéreas e sistemas de comunicação, confirmando a sua versatilidade e letalidade.
O conflito que se iniciou com os ataques aéreos da Foça Aérea e Aeroespacial das IDF, foi seguido por uma retaliação iraniana que, apenas no dia 13 de junho lançou levas de mais de 100 drones e 150 mísseis balísticos. Múltiplas ondas ataque de ambos os lados se seguiram naqueles 12 dias, totalizando mais de 2000 ataques.
As nações envolvidas, pagaram um preço alto pelas suas ações e os custos materiais, humanos e econômicos, não podem ser minimizados pelas narrativas e inflamadas declarações das autoridades, direcionadas basicamente para acalentar ao público interno.
Para além do uso das “formidáveis” armas secretas, o efeito do uso dos drones passou adjacente à mídia corporativa, porém, os números envolvidos demonstram a importância destes eventos e ressaltam fragilidades e adequações necessárias para a garantia da segurança e minimização dos potenciais danos promovidos por estes sistemas.
As operações de lançamentos e abates, alvos destruídos, dentre outros fatores, foram negligenciados pelos meios de comunicação e certamente permanecerão um segredo guardado pelos envolvidos. Porém, uma análise criteriosa do evento ressalta a necessidade de desenvolvimento de capacidades defensivas de ambos os atores para fazer frente a esta ameaça.
É nesse sentido que este artigo se dedica a avaliar as características e necessidades de uma aeronave que em conjunto com os demais meios defensivos, poderia colaborar na atenuação dos danos promovidos pelos enxames de drones.
A Guerra dos Drones
Difícil de confirmar quais os modelos de drones iranianos foram utilizados nos ataques porém é possível estimar que o Irã tenha empregado drones dos modelos Shahed 136, 171 e 238, Arash-2 e o Mohajer-6. Alguns destes drones são aeronaves do tipo “kamikaze” ou loitering munition (munições vagantes) com alcance entre de 1200 a 2500 km, e possuem a capacidade de carregar ogivas bem como bombas ou mísseis guiados.
Em 13 de junho de 2025, o Irã lançou mais de 100 drones e 150 mísseis contra Israel, como parte da “Operação Promessa Verdadeira III“. Outras ondas de ataques se sucederam, incluindo uma significativa em 16 de junho, com drones e mísseis lançados diretamente à Tel Aviv, Haifa e Beersheba.

Prováveis drones empregues nos recentes ataques à Israel na guerra dos 12 dias.
As IDF relatam que com apoio de aliados, israel conseguiu interceptar a gigantesca maioria dos drones, mas cerca de 3% a 5% conseguiram escapar dos meios defensivos. A defesa efetiva feita em primeira medida por caças dos Estados Unidos, Jordânia e da coalizão árabe (não declarada, provavelmente composta pela Arábia sautita e Emirados Árabes Unidos), conseguiram abater um grande número desses drones, entretanto, um número significativo deles atravessou essas linhas devido as suas características de voo e difícil detecção.
O acompanhamento para tal, exige um esforço enorme, leia-se: controle, acompanhamento e orientação, que em momentos de ataques coordenados por mísseis torna a situação ainda mais complexa. Os drones que resitiam a primeira camada defensiva seguiram rumo aos seus alvos, adentrando ao esaço de responsabilidade das defesas aereas israelenses. Seus caças e helicópteros de ataque foram adaptados para enfrentá-los na penúltima ou em alguns casos a última camada defensiva.
Penúltima pois em alguns locais, caso os drones superassem todas estas “barreiras” eles teriam pela frente os sistemas Iron Dome, David’s Sling, sistemas os quais já adianto, possuem limitações operacionais para abate à baixa altitude. Israel mobilizou caças F-16 e F-35 para interceptações, aeronaves de alto desempenho e de custos operacionais elevados para a tarefa de neutralização de armas à custos de algumas dezenas de milhares de dólares a hora de voo. Esses caças, equipados com mísseis como AIM-9X Sidewinder e Python 5, AIM 120D e Derby efetuavam a resposta mais imediata, seguidos pleos AH-64 Apaches que com seus canhões mostraram-se cruciais para engajar drones na etapa final em voo baixo.

Estimativa dos mísseis utilizados na defesa em camadas do espaço aéreo entre Irã e Israel.
O que parece ser a decisão correta, pode ser entendida como a “possível” e não necessáriamente a “desejável”. É de se questionar sobre a efeito assimétrico dos custos desta operação dado que, um drone como o Shahed 136 cujo valor gira em torno de US$ 20000 e US$ 50000, permite ao Irã lançar grandes quantidades à um custo relativamente baixo, por seu lado, intercepta-lo com um míssil do sistema David Sling cujo míssil Stunner beira casa dos US$ 1 milhão, mostra claramente o desequilíbrio, a assimetria dos custos e da logística de guerra.
Ademais, caças como os F-16 (US$ 22.000 por hora de voo) e F-35 (US$ 44.000 por hora) usados nesta operação, acabavam por serem desviados de suas funções no ataque ao Irã para servirem de “zagueiros” na tentativa de neutralizar a horda de drones, isso tudo a um significativo custo operacional, que se soma ao desgaste físico das aeronaves e tripulações expostas as tensões prolongadas nestas operações, algo muito mais difícil de ser reposto e que com o uso prolongado eleva os riscos de falhas e compromete a eficácia das operações.

Comparativo entre o A-29 e duas das aeronaves a jato empregues no combate a drones na guerra dos 12 dias.
Em suma, o custo médio de cada míssil do sistema de defesa e dos caças pode oscilar entre centenas de milhares de dólares até os pouco mais de milhões, o que assinala que o real objetivo de seus usos, atende aos objetivos iniciais dos seus adversários, o de criar uma situação insustentável a longo prazo, instaurar o caos e saturar as defesas aéreas. Fazendo isso de uma forma relativamente simples e barata, o que denota um êxito na estratégia iraniana.
Ressalta-se que o custo de tudo isso não pode, ser calculado somente pelos valores diretamente envolvidos, em pelo menos um evento conhecido e televisionado, um drone iraninao acertou em cheio um sistema de lançamento de interecptores aéreos destruindo alguns milhões de dólares instantaneamente, inabilitando a capacidade defensiva local, sequencialmente, radares e sistemas de comunicação itens extremamente complexos e estratégicos também foram alvejados por meios relativamente simples.
Drones como o Shahed 136, operam a baixa altitude (abaixo de 1000 metros), por vezes sobrevoam nos ambientes urbanos ziguezagueando entre os edifícios, utilizando a curvatura da Terra e estruturas urbanas para evitar detecção por radares e demais sistemas de rastreio à longas distâncias, surgindo sobre os alvos no último instante d emaneira inesperada sem que as defesas tenhama chnace de responder.
São armas poduzidas em estruturas de fibra de vidro e fibra e de carbono o que em conjunto com seu perfil de operação dificulta ainda muito mais a sua detecção. São lançados em enxames, criando um efeito de saturação que sobrecarrega sistemas de defesa.
Operando em baixa altitude e com exímia capacidade de manobra à baixas velocidades, esses drones exigem que caças de alto desempenho operem em altitudes e velocidades compatíveis, o que lhes tira por completo suas vantagens operacionais, pondo-os em risco de stall ou de colizão com estruturas e relevo.
Por seu lado, sistemas terrestres como o Iron Dome são menos eficazes contra alvos de voo baixo, razão pela qual helicópteros AH-64 Apache tornam-se essenciais para rastrear e abater drones em tempo real, tendo estes helicópteros a capacidade de pairar e se posicionar como goleiros quando a “zaga” falha. Apesar disso não são eficazes para percorrer grandes distâncias e mudar drasticamente de altitude em manobras o que limita sua operação em determinados momentos especilamente quando enfrentam multiplos alvos em áreas além do alcance de seus canhões.

Concepção artística de helicópteros AH-64 engajado drones em caçadas aéreas.
Para além disso os helicópteros possuem a limitação da carga de munições que pode transportar e disparar de seus canhões.
Em outras palavras, um ataque causado por múltiplos drones simultâneos pode esgotar os recursos de defesa, desviando atenção de outras ameaças, como mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro que dentre outras consequências, exige a manutenção de um número enorme de sistemas para solucionar um “único” problema .
Ataques bem sucedidos em Tamra, no norte de Israel, em 15 de junho de 2025, resultaram em danos materiais e baixas civis. Esses ataques forçaram Israel a redirecionar recursos, evidenciando a eficácia dos drones em sobrecarregar defesas e causar impacto psicológico e material. A resposta exigiu o emprego de armas que custam cerca de 40 vezes mais do que ameaça e essa disparidade, combinada com a necessidade de mobilizar sistemas caros, esgotou-se os recursos rapidamente. Forças aéreas aliadas foram necessárias para ampliar o esforço de conter os ataques.
Pode-se dizer então, que o avanço acelerado das tecnologias de drones, sobretudo os modelos de baixo custo e alta letalidade, tem reconfigurado os paradigmas da guerra moderna. A proliferação dessas aeronaves não tripuladas, utilizadas em missões de reconhecimento, sabotagem ou ataque direto, impõe desafios consideráveis às defesas convencionais.
Necessidades urgentes
Uma vez que multiplas respostas são necessárias para fazer frente à estas ameaças, o desenvolvimento de sistemas para enfrentá-los é cada vez mais urgente e nesse sentido, aeronaves turbohélices de alto desempenho podem ser uma solução, cobrindo caças e helicópteros nas lacunas operacionais suplantando as deficiências de cada umao combinar características operacionais específicas e vantagens econômicas.
Aeronaves como o Embraer 314 Super tucano ou A-29, o Beechcraft AT-6 Wolverine, o Air Tractor AT-802L Longsword são exemplos destes novas aeronaves que podem ser convertidas com efiácia para esta função. Com destaque para o Super Tucano que indiscutivelmente domina o segmento de ataque leve devido à sua versatilidade, robustez e histórico operacional.
“Existe uma demanda crescente para capacidades anti-drones”.
Caetano Spuladro Neto, Vice-Presidente de Vendas da Embraer para o Oriente Médio e África, Shephard
O A-29 venceu concorrências importantes, como o programa LAS da USAF em 2013, contra o AT-6 Wolverine, e é amplamente utilizado em conflitos de baixa intensidade (ex.: contra as FARC na Colômbia e o Talibã no Afeganistão). Seus concorrentes, como o AT-6 Wolverine e o AT-802L Longsword, têm presença menor no mercado global.
Ressalta-se que o esforço israelense em buscar uma solução mais eficaz para esta demanda, ilustra a necessidade urgente de se possuir uma aeronave com estas características. Nesse episódio que envolveu o uso intensivo de caças próprios e de aliados, incluindo bases norte-americanas, jordanianas, cipriotas e possivelmente sauditas e emiradenses, resultaram numa grande mobilização de recursos superdimensionados para a tarefa, denotando a necessidade de rever estas estratégias e preencher lacunas.
Recorda-se que tal iniciativa não é isolada, a Ucrânia já emprega o YAK-52 contra drone russos (clique para ler) e certamente necessitará de uma aeronave mais eficaz para esta função. Pode-se listar um número ainda maior de nações que atualmente enfrentam o dilema dos drones. Rússia, Israel, Arábia saudita, Irã, Armênia e Estados Unidos tem sido os principais alvos dos ataques dos drones até agora, certamente terão que adequar seus esforços para medidas efetivas e de menor custo econômico e logístico, mas este “flagelo” não é isolado e certamente será parte integrante dos conflitos futuros, o qual, ninguém estará ileso.

Imagem do engajamento de uam aeronave ucrania Yakovlev Yak-52 como caçador de Drone na guerra russo-ucraniana.
Porque o Super Tucano?

Desenvolvido para o programa ALX da Força Aérea Brasileira, o A-29 Super Tucano provou-se uam plataforma versátil e que pode evoluir ainda mais com usas modernizações.
O Embraer EMB-314 Super Tucano, também conhecido como A-29, é um desenvolvimento avançado do EMB-312 Tucano. Idealizado no programa ALX da Força Aérea Brasileira em 1995, foi projetado para patrulha de fronteira e vigilância na Amazônia (SIVAM) bem como, na substituição de treinadores a jato com exímia capacidade de operar em pistas curtas pouco preparadas e em condições adversas.
Equipado com motor PT6A-68C de 1600 shp, a aeronave possui fuselagem reforçada, cockpit pressurizado, aviônicos modernos, HUD, proteção Kevlar e capacidade de operar dia/noite, o protótipo voou em 1999 e entrou em serviço em 2003.
Produzido para fins militares o ALX combina funções de ataque leve, interceptação, reconhecimento e treinamento avançado. É uma aeronave que serve com eficácia comprovada no Brasil, onde participou das operações Ágata e combate ao tráfico na Amazônia, na Colômbia, operou com precisão e armas guiadas contra as FARC e no Afeganistão integrou o programa Light Air Support da USAF, com cerca de 60 000 h em combate no Afeganistão.
Possui mais de 260 unidades foram vendidas, acumulando 550 000h de voo. É uma plataforma versátil de alto desempenho, baixo custo operacional, múltiplas funções e com histórico vitorioso em conflitos de baixa e média intensidade, bem-sucedidos em cenários reais contra insurgência e tráfico em áreas pouco ou relativamente contestadas.
No que se refere ao combate contra drones o Super Tucano A-29 é sem dúvida uma resposta inteligente e proporcional. Seu custo de aquisição circunda os US$ 14 milhões, cerca de um terço do valor de um caça moderno e sua hora de voo custa em torde de US$1000 a US$1500, contra os US$ 22000 de um F-16 ou US$ 17000 de um A-10C Warthog.
Seus custos por hora de voo são inferiores ao dos demais concorrentes turbohélices, superior apenas ao do Wolwerine que possui limitações. O A-29, possui melhor relação custo-benefício operacional com custo de aquisição moderado (US$ 14 mi) e menor custo por hora (US$ 900 a 1000 mil). Possui maior capacidade de carga (1550 kg) e excelente desempenho geral, com velocidade, teto operacional e capacidades de oepração em pistas não preparadas.
Comparativamente, o Wolverine AT-6, possui desempenho aerodinâmico semelhante ao do A-29, com velocidade máxima ligeiramente superior e maior raio de combate (800 km), contudo, possui maior custo de aquisição (US$ 17 mi) e de operação (US$ 1000/h), com menor capacidade de carga. Sendo este indicado para forças que priorizem alcance sobre capacidade ofensiva.

Comparativos de eficácia entre o AT-6 e A-29 mediante condições de ventos cruzados e estabilidade de voo.
O A-29 destaca-se por uma série de qualidades técnicas que o tornaram vencedor do programa LAS da Força Aérea dos Estados Unidos. O Super Tucano atinge velocidade máxima de 590 km/h e possui alcance de até 2855 km com tanques externos, além de uma autonomia excepcional de até 8,4 horas de voo, o que o torna ideal para longas missões de vigilância e apoio aéreo. A aeronave possui maior estabilidade em voos em regiões quentes e mesmo em condições com ventos cruzados com melhor estabilidade longitudinal. Ademais, possui controle total sobre potencia máxima sem restrições na manete. Não é segredo, o Super tucano foi genuínamente projetado para missões de contrainsurgência e apoio aéreo aproximado, portanto, apresenta excelente estabilidade em baixas altitudes, um ambiente comum nesse tipo de operação.
Sua capacidade de carga é ideal para sua função e pode ser distribuída em cinco pilones, além de contar com duas metralhadoras .50 integradas às asas. A aeronave incorpora cockpit blindado e compartimento do motor protegido contra munições de até calibre .50, reforçando sua capacidade de operar em ambientes hostis e sob fogo inimigo. O cockpit em tandem é equipado com Head-Up Display (HUD), compatibilidade com óculos de visão noturna (NVG), painel digital completo e controles duplicados, o que também o torna apto para treinamento avançado.
Ele conta com instrumentos de navegação avançados como GPS com correção WAAS, sistema ROVER de transmissão de vídeo em tempo real, HUD com modos CCIP e CCRP e comunicações integradas por múltiplos canais, incluindo VHF/UHF e SATCOM, operando simultaneamente em três rádios.
Além disso, possui sensores eletro-ópticos e infravermelhos, datalink, capacidade de gravação e transmissão ao vivo de imagens, trem de pouso retrátil reforçado para operar em pistas não preparadas e desempenho operacional comprovado em temperaturas extremas, variando de -40ºC a +50ºC, tanto em selvas quanto em desertos. O histórico operacional robusto inclui uso bem-sucedido em combate por forças aéreas do Brasil, Colômbia, Afeganistão, Nigéria e Mali, consolidando-o como uma plataforma confiável e eficaz.
O Super Tucano também oferece um sistema completo de treinamento e simulação de missão, com estações de planejamento e debriefing avançadas. Sua manutenção é simples, com alta disponibilidade e baixo custo operacional, podendo operar a partir de bases avançadas com mínimo apoio logístico, características essenciais para forças aéreas de países em desenvolvimento ou em regiões instáveis.
Tabela comparativa entre o AT-6 vs Super Tucano, Análise feita pro Sérgio Snatana ao Poder Aéreo (clique para ler): Colaborador da Shephard Media, autor de livros sobre aeronaves de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento
AT-6 | Super Tucano | |
---|---|---|
1. Trem de pouso | Projetado para missões de instrução em pistas pavimentadas | Estrutura robusta, permite operações de rotina em bases avançadas |
2. Pneus | Alta pressão, adequados para pistas pavimentadas | Grandes e de baixa pressão, ideais para pistas não preparadas |
3. Distância do solo | Pequena (sem carenagem externa), difícil manutenção e operação | Alta, facilita manutenção e reduz danos em terrenos rústicos |
4. Distância entre os trens de pouso | Entre-eixos de 2,54 m; do nariz: 2,31 m | Entre-eixos de 3,71 m; do nariz: 3,30 m maior estabilidade |
5. Empenagem / cauda | Projetada para motor de 1100 SHP; menor estabilidade de cruzeiro | Projetada para motor de 1600 HP; melhor desempenho aerodinâmico |
6. Canopy | Linear, voltado para aerodinâmica | Amplo, melhor visibilidade do solo e lateral |
7. Visibilidade do assento traseiro | Restrita pelo assento frontal | Excelente visibilidade traseira; ideal para treinamento e combate |
8. Hélice | Quatro pás; projetada para treinamento | Cinco pás; redução de ruído e maior eficiência |
9. Refrigeração do óleo do motor | Posição baixa, favorece ingestão de FOD e exposição a fogo antiaéreo | Elevada e lateral, melhor proteção contra FOD e calor do solo |
O terceiro da lista, o Longsword AT-802L, possui o mais baixo custo de aquisição (US$ 5 mi), ideal para orçamentos restritos. Entretanto, seu desempenho significativamente inferior em velocidade, teto de serviço (7620 m), alcance e carga útil o limitam para operações continuadas e adequações para operações contra enxames de drones sendo melhor aplicável as missões de vigilância ou combate de baixa intensidade em áreas remotas.

Comparação de informações técnicas entre os três principais turboélices de ataque leve disponíveis no mercado.
Comparativamente aos três potenciais concorrentes, o A-29 Super Tucano se destaca como a aeronave mais equilibrada e eficaz para missões de ataque leve, vigilância armada e apoio aéreo em ambientes austeros, combinando baixo custo operacional, alta capacidade de carga e robustez comprovada.
O A-29 é ideal para acompanhar ou interceptar drones subsônicos e particularmente eficiente no combate a alvos com perfis semelhantes aos Shahed 136 (velocidade máx. ~185 km/h) ou o Shahed 238 (máx. ~600 km/h). Ao contrário dos caças a jato, que exigem pistas preparadas e enfrentam riscos operacionais em terrenos improvisados (como ingestão de detritos, FOD), o Super Tucano pode decolar e pousar em pistas rudimentares, incluindo estradas, pistas de terra e bases avançadas de campanha. Essa flexibilidade amplia sua aplicabilidade em cenários de defesa distribuída, onde a agilidade logística pode ser decisiva.

Principais sistemas de armas compatíveis com o A-29- (imagem EMBRAER).
A 29 I?
Não há requisitos para esta aeronave ainda nas IDF, porém, o caminho está traçado para um novo vetor anti drone, frente aos custos e dificuldades logísticas de se manter uma força aérea dedicada para isto como exposto neste artigo.
O A-29 original já é dotado de aviônicos israelenses da Elbit Systems e da subsidiária brasileira AEL Sistemas, é compatível com os protocolos de comunicação e data link da OTAN, podendo operar em rede com plataformas de inteligência como os AWACS (aeronaves de alerta antecipado).
Mesmo sem radar embarcado, a combinação de FLIR (câmeras infravermelhas) incorporados a aeronave ou transportado em pods externos lhe favorece em suas operações. Entretanto, melhorias pdoem ser agregadas ao projeto como por exemplo a incorporação de um sistema e IRST (sistemas de rastreamento por calor) o qual oferece detecção eficiente para combates aproximados, especialmente contra alvos voando a curta distância e baixa altitude como no caso.
A demanda internacional por uma aeronave com esse perfil tem crescido. Após os ataques recebidos, Israel manifestou interesse em soluções mais econômicas para defesa aérea de saturação. Arábia Saudita, já alvejada por drones Houthis, é outro exemplo de país com necessidade imediata.
“O A-29 Super Tucano evoluiu para se tornar uma verdadeira aeronave interoperável da OTAN, com capacidades e equipamentos específicos para a Aliança do Atlântico Norte. Uma de suas principais capacidades é a de combater veículos aéreos não tripulados (UAS) de maneira econômica” Frederico Lemos, CCO da Embraer Defesa & Segurança
O mesmo ocorre com Ucrânia e Rússia, cujos campos de batalha já são dominados por drones de ataque e reconhecimento.
Recentemente a Força Aérea Brasileira lnçou os requisitos para a modernização do Supertucano para o padrão Mike (M) e a aeronave já conta com interesse de muitas nações da OTAN e da África que ainda não são clientes.
Apesar de suas vantagens sobre seus concorrentes há críticas ao A-29 as quais se referem a ausência de um radar embarcado ou a limitação de velocidade em comparação aos jatos. No entanto, tais limitações são relativizadas pela natureza do alvo, os drones são lentos, vulneráveis e normalmente voam em trajetórias previsíveis. Mais do que velocidade, o combate a enxames exige persistência aérea, baixos custos e ampla cadência de fogo, critérios que o A-29 atende com folga, mas que podem ser melhoradas diga-se de passagem.
Enquanto aeronaves como o A-10 e o SU-25 são aposentadas, e opções como o MB-346 dentre outros treinadores a jato e LIFTs exigem reengenharia dispendiosa, o Super Tucano se apresenta como uma solução pronta, validada em combate e com cadeia produtiva já estabelecida.
Equipá-lo com um radar AESA em pod pode seruma solução, ou mesmo iincorporada ao corpo da aeronave, a aeronave é compatível com o seu transporte em um pod ventral equipado para tal. Mas isso não o limita de todo pois ainda pode trocar dados com um AWACS via data link algo que o A-29 já o faz.
Para atuar como um caçador de drones o A-29 ou se preferir “FA-29” pode ser especialmente equipado com canhões de 20 mm em pods, foguetes de 70 mm com guiamento (ambos já integrados ao A-29 original), mas que podem ser expandidos pela integração de sistemas como o Advanced Precision Kill Weapon System (APKWS) de foguetes guiados.
Uma solução barata, o APKWS é um sistema desenvolvido pela BAE Systems com o objetivo de transformar os tradicionais foguetes não guiados de 70 mm (2,75 polegadas), como os Hydra 70, em armas guiadas de alta precisão a um custo significativamente inferior ao de mísseis como o Hellfire.

Kits do sistema APKWS que converte foguetes de 70mm em armas guidas conferindo-lhes mais precisão contra alvos em solo e até mesmo operações contra outras aeronaves.
Trata-se de um kit modular de guiagem que é instalado entre a ogiva e o motor-foguete, sem necessidade de modificar a ogiva explosiva original nem a plataforma de lançamento. O grande diferencial do APKWS é seu sistema de guiagem por laser semiativo, que permite atingir alvos com precisão inferior a 1 metro de erro circular (CEP), mesmo contra alvos móveis, desde que estejam sendo iluminados por um designador laser seja de solo, embarcado em aeronave, drone ou sensor externo.
O kit conta com 10 aletas de guiagem retráteis, que se abrem após o lançamento e contêm sensores que captam o reflexo do feixe laser emitido sobre o alvo. O míssil ajusta sua trajetória em tempo real por meio de pequenos atuadores eletromecânicos, guiando-se diretamente para o ponto iluminado. O APKWS tem comprimento total de cerca de 1,9 metro, pesa aproximadamente 14 a 15 kg (dependendo da ogiva) e pode atingir velocidades de até Mach 2,5. Seu alcance varia de 5 a 7 km quando lançado por helicópteros e pode ultrapassar 11 km quando lançado por aeronaves em altitude, mantendo desempenho confiável mesmo a longa distância.
Entre os tipos de ogiva compatíveis estão a M151 de alto explosivo, a M282 de penetração multiuso, além de ogivas de iluminação e fumaça. A integração é extremamente versátil, sendo possível empregar o APKWS em pods lançadores padrão como o LAU-68 ou LAU-131, sem necessidade de alterações estruturais. Essa flexibilidade permitiu sua adoção em uma ampla gama de plataformas, como helicópteros de ataque (AH-64 Apache, AH-1Z Viper, UH-1Y), aviões de ataque leve (A-10, AV-8B, F-16, F/A-18, A-29 Super Tucano, AT-6 Wolverine), aeronaves de operações especiais (como o AC-130W Ghostrider) e UAVs armados (MQ-9 Reaper, MQ-1C Gray Eagle).
Um dos principais atrativos do APKWS é o baixo custo por unidade, estimado entre US$ 25.000 e US$ 33.000, o que o torna uma alternativa muito mais acessível para alvos de valor tático reduzido, mas que ainda requerem precisão como veículos leves, posições de infantaria, embarcações pequenas ou ameaças urbanas, recentemente tem sido usados contra aeronaves como drones. Seu baixo potencial de dano colateral também o torna ideal para operações de apoio aéreo aproximado (CAS) e missões em áreas densamente povoadas, onde o uso de armamento pesado seria arriscado.
Além disso, a BAE Systems segue desenvolvendo evoluções do sistema, como versões com guiagem dual (laser + GPS/INS), melhorias para operações noturnas, ampliação de alcance com novos motores, e integração com redes de comando e controle (C4ISR), permitindo engajamento coordenado e cooperação com outras plataformas no campo de batalha. O sistema combina simplicidade, precisão, baixo custo e alta eficácia, consolidando-se como uma das soluções mais eficientes para guerra assimétrica e cenários que demandam resposta rápida com danos colaterais minimizados.

Sistemas de foguetes de 70mm e munições produzidas no Brasil pela AVIBRAS, cujos foguetes SBAT 70 se enquadram nos requisitos necessários para sua conversão em um APKWS.
Um dado importante é que foguetes de 70 mm com guiamento a laser como estes sistemas ou mesmo os foguetes SBAT da Avibras de 70mm que integra o sistema Skyfire podem ser produzidos em larga escala transformam-se em armas de precisão à custos muito masi baiixos por unidade, próximo ao valor dos drones alvos, eliminando a desvantagem econômica assimétrica do uso dos mísseis, mais caros e de cadência de produção baixa. Um único pod já integrado ao A-29 pode carregar até 19 foguetes, permitindo múltiplos engajamentos numa surtida.
Ademais, canhões de 20 mm equipados em pods como o Giat NC621, já são integrados a suite de armamentos do A-29, esses canhões podem empregar munições de fragmentação com espoletas e proximidade o que aumenta a letalidade das aeronaves a um custo ainda mais baixo.
Tabela Comparativa dos principais vetores disponíveis para a função de cçador de drones
Característica | A-29 Super Tucano | T-6 Texan II | A-10C Thunderbolt II | MB-346 Master | AT-6 Wolverine | AT-802L Longsword |
Velocidade Máxima (km/h) | 590 | 585 | 784 | 950 | 600 | 356 |
Taxa de Subida (m/min) | 732 | 1067 | 1524 | 2987 | 1067 | 259 |
Alcance sem tanques externos (km) | 1445 | 1960 | 1480 | 2000 | 1300 | 1480 |
Custo por Hora de Voo (US$) | 1.000 | 4.300 | 18.800 | 5.000–10.000 | 1.000 | 900 |
Pouso em Pistas Desfavoráveis | Excelente | Bom | Limitado | Limitado | Excelente | Excelente |
Armamento Antidrones | Canhão 20 mm, foguetes APKWS | Nenhum | Canhão 30 mm, foguetes APKWS | Canhão 20 mm, mísseis | Canhão 20 mm, foguetes APKWS | Metralhadora .50, foguetes DAGR, mísseis Hellfire |
Manutenção | Simples | Simples | Complexa | Moderada | Simples | Simples |
Disponibilidade de Peças | Alta | Alta | Baixa (descontinuado) | Moderada | Alta | Alta |
Voltando ao quesito modernização, a integração de tecnologias avançadas de empresas israelenses, como AEL Sistemas, Elbit Systems e Rafael Advanced Defense Systems, tem desempenhado um papel crucial na modernização e ampliação das capacidades operacionais dessa aeronave, especialmente no contexto da Força Aérea Brasileira (FAB).
A AEL Sistemas, uma subsidiária brasileira da Elbit Systems Israelense é sediada em Porto Alegre, e tem sido uma parceira estratégica na modernização do A-29 Super Tucano. Durante a 8ª Mostra BID Brasil (2024), a AEL apresentou um pacote de modernização centrado em aumentar a interoperabilidade com o caça F-39 Gripen da FAB e o A-29. Entre os dispositivos propostos,
O chamado A-29M será equipado com um MFD (Display Multifuncional) com uma tela de 20 polegadas de alta resolução, semelhante à utilizada no F-39 Gripen, Este painel substitui os tradicionais instrumentos que equipam os tucanos atuais. Essa tela melhora a interface homem-máquina, fornecendo maior clareza e integração de dados para o piloto.
Atendendo sobre o acrônimo LAD (Large Area Display) este sistema é um display panorâmico de última geração desenvolvido pela AEL Sistemas como parte do programa de modernização da aeronave A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB). Inspirado diretamente no WAD (Wide Area Display) utilizado no caça Gripen E, também da FAB, o LAD tem como objetivo padronizar a interface homem-máquina entre diferentes plataformas, facilitando a conversão operacional dos pilotos entre aeronaves de diferentes classes.

LAD (Large Area Display) este sistema é semelhante ao display panorâmico de última geração desenvolvido pela AEL para o A-29M.
Trata-se de uma tela única, ampla e sensível ao toque, com dimensões aproximadas de 19 x 8 polegadas, oferecendo uma resolução estimada de 1920 x 720 pixels em tecnologia LCD TFT retroiluminada por LED.
O display permite a apresentação simultânea de múltiplas informações críticas para a missão, como mapas táticos, parâmetros de voo, dados de navegação, sistemas de armamento e sensores embarcados. Sua interface touchscreen capacitiva possibilita o uso de gestos intuitivos como zoom, seleção de janelas e alternância entre modos, otimizando a interação do piloto com os sistemas da aeronave.
O LAD se integra a uma arquitetura digital aberta, permitindo atualizações de software e expansão de funcionalidades com base em novas exigências operacionais. Ele é compatível com sistemas de comunicação modernos e datalinks táticos, favorecendo a atuação da aeronave em ambientes de guerra centrada em rede. Além disso, contribui para a redução da carga de trabalho do piloto ao centralizar e organizar as informações de maneira clara, contribuindo significativamente para o aumento da consciência situacional.
Com essa padronização de displays entre o A-29 modernizado e o Gripen E, a FAB visa não apenas ampliar as capacidades da frota de ataque leve, mas também estabelecer uma transição mais eficiente entre aeronaves, reduzindo o tempo de treinamento e aumentando a interoperabilidade entre plataformas. O LAD é parte de um pacote mais amplo de modernizações proposto para o Super Tucano, que inclui ainda a introdução de visor montado no capacete (HMD), novos sistemas de autoproteção, armamentos inteligentes e rádios táticos com datalink.
Além disso, os A-29M serão equipados com o sistema E-LynX AR Multichannel Software-Defined Radio, um sistema de comunicação avançado compatível com o datalink Link-BR2, também utilizado no Gripen, que melhora a conectividade e a troca de informações em tempo real entre plataformas.

E‑LynX AR: rádio multicanal de última geração para superioridade tática em plataformas aéreas.
O E‑LynX AR (Airborne Radio) é um moderno rádio definido por software (SDR) multicanal e multibanda, projetado especificamente para instalação em plataformas aéreas como helicópteros, aeronaves de transporte, caças e drones. Ele integra a mais avançada tecnologia de rádio tático IP da família E‑LynX, permitindo a transmissão simultânea e independente de ondas largas (wideband) e estreitas (narrowband), com total suporte a redes MANET (Mobile Ad Hoc Networking), compatibilidade com sistemas legados e facilidade de incorporação de formas de onda de terceiros.
Operando em toda a faixa de frequência coberta pela OTAN que vai desde VHF/UHF (30–512 MHz) até L‑Band (960–1240 MHz), o E‑LynX AR possui três canais RF independentes, cada um com largura de banda de até 4 MHz e potência de saída de até 50 W por canal. Seu hardware robusto de alto desempenho segue a arquitetura padrão SCA 2.2.2, com separação red/black, recepção GNSS-enabled, sincronização independente de GPS e alta imunidade a interferências. Ele suporta modulações como AM, FM, 8‑DPSK, GMSK, 16‑QAM e 64‑QAM, operando sistemas de voz, dados IP, vídeo em tempo real e BFT (Blue Force Tracking) simultaneamente.
Um dos grandes diferenciais do E‑LynX AR é o seu Mission Airborne Radio Computer (MARC), um computador de missão integrado (MCS) que oferece aplicações para consciência situacional, advertência de colisão, alocação de armas e compartilhamento de alvos em tempo real. Ele estabelece um Common Operational Picture (COP) unificado entre plataformas aéreas, terrestres e náuticas, além de equipes de resgate e pilotos ejetados
Os canais e interfaces do sistema incluem MIL‑STD‑1553B, ARINC 429, Ethernet (10/100/1000 Mbps), RS‑232, RS‑422 e USB, o que garante fácil integração com aviônicos, sensores e plataformas já existentes. Também oferece criptografia robusta (AES‑256 e legada) e técnicas ECCM para resistência a interferência e interceptação.
Graças às suas capacidades multicanal e full‑duplex, desenvolvidas em versões dessa família SDR desde 2021, o E‑LynX AR garante disponibilidade constante da rede, maior throughput e comunica simultaneamente em múltiplas frequências, possibilitando voz, dados e vídeo simultâneos em diversos domínios operacionais.
Este rádio está em uso ou em testes em diversas forças aéreas, incluindo a FAB, que já realizou testes de voo no F‑5M e prevê integração com Gripen NG dentro do programa Link‑BR2, promovendo conectividade segura e interoperabilidade em uma rede de guerra centrada em rede (NCW)
Sistemas como o SPECTRO XR Electro-Optical Camera podem ser uma possibilidade no novo A-29M, este sistema que consiste num sensor eletro-óptico de alta performance, atua ampliando as capacidades de vigilância e aquisição de alvos, especialmente em condições de baixa visibilidade.

SPECTRO XR: sensor eletro-óptico multiespectral de longo alcance para vigilância e aquisição de alvos.
O SPECTRO XR é um sistema que consiste numa câmara eletro-óptica multiespectral de alto desempenho desenvolvida pela Elbit Systems, projetada para missões de vigilância, reconhecimento e aquisição de alvos (ISTAR – Intelligence, Surveillance, Target Acquisition and Reconnaissance) em ambientes complexos e de longo alcance.
Sua principal característica é combinar a performance típica de uma torre de 20 polegadas em um formato compacto de apenas 15 polegadas, o que permite maior flexibilidade de instalação em aeronaves tripuladas e não tripuladas, embarcações, veículos terrestres e balões de observação (aeróstatos) conferindo-lhes melhores rendimentos com a redução do arraste aerodinâmico reduzido.
O sistema possui um telescópio com uma grande abertura de 7 polegadas que integra canais ópticos para espectros visível (VIS), infravermelho médio (MWIR), infravermelho de ondas curtas (SWIR) e próximo ao infravermelho (NIR). Essa arquitetura multiespectral permite a operação eficaz tanto de dia quanto à noite, inclusive sob condições atmosféricas adversas como neblina, fumaça e baixa luminosidade.
O SPECTRO XR pode incorporar até nove sensores digitais diferentes, com resoluções que chegam a 1920×1080 pixels no canal MWIR e 1280×1024 no canal SWIR, garantindo identificação e rastreamento de alvos com alta precisão.Além disso, é equipado com um conjunto completo de lasers que incluie um designador/rangefinder Nd:YAG com frequência de até 22 Hz, iluminador, apontador e um telêmetro a laser seguro para os olhos. Todos esses dispositivos permitem que o SPECTRO XR realize marcação de alvos para armas guiadas a laser e medição exata de distâncias em tempo real compatível com os sistemas necessários para orientação dos APKWS.
A estabilização é garantida por uma torreta com giro em quatro eixos, que utiliza uma unidade de medição inercial de fibra óptica (FOG-IMU) e sistema de navegação GNSS. Isso proporciona uma estabilidade de linha de visada de até 3 microradianos, permitindo filmagens estáveis mesmo em plataformas móveis. O sistema conta ainda com processadores internos que realizam fusão de imagens, rastreamento automático de alvos, detecção de movimento e reforço de imagem em ambientes com nevoeiro ou baixa visibilidade.
Fisicamente, o SPECTRO XR tem 415 mm de diâmetro, 500 mm de altura e pesa aproximadamente 51 a 52 kg na configuração completa. Seu consumo médio de energia varia entre 300 e 450 watts, podendo atingir picos de 1100 W. A integração com sistemas de comando e controle (C2) é facilitada por uma gama de interfaces compatíveis com padrões militares e civis, incluindo Ethernet, MIL-STD-1553B, ARINC-429 e vídeo analógico ou digital.
Operacional desde 2017, o SPECTRO XR já foi exportado para diversos países e integra frotas militares em plataformas aéreas, terrestres e navais. Ele é ideal para missões de vigilância costeira, busca e salvamento, inteligência de combate e apoio a operações especiais. Sua precisão, versatilidade e capacidade multiespectral o tornam uma das soluções mais avançadas no mercado de sensores eletro-ópticos de uso militar e estratégico.
O super tucano possui um Helmet-Mounted Display (HMD), um mostrador digital acoplado ao capacete, inspirado no sistema DASH utilizado nos caças F-5EM da FAB, que melhora a consciência situacional do piloto, permite visão noturna e escraviza sensores eletro-ópticos ao movimento da cabeça. Além disso, a suíte aviônica integrada da Elbit Systems, que inclui o HUD, o datalink e é compatibilidade com os óculos de visão noturna (NVG), já é parte integrante do sistema de missão do Super Tucano, consolidando sua capacidade de operar em diversos cenários.

O HMD é usado para indicar ao piloto a localização de um alvo ou coordenada conhecida no solo, projetando essa informação diretamente no visor do capacete. Enquanto o HUD também mostra o alvo, exige que a aeronave esteja apontada para ele. Já o HMD permite visualização fora do eixo da aeronave, com apoio dos sensores da cabine para melhor orientação. Informações e imagem Sistemas de armas (clique aqui para ler)
Um dos principais usos do Helmet-Mounted Display (HMD) em missões de ataque ao solo consiste em fornecer ao piloto a indicação precisa da localização de um alvo terrestre ou de uma coordenada pré-determinada. Essa função é particularmente útil quando o alvo não está visível diretamente a olho nu, mas sua posição é conhecida através de inteligência, sensores ou designação externa.
Na prática, o sistema HMD projeta simbologia diretamente no visor do capacete do piloto, sobrepondo informações ao campo de visão real. Isso permite que, ao mover a cabeça, o piloto veja exatamente onde o alvo está, mesmo que ele esteja fora do eixo central da aeronave. Esse recurso é representado na imagem: na parte superior, o HMD indica um alvo aéreo; na parte inferior, a simbologia mostra a localização de um alvo terrestre.
Em paralelo, o HUD (Head-Up Display) da aeronave também apresenta informações sobre a posição do alvo. No entanto, o HUD está fixo no eixo frontal da aeronave, o que exige que o piloto aponte a aeronave diretamente para o alvo para obter a indicação visual. Isso limita a flexibilidade situacional.
Para compensar essa limitação, o piloto pode utilizar sensores da cabine como o sensor eletro-óptico, o pod designador laser, o FLIR (Forward-Looking Infrared) ou o radar de abertura sintética (SAR) para obter uma noção geral do terreno, identificar a área do alvo e, com auxílio do HMD, orientar sua atenção visual diretamente ao ponto de interesse, mesmo fora do eixo da aeronave.
Esse recurso permite que o piloto designe rapidamente um alvo com base em coordenadas pré-programadas ou em dados obtidos em tempo real, otimizando o tempo de resposta e aumentando a consciência situacional, especialmente em ambientes complexos e dinâmicos de combate.
Ademais, a aeronave ainda que destinada preferencialmente para operações em espaços aéreos não contestados, necessita de uma suite eletrônica avançada para fazer frente a potenciais ameaças como misseis MANPADS (Man-Portable Air Defense Systems) e sistemas de mísseis lançados pelos próprios drones como o Mohajer-6. Isto pode inclur sistemas de alerta de mísseis, receptores de alerta radar, sensores de alerta laser e dispensadores de chaff e flares, aumentando a capacidade de sobrevivência da aeronave em ambientes hostis.
Fonte
- IDEX 2025: Embraer pushes counter-UAV capabilities for its Super Tucano, Shephard, [LINK]
- Shahed-136: Iranian loitering munition drone, Army Recognition [LINK]
- Shahed-131 & -136 UAVs: a visual guide, Open Source Munitions Portal [LINK]
- Piloto americano voa o A‑29 e faz comparação com o AT‑6, destaca operação em pistas austera e carga útil Aéreo.Jor – Poder Aéreo, [LINK]
- AT‑802L Longsword em experimento Light Attack da USAF – pistas improvisadas, alta autonomia, vigilância armada, 802U.com, [LINK]
- La futura cabina del A‑29 Super Tucano modernizado (HUD de 20″, cockpit digital, parceria AEL‑Elbit‑Embraer) defensa.com, [LINK]
- AT‑802L Longsword convidado no programa OA‑X da USAF, Opex360, [LINK]
- AEL Sistemas apresenta modernização para o A‑29 Super Tucano, Pucara.org, [LINK]
- Beechcraft AT‑6 Wolverine vs Embraer EMB‑314 Super Tucano (A‑29), Military Factory, [LINK]
- AEL Sistemas eyes upgrade to Brazilian Super Tucanos (E‑LynX radio, Link‑BR2, Spectro XR, self‑protection suite), Janes, [LINK]
- Radar para o Super Tucano anunciado pela Embraer/Orbisat, Poder Aéreo, [LINK]
- AEL Sistemas apresenta modernização para o A‑29 Super Tucano, Tecnologia & Defesa, [LINK]
- AEL Sistemas eyes upgrade to Brazilian Super Tucanos, Janes, [LINK]
- What are Israel’s Iron Dome, David’s Sling, Arrow and Thaad missile defences?, BBC, [LINK]
- What are Israel’s air defences? And why are they so effective?, Euronews, [LINK]
- The A-29 Super Tucano – the close air support solution (Studio), Shephard, [LINK]
- Infrared Seeker for APKWS Guided 70mm Rockets Unveiled, The War Zone, [LINK]
- Elbit Systems [LINK]
- EMBRAER [LINK]
- AEL [LINK]