“Druzhba pipeline”: Petróleo Russo e a Economia Europeia, Cui Bono?

PAULO VINÍCIUS DINIZ

 

Diante da crescente importância do mercado de energia, especificamente para a Europa, resgatei algumas informações sobre o assunto.

O grande boom econômico da Europa no pós-guerra ocorreu sobretudo nos anos 1960, quando os investimentos americanos na infraestrutura da Europa ocidental, junto com o petróleo abundante do Oriente Médio, permitiram a países como a Alemanha ocidental se desenvolver de forma espetacular, atingindo níveis de bem-estar social e econômico nunca vistos antes.

Enquanto isso os soviéticos abasteceram seus aliados do Pacto de Varsóvia através de um extenso oleoduto, que partia da Sibéria ocidental e levava petróleo até a Bielorrúsia, de onde seguia para os países do leste europeu.

Mapas detalhado com a rede de oleodutos e gasodutos construídos pelos russos no leste europeu entre 1958-64.

Oleodutos secundários e uma rede de rotas de petroleiros pelos Mares Cáspio e Negro completavam o abastecimento de energia para Hungria, Romênia, Tchecoeslováquia, Polônia, Alemanha Oriental, Bulgária e Iugoslávia, e, no devido tempo, serviria para alimentar a economia da própria Alemanha ocidental, especialmente a partir dos anos 70.

Uma gigantesca obra de engenharia que movimentou a indústria pesada e a economia em geral de todos os países contemplados pelo petróleo russo, responsável por ajudar a manter a economia europeia em atividade até recentemente, além de propiciar divisas vitais para a Rússia, especialmente na difícil década de 1990 pós-URSS.

Diante a imensa dependência de petróleo importado, especialmente da Rússia, é pouco crível que os europeus ganhem alguma coisa com o conflito na Ucrânia.

Cui Bono ? é a pergunta que deve ser feita sobre a Guerra na Ucrânia, e para responder isso é preciso olhar o big picture dos eventos geopolíticos.

PAULO VINÍCIUS DINIZ

EDITOR ADJUNTO


Formado em História, com especialização em história militar, há duas décadas trabalha na iniciativa privada na área de educação, informação e pesquisa. Mantém o site e o canal Geo Smart News, dedicado a analises geopolíticas e históricas, além de organizar e ministrar cursos através do Instituto Logos & Clio e Analista do canal História Militar em Debate.