Porta-Aviões russo Almirante Kuznetsov será revitalizado e terá novas armas

A Marinha russa vai inciciar em breve a modernização do porta-aviões Admiral Kuznetsov – o principal da frota naval russa.

Segundo fonte no complexo militar-industrial, que não quis ser identificada, os sistemas de mísseis Granit, considerados fisicamente e moralmente obsoletos, serão substituídos por sistemas de lançamento universal 3S14, capazes de lançar mísseis de cruzeiro Kalibr-NK, mísseis supersônicos Oniks e mísseis hipersônicos Tsirkon. A troca é vista de forma positiva por especialistas em defesa.

“A Rússia tem menos navios que podem formar um grupo de apoio e garantir a segurança dos porta-aviões do que os Estados Unidos. É por isso que os militares decidiram instalar novas armas ofensivas no próprio porta-aviões”, disse o analista militar da agência de notícias TASS, Víktor Litôvkin.

Além das armas, os especialistas pretendem renovar os motores e todos os equipamentos eletrônicos do porta-aviões.

“Queremos modernizar a área do convés para garantir a segurança de decolagem e pouso dos caças”, declarou a fonte à agência de notícias TASS.

O grupo de ataque aéreo do Almirante Kuznetsov continuará a ser composto pelos caças MiG-29K/KUB e Su-33 e helicópteros multifuncionais Ka-27 e Ka-31.

No final do ano passado, dois caças caíram no Mediterrâneo ao pousarem no porta-aviões. Nos dois casos os acidentes foram causados por problemas nos cabos de desaceleração, usados para ajudar a parar as aeronaves.

Maior problema do Almirante Kuznetsov

Para especialistas militares, o maior desafio no processo de modernização do Almirante Kuznetsov é o motor, considerado desatualizado.

“Não sabemos o que os técnicos vão descobrir durante o diagnóstico do Almirante Kuznetsov. Os engenheiros terão que decidir o que fazer com o motor: modernizá-lo para que o porta-aviões possa servir durante mais alguns anos antes de parar por completo ou substituí-lo por um novo, o que exigirá a reconstrução de todo o navio”, disse à Gazeta Russa o editor-chefe da revista Arsenal Otêtchestva, Víktor Murakhôvski.

Segundo ele, a troca do motor vai deixa o navio parado nas docas por vários anos, além de ter um custo muito elevado.

 

Outro ponto são os rumores de que o governo russo está prestes a iniciar a construção de um novo porta-aviões, o Shtorm. Mas os planos ainda não foram confirmados.

“O Shtorm custa dez vezes mais do que a modernização do Kuznetsov. Simplesmente não há dinheiro suficiente para esse projeto, além disso, não vejo muita necessidade nesse tipo de navio hoje”, completou.

NIKOLAI LITÔVKIN

Foto: 1°- © RIA Novosti. Serviço de Imprensa do Northern Fleet / Andrew Luzik

Fonte: Gazeta Russa

22 Comentários

  1. Isso já foi debatido aqui à exaustão…
    Eu sou da opinião de que os russos não tem necessidade de gastar com isso… seria muito melhor investir em Navios do tipo do Mistral… é bem melhor do que alocar recursos para construção de porta-aviões

  2. Rafa eu concordo contigo.
    E mesmo que eles insistam nesta empreitada, dentro do conceito do Storm haviam outras opções para marinhas estrangeiras cuja propulsão seria a diesel, a capacidade menor mas ainda assim, a meu ver, mais eficiente do que está modernização.

    Isso cheira a versão do São Paulo marinha russa.
    Não me refiro aos armamentos óbvio pois não se compara, mas sim ao gasto em si em uma embarcação que já não tem muito o que acrescentar e ainda levará muito dimdim pra ficar pronta.

    Pq não otimizar está grana toda em Outras necessidades como mais submarinos, fragatas ou sistemas de mísseis, enfim.

    • Respeito seu ponto de vista más não concordo com ele… afirmar que os porta aviões Russo e o Brasileiro “não tem muito a acrescentar” é no minimo inverdade pois se perde doutrina de operação. Depois que se perde doutrina o custo é extremamente alto para se restabelecer.
      Russia deve manter operacional seu NAe até que se tenha outro novo… Assim como o Brasil deve fazer com o A-12, restrutura-lo sem a DCNS. Retirar motor, caldeiras e catapultas/elevadores e colocar um novo conjunto motores diesel elétrico e encomendar uma ou duas catapultas EMALS. Manteria doutrina até um novo NAe ser construido, apenas desativar depois de tantos gastos inclusive analises estruturais demonstra amadorismo do Almirantado.

      • Também respeito seu comentário, mas igualmente não concordo.
        Pontos de vista diferentes.
        Ponto.
        ABS e obrigado por comentar.

  3. …………os russos tem PIB inferior ao do Brasil no entanto preservam e recondicionam o seu Nae, coisa que a MB não fez….o Alm. Kusnetsov ta meio baleado mas com uma boa limpa e modernização bem feita ainda dará um bons serviços durante 15/20 anos…..quanto à docas a Marinha russa tem o projeto Priboy para 4 barcos….os russos sabem o querem pra sua Marinha…………….

  4. O Kuznetsov é e continuará sendo uma arma terrível de dissuasão. Para que eliminar a fumaça que ele solta, se isso não atrapalha em nada as suas funções vitais. Assim foi com o T-34, lendário tanque da Segunda Guerra, que era produzido sem pintura, um gigante de metal sem acabamento, mas temível para os alemães. Portanto, o Kuznetsov continua e será importante. Ele é uma arma temível contra a OTAN, desde que atuando próximo as fronteiras russas. Além disso, ele tem condições de atuar da mesma forma que qualquer porta-aviões ocidental em conflitos assimétricos.

    Não obstante, sou totalmente contra a construção de porta-aviões, a Marinha Russa não precisa disso. Para quê? para um conflito em locais distantes, tal qual a costa africana ou América do Sul? a Rússia não tem pretensões de projetar poder muito distante da sua costa, ao contrário dos EUA. Além disso, se a Rússia quiser atacar qualquer país do mundo, pode fazê-lo com seus mísseis intercontinentais, os melhores do mundo.

    Talvez até eu seja a favor de construírem um segundo porta-aviões, mas deve ser igual o porta-aviões chinês: a diesel e parecido com o Kuznetsov. Mas o mais urgente seriam porta-helicópteros do tipo Mistral. é disso que a Marinha Russia precisa. Não de porta-aviões. Rússia não é EUA e nem quer ser.

    • Professor, ter ou não PAs é um decisão estratégica com visão dezenas de anos à frente. A Russia tenta expandir sua presença militar. Exemplo Caribe, Vietnan e Mediterrâneo.Por exemplo, ela não tinha como (caso desejasse) de intervir na Líbia na época da ‘primavera’.

    • Professor, sou um leitor deste site e tenho acompanhado as suas publicações.
      A minha questão é: não estará a valorizar em excesso os misseis intercontinentais Russos e a subvalorizar os sistemas anti-mísseis dos States? Pode responder?
      Melhores cumprimentos de Portugal.

      • O sistema anti-mísseis atual dos EUA não consegue proteger o país contra um ataque maciço da tríade nuclear russo. No entanto, também a Rússia não tem condições de se defender de um ataque nuclear maciço dos EUA.

        Ou seja, em caso de guerra termonuclear entre as duas superpotências, a destruição mútua é garantida.

        Os Estados Unidos querem, com a implantação do escudo nuclear na Europa e da Sistema THAAD na Coréia do Sul, alterar o equilíbrio estratégico. Se vai conseguir ou não, só o tempo pode responder.

        Atenciossamente,

        Professor

    • Prof,

      Em certas situações, a fumaça pode atrapalhar as operações aéreas… Também facilita a localização visual…

      A razão de ser de um porta-aviões, como já tanto debatido, é o controle de área marítima. Se ele não for capaz de faze-lo fora dos mares russos, então perde sua importância estratégica e tática… Claro que não é necessariamente o caso do Kuznetsov…

      O pensamento russo, a cada vez mais, se volta para uma doutrina totalmente ofensiva, tal como era na era soviética. Aliás, considerando a Rússia ser um país geograficamente isolado e tendo pouquíssimos aliados ( e, consequentemente, sem condições de utilizar muitos territórios alheios ), o porta-aviões se torna a única arma a garantir a bandeira russa distante de casa.

      Não há como garantir a segurança de qualquer meio anfíbio sem controle de área marítima… Portanto, a construção de um navio desse tipo requer automaticamente um porta-aviões…

    • ……………..creio que o Nae Kusnetsov seria mais adequado a permanecer no Mediterrâneo desde Tartus até o Atlântico …. mais um Nae para o Pacífico reforçaria sua regíão oriental na península de Kanchatka e ilhas Curilas…porém seria um grande aumento no orçamento de Defesa russo……………

  5. Só uma pergunta os dois caças que caíram no mar, foram resgatados ou foram deixados lá no fundo do Mediterrâneo?

      • É serio mesmo senhor? Isso poderia ser uma oportunidade para que, alguma Marinha estrangeira tente resgatar os Caças e estudar a sua tecnologia, ainda mais por serem diretamente operados pela Rússia ou seja material de linha de frente, não sendo versões de exportação. Isso não seria perigoso para a própria Rússia?

      • Caças com tecnologia da década de 60 não são tão interessantes assim para que valha a pena empregar tanta grana assim em sua salvação… sorry…

  6. O grande trunfo americano para tornar-se a potência militar e econômica que é hoje advém do fato de que os EUA saíram incólumes de duas grandes guerras mundiais, enquanto os países da Europa em sua totalidade saíram arrasados, com sua infra estrutura e capacidade industrial totalmente ou em grande parte destruídos, enquanto os EUA mantiveram seu parque industrial, e sua infraestrutura funcionando a todo o vapor, bem como o custo de vidas foi muito menor aos americanos do que para os europeus num geral.

    Assim, tem-se que os EUA nunca tiveram problemas em guerras, posto que as guerras sempre foram travadas longe dos seus territórios, seja na Europa ou na Asia, ou ainda na América do sul ou Oriente médio, mas nunca em solo americano, razão pela qual os EUA possuem um extraordinária força expedicionária.

    Os russos ao contrário sempre lutaram em seu território, ou no território de suas repúblicas, ou seja a guerra sempre foi em proximidade ao seu território e população, impondo muitas vezes na perda de capacidade de infraestrutura e grandes baixas na população, razão pela qual a Rússia nunca se preocupou com forças expedicionárias baseadas em uma marinha de transporte, ao contrário sempre deu enfase a mobilidade de suas tropas terrestres e a existência de grandes formações de paraquedistas, cabendo a marinha russa a missão secundária de garantir apenas as rotas navais e as fronteiras marítimas da federação e não propriamente levar a guerra aos oponentes como é o caso da USNAVY.

    Se continuarmos com a ideologia de que as guerras futuras irão acontecer em solo europeu ou asiático, não há razão para a Rússia focar em porta aviões, mas sim deverá investir pesadamente em submarinos e navios de superfície de forma garantir as rotas navais e as fronteiras marítimas da Rússia, porém se a ideologia reinante no Kremlin for a de exportar os palcos bélicos para longe das fronteiras da federação, criando novas áreas de influencia e exportando a figura de uma nação poderosa e apta a capitanear um mundo mutipolarizado, sima Rússia deve investir em porta aviões, de forma usa-los mundo afora como elemento de sua diplomacia assim como fazem os EUA e certamente farão os chineses.

    Apenas conjecturando, se Rússia e China continuarem a estreitar seu relacionamento econômico, militar e politico, indubitavelmente veremos a formação de um grande bloco militar euroasiático, e tendo a China projetos de 4 porta aviões na faixa de 70/90.000 toneladas e a Rússia com a intenção de três frotas capitaneadas por porta aviões, teremos nesta pseudo força militar um componente digno para se contrapor a diplomacia das canhoneiras da USNAVY.

    • Rprosa,

      Se considerarmos a proteção de rotas navais vitais, então a necessidade de controle de área marítima só tende a crescer, o que implica necessariamente em porta-aviões. Os chineses reconhecem isso, e estão investindo em uma força naval completa.

      O caso da Rússia é extremamente complexo no mar, com saídas que são facilmente bloqueáveis. Isso até poderia desaconselhar o porta-aviões, mas ocorre que os russos ( tudo indica ) reconhecem a necessidade de manter presença longe de casa. E considerando o território geograficamente isolado e a indisponibilidade de territórios aliados, então o porta-aviões torna-se a única arma capaz de levar a bandeira russa mundo afora…

      Aliás, o próximo vaso russo dessa categoria deveria ser nuclear, para assim eliminar gargalos logísticos e garantir que poderá manter-se navegando de forma independente.

  7. “Não obstante, sou totalmente contra a construção de porta-aviões, a Marinha Russa não precisa disso. Para quê? para um conflito em locais distantes, tal qual a costa africana ou América do Sul? a Rússia não tem pretensões de projetar poder muito distante da sua costa, ao contrário dos EUA”.

    Acho que os russos deveriam por enquanto,adiar o sonho do gigante Storm e assim como a antiga marinha soviética,e se centrar em vasos de guerra

    de capacidades múltiplas, utilizados principalmente para a defesa antiaérea (AAW) e anti-submarina (ASW) e antinavio (ASuW).
    Antigamente,devido ao fato de não contarem com apoio aéreo integral fornecido por porta-aviões,os vasos russos deviam operar com suas próprias armas defensivas isoladamente, mas dentro da doutrina naval soviética, que preconizava que estes deveriam atacar a força tarefa inimiga somente depois dos porta-aviões terem sido destruídos.

    Os mísseis antinavio soviéticos eram consideravelmente maiores e com uma ogiva de muito maior rendimento que seus equivalentes ocidentais, devido á sua função prioritária anti porta-aviões. A velocidade deveria ser supersônica, visando diminuir ao máximo o tempo de resposta dos sistemas antimísseis que a frota era dotada.
    A ogiva dos misseis deveria ser grande o suficiente para que, mesmo que somente um único míssil atingisse o porta-aviões, fosse o suficiente para desabilitar ou destruir o mesmo, paralisando as atividades aéreas e passando a vantagem para a marinha soviética.

  8. A MB deveria seguir nesse caminho: Navios de guerra
    de capacidades múltiplas,para a defesa antiaérea (AAW) e anti-submarina (ASW) e antinavio (ASuW).

    Além de investir em submarinos e em uma aviação naval com bons misseis antinavio e torpedos.

  9. A prioridade soviética era no ataque aos meios navais de combate do inimigo,que era e continua sendo seus porta-aviões, os quais forneciam apoio e defesa aérea integral para toda a frota. Uma vez que estes fossem postos fora de ação, o conflito iria pender para a marinha soviética, pois esta lutaria sob a proteção da aviação naval de longo alcance, e os mísseis antinavio que equipavam seus navios, bombardeiros e submarinos, tinham um alcance muito maior que seus equivalentes ocidentais, além de um poder destrutivo muito maior. Esse ataque deveria ser realizado nas etapas iniciais do confronto, com o máximo de intensidade, visando saturar as defesas do grupo de batalha centrado em porta-aviões com um número enorme de mísseis antinavio disparados por bombardeiros, submarinos e até os navios de superfície, vindos de várias direções ou não, todos ao mesmo tempo. Esta doutrina ficou conhecida por “batalha de única salva”, sendo desenvolvida pelo almirante da União Soviética Sergey Georgiyevich Gorshkov, considerado o homem que transformou uma marinha costeira na única marinha do mundo com condições de vencer a marinha dos Estados Unidos.

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