O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, transmitiu a mensagem em uma ligação para o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, na qual expressou uma “preocupação grave” com o ataque aéreo e terrestre do governo sírio, com apoio da Rússia, a áreas controladas por rebeldes em Aleppo, maior cidade da Síria.
Os Estados Unidos ameaçaram nesta quarta-feira interromper sua atividade diplomática com a Rússia na Síria e disseram que responsabilizam Moscou pelo uso de bombas incendiárias na cidade de Aleppo – uma postura que, segundo uma autoridade dos EUA, pode levar a acusações de crimes de guerra contra os russos.
Bombardeios de aviões de guerra russos ou sírios impediram um hospital de Aleppo de continuar funcionando nesta quarta-feira, disseram funcionários, e forças terrestres intensificaram um ataque ao setor da cidade sitiado e tomado por rebeldes em uma batalha que se tornou um divisor de águas em potencial na guerra civil de cinco anos e meio. Síria e Rússia afirmam só visarem militantes do Estado Islâmico e de outros grupos.
O colapso de uma trégua mediada por EUA e Rússia no dia 19 de setembro e a intensificação dramática da ofensiva do governo sírio em Aleppo obrigaram autoridades dos EUA a reconsiderar o que podem tentar fazer para deter a violência, se é que algo pode ser feito.
Até agora, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vem se recusando a enviar forças norte-americanas para tentar depor o presidente sírio, Bashar al-Assad, e as autoridades de seu país duvidam que ele o faria em seus últimos meses no cargo. Um cenário mais plausível seria permitir que aliados do Golfo Pérsico deem mais armas aos rebeldes.
“Se a diplomacia parar, outras opções terão que ser analisadas, o que significa discussões de coisas como… medidas mais agressivas”, disse um funcionário dos EUA, falando sob condição de anonimato.
Arshad Mohammed e Jonathan Landay
Foto: Carlos Barria | AFP | Getty Images
Edição/Imagem: Konner/Plano Brasil
Fonte: Reuters
Rússia diz que seguirá com ações aéreas na Síria e critica comunicado dos EUA
O Kremlin afirmou nesta quinta-feira que a Força Aérea da Rússia seguirá realizando suas operações na Síria e classificou um comunicado dos Estados Unidos sobre o conflito como inútil e grosseiro.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu a Moscou para retirar seus aviões das zonas de batalha síria, incluindo Aleppo.
Mas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse em uma teleconferência com jornalistas nesta quinta-feira que a Força Aérea russa continuará a apoiar as tropas do governos sírio, assim como também prosseguirá o que chamou de “guerra ao terror”.
Dmitry Solovyov e Maria Kiselyova
Edição: Konner/Plano Brasil
Fonte: Reuters
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