Coma já dura um mês; pai suspeita de negligência durante treinamento.
Marinha diz que foi instaurado Inquérito Policial Militar para apurar caso.
Angústia, revolta e esperança. Essas palavras podem definir os sentimentos de familiares do tenente da Marinha Guillermo Portugal, de 24 anos. Ele ficou em coma após participar de um treinamento em área do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus, no dia 30 de setembro. Cerca de 7 horas após passar mal na floresta, o militar foi transferido de helicóptero para o Hospital Militar de Área na capital, onde permanece internado. A Marinha informou ao G1 que um inquérito apura o caso.
De acordo com o pai do tenente, Saumir Portugal, o filho foi diagnosticado com traumatismo craniano e rabdomiólise – doença que atinge os músculos e pode causar insuficiência renal.
“Foi difícil porque a única coisa que diziam é que ele estava caminhando, passou mal, teve duas convulsões na selva e foi levado para o hospital. Aconteceu durante o treinamento. Agora o mais interessante é que ele chegou muito machucado, com traumatismo craniano, com rabdomiólise, com os rins parados, completamente sujo, cheio de marcas roxas, com um arranhão enorme no braço esquerdo, com o olho roxo, eu não entendo”, disse o pai do tenente ao G1.
Ainda de acordo com Saumir Portugal, a família – que vive no Rio de Janeiro – foi avisada sobre o ocorrido no dia 1º de outubro. Ele reclama da demora no socorro do filho.
Uma carta assinada pelo comando da Marinha foi entregue aos pais do tenente, segundo eles. OG1 teve acesso ao documento. A carta cita que Guillermo participava da Operação Tucunaré, que faz parte do currículo do Curso Especial de Comandos Anfíbios e prepara Oficiais e Praças para o planejamento e a execução de Operações Especiais de Fuzileiros Navais.
Ainda segundo o documento, o tenente começou a passar mal por volta das 16h, mas só deu entrada no hospital após cerca de 7h. Ele apresentou convulsões às 17h15. A aeronave decolou para o resgate às 19h50, mas precisou reabastecer. A área onde o tenente passou mal é de difícil acesso. Guillermo foi içado da mata para o helicóptero às 22h40. Segundo o documento, ele deu entrada na emergência do hospital militar às 23h15.
“O pessoal do Exército que o recebeu diz que ele chegou num estado lastimável. Foi o termo deles. Ele não pôde ser levado ao CTI, precisou, antes, ficar um tempão na emergência para ser higienizado, e disseram que a expectativa dele era nenhuma, que teria que chamar um padre”, afirma Saumir.
Os familiares relatam que ainda têm esperança de que o tratamento faça o tenente melhorar. “Ele está agora em coma sedado, mas já começaram a tirar essa sedação, foi feito uma traqueostomia, ele está fazendo diálise. A gente está lutando contra problemas nos pulmões, está com dreno o pulmão. Foi feito um pequeno edema cerebral [circusntâncias do incidente] por causa da porrada que ele levou. Ele estava com um corte muito profundo na cabeça então o neurologista disse que a princípio esse edema não vai afetar nenhuma função dele, acho que não terá nenhuma sequela”, acredita o pai.
Investigação
A Marinha informou, por meio de nota, que “lamenta profundamente o ocorrido e, desde o dia 30 de setembro de 2015, vem prestando o apoio necessário ao Tenente Portugal e à sua família, que se encontra em Manaus. As informações disponíveis foram fornecidas à família”.
A nota cita ainda que foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias do ocorrido durante o curso. A investigação tem prazo máximo de 60 dias para ser concluída.
Para o pai do tenente é preciso garantir a segurança dos militares que participam do treinamento na selva. “Agora, não havia médico nenhum com eles lá na manobra. É um curso altamente agressivo”, finaliza.
(*Colaborou Indiara Bessa e Adneison Severiano, do G1 AM)
Fonte: G1
É obvio, um curso voltado para preparar um soldado para operações especiais é um curso dificil e agressivo. Agora, era de se esperar que, por obrigação, que houvesse um medico(ao menos um que seja) acompanhando a manobra.
Fora isso, fica clara a negligencia por parte dos instrutores do curso, que deveriam estar avaliando a situação do Ten., assim como dos demais, a todo momento.
Lamentavel para o comando da Marinha permitir que algo do tipo aconteça. Isso só comprova a real situação em que se encontram nossas forças armadas.
Traumatismo craniano, na selva?
Rins paralisados?
Totalmente coberto por hematomas?
Que treinamento é esse?
Um treinamento estúpido como é usual ser. Nos tempos que um drone explode um prédio para matar um inimigo que é visto e engajado a quilômetros de distância pela simples emanação do calor do corpo, fica difícil ver vantagem real nessa ralação. Mais, cansei de ver armários arriando em meio dia de marcha, esgotar a ração de alimentos e água antes da hora, se entupir de gaz lacrimogênio por não conseguirem conter a respiração por mais de um minuto, sofrerem na hora de enfrentar uma simples tirolesa. Basta ver as lideranças que apontaram no conflito da Ucrânia para perceber que o combatente ideal hoje é muito mais cérebro do que músculos.
Sinistro, muito sinistro! o curso é para formar ou eliminar os instruendos?
Sabe-se que os cursos militares de extensão, principalmente os de cunho estritamente operacional, apresentam um rigor específico e característico nas suas doutrinas de formação, mas os desvios e práticas abusivas devem ser coibidos, pois enveredam para o campo disciplinar e até criminal, se for o caso.
O quadro descrito na matéria parece surreal, a observação de que não havia um médico acompanhando esse tipo de instrução no terreno é muito comprometedora e evidencia uma falha na responsabilidade do planejamento.
Vamos hipotecar a nossa solidariedade a família do oficial em destaque, aguardar que ele se recupere o mais rápido possível e que as investigações possam esclarecer os detalhes acerca do fato consumado, a fim de se adotarem providências que evitem essas e outras ocorrências semelhantes.
A rabdomiólise, de acordo com as literaturas médicas poderia ocorrer devido ao intenso esforço físico ao qual os militares são submetidos nesses cursos, mas o traumatismo craniano e o olho roxo entre outras escoriações que se encontram no tenente carece de maiores explicações !
Essa afirmação de não haver médico no local de instrução,deve ser um engano o CIGS, conta com uma equipe médica que acompanha os alunos nas instruções,se porventura isto não esta ocorrendo é uma irresponsabilidade abissal eu diria até criminosa !
Coitado do rapaz, a impressão que da é que tomou uma surra!!