Por Carlos Cardoso em 30 de dezembro de 2014
O Brasil, convenhamos, é uma país que odeia ciência. Se um besouro espirra na Miserábia Setentrional a TV faz mesas-redondas com padres, pastores e o Jucelino da Luz. Pra um astrônomo aparecer na TV foi preciso um meteoro gigante ameaçar destruir a Rússia.
Nossa ciência vive de fazer vaquinhas, pra conseguir um planetário digital de R$ 50 mil, é preciso passar o chapéu. Fomos despejados da ISS e seremos do Telescópio do E-ELT. Nossos políticos se recusam a liberar verbas que não sejam facilmente eleitoreiras, como pontes, viadutos e UPAs. Nosso povo, concorda. Quando o Romário fez uma Lei facilitando e barateando a importação de insumos para pesquisadores, teve gente criticando dizendo que ao invés de ciência esse dinheiro deveria ir pra saúde. Provavelmente o infeliz acha que remédios crescem em árvore (alguns crescem mas você gasta 10 anos e US$ 1 bilhão até descobrir).
Por isso é com IMENSO prazer que informo: foi dada a canetada final, sem volta, verba liberada registrada carimbada para a construção do Sirius, o acelerador de partículas mega-power modernoso do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron.
Eu já expliquei aqui o que é essa parada, mas resumindo, é um acelerador onde o que importa não são os elétrons, mas a radiação eletromagnética que eles emitem. Com 518 metros de circunferência os elétrons são acelerados até atingirem uma energia de 3 GeV. Quando chega a hora eles são direcionados para unidades onde imensos campos magnéticos os forçam a mudar de direção. Isso causa uma perda de velocidade, e consequentemente de energia, como um Aston Martin DB9 com todos os controles de tração desligados fazendo uma curva, emitindo som e fumaça, o elétron canta pneu na forma de radiação eletromagnética.
Essa radiação tem uma intensidade muito grande, pode ser concentrada em um feixe muito pequeno e sua frequência depende do ângulo em que o elétron é desviado. Assim se você quer estudar como um material se comporta som altíssima pressão, pode utilizar um feixe de raios-x de altíssima energia, que penetrará (epa) o vaso, ao contrário de outros raios-x mais fracos.
As utilizações são muitas. Só em 2013 mais de 1.800 projetos foram beneficiados direta e indiretamente pela fonte de luz Síncroton do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron. E olha que ela é quase uma lamparina, um modesto equipamento de 2ª geração. O Projeto Sirius é de 4ª, nem nos EUA eles tem um equipamento desse porte (o CERN tem mas eles são top).
O custo é de R$ 1,3 bilhão, as obras devem ser concluídas em 2018. Parece muito mas é menos que um estádio e próximo ao que o Brasil gastou com o foguete (não) construído em parceria com a Ucrânia.
O Sirius será um equipamento aberto a cientistas do Brasil e do Mundo, e pela romipeige do LNLS dá pra ver que o que não falta é pesquisa. Os caras trabalham e muito. Apesar de parecer a sede nova da Apple ou um estádio, o Sirius será tudo menos um elefante branco.
Aqui um material de 124 páginas, em português, sobre o projeto. Sim, os caras capricharam na divulgação.
Pra muita gente o Sirius será o grande passo, o momento em que o Brasil acordou para a Ciência. Mas se você come feijão e arroz e já usou havaiana, se qualifica como brasileiro pra saber que aqui, mesmo com sucessos pontuais, as coisas nuncadão certo.
E se você ainda tem esperança, gostaria de lembrar que acaba de ser nomeado o novo Ministro para Ciência, Tecnologia e Inovação. O Sr Aldo Rebelo, autor do INACREDITÁVEL projeto abaixo:
Isso mesmo. O Brasil tem como Ministro de Ciência e Tecnologia um sujeito que escreveu um projeto que PROÍBE a adoção de… inovações tecnológicas.
A explicação de que é para proteger mão-de-obra chega a ser risível. Se fosse assim o Brasil ainda teria ascensoristas, acendedores de lampião, carregadores de liteira e… datilógrafos.
Pensando bem…
Se tem idiota querendo colocar criacionismo como parte de biologia nas escolas, essa imbecilidade do Aldo Rebelo não me surpreende em nada. Só mais um zero a esquerda que só vai parasitar e não fazer porra nenhuma no ministério. Nada de novo. Mesmo porque, quando tivemos alguém que entendia do assunto, ele não tinha dinheiro pra abrir nem um observatório, então no fim das contas é até melhor que se ponha um anencéfalo por lá mesmo. É mais honesto por parte do governo.
Tai uma verdade incontestavel. Coisas incompreensíveis da politica nacional.
Pra quem já se declarou comunista temente a Deus, este PL é fichinha.
É de se rir mesmo. Tem que se criar é cabides de emprego. Um máquina estatal, burocrática, lenta, improdutiva e corrupta. A inovação pode esperar, o importante é o social, o cabide. Lamentável.
Mais 4 ânus pela frente.
Feliz 2018 para todos.
E o Congresso Nacional aprovou ISSO? Parece até piada, notícia falsa. Quando digo que não vejo saída para nosso país através do voto, ainda dizem que exagero. Preciso parar de ler esses coisas, está me fazendo mal. Essa BOSTA de congresso tinha que ser fechado, é um verdadeiro hospício. Esses miseráveis querem mesmo transformar o Brasil num país agrícola. Só matando uma peste dessas.
Quanto a Sírius, um verdadeiro milagre, merece ser comemorado. Feliz 2015 a todos.
olha , eu li o texto inteiro e não sei se ele esta comemorando ou apenas chorando
ele não fala aonde é esse projeto em momento algum , eu conclui que parece ser no estrangeiro !!!
se for assim investir isso no estrangeiro é a máxima para ele ,isso o que eu percebi no texto dele ,mas aposto que ele é do tipo de cara que foi e é contra o financiamento do porto de cuba
conclusão ele critica o povo brasileiro , como se tivesse autoridade para isso .
sobre o papel alias o documento seria apenas ele tentar entender o texto , le por inteiro sem ideologia que vc COMPREENDE que a inovação que o documento esta falando e a que é contra ,É aquela que acaba com postos de serviço muito rapidamente !!!
um exemplo eles querem que o telemarketing seja todo robótico sejamos atendidos por uma maquina
essa proposta visa acabar com isso pois nos se nem pelos telemarketing conseguem as vezes resolver imagina uma maquina !!!
e além disso iria gerar varias demissões ,entendeu ? é isso que essa lei se diz respeito
e o documento mostra que pode ser mudado ,comprovado que não geraria muito desemprego ou que os ganhos para a nação é muito melhor !!!
a inovação seria aprovada !!
Pé De Cão,
será construído no “Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais”(CNPEM), em Campinas-SP.
PÉ DE CÃO esse projeto sera realizado aqui mesmo no Brasil, e ficara em Campinas/SP !
Como você bem disse a matéria não ficou bem explicada,esta escrita de forma jula e debochada,sem nenhum caráter informativo ,inclusive nos induzindo ao erro,parabenizo você por corrigir isso,explicando de forma correta oque o projeto do do Sr Aldo Rebelo, quer realmente dizer !
Para quem quiser conhecer o projeto deixo um link com maiores informações :
http://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/sirius-o-maior-projeto-da-ciencia-brasileira-parte-1-de-2/
Ok, Pé de Cão, vamos torcer para que seja isso mesmo.
em campinas!!! ,então a noticia é muito boa .
é o texto é mais critico do que elucidativo ai sim vale o investimento
Obrigado Pé de Cão por elucidar as intenções do Projeto de lei do Dr. Aldo Rebelo, não permitindo calunia por parte deste maledicente que usou de Lachen Hará ( Linguagem Maldita), com o objetivo de macular a honra, atiçando controvérsias e intrigas com o fim de nos depreciar.
Aos troncos e barrancos estamos conseguindo mais uma vitória em prol da Ciência, Brasil para cima.
COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA PROJETO DE LEI No 4.502, DE 1994
Proíbe a adoção, pelos órgãos públicos, de inovação tecnológica poupadora de mão-de-obra.
Autor:
Deputado ALDO REBELO
Relator: Deputado ARIOSTO HOLANDA
I – RELATÓRIO O Projeto de Lei nº 4.502, de 1994, foi oferecido pelo nobre Deputado ALDO REBELO com o intuito de obrigar a administração pública a justificar a adoção de inovação tecnológica, comprovando que os benefícios sociais alcançados suplantam o custo
social dos postos de trabalho que esta elimina. Tal justificativa seria enviada ao Legislativo para
apreciação prévia.
Lembra o ilustre autor que os serviços públicos destinam-se a prover bens básicos à comunidade, cujos benefícios não se restringem ao lucro auferido pelo provedor, mas se estendem ao bem-estar social alcançado. Nesse contexto, a inovação tecnológica
justificar-se-ia somente nos casos em que a
elevação de bem-estar pudesse ser comprovada.
A proposta foi encaminhada a esta Comissão para exame do mérito, nos termos do art. 32, inciso
III, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Transcorrido o prazo regimental, não foram oferecidas emendas à mesma.
É o relatório.
II – VOTO DO RELATOR
Os efeitos da inovação tecnológica sobre o crescimento
econômico e sobre o bem-estar têm si do amplamente examinados em trabalhos acadêmicos e em estudos desenvolvidos pelo governo. Se no curto prazo a
inovação em geral implica na dispensa de empregados, as evidências apontam, no longo prazo, para uma relação sólida entre inovação tecnológica, crescimento
econômico e geração de empregos.
Se considerarmos os ganhos auferidos pelo cidadão, a
história nos mostra que inovação tecnológica traz consigo mais bem-estar, em virtude da melhoria da qualidade dos produtos e serviços. Além disso, por gastar, em geral, menos insumos para oferecer
esse produto ou serviço, a inovação vem acompanhada em muitos casos de menor gasto de energia e menor geração de poluição.
O ilustre autor da proposta destaca, porém, que na
administração pública a relação seria mais complexa do que no setor privado.
Não se deve admitir que a provisão de serviços públicos seja orientada à maximização do lucro. O Estado deve preocupar-se com a contínua melhoria do bem-estar coletivo e, nesse sentido, a inovação tecnológica é um importante fator a ser considerado. Lembra-nos, porém
, o nobre Deputado ALDO REBELO que seria importante balancear os benefícios adicionais ao cidadão com a preservação dos postos de trabalho na administração pública. Estaria o Estado, então, preservando sua finalidade social.
Esse princípio da preservação dos quadros governamentais,
porém, ao traduzir-se na proposta que ora examinamos, resulta em vários problemas que não podemos nos furtar a examinar.
Em primeiro lugar, o dispositivo irá gerar uma burocracia
assustadora. De fato, qualquer inovação técnica é potencialmente poupadora de mão de obra. A instalação de um computador potencialmente substitui uma secretária ou um técnico de contabilidade. Um ponto eletrônico pode substituir um vigia. Uma rede de computadores e um sistema de correio eletrônico
potencialmente substituem auxiliares de administração para levar e trazer papéis.
E cada uma dessas aquisições implica em processo de compra em que concorrentes entram em conflito, apresentam recursos e se utilizam dos meios
jurídicos a seu dispor para vencer legitimamente a lide. Inclusive, se puderem, apelando a esta Casa.
Assim, se aprovada a matéria, o número de processos de compra de equipamentos novos e de contratação de serviços técnicos, para os quais seriam encaminhados pedidos de exame pelo Legislativo, tenderia a ser
enorme. Isto obrigaria o Congresso a alocar parte de seus funcionários a uma verificação burocrática cansativa, a exemplo do que ocorre hoje com o exame das outorgas de radiodifusão, porém em uma escala in
finitamente superior de complexidade e para um volume muito maior de demandas.
Em segundo lugar, existe a dificuldade para se estimar os ganhos sociais de cada aquisição em particular. Seria, de fato, necessário, converter em valores numéricos o ganho de produtividade da administração com aquela aquisição, ou a melhoria da qualidade do serviço prestado, procedimento em geral pouco preciso e sujeito a questionamentos que postergariam uma
decisão do Legislativo, promovendo a acumulação de processos.
Havendo dúvidas quanto à eficácia do procedimento de
fiscalização proposto, também as há quanto a oportunidade da iniciativa.
Note-se, de fato, que nos dez anos transcorridos desde o oferecimento do texto em exame, houve significativa evolução tecnológica no setor público, com vários projetos bem sucedidos que seriam potencialmente
poupadores de mão de obra.
Restringindo-nos ao temário desta Comissão,
lembremos das compras governamentais por Internet, da urna eletrônica, da declaração do imposto de renda por computador, da automação da bilhetagem
em metrôs e ônibus em diversos municípios, do fornecimento de cartões magnéticos a beneficiários
de inúmeros programas assistenciais, do uso de
computadores em escolas públicas e assim por diante. E, ao que se saiba, o número de servidores públicos não diminuiu significativamente em decorrência de
tais projetos.
A preocupação que movia a proposta fazia sentido há uma década, em que era ainda incipiente todo o desenvolvimento da Internet, da assinatura digital, do telefone celular e de tantas outras tecnologias que fazem parte, hoje, do nosso dia a dia. Os tempos mudaram e esses temores não se tornaram realidade. A proposta, a nosso ver, envelheceu e perdeu a sua razão de ser.
Pelo exposto, embora reconheçamos a louvável intenção do autor da matéria, o nosso VOTO é pela
REJEIÇÃO do Projeto de Lei nº 4.502, de 1994.
Sala da Comissão, em de de 2005.
Deputado ARIOSTO HOLANDA
Relator
As nossas armas não são carnais, tão pouco emocionais, mas intelectuais, e poderosas para destruir sofismas e tudo que se levanta contra o conhecimento da verdade.
Que parto dolorido! Que sofrimento, choro e ranger de dentes, para dar uma boa notícia…
Eu tô é fora deste depressivo masoquismo inútil!
Há outros avanços muito pouco tratados por nossa imprensa altamente canalha, como esse da noticia que posto.
http://agencia.fapesp.br/brasil_e_argentina_iniciam_construcao_de_observatorio_de_radioastronomia/19457/
Como dá para se notar, nem tudo está perdido neste nosso amado país. Sds.
Neste vídeo de um noticiaŕio local da Band, mais algumas informações, somente até os 2:12…
https://www.youtube.com/watch?v=_B1SaxYsOzU#t=139
Outro vídeo, sobre o projeto arquitetônico:
https://www.youtube.com/watch?v=nAFtL2xJRT4
,..esse projeto Sirius vai dar mt o q falar e mt outras coisas boas p o país…quem viver verá.P ontem.Sds. 🙂
É como querer construir um trem-bala ligando o Oiapoque ao Chuí, sem investir pesado em escolas de Engenharia e Urbanismo.
Como construir 3 ou 4 usinas nucleares num mesmo município, não aprender nada com isso, não investir na educação da área, e querer construir 1 (Um) submarino nuclear, achando que o modelo “militar” é mais fácil de controlar que o que está seguro e parado em “terra”!
Nossos “alunos” universitários mal sabem fazer uma redação, ou “relatório”, e vão ter acesso à um máquina potencialmente destrutiva de 1 Bi… duvido!
Tá me parecendo como um certo hospital de última geração construído aqui no Rio… custou uma nota… ou seja, todo o dinheiro disponível… depois não tinham dinheiro nem para equipar nem para contratar pessoal, nem para manutenção… passou um bom tempo parado depois de pronto!
Me mostra aí no projeto quanto vai ser destinado de “verba fixa” durante os primeiros 8 anos (no mínimo) pra funcionamento, manutenção e pesquisa… aí vamos ver se isto está sendo levado minimamente a sério!
Estudantes universitários não tem acesso ao Sirius.
Mauro Lima,
francamente: Quanta besteira…