Vanderlei Almeida/AFP
MARIANA SALLOWICZ
Após encontro com o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou na terça-feira que o país vai sondar a participação do Brasil na conferência de paz entre o governo sírio e os rebeldes.
O encontro está previsto para o próximo mês, mas ainda não há uma data definida. Haverá a participação dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, entre eles a Rússia. A presença brasileira depende de convite da ONU.
Lavrov disse que a presença brasileira será um “prazer, considerando a sua posição objetiva e equilibrada”.
O Brasil defende uma solução política para o conflito e aponta o regime de Bashar al-Assad como principal responsável pelas violações aos direitos humanos no país. Já a Rússia é o principal aliado de Damasco e continua a vender armas para o país.
Para Patriota, o ideal seria incluir na negociação outros países. A posição brasileira foi apresentada ao representante russo ontem.
“O Brasil considera que valeria a pena examinar a possibilidade de incluir países outros além dos membros do conselho permanente e os países vizinhos [da Síria]”.
Segundo o chanceler, outros países têm demonstrado interesse na matéria e “possuem a capacidade para contribuir para que se chegue a um consenso”. Patriota citou os membros do Ibas (India, Brasil e África do Sul). Já a Rússia insiste na participação do Irã e do Egito nas negociações.
O chanceler brasileiro ponderou, no entanto, que ainda está em negociação quem irá representar a oposição, ponto crucial para a definição da data do encontro.
Sobre a possibilidade de asilo político ao ex-técnico da CIA Edward Snowden, Lavrov afirmou que a Rússia ainda não recebeu um pedido formal, mas que se isso ocorrer, irá avaliar a solicitação.
Ele é investigado pelo vazamento de documentos que comprovam a existência de um esquema de monitoramento de telefones e sites de internet nos Estados Unidos e no exterior.
O russo afirmou ainda que o Brasil é o principal parceiro do país na América Latina e que há a intenção de aumentar o intercâmbio comercial entre as nações para US$ 10 bilhões por ano. Em 2012, foi de US$ 5,93 bilhões.
Se o Brasil aponta o regime de Bashar al-Assad como principal responsável pelas violações aos direitos humanos na Síria é melhor que não participe da conferência,pois já tem um juízo de valor sobre uma das partes !
E para que se possa julgar com isenção e necessário ouvir as partes sem pender por um dos lados.
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