O Helipark está em negociação com uma empresa russa, fabricante de helicópteros de grande capacidade de carga, passageiros e superior autonomia de voo. Os helicópteros MI-17 podem voar até cinco horas ou 1.000 km de distância sem necessidade de reabastecimento, transportam até 26 pessoas ou cinco toneladas, e poderão figurar como aliadas do país frente aos novos desafios de desenvolvimento previstos para os próximos 10 anos, inclusive na exploração das recém descobertas bacias de petróleo do pré sal.
Com essa iniciativa, a empresa está de olho em um segmento pouco explorado no Brasil. Diferente dos países europeus, asiáticos e Estados Unidos, onde praticamente 30% da frota é destinada para o setor, aqui ainda não possuímos aeronaves específicas para serviços especializados. Praticamente toda a frota nacional de helicópteros é voltada para o mercado executivo.
Apenas 8% dessas aeronaves oferece serviço off-shore e os helicópteros que atualmente são utilizados nas plataformas de petróleo foram adaptados do mercado executivo (Sikorsky S76, EC 155 B1, Bell 412, AS 365 N3 e AW 139), podendo transportar de 12 a 14 pessoas e com uma autonomia menor, precisando reabastecer no máximo a cada 600 km. Essas limitações são relevantes, especialmente com relação à exploração das novas bacias de petróleo, situadas entre 300 e 400 km da costa, e que não podem oferecer abastecimento por questões de segurança.
Com uma maior autonomia, os helicópteros russos tornam desnecessária a construção de mega ilhas ou bases para reabastecimento no meio do caminho, uma alternativa bastante cara e complexa, tanto do ponto de vista ambiental quanto logístico. Além disso, essas aeronaves oferecem melhor ergonomia interna, pois possuem bancos similares aos de avião, assentos de couro com encosto de cabeça estofado e cinto de segurança de quatro pontos, contribuindo para um maior conforto dos passageiros. Além de atender as plataformas de petróleo, os helicópteros poderão transportar torres e linhas de transmissão em plena floresta amazônica, minimizando o desmatamento nessas regiões.
Essas aeronaves ainda serão importantes no transporte de centrais de ar condicionado e grupos geradores até o topo de novos edifícios, com agilidade, segurança e com custo inferior aos métodos atuais. Podendo içar e transportar cinco toneladas, os helicópteros também podem oferecer apoio na construção de alcoodutos, gasodutos e oleodutos em áreas remotas e de difícil acesso.
O Helipark já investiu U$ 20 milhões em infra-estrutura, com a construção de um terceiro hangar de 2.800 m2, homologação de um táxi aéreo e treinamento de equipe, e pretende investir mais U$ 30 milhões para a concretização do negócio, o que ocorrerá após a negociação com empresas interessadas em utilizar os serviços desses helicópteros.
A empresa também planeja a construção de uma segunda base operacional, o Helipark 2, que contará com o maior heliponto da América latina, com dimensões de 38m X 38m (1.444 m2 de área) e capacidade para até 25 toneladas. O Helipark 2 será construído nas proximidades das atuais instalações da empresa, que ficam em Carapicuíba, ao lado do Rodoanel (São Paulo), em uma área de 116 mil m2, e já contam com três hangares, um heliponto capaz de suportar helicópteros de até 10 toneladas, 9 spots de estacionamento e uma taxiway de 230m com aproximação livre de qualquer obstáculo. A empresa foi projetada para oferecer todos os serviços para helicópteros em um único endereço, observando os mais rigorosos controles de segurança e qualidade. (João Tilki)